sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont.X)

...
É tão fácil para o mundo invisível fazer um país afundar-se rapidamente ou um outro evidenciar-se!
Porque faz ele isso?...
Ele é que sabe.
Reparai, por exemplo, naquilo que a Bulgária representava há alguns séculos: nada de nada, um país sempre pobre, miserável, espezinhado; nele não existiam pensadores, nem artistas, nem sábios.
E agora as coisas começam a mudar, porque nem a glória de um país, nem a sua decadência, duram eternamente.
E a China?
Quantos séculos esteve ela adormecida, atrasada, anestesiada?
E agora desperta e faz tremer o mundo inteiro.
Como explicar isto?
Quem dirige tudo isto?
Por que razão?
Tudo é dirigido de cima: são as Hierarquias celestes que decidem, e para elas é fácil.
As coisas passam-se como para a ajuda aos países pobres.
Imaginai um país muito miserável, subdesenvolvido sob todos os pontos de vista...
Mas eis que um outro país, mais avançado e mais rico, lhe envia uma equipa completa de engenheiros, de economistas, de técnicos: em poucos anos eles põem o país de pé.
O mundo invisível faz a mesma coisa: envia engenheiros, sábios, isto é, uma equipa completa de almas de elite, e pronto!, eles endireitam toda uma cultura.
Por vezes, basta um único político de alta craveira para endireitar um país ao cabo de alguna anos.
Pode acontecer que alguns de vós se sintam melindrados e descontentes por me ouvirem dizer que o seu país está adormecido.
Mas isso não depende de mim, eu limito-me a constactar.
Não sou chauvinista, não tenho nenhuma ideia preconcebida: não sou nem búlgaro, nem francês, sou um cidadão do Universo, sou um filho do sol.
Sim, eu nem sequer pertenço à terra.
Então, porque é que hei-de andar a discutir a propósito da Bulgária, da Grécia ou da França?
Eu estou acima das fronteiras.
Mas constacto que é nos países eslavos que presentemente os cientistas estão conseguindo ir mais longe nas descobertas parapsíquicas: a telepatia, a psicometria, a clarividência, a radiestesia.
Ainda que aparentemente a situação não evolua nada nesse sentido, a Rússia abandonará um dia a filosofia marxista e os comunistas tornar-se-ão irmãos da grande Fraternidade Branca Universal.

No entanto, mesmo que seja um grande progresso, o que os Russos descobriram até ao momento no domínio da parapsicologia não é mais que um centésimo daquilo que eu vos revelei durante anos.
Mas um dia a Ciência Iniciática será difundida no mundo inteiro.
Evidentemente, não nos seus níveis mais elevados, porque haverá um limite, uma zona interdita: os humanos não terão acesso aos segredos últimos, não estão ainda suficientemente preparados para os receber, porque, por natureza, estão sempre prontos a utilizar todas as descobertas para dominar, aproveitar, absorver.
Mas em breve, certas realidades serão conhecidas e virão à luz no mundo inteiro, e isso constituirá o advento da cultura solar.

Colecção Izvor
Edições Prosveta

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Em tudo aquilo que empreendemos, e qualquer que seja o domínio, material ou espiritual, são os nossos esforços que contam.
O Céu nunca considera o sucesso, só os esforços.
Acerca do sucesso, só ele decide, pois tudo o que nós fazemos se inscreve num conjunto e deve servir os planos do Criador, estar em sintonia com eles; e talvez não esteja previsto que os projectos em que estamos a trabalhar se realizem como nós desejamos.
Só os esforços nos pertencem, o sucesso não.

Portanto, deixai os seres do alto decidirem acerca do momento em que os vossos esforços serão coroados de êxito.
E, enquanto isso não acontecer, dizei para vós próprios: «É certo que, por enquanto e aparentemente, o meu trabalho ainda não deu nada, mas na realidade eu sei que hoje ele já está a dar frutos.»
Sim, pois os resultados surgem primeiro no vosso coração e na vossa alma.
Não sentis isso?
Nada daquilo que se faz fica inerte ou estagnado.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  31.10.2014

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont. IX)

...
III

Acontece com as nações, os povos, o mesmo que com cada ser humano ou com cada coisa que nasce, cresce, depois envelhece e deve ceder o lugar a outras.
Dão o que têm a dar e depois extinguem-se; dir-se-ia que repousam para um dia poder acordar e dar novamente tesouros e riquezas.
Verificou-se isto com todas as civilizações e é também esse o destino das religiões: cada uma tem o seu nascimento, expande pouco a pouco a sua influência, atinge um ponto culminante e depois estagna, entra em decadência e perde as grandes chaves da vida.
Mesmo os Mistérios, mesmo os templos do antigo Egipto que possuíam as chaves, o saber, o poder, que resta deles agora?
Onde estão todos aqueles hierofantes?
Onde estão todas aquelas ciências?
Todos seguiram as leis imutáveis da vida: cada coisa ou cada ser que nasce, deve morrer e ceder o seu lugar.
Só o que não tem princípio não tem fim.
Lembrai-vos daquilo que a Grécia foi no passado, de todas as criaturas extraordinárias que ela deu ao mundo: poetas, dramaturgos, pintores, escultores, arquitectos, filósofos...
E agora...
Um país pode ser comparado a um rio: o leito é sempre o mesmo, mas a água que corre é sempre diferente, sempre nova.
Os habitantes do rio, as gotas de água, chegam, passam e, à medida que outras vêm para as substituir, escoam-se para o mar.
Chegadas ao mar, são aquecidas pelo sol, evaporam-se, tornam-se leves, subtis, e elevam-se na atmosfera até ao dia em que voltarão a cair sob a forma de chuva ou de neve, para de novo descerem pelos vales em torrentes e rios.
É um ciclo ininterrupto.
E um país, o que é?
Um país não é mais do que um rio onde se reencarnam sucessivamente seres sempre diferentes e que vêm de outros lugares ou de outro modo, é como uma casa cujo destino é ser habitada durante uma dezena de anos, por exemplo, por determinados inquilinos, e depois, nos cinco anos seguintes, por outras pessoas.
Durante dez anos, há música, cânticos e harmonia, depois, os habitantes mudam e reina uma atmosfera diferente, prosaica ou agitada.
Contudo, a casa continua a ser a mesma.
É desta maneira que se explica o destino de numerosos países: a Grécia continua a ser o mesmo país, mas os seus habitantes não são os mesmos de há dois ou três mil anos.
E para os outros países é a mesma coisa.
Vós direis:«Mas então como é que se explica que os Tibetanos, por exemplo, tenham conservado quase as mesmas concepções, as mesmas ideias, os mesmos costumes, desde há milhares de anos?»
Estudai o organismo humano: as células que o habitam renovam-se, não são sempre as mesmas, mas fazem sempre o mesmo trabalho.
Quando se renova o pessoal de uma fábrica, manda-se embora certas pessoas e contratam-se outras que trabalham, umas com um determinado aparelho óptico, outras com um dado circuito eléctrico.
O novo pessoal que toma o lugar do antigo possui os mesmos conhecimentos e já se exercitou nesses mesmos trabalhos para poder desempenhar as mesmas funções.
Os espíritos que vão encarnar-se no Tibete são aqueles que têm afinidade com os Tibetanos e estão preparados para ir para lá.
E os Tibetanos que se preparam para ser como os Franceses vêm reencarnar-se em França.
É por isso que existem muitos antigos Tibetanos em França, mesmo entre as crianças da Fraternidade.

