domingo, 6 de novembro de 2016

A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Conferência Improvisada  -  (notas estenografadas)

Sèvres, 10 de Julho de 1938

Continuação - 3


Cada homem está ligado a milhares de seres superiores e inferiores a ele.
Se tiver pensamentos e sentimentos elevados, está a ajudar aqueles que estão abaixo dele, os animais, as plantas e as pedras, porque aquilo que se passa em si, cada estado que vive, é transmitido a tudo aquilo que se encontra abaixo dele.
Mas como ele também se encontra ligado aos seres superiores, as energias divinas começam a derramar-se sobre ele, através dessa cadeia viva e ininterrupta.
A sabedoria, a luz, o amor dos anjos e dos arcanjos flui primeiramente através dos Iniciados e dos grandes Mestres e vem depois invadir-nos.
Mas essa sabedoria não fica em nós; atravessa-nos e desce até aos seres situados abaixo de nós e ligados a nós, até ao vegetal, até à pedra; depois, graças a uma outra corrente de circulação, essas forças voltam a subir do mineral até às regiões superiores da Natureza.
Se o homem estiver ligado a essa cadeia viva dos seres, é atravessado pela alegria, pela paz e pela luz que os Iniciados trazem com eles.
O perigo que ameaça os homens que querem permanecer independentes, que imaginam que estando separados e isolados poderão dirigir tudo no mundo, é precisamente este: eles separam-se dessa cadeia viva dos seres, perdem a possibilidade de usufruir das energias e, todas as infelicidades, todos os obstáculos, os assaltam.
Afinal, de onde receberão eles as ideias, a inspiração, a sabedoria, as forças necessárias para a vida de cada dia?
«Encontrá-las-ão em si mesmos», respondereis vós...
Sim, durante um mês, durante um ano, talvez, mas depressa esgotarão as suas reservas.
Com o seu orgulho, a sua vaidade, a sua vontade de ser independentes, eles cortam o elo que os une aos seres superiores e perdem o poder.
Mesmo que tenham começado com amplos projectos, em breve nada lhes restará, porque é impossível realizar algo de grandioso se não se estiver ligado à cadeia viva das creaturas.
É exactamente como se uma lâmpada imaginasse que é ela que ilumina, sem nunca pensar na central eléctrica que lhe envia a corrente da qual ela mais não é do que um condutor, um intermediário.
Na realidade, quer queiramos quer não, nós estamos ligados, unidos, mas devemos estabelecer sempre esta ligação com os seres superiores de uma maneira consciente, para que circule em nós uma corrente viva.
Aquele que se opõe à criação desta ligação, mais cedo ou mais tarde, perde aluz, a força e tudo aquilo que ainda possui.
O homem pode ser poderoso, pode fazer milagres, mas nunca deve esquecer que não é mais do que um condutor das energias que vêm de cima.
Ele deve dizer a si próprio: «É a sabedoria divina que age em mim...
É o mundo divino que se manifesta através de mim...», senão, perderá tudo.
Mesmo que um homem tenha sido um Iniciado no passado, se imaginar que é ele mesmo a causa dos seus actos e que tudo depende apenas da sua vontade, perderá tudo.
A Fraternidade deve existir no mundo, entre os homens, porque ela já existe na Natureza, e nós devemos viver segundo as leis da Natureza.
Esta Fraternidade que existe no Universo tem o nome de Fraternidade Branca Universal e, é composta pelos Profetas, pelos Iniciados e pelos grandes Mestres.
Todos trabalham em conjunto, como abelhas numa colmeia, e preparam o alimento para o Senhor...
Se, actualmente, os homens se sentem todos separados uns dos outros, isolados, infelizes, isso acontece apenas porque a cadeia que os liga aos grandes Mestres foi cortada.
E ficai sabendo que nesta situação é absolutamente impossível encontrar o seu Mestre.
O Mestre é um elo da grande cadeia da hierarquia e ninguém pode descobrir o seu Mestre se tiver cortado a ligação com essa hierarquia.
E mesmo que alguém diga que encontrou muitos Mestres, na América, na Europa e na Ásia, trata-se apenas de mestres exteriores, pois as pessoas ainda não conseguem viver na presença interior de um Mestre.
Quando um Mestre se manifesta no interior de nós, qual é a prova de que ele nos fala realmente?
Toda a gente pode dizer que ouve falar o seu Mestre interiormente, mas para que isso aconteça, de facto, ao homem, são exigidas três condições.
Em primeiro lugar, ele começa a distinguir claramente o caminho a seguir, já não anda "às cabeçadas".
Em seguida, começa a amar todas as creaturas e sente no coração uma verdadeira dilatação que o impele a agradecer a Deus a cada instante.
Por fim, a sua vontade sente-se cada vez mais livre e capaz de realizar, sem entraves, tudo aquilo que é nobre e belo.
Se um ser realizar estas três condições, pouco importa que ele tenha encontrado ou não um Mestre físico.
Na realidade, ele encontrou-o; o Mestre veio, dá-lhe conselhos e liberta-o.
Que relações existem entre nós e os seres superiores?
Quando nós seguimos um caminho, sentimo-nos menos isolados e mais confiantes se estiverem connosco amigos que nos apoiam e nos reconfortam com a sua presença.
Sentimo-nos seguros ao pensar que outros seguem a mesma via e encontram as mesmas dificuldades.
De igual modo, numa Fraternidade, nós sentimos que a nossa fé, a nossa luz e a nossa força aumentam; nós somos apoiados, recebemos ajudas, protecção...
E entre nós e os seres inferiores o que é que acontece?
Graças a eles, um dia, nós teremos amigos em quantidade.
Se tiverdes gatos, por exemplo: um dia, numa outra encarnação, alguns milénios mais tarde, eles serão donzelas encantadoras!
Nessa altura, talvez vós estejais entre os anjos, e quando voltardes a encontrá-los, eles serão vossos amigos.

Continua

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