Alguém fez ou disse alguma coisa que vos irritou e vós ides imediatamente dizer por toda a parte que estais furiosos e porquê.
Tentam acalmar-vos, dizendo que a questão não é assim tão grave, que seria preferível não ligar ao assunto e pensar noutra coisa.
Mas não, vós continuais a agitar-vos, a gritar contra "aquele idiota, aquele bruto, que vai pagá-las!"
E, entretanto, o idiota, o bruto, está tranquilamente em sua casa, bem distante dos vossos gritos e da vossa agitação.
Então, quem é que sofre com a vossa cólera?
Em primeiro lugar, aqueles que vos rodeiam, os vossos familiares, os vossos amigos, que não merecem que a sua existência seja perturbada dessa forma.
Mas, na realidade, quem sofre mais sois vós.
Sim, pois, antes de atingirdes os outros, vós é que sois primeiro atravessados, sempre, pelas correntes da vossa vida psíquica.
Quem decide viver na harmonia é o primeiro a ter o proveito dessa harmonia, e quem se deixa ir atrás da cólera, do desejo de vingança, destrói-se, em primeiro lugar, a si mesmo.
Talvez acabe por destruir também os outros, mas é a si que causa o maior mal.
E, se não tiver cuidado, essa desordem que ele instalou em si próprio segui-lo-á até à sua próxima encarnação.
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