Direis vós: «E os Judeus, que têm sido perseguidos desde há séculos?»
Os Judeus que foram martirizados eram seres vindos de outros povos do mundo inteiro e reencarnados nas famílias judias, porque, em virtude do seu karma, deviam ser perseguidos e massacrados; mas eles próprios não tinham sido Judeus desde sempre.
Num dado momento da sua evolução, o Céu fê-los nascer em famílias judias para pagarem certas dívidas...
E os Gregos actuais também são almas que ali vieram reencarnar-se, oriundas de outros lugares... talvez da Bulgária para aí ser recompensados ou castigados, não sei, pois há muitas pessoas que vão reencarnar-se junto dos seus antigos inimigos.

Quando detestais uma pessoa, acontece exactamente a mesma coisa que quando a amais: estabeleceis de imediato uma ligação com ela.
O ódio é tão forte como o amor.
Se quereis libertar-vos de alguém, não voltar a ver uma pessoa, não a detesteis nem a ameis, sede indiferentes.
Se a detestardes, ligar-vos-eis a ela por correntes que ninguém poderá desligar, estareis permanentemente ligados e mantereis essa relação durante séculos.
Sim,isto não sabieis vós.
As pessoas imaginam que o ódio corta as ligações. Pelo contrário, o ódio é uma força que vos liga à pessoa que odiais, tal como o amor.
Mas o elo, evidentemente, é diferente.
O amor trar-vos-á certas coisas e o ódio trar-vos-á outras, mas com tanta certeza e tão poderosamente como o amor.
Eis algumas verdades que todos os povos devem aprender, para verem como é ridiculo detestarem-se.
E não fiqueis admirados, não fiqueis melindrados, se eu vos disser que a França vai começar a perder os génios que ainda possui.
Os seus artistas, os seus escritores, os seus filósofos, deram ao mundo inteiro riquezas extraordinárias, mas se ela continuar a virar as costas ao Céu, que é exactamente de onde vêm essas riquezas, todos os seus génios irão reencarnar-se noutros lugares, pois os grandes espíritos não fazem questão em ter esta ou aquela nacionalidade, são cidadãos do Universo.
São os povos que os reclamam para si, mas se lhes pedirdes a sua opinião, eles responderão: «Nós estamos bem em qualquer parte do Universo; a nossa pátria é o Universo».
Aliás, quando se chega ao outro mundo, a questão da nacionalidade não tem qualquer importância.
Se pudesseis ter visto, durante a última guerra, os soldados franceses e alemães, mortos nos combates, encontrarem-se lá em cima!
Eles davam vivas, riam todos juntos e achavam-se tremendamente estúpidos por se terem morto uns aos outros, quando todos eram filhos de Deus!

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PENSAMENTO QUOTIDIANO



A escuridão pode desencadear medos irracionais; e se surgir um animal, um ladrão ou um assassino?
Mas ela também pode causar um medo racional: quando não se vê nada, corre-se sempre o risco de ir contra um obstáculo, de cair, de se ferir.
E isto é ainda mais verdadeiro no plano psíquico.

Quanto mais a inteligência e a sabedoria aumentam no homem, mais ele se torna não propriamente medroso, no sentido que geralmente se atribui a esta palavra, mas atento, prudente.
E, ao mesmo tempo, a sua audácia também aumenta, a audácia intelectual, mental: ele desconfia de tudo o que vem do instinto e do sentimento, pois eles podem toldar-lhe a visão; mas em relação a tudo o que é claro, límpido, ele torna-se audacioso.
Por isso, os seres verdadeiramente inteligentes e instruídos são mais audaciosos do que os outros.
Eles aventuram~se em regiões em que a maioria não ousa penetrar e é a luz que lhes dá essa audácia.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  30.10.2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Certas pessoas têm sempre o mesmo rosto rígido, inexpressivo...
Como é possível elas não se aperceberem de até que ponto é desagradável para os outros terem diante dos olhos alguém em quem não se sente nada de novo, de vivo, de animado?
Que aborrecimento!
Muitas vezes, é isso mesmo que provoca a separação nos casais.
Cansado de ver no outro as mesmas caras feias, os mesmos gestos, as mesmas atitudes, e de ouvir as mesmas palavras, as mesmas reflexões banais sobre os mesmos assuntos, há um que não aguente mais e vai embora.
Aqueles que não sabem renovar-se não devem surpreender-se se o outro, cansado dessa monotonia, acaba por ir distrair-se para outro lado.
E acontece o mesmo com os amigos: que prazer se pode ter no relacionamento com pessoas em relação às quais já se sabe à partida que expressão elas terão e do que irão falar?

Já há suficiente monotonia na vida quotidiana.
Para a tornar mais suportável, há que pensar em pôr nela um pouco de novidade, de diversidade, de poesia.
Então, atenção, se vos apresentardes sempre da mesma forma, falando das mesmas coisas, os outros cansar-se-ão e afastar-se-ão de vós.
Se souberdes renovar-vos, todos vos amarão, porque emanará de vós algo de expressivo, de vivo, de jorrante que lhes fará bem.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  29.10.2014

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV - 28.10.2014

Existem pessoas dotadas de faculdades mediúnicas: elas captam no invisível correntes de forças, imagens, mensagens.
Muitos invejam-lhes esse dom, sem terem a menor ideia dos riscos que ele comporta se essas pessoas se limitarem a transmitir mensagens sem se questionarem acerca da origem e da natureza daquilo que assim captaram.
Essas comunicações são verídicas?
Vêm verdadeiramente do mundo da luz?
São questões que se deve colocar a si próprio.

Quem possui faculdades mediúnicas - e cada um, mais ou menos, possui algumas que pode desenvolver - deve fazer um verdadeiro trabalho pelo pensamento: um trabalho de lucidez e de purificação.
Só assim essas faculdades ditas extrassensoriais serão úteis para si mesmo e para os outros.
Até lá, a pessoa será uma espécie de canal, de tubo, que deixa passar indiferentemente a água limpa e a água suja.
Mas, no dia em que ela se tornar um médium consciente, será como um ramo de árvore que sabe transformar a seiva que recebe para fazer aparecer folhas, flores e frutos.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÂO (Cont.VIII)

...
Do ponto de vista da reencarnação, podemos classificar os seres em quatro categorias.
A primeira é composta por criaturas cuja falta de luz, de ciência, de consciência. de moralidade, as leva frequentemente a cometer crimes.
Portanto, elas transgridem as leis, carregam-se de pesadas dívidas e, quando voltam a encarnar, vêm à terra em condições que as obrigam a sofrer para pagar e reparar; é por isso que a sua vida não é lá muito feliz.

A segunda categoria compreende seres mais evoluídos que procuram desenvolver certas qualidades e virtudes para poderem libertar-se.
Mas como não conseguem restabelecer tudo no trabalho de uma única encarnação, têm de voltar para acabar a tarefa.
Serão então colocados em melhores condições, que lhes permitirão ter actividades mais úteis e mais elevadas.
Mas, apesar de tudo, deverão voltar para liquidar ainda certas dívidas do passado, até à sua libertação total.

Na terceira categoria, encontram-se seres ainda mais evoluídos, que vieram à terra apenas para acabar certas tarefas.
Eles tinham muito poucas coisas para resolver e distinguem-se, nesta vida, pelo facto de possuírem grandes virtudes e uma consciência alargada, e por consagrarem o seu tempo a fazer o bem.
Quando esses seres partirem, terão terminado a sua missão e não voltarão mais.

No entanto, alguns deles, em vez de permanecerem nesse estado de felicidade, de alegria, de liberdade infinita, de que usufruem no seio do Eterno, tomados de piedade e de compaixão para com os seres humanos, deixam esse estado maravilhoso e descem voluntariamente para ajudá-los; e chegam mesmo a aceitar ser massacrados e mortos.
E outros, que desejam continuar um trabalho espiritual começado, mesmo sem se reencarnar, podem introduzir-se num ser muito evoluído para se manifestar através dele.
Aliás, Jesus mencionou essa possibilidade quando disse: «Naquele que cumprir os mandamentos, o meu Pai Celeste e eu viremos habitar e faremos dele a nossa morada.»
Esses seres não são, pois, obrigados a reencarnar-se: sem tomar um corpo físico separado, eles podem entrar num homem vivo e atravessar com ele todas as etapas - a gestação, a infância, a juventude e a maturidade - para trabalhar com ele e nele.

Muitas pessoas querem libertar-se, mas compreendem mal a libertação: fazem tudo para escapar às suas obrigações, para fugir aos seus deveres, para cortar todos os elos, e crêem-se livres.
Não, ninguém se liberta desta forma.
A verdadeira libertação consiste em pagar todas as dívidas.
Quantos não há que querem libertar-se da sua mulher, dos seus filhos, do seu patrão, da sociedade ou da própria vida, suicidando-se!
Mas não haverá para vós libertação possível, meus caros irmãos e irmãs, enquanto não tiverdes pago todas as vossas dívidas, todo o vosso karma.
Devemos querer libertar-nos sim, mas de acordo com as regras divinas, e é raro encontrar seres que saibam fazê-lo.
Mesmo aqui, na Fraternidade, há quem não ponha a questão desta maneira, há os que querem, a todo o custo, ser independentes escapando aos seus deveres.
É como se, depois de se terem regalado à mesa de um restaurante, quisessem ir embora sem pagar.
Isso é desonesto, é uma falta de nobreza, e os espíritos luminosos, do outro lado, não aceitam tal atitude.
As pessoas imaginam muitas vezes que se libertam pelo facto de terem conseguido ver-se livres do seu antigo patrão ou da sua ex-mulher, mas nessa altura, novos aborrecimentos, novas armadilhas as esperam para lhes mostrar que estão enganadas; é aquilo a que se chama «sair da lama para se meter num atoleiro».

O melhor caminho, o melhor método para a libertação é o amor; o pior é o egoísmo, a avareza, as manhas, os calculismos.
Através da generosidade, do sacrifício, da bondade, em todos os gestos que fazemos para dar, trabalhamos sempre para a nossa libertação.
É por essa razão que, em vez de vos agarrardes ao que possuís, de usar subterfúgios, calculismos, deveis dar!...
Reparai como as pessoas agem no momento de uma separação, de um divórcio!
Com que obstinação se agarram aos seus interesses!...
Sim, mas elas não sabem que, por causa dessa atitude, deverão voltar a encontrar-se e a suportar-se nas encarnações futuras.
São o amor, a generosidade, a bondade, a clemência, a misericórdia, que colocam o discípulo no caminho da libertação.
Bem entendido, se fordes falar de bondade e de sacrifício às pessoas comuns, passareis por ser os maiores imbecis, porque elas não têm essa luz e não conhecem o valor da generosidade.
Mas um Iniciado sabe que vale verdadeiramente a pena, dar, ajudar, ser aberto e generoso, porque é assim que as pessoas se libertam.
Dai, pois, dai mesmo mais do que aquilo que a justiça exige, porque desse modo libertar-vos-eis mais rapidamente.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  - 27.10.2014


Armas que favorecem o instinto de agressividade, mas também um conforto que favorece o instinto de preguiça...
Será que os investigadores, os inventores, têm razões para se sentirem felizes e orgulhosos ao fornecerem aos humanos tantos meios para eles se destruírem?
Quando não estão a destruir-se pelas armas, eles perdem pouco a pouco a sua resistência física e as suas faculdades psíquicas por causa de todos esses aparelhos postos à sua disposição que os dispensam de fazer esforços.
Aparentemente, há um progresso: sim, os aparelhos progridem, mas os humanos não!
Os humanos enfraquecem-se.
Por isso, aqueles que reflectem, inclusive cientistas, começam a duvidar cada vez mais de que todo este progresso técnico contribua para o bem da humanidade.

Evidentemente, não se trata de parar o progresso técnico: é a Inteligência Cósmica que impele os humanos a fazer pesquisas.
Nunca se deve parar de descobrir, de inventar, não se deve descurar nenhuma das possibilidades que a matéria nos oferece, o que é preciso é dar uma outra direcção à investigação científica, pois, na realidade, é quando tiverem aprendido a trabalhar sobre a sua matéria psíquica que os humanos serão capazes de utilizar plenamente e beneficamente todas as riquezas da matéria física.

O progresso técnico só será um verdadeiro progresso para eles se o acompanharem com uma busca interior, pondo os seus esforços sob a autoridade do espírito.

domingo, 26 de outubro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  26.10.2014

Quantos estragos são provocados todos os dias por essa tendência deplorável para encontrar sempre algo de negativo para propalar acerca de uns e outros!
E os jornais, a rádio, a televisão, estão sempre a expressar esta tendência e a amplificá-la.
Que prazer se pode ter ao fixar assim tanto a sua atenção no que é ridículo, estúpido ou perverso?
Que interesse há em esmiuçar a vida íntima das pessoas para nela descobrir pormenores escabrosos e depois os divulgar para divertir a multidão?
Parece insignificante, mas esta tendência, que não pára de crescer, acaba por minar uma sociedade, pois influencia o conjunto da população.
Cada um fixar-se-á em certos detalhes que aumentará ou deformará, escolhendo as palavras mais cruéis para os espalhar.
É possível descobrir em cada ser humano algo de repreensível, de ridículo, isso não tem nada de original, mas por que é que as pessoas hão-de sobrecarregar-se tanto com isso?
A sociedade não ficará melhor!

O sábio procura ter uma atitude diferente.
Ele não é cego, até é muito lúcido, e também é capaz de criticar, de gozar, mas considera que o mais importante nos seres são as suas qualidades e as suas virtudes.
Então, é sobre essas qualidades e essas virtudes que ele fixa a sua atenção, e com essa atitude reforça o bem neles e em si mesmo.
E assim ele faz um trabalho construtivo.

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sábado, 25 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont. VII)

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II

Ao ler a vida de muitos Santos, Profetas ou Iniciados, algumas pessoas dizem: «Eles sofreram, foram martirizados...
Como é que foi possível isso acontecer?
Eles não o mereciam...»
Sim, mereciam, e poderemos encontrar a razão nas suas vidas passadas, porque o facto de já se ter conseguido restabelecer em si próprio uma ordem divina não significa que se tenha pago tudo e que o passado esteja todo liquidado.
Não, o passado continua lá e ainda não deixa um campo de actividade inteiramente livre.
Há que pagar a dívida até ao último centavo.

Observai como as coisas se passaram com os discípulos de Jesus: estavam com ele, seguiam um Ensinamento divino, viviam na luz, não praticavam mal algum; então, porque é que foram massacrados ou lançados às feras?
Porque é que Jesus não os ajudou?
Foi porque ainda não tinham liquidado as dívidas do passado.
Nas outras encarnações, tinham cometido algumas faltas que não souberam reparar antes de partir para o outro lado.
Por isso foi dito (mas as pessoas não compreenderam o sentido desses conselhos): «Que o sol não se ponha sobre a tua cólera», ou então: «Antes que o sol se ponha, vai reconciliar-te com o teu irmão».
Se tomarmos esta expressão à letra, o prazo é muito curto... sobretudo se for no Inverno, quando o sol desaparece muito cedo!
Na realidade, não se trata do pôr-do-sol no plano físico.
Na linguagem simbólica dos Iniciados, o pôr-do-sol representa a morte do homem, a sua partida para o outro mundo.
É-lhe concedido, pois, um prazo suficientemente longo, de numerosos anos.
Mas, uma vez esgotado esse tempo, se ele não pensou em pagar as suas dívidas ou se não soube fazê-lo,, uma vez «o sol posto», a lei do karma aplica-se!
Tudo está inscrito, porque tudo deixa uma marca que endurece e se cristaliza, e um dia é preciso pagar.
É impossível fazer um «arranjinho amigável», como se costuma dizer; se não se resolveu a questão antes do «pôr-do-sol», tem de se pagar até ao último centavo.

E a vós, que seguis um Ensinamento espiritual, que viveis na luz, podem também acontecer, de tempos a tempos, alguns acidentes ou alguns infortúnios.
Lá porque se está numa Escola Iniciática não se fica ao abrigo de tudo.
Para que nada de mau vos aconteça, é preciso que tenhais liquidado todas as dívidas do passado.
Se ainda as trazeis convosco, quer sigais quer não o Ensinamento, quer estejais quer não na luz, não há nada a fazer, tendes de pagá-las.
Como vedes, a questão torna-se mais clara: vós estais num Ensinamento divino, de acordo, mas é preciso que saibais que esse bem dará resultados no futuro e não no imediato.
Portanto, quando atravessais dificuldades deveis aceitá-las e dizer: «Senhor Deus, isto não pode destruir o bom trabalho que eu tenho feito.
Tanto melhor se me surgem estes aborrecimentos, pois eles significam que estou a libertar-me, e isso é bom.
Agora eu sei porque é que tal me acontece, não me revoltarei mais, não voltarei a pedir para ser poupado.»

Vós direis: «Mas será que também o próprio Jesus tinha ainda um karma a pagar quando foi crucificado?
Não, o caso dele é completamente diferente e insere-se na questão essencial do sacrifício.
Existem seres que aceitam sacrificar a sua vida e passar por grandes sofrimentos quando já não têm nada a pagar.
São excepções.
Quando as pessoas não conhecem em pormenor esta questão da reencarnação correm o risco de se pronunciar de uma maneira errada.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO



Por tudo aquilo que recebemos de bom na vida, nós temos, de uma maneira ou de outra, algo a dar em troca ou digamos, algo a pagar.
Para já não termos nada que pagar, teremos de esperar até regressar definitivamente ao oceano da vida divina.
Quando se está mergulhado no oceano, a quem é que se vai pagar?
Mas, se se sai desse oceano, pela mais pequena gota há sempre algo a dar.
Quantas vezes se pôde constatar isto!
Depois da alegria vem sempre a dor, é sabido, e até já se espera isso, com mais ou menos consciência: depois de uma grande felicidade, sente-se de um modo confuso um perigo que ameaça, como se uma lei exigisse uma compensação.
Certas pessoas, quando passam por acontecimentos felizes na sua vida, depois do primeiro momento de alegria ficam inquietas e, num certo sentido, têm razão.

Mas, se nunca se pode escapar totalmente aos dissabores que vêem do mundo exterior, pelo menos interiormente é possível proteger-se.
E a única protecção realmente eficaz é a ligação com o mundo divino.
Quando vos ligais ao mundo divino esforçando-vos por permanecer na sua pureza, na sua luz, formais um só com ele, e então, interiormente, já não tendes nada a pagar.
Deus deve alguma coisa a alguém?
Não, tudo Lhe pertence, e se vós viveis em Deus tudo vos pertence também.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  25.10.2014

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont.VI)

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Algumas pessoas esperam que a Igreja se pronuncie oficialmente para acreditarem na reencarnação.
Mas quando o fará ela?
Eu tive oportunidade de falar várias vezes com membros do clero e vi que muitos acreditam na reencarnação, mas não ousam dizê-lo; se não aceitardes a reencarnação, nunca tereis luz sobre a vossa situação, sobre os acontecimentos da vossa existência (por que razão sois constantemente perseguidos, maltratados, ou porque é que sois sempre ajudados e apoiados), nem nunca sabereis como é que podereis trabalhar para um próxima vida.
E quando não se conhece a verdade, aonde é que se pode chegar?
A crença na reencarnação é um dos fundamentos da moral.
Enquanto não se esclarecer os humanos sobre esta lei de causa e efeito, que continua a agir de uma existência para a outra, bem se pode fazer-lhes todos os sermões e pregações que se quiser, que isso não servirá para grande coisa.
Quantas pessoas não há ainda que acreditam que vão arder eternamente no Inferno por causa dos seus erros?
É certo que há seres que, sem acreditar na reencarnação, se manifestam naturalmente com honestidade e bondade, mas não podemos ter a certeza absoluta de que isso durará; em determinadas circunstâncias, instintos como o medo, a cobiça, o desejo de vingança, etc., podem vir ao de cima e eles deixam de ser bons e honestos.
Pois é, a sua moralidade não era construída sobre algo sólido: o conhecimento das leis.
A partir do momento em que admitis a lei da reencarnação, começais a compreender que cada acontecimento na vida (casamento, nascimento, encontro, acidente, sucesso) tem a sua razão de ser, pois tudo tem uma causa mais ou menos longínqua.
É evidente que esta compreensão vai influenciar os vossos sentimentos, pois uma vez que compreendestes que tudo tem um sentido, já não vos revoltais nem tentais resolver os problemas pela cólera e pela violência.
Quando sabeis que aquilo que tendes de suportar é o resultado de transgressões passadas, vós aceitais, não culpais os outros pelas vossas infelicidades.
Enfim, a crença na reencarnação impele-vos a reforçar a vossa vontade: tornais-vos fortes e poderosos, evitais cometer actos repreensíveis pelos quais sabeis que ides sofrer e esforçais-vos por construir para vós um futuro luminoso.
A partir do momento em que conheceis a lei da reencarnação, tendes a luz (compreendeis tudo muito melhor), tendes o calor (ficais felizes e dilatados por pensar que, mais cedo ou mais tarde, conseguireis obter a perfeição a que aspirais) e tendes a vida (tornais-vos activos, empreendedores, para criar o vosso futuro).
Então, não são três enormes vantagens?

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  24.10.2014

No passado, os ensinamentos espirituais estimulavam os humanos na via da salvação individual.
O saber, os poderes, a iluminação, tudo o que cada um conseguia adquirir, era para si, para o seu próprio desenvolvimento, para a sua própria elevação.
Por isso, muitos iam isolar-se algures nos desertos, nas montanhas, nas grutas ou nos mosteiros, para não serem perturbados.
Mas agora entrámos na era da colectividade, da fraternidade, e temos de ultrapassar a filosofia da salvação pessoal.
Há que aperfeiçoar-se, bem entendido, mas não isolar-se fisicamente ou espiritualmente para evitar ser perturbado pelos outros; pelo contrário, é preciso aceitar os inconvenientes, fazer sacrifícios e até sofrer, mas ser útil.

Então, não procureis frequentar uma Escola Iniciática só para vos ocupardes do vosso desenvolvimento espiritual.
«Mas nós queremos salvar a nossa alma», dirão alguns.
Muito bem, mas que pensem também na alma dos outros; será assim que se salvarão.
Que eles continuem a ter na sua cabeça a ideia de aperfeiçoamento, mas compreendendo que esse aperfeiçoamento nunca deve ser só para eles mesmos.
Aperfeiçoar-se para si mesmo representa só metade da tarefa.
A nossa verdadeira tarefa é aperfeiçoarmo-nos para nós mesmos e para os outros, a fim de sermos úteis ao mundo inteiro.

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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO


Vós tivestes um dia bom.
Mas eis que, já de noite, se dá um acontecimento desagradável que vos inspira tristeza e desânimo.
Não vos deiteis sem antes fazer um trabalho interior para vos libertardes desse estado.
Senão, na manhã seguinte, ao despertar, constatareis que tudo o que vivestes de bom na véspera foi apagado pelo incidente que ocorreu no final do dia e que foi essa sensação que ficou impressa em vós.
Podereis questionar: «Mas como é possível que esse momento desagradável tenha sido capaz de apagar todo um dia passado em paz e harmonia?»
É que nada fica sem consequências, e um mal-estar vivido no final do dia será sentido no dia seguinte se não fizerdes nada para o neutralizar.
Todas as noites, antes de vos deitardes, esforçai-vos por afastar tudo o que pode obscurecer a vossa consciência.
Apelai para os melhores pensamentos e para os melhores sentimentos para que eles vos acompanhem na viagem que ides fazer no outro mundo.
Assim, começareis o novo dia, livres e cheios de coragem.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  23.10.2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont.V)

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Observai a bolota de um carvalho; ela é uma imagem do seu pai, o carvalho, isto é, contém as mesmas possibilidades, mas não se lhe assemelha, não é ainda como o carvalho, só virá a sê-lo depois de plantada.
O homem foi criado à imagem de Deus, isto é, possui a sabedoria, o amor e o poder, mas num grau tão minúsculo em comparação com a sabedoria, o amor e o poder do Criador!
Porém, um dia, quando se desenvolver - com o tempo - o homem será semelhante a Ele, possuirá as Suas virtudes em plenitude.
Por conseguinte, como vedes, esse desenvolvimento, essa passagem da imagem à semelhança, pressupõe a reencarnação.
Deus disse: «Criemos o homem à nossa imagem e à nossa semelhança», mas não o fez.
«Deus criou o homem à Sua imagem, à Sua imagem o criou»; foi na ausência da palavra semelhança e na repetição da palavra imagem que Moisés escondeu a ideia de reencarnação.

Mas as pessoas não sabem ler os livros... e muito menos o grande livro da natureza viva, onde também está inscrita a reencarnação.
Tomemos a imagem da árvore.
Só os cabalistas compreenderam verdadeiramente a imagem da árvore, da qual fizeram um símbolo do Universo: todas as criaturas têm lugar em alguma parte  desta árvore, seja como raízes, seja como casca ou folhas ou flores ou frutos.
Segundo a sua ciência imensa, todas as existências, todas as actividades, todas as regiões têm o seu lugar na Árvore da Vida.
Em diferentes épocas do ano, as folhas, as flores e os frutos caem da árvore: depois, decompõem-se e transformam-se em adubo, que é absorvido pelas raízes da árvore.
E o mesmo acontece com os seres.
Quando um homem morre, é de novo absorvido pelas raízes da Árvore Cósmica, mas em breve reaparece sob uma outra forma: ramo, flor, folha...
Nada se perde, os seres desaparecem e reaparecem incessantemente nesta árvore formidável que é a Árvore da Vida.
Como vedes, a reencarnação está inscrita por toda a parte.
E em que outros fenómenos?
Na evaporação da água, por exemplo; a água do oceano evapora-se e sobe no ar, para voltar a cair mais longe sob a forma de neve ou chuva, e regressa ao oceano.
A gota de água não desaparece, faz uma enorme viagem para explorar o mundo: sobe para o céu, cai sobre as montanhas, desce para os vales e infiltra-se nas camadas subterrâneas onde toma cor: amarelo, vermelho, verde...
A água que sobe e desce, eis mais um fenómeno onde está inscrita a lei da reencarnação: como gota de água, cada espírito viaja para se aperfeiçoar e se instruir.

Quereis outro argumento?
Bom...
À noite, para vos deitardes, vós despis-vos.
Uma a uma, tirais as vossas peças de roupa: o casaco, a camisola, a camisa...
O ir para a cama, à noite, é o símbolo da morte; todas essas peças de vestuário que abandonais representam os diferentes corpos de que deveis libertar-vos, uns após os outros: primeiramente, o corpo físico, depois, algum tempo mais tarde - uma semana ou duas -, o corpo etérico, em seguida o corpo astral, e aí levais muito mais tempo, porque no plano astral estão acumuladas as paixões, as cobiças, todos os sentimentos inferiores.
É isso o Inferno: o plano astral e o plano mental inferior, onde devemos ficar algum tempo para nos purificarmos...
Em seguida, libertais-vos do corpo mental, e é aí que começa o Paraíso, com o primeiro céu, o segundo céu, o terceiro céu...
Diz a tradição que existem sete.
Só depois de se ter largado todas as peles é que se entra, completamente nu, no sétimo céu; «completamente nu» significa purificado, sem entraves.
E de manhã é o regresso do homem à terra, o nascimento da criança.
Voltamos a vestir as roupas: a camisa, a camisola, a casaco, etc. ...
Quando a criança vem à terra, começa por vestir os seus corpos subtis (átmico, búdico, causal), depois os seus corpos mental, astral, etérico e, finalmente, o corpo físico.

Como vedes, todas as noites  nos despimos e todas as manhãs voltamos a vestir-nos; as pessoas fazem isto durante anos e anos, mas nunca se detêm para reflectir sobre esses gestos e ver que eles correspondem aos processos da encarnação e da desencarnação, do nascimento e da morte.
No entanto, se soubessem interpretar esses actos quotidianos, esses gestos, esses trabalhos, esses comportamentos, os mecanismos da alimentação, da respiração, etc. ... fariam grandes descobertas, porque todos os mistérios do Universo estão reflectidos nos nossos gestos, nas nossas palavras, em todos os actos da nossa vida; simplesmente, para os decifrar é necessário ter estudado numa Escola Iniciática.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO



Aqueles que se sentem insatisfeitos, infelizes, têm tendência para atribuir esse mal-estar à falta de algo e esperam que uma pessoa ou um objecto venham preencher essa falta.
Mas a solução não está aí.
A solução é que, apesar da sensação de mal-estar, de falta de algo, o próprio se decida a levar alguma coisa aos outros, a ajudá-los, a apoiá-los, a consolá-los, a participar nas suas actividades.
Nesse momento, uma nova vida começa a circular nele e a sensação de falta desaparece pouco a pouco.
Ele compreende que, ao procurar levar algo de bom àqueles que o rodeiam ou mesmo a desconhecidos, ele próprio recebe, desde logo, uma força, um apoio...
Ao passo que aqueles que não levam nada a ninguém, seja o que for que lhes dêem, eles nada recebem.
A vida está assente nas trocas: receber e dar, dar e receber.
E, mesmo que não vos dêem nada em troca daquilo que vós destes, pelo simples facto de terdes dado já recebeis.

OMRAAM  MIKHAËL   AÏVANHOV  -  22.10.2014

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont. IV)

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A questão da reencarnação foi estudada muito seriamente; mas não irei alargar-me sobre ela, pois existe um número suficiente de livros que tratam deste assunto... ou não fosse assim que os lamas tibetanos escolhem o Dalai-Lama.
Relatar-vos-ei apenas um caso extraordinário que conheci na Bulgária.
Um dia veio à Fraternidade de Sófia, um casal que se sentia muito preocupado porque o seu filho dizia coisas incompreensíveis.
Eles contavam: «Um dia, levámo-lo a um local que ele nunca tinha visto e ele exclamou: 'Oh!, mas eu conheço este sítio, já aqui vim'
Fez até a descrição exacta dos arredores; no entanto, nunca ali tinha estado.
(Contudo, os pais sabiam que o seu primeiro filho tinha ali estado.)
'Não se recordam?
Quando eu ia para a escola, escondia-me ali... e foi acolá que me afoguei no rio.'»
Com efeito, era ali que o seu primeiro filho tinha morrido afogado, mas ele não tinha conhecimento de nada, ninguém lhe falara a esse respeito.
Portanto, o seu primeiro filho tinha vindo encarnar-se novamente na sua família.
É raro uma criança vir encarnar-se duas vezes na mesma família, mas pode acontecer.
Se interrogarmos as crianças até ao sétimo ano de idade, elas recordar-se-ão de muitas coisas.
Mas, em vez de as escutar, há mães que lhes dão uma palmada e lhes dizem: «Cala-te, não digas asneiras...»
Uma vez, duas vezes, três vezes... por fim, as crianças já não ousam contar nada.

Já vos demonstrei que, apesar de a palavra «reencarnação» não estar escrita nos Evangelhos, certas passagens comprovam que esta crença pertence à tradição.
Posso dar-vos ainda outro exemplo.
Há uma passagem em que Jesus diz: «Sede perfeitos como o meu Pai Celeste é perfeito.»
Que pensar desta frase?
Ou Jesus fala sem reflectir, pois está a pedir a homens tão cheios de imperfeições que atinjam em alguns anos a perfeição do Pai Celeste, ou não tem a mínima ideia da grandeza do Pai Celeste e imagina que é fácil para as pessoas tornarem-se como Ele.
Em ambos os casos, isso não abona muito a favor de Jesus.
Na realidade, também esta frase subentende a reencarnação.
Jesus não pensava que o homem seria capaz de se tornar perfeito numa única existência, não, mas sabia que, à força de desejar a perfeição e de trabalhar para a obter, ao cabo de uma série de encarnações ele acabará por atingir o objectivo.
E o que foi que Moisés escreveu no início do livro do Génesis, quando fez o relato da criação do homem?
«E Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e à nossa semelhança, e que ele domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos... Deus criou o homem à Sua imagem, à Sua imagem o criou.»
E onde reside essa semelhança?
Deus tinha, sem dúvida, a intenção de criar o homem à Sua imagem e à Sua semelhança, isto é, perfeito como Ele, mas não o fez.
Ele criou-o somente à Sua imagem, com as mesmas faculdades, mas sem lhe dar a plenitude dessas faculdades, a semelhança.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO


OMRAAM   MIKHAËL  AÏVANHOV  -  21.10.2014

A existência humana é como um novelo a desenrolar-se: no começo, o fio é sólido, mas à medida que o tempo passa,, ele vai ficando mais fino, até que se parte, e depois é o fim.
Cada um deve preparar-se para esse fim, para não ficar assustado no dia em que o anjo da morte vier pegar-lhe na mão, dizendo: «Sai dessa prisão em que estás fechado. Vá, agora és livre.»

Mas não basta deixar o seu corpo físico para ficar liberto.
A morte só é uma verdadeira libertação para quem, durante a sua permanência na terra, soube fazer um trabalho interior para se libertar das suas fraquezas físicas e psíquicas.
Vós viestes incarnar-vos precisamente para trabalhardes na vossa libertação, para dardes à vossa alma e ao vosso espírito cada vez mais possibilidades de triunfarem sobre a matéria..
Então, quando chegar o fim, partireis com a sensação de que sois esperados no local para onde ides.
E depois, um dia, após um certo tempo, voltareis para continuar o vosso trabalho.

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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont.III)

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Mas avancemos um pouco mais: vou mostrar-vos agora que, sem a reencarnação, tudo deixa de ter sentido na religião e mesmo na própria existência.
Procurai os padres e os pastores e perguntai-lhes: «Explicai-me por que razão é que aquele homem é rico, belo, inteligente, forte, e obtém sempre sucesso naquilo que empreende, e aqueloutro é doente, frio, pobre, miserável e estúpido?»
Eles responder-vos-ão que é a vontade de Deus.
Por vezes falar-vos-ão da predestinação e da graça, mas isso não vos avançará nenhuma explicação.
De qualquer maneira, para eles é a vontade de Deus.

Analisemos pois, esta resposta. (Já que Deus nos deu um pouco de massa cinzenta, não a deixemos criar ferrugem!)
Com que então, o Senhor tem caprichos; Ele faz o que lhe apetece, dá tudo a uns e nada aos outros.
Bom, estou a perceber...
Ele é Deus, é essa a Sua vontade.
É magnífico!
Perante isso, eu inclino-me.
Mas nesse caso, o que eu não consigo compreender é que depois Ele fique descontente, furioso, e se sinta ultrajado quando aqueles a quem nada deu de bom, cometem faltas, são maus, descrentes, criminosos.
Se foi Deus que deu aos humanos esta mentalidade, esta falta de inteligência ou de coração, porque é que Ele os castiga?
Ele, que tem todos os poderes, não poderia torná-los bons, honestos, inteligentes, sábios, piedosos, magníficos?
Não só é Ele o culpado dos crimes que eles cometem, como ainda por cima os castiga por causa desses crimes!
Aqui é que a coisa não bate certa.
Ele tem todos os poderes, faz aquilo que quer, sim senhor, não podemos censurá-Lo; mas então por que razão é que Ele não é mais consequente, mais lógico, mais justo?
Ao menos deveria deixar os humanos sossegados.
Mas não, o que Ele faz é lançá-los no Inferno para toda a eternidade!
E, também aqui, eu acho que há algo que não bate certo, e digo: «Durante quanto tempo é que eles pecaram?
Trinta anos, quarenta anos?
Bom, então que fiquem no Inferno durante quarenta anos, não mais. Agora eternamente...!»
Neste ponto, com franqueza, a coisa não pega.
Raciocinai um pouco!
Mas não, as pessoas não ousam raciocinar, tão obnubiladas estão por aquilo que lhes ensinaram.
Parece que é um crime raciocinar...
Mas então para que serve a inteligência?
Se Deus no-la deu, para que foi?

Se aceitarmos a reencarnação, se a estudarmos e a compreendermos, tudo mudará.
Deus é verdadeiramente o Senhor do Universo, o maior, o mais nobre, o mais justo, e nós compreendemos que se somos pobres, estúpidos, infelizes, é por nossa culpa, porque não soubemos utilizar tudo aquilo que Ele nos deu na origem, quisemos fazer experiências que nos saíram caras; e Ele, o Senhor, como é generoso e tolerante, deixou-nos agir, dizendo: «Bem, eles irão sofrer, irão dar umas cabeçadas, mas não faz mal, pois eu voltarei a oferecer-lhes as minhas riquezas e o meu amor...
Eles têm numerosas encarnações diante deles...»
Portanto, Ele deixou-nos fazer a nossa vontade e agora tudo o que nos acontece é por nossa culpa.
Por que razão é que a Igreja lançou toda a responsabilidade para cima do Senhor?
Vós direis: «Não, ela não fez isso, apenas suprimiu a crença na reencarnação.»
Na realidade, se reflectirmos um pouco, vem dar ao mesmo.
Até ao século quarto, os cristãos acreditavam na reencarnação, tal como os Judeus, os Egípcios, os Hindus, os Tibetanos, etc. ... Mas os padres da Igreja pensaram, sem dúvida, que essa crença fazia com que as coisas avançassem muito lentamente, que as pessoas não estavam interessadas em ser melhores, e por isso quiseram incitá-las a aperfeiçoar-se numa única vida, suprimindo a reencarnação.
Aliás, pouco a pouco, a Igreja foi inventando coisas tão horríveis para assustar os humanos, que na Idade Média, só já se acreditava no Diabo, no Inferno e nos castigos eternos.
Portanto, a Igreja suprimiu a crença na reencarnação, pensando que assim obrigaria os humanos a aperfeiçoarem-se mais depressa, mas não só eles não melhoraram, como se tornaram piores... e ainda por cima ignorantes!
É por isso que é necessário retomar essa crença; caso contrário, tudo está fora do seu lugar: a vida não tem sentido, o Senhor é um monstro, e assim por diante...

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OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



PENSAMENTO QUOTIDIANO

Um homem e uma mulher que se amam procuram instintivamente aproximar-se, é natural.
Contudo, se eles analisassem o que então se passa no domínio das emanações subtis, compreenderiam que essa aproximação pode não ser assim tão favorável ao seu amor.
Porquê?
Porque o espaço que separa dois seres, que eles crêem que está vazio, na realidade está cheio de essências subtis que são as melhores condutoras das suas energias psíquicas.
Se eles aceitarem manter uma certa distância, sentir-se-ão cada vez mais vivificados, reforçados, pelas correntes de energias que circularão entre eles.

O amor não é o encontro de dois corpos, mas a fusão de duas quinta-essências, e a distância proporciona as melhores condições para que as verdadeiras comunicações continuem a estabelecer-se entre as almas.

E, se um dia, esses seres decidirem viver juntos, também nesse caso devem manter uma certa distância para evitarem cair na familiaridade prosaica que caracteriza a vida quotidiana dos casais se eles não estiverem vigilantes.
É por causa dessa falta de vigilância, que muitas vezes, eles perdem o amor.
Assim, é bom que num casal, cada um guarde para o outro algo de secreto, de misterioso, para manter o interesse, a curiosidade.
É este mistério que protege, que alimenta a atracção que cada um sente pelo outro.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  - 20.10.2014

domingo, 19 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont.II)

...
E se ainda não estiverdes convencidos, eis mais alguns argumentos.
Um dia, Jesus recebeu a informação de que João Baptista acabara de ser feito prisioneiro, e o texto diz apenas: «Ao saber que João Baptista tinha sido entregue, Jesus retirou-se para a Galileia.»
Algum tempo depois, João Baptista foi decapitado por ordem de Herodes.
Após a transfiguração, os discípulos perguntaram a Jesus: «Porque afirmam os escribas que primeiramente deve vir Elias?»
Jesus respondeu: «É verdade que Elias há-de vir e restabelecer todas as coisas, mas eu digo-vos que Elias já veio, mas eles não o reconheceram e trataram-no como quiseram.»
E o texto acrescenta: «Os discípulos compreenderam que ele falava de João Baptista.»
Portanto, é claro que João Baptista era a reencarnação de Elias.
Aliás, o Evangelho refere também que, quando um anjo apareceu a Zacarias, pai de João Baptista, para lhe anunciar que a sua mulher, Isabel, iria dar à luz um filho, ele lhe disse: «Ele caminhará perante Deus com o espírito e o poder de Elias.»

Vejamos agora a vida do profeta e procuremos saber aquilo que ele fez para que lhe tenham cortado a cabeça quando ele reencarnou mais tarde como João Baptista.
É uma história muito interessante.
Elias viveu no tempo do rei Achab.
Achab tinha desposado Jesebel, filha do rei de Sidon, e por causa dela, prestava culto a Baal.
Elias apresentou-se perante o rei Achab para lhe reprovar a sua infidelidade ao Deus de Israel e disse-lhe: «Não haverá durante estes anos nem orvalho, nem chuva, senão pela minha palavra.»
Depois partiu e, por ordem de Deus, foi esconder-se nas montanhas para escapar às buscas que o rei mandara fazer.
Ao cabo de três anos a seca tinha causado grandes prejuízos em toda a região: o povo sofria os efeitos da fome e Deus enviou Elias novamente à presença do rei Achab.
Logo que o viu, o rei acusou violentamente Elias de ser a causa daquela seca.
«Não, disse o profeta, és tu a causa, porque abandonaste o Eterno para render culto ao deus Baal.
Vamos ver agora quem é o verdadeiro Deus.
Ordena que todos os profetas de Baal se reúnam no monte Carmelo...»
Todos os profetas se reuniram e Elias disse: «Agora, tragam dois touros; ergueremos dois altares, um para Baal e outro para o Eterno.
O Deus que responder pelo fogo será o verdadeiro Deus.»
Os profetas começaram; desde o nascer-do-sol até ao meio dia, fizeram invocações: «Baal... Baal... Baal... responde-nos...»
Mas não houve resposta, e Elias fazia troça deles: «Gritai um pouco mais alto, para que ele vos ouça, pois pode estar absorto com alguma coisa ou andar em viagem, ou então estar a dormir.»
Os profetas gritavam com mais força e, como conheciam a prática da magia, chegaram até a fazer incisões nos seus próprios corpos, porque esperavam atrair, através do sangue que corria, larvas e outros elementais que fariam cair o fogo sobre o altar.
Mas nada aconteceu.
Então, Elias disse: «Agora basta!
Tragam-me doze pedras.»
E com essas pedras fez um altar, à volta do qual cavou um fosso; colocou madeira sobre as pedras, e sobre a madeira, o touro cortado em pedaços.
Depois mandou regar tudo com água e encher o fosso também com água.
Então, estando tudo preparado, Elias invocou o Senhor: «Ó Eterno, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, que hoje se saiba que Tu és Deus em Israel, que eu sou Teu servidor e que fiz todas estas coisas pela Tua palavra.»
E o fogo caiu do céu, com uma tal força que consumiu tudo: não restaram nem vítima, nem madeira, nem pedras, nem água.
Todo o povo, aterrorizado, reconheceu que o verdadeiro Deus era o Deus de Elias.
Nessa altura, Elias, sem dúvida demasiado orgulhoso por esta vitória, mandou conduzir os 450 profetas de Baal para junto de uma torrente, onde os decapitou.

Eis a razão pela qual era de esperar que também ele fosse decapitado, pois existe uma lei, que Jesus enunciou no Jardim de Gethsémani, no momento em que Pedro, precipitando-se sobre o servidor de Caifás, lhe cortou a orelha: «Pedro, guarda a tua espada na baínha, porque todos os que se servirem da espada, pela espada morrerão.»
Ora, numa mesma existência nem sempre se vê a veracidade destas palavras.
E como é que Elias morreu?
Não só não foi massacrado, como até lhe enviaram um carro de fogo no qual foi transportado ao céu.
Mas recebeu o castigo pela sua falta quando veio à terra na pessoa de João Baptista.
Jesus sabia bem quem ele era e que destino o esperava.
Foi por esta razão que, apesar de ter proferido acerca dele estas palavras magníficas: «Entre aqueles que nasceram de mulheres, não há ninguém maior que João Baptista», Jesus nada fez para o salvar, e não fez nada porque a justiça devia seguir o seu curso.
Compreendemos agora por que razão ele abandonou a região quando lhe anunciaram a prisão de João Baptista: é que Ele não devia salvá-lo.
A lei é a lei.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  19.10.2014

Todas as formas têm tendência para se tornar rígidas e, se os humanos não estiverem atentos, o espírito que anima essas formas já não tem possibilidade de se manifestar.
Por isso, parte à procura de novas formas, mais adaptadas àquilo que ele quer exprimir.

Esta lei é válida em todos os domínios, mesmo no da religião.
Por isso, as religiões que há séculos teimam em manter as mesmas formas estão erradas.
Em vez de compreenderem que é sempre necessário fazer evoluir as formas para que elas consigam exprimir cada vez mais, cada vez melhor, as correntes sempre novas do espírito, imensos crentes tentam convencer-se de que devem manter a sua religião exactamente nas formas com que ela foi criada.
Segundo eles, seria mesmo essa a vontade de Deus.
Pois bem, não é assim, a Inteligência Cósmica não fixou nada na forma definitivamente, e sempre que os humanos recusaram fazer evoluir as formas, surgiram acontecimentos que fizeram desaparecer essas doutrinas, essas crenças, esses ritos que eles julgavam válidos e instalados para sempre.
O que os humanos pensam não é o que pensa a Inteligência Cósmica, ela tem outros projectos.
Por isso, ao longo dos séculos sempre se viu acontecerem perturbações e mudanças por intermédio das quais o espírito mostrou que recusa deixar-se aprisionar em formas.

sábado, 18 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO

I

Hoje gostaria de falar-vos da reencarnação, porque por vezes apercebo-me de que esta questão preocupa e inquieta alguns de vós.
Sempre lhes ensinaram que o homem só vive uma vez, e agora, ao ouvir falar de reencarnação, ficam perturbados e bastante confusos.
Poderíamos alongar-nos bastante sobre esta questão, expondo, por exemplo, o que pensavam a este respeito os Tibetanos, os Hindus ou os Egípcios, falando dos seus trabalhos e das suas experiências. Mas contentar-me-ei em interpretar algumas das passagens das Escrituras e provar-vos-ei que o próprio Jesus conhecia e aceitava a reencarnação.
Dir-me-eis que lestes os Evangelhos de fio a pavio sem nunca ter encontrado a palavra "reencarnação".
Porém, eu responder-vos-ei que não é de admirar que não se tenha mencionado explicitamente a reencarnação numa época em que toda a gente acreditava nela.
Como é que os evangelistas poderiam suspeitar que era necessário referir especificamente a reencarnação, prevendo uma época em que as pessoas deixariam de acreditar nela?
Os seus escritos foram tão sintéticos que eles não se alongariam sobre um assunto que fazia parte da tradição.
Isto não é convincente?...
Bom, bom, já ireis ficar convencidos.
Estudemos nos Evangelhos certas perguntas que são formuladas por Jesus ou pelos seus discípulos, e as respectivas respostas.
Um dia, Jesus perguntou aos discípulos: «Quem dizem os homens que eu sou?»
Que significa esta pergunta?
Já vistes alguém perguntar: «Quem dizem os homens que eu sou?»
As pessoas sabem quem são e não se interrogam sobre o que os outros dizem a esse respeito.
Para fazer semelhante pergunta é necessário acreditar na reencarnação.
E observai o que respondem os discípulos: «Uns dizem que és João Baptista; outros, que és Elias; outros, que és Jeremias ou um dos profetas.»
Como se pode dizer que alguém é tal ou tal pessoa que já morreu há imenso tempo, se não tiver como base a ideia da reencarnação?
Uma outra vez, Jesus e os seus discípulos encontravam-se perante um cego de nascença, e os discípulos perguntaram: «Rabi, quem pecou, este homem ou os seus pais, para que ele tenha nascido cego?»
Também neste caso alguém faria perguntas tão absurdas se não acreditasse na reencarnação?
Quando é que este homem poderia ter pecado, no ventre da sua mãe?
A qual botequim, a qual "boite" poderia ele ter ido?
Que negócio desonesto fazia ele?
Quem é que tinha assassinado?
Ou se trata de uma pergunta estúpida, ou então ela subentende a crença numa vida anterior.
Vós direis: «Sim, mas os discípulos de Jesus não eram instruídos, conta-se que eram pescadores, e por isso poderiam fazer perguntas um tanto esquisitas.»
Se fosse esse o caso, Jesus ter-lho-ia feito notar.
Podemos ver nos Evangelhos que em certas ocasiões ele não hesita em repreender os seus discípulos.
Ora, Jesus não os repreendeu; respondeu-lhes simplesmente: «Não é que ele ou os seus pais tenham pecado...»
Este é também um aspecto importante.
Os discípulos puseram a hipótese de ter sido o pecado dos pais a causa da cegueira do filho, porque tinham aprendido na lei hebraica que cada anomalia, cada enfermidade, cada infelicidade, é devida a uma transgressão das leis, mas que muitas vezes a pessoa pode pagar por outra e, por isso, quando vemos alguém infeliz não podemos saber se essa pessoa está a expiar as suas próprias faltas ou se está a sacrificar-se por uma outra pessoa.
Tratava-se de uma crença admitida pelos Judeus.
Como tudo o que pode acontecer de mau é o resultado de uma transgressão, os discípulos fizeram aquela pergunta porque sabiam que um homem não pode nascer cego sem que haja uma razão para isso... ou só porque apeteceu a Deus fazê-lo cego, como os cristãos julgam!
E, por isso, Jesus respondeu: «Isto não aconteceu porque ele ou os seus pais pecaram, mas para que as obras de Deus se manifestem através dele», isto é, para que, ao passar por aqui, eu o cure e o povo creia em mim.
E ele explicou-lhes: «Foi-vos ensinado que os homens recebem sofrimento por duas razões: ou cometeram pecados e são castigados ou então, não tendo cometido pecados, tomam sobre si o karma dos outros, sacrificando-se para evoluir.
Mas existe uma terceira categoria, que terminou a sua evolução, que é livre, e a quem ninguém obriga a descer novamente à terra.
E, muitas vezes, eles descem porque aceitaram suportar qualquer tipo de doença, sofrimento ou enfermidade, e até ser martirizados, a fim de ajudar os humanos.
Pois bem, este nado cego faz parte da terceira categoria.
Nem ele pecou nem os seus pais pecaram; ele desceu à terra com esta enfermidade para que eu o curasse e toda a gente acreditasse em mim.»
Assim, este homem salvou uma grande quantidade de pessoas.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  18.10.2014

Os instintos são forças de vida formidáveis.
Se se procura suprimi-los, ou não se consegue e fica-se esgotado com essa luta, ou então consegue-se, o que não é melhor, pois seca-se em si as fontes da vida.
Então, como dominar os seus instintos?
Alimentando um alto ideal, pois ele é o melhor transformador das energias.
Assim que colocamos um ideal elevado no nosso coração, na nossa alma, as nossas energias são obrigadas a passar por ele e, é ele que se encarrega de lhes dar uma direcção diferente, uma direcção para o alto.

Questionais-vos sobre como se faz essa transformação?
Não é necessário sabê-lo.
Quando nós comemos, não precisamos de saber detalhadamente que transformações estão a acontecer, primeiro na boca e depois no estômago e nos intestinos, mas sentimos que recebemos forças.
Acontece o mesmo com o alto ideal: se o alimentarmos com os nossos melhores pensamentos, os nossos melhores sentimentos, os nossos melhores desejos, ele transforma as nossas pulsões instintivas, e as energias produzidas por essa transformação alimentam, por sua vez, a nossa vida psíquica, a nossa vida espiritual...
e também a nossa vida física, pois em nós nada está separado.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

EVOLUÇÃO E CRIAÇÃO (Cont.III)

...
Há muito tempo que tenho vontade de combater a filosofia materialista  e de a destruir.
Direis vós: « Mas que ambição, que orgulho!
Até agora ainda ninguém o conseguiu.»
Pois bem, mas eu tenho argumentos muito simples, graças aos quais creio que o conseguirei.
Imaginai dois frascos, que enchemos com perfumes diferentes.
Os dois frascos continuam separados, são dois objectos bem diferentes.
De um ponto de vista materialista, não existe nenhuma comunicação entre eles, e isso é verdade: no que diz respeito à forma exterior, do continente, isso é exacto, os objectos mantêm-se separados.
Mas já deixa de ser verdadeiro se considerarmos o conteúdo, porque de ambos os perfumes libertam-se partículas subtis que se elevam e se espalham no ar, fundindo-se.
Uma ciência que se ocupa apenas dos fenómenos visíveis, tangíveis e mensuráveis, desconhece tudo o que se desenvolve ao nível mais subtil, o das quinta-essências e das emanações invisíveis, e daí deixa de ser verídica: escapa-lhe metade da verdade.
Voltemos agora ao sol.
Ele está longe, a milhões de quilómetros de distância, no entanto nós sentimo-lo aqui, ele toca-nos, aquece-nos, cura-nos.
Como consegue ele estar tão próximo apesar de tão grande distância?
Libertando uma quinta-essência que faz parte dele próprio - os seus raios; é graças a eles que o sol estabelece contacto connosco: ele envolve-nos, acaricia-nos, penetra em nós, estamos fundidos nele.
Uma vez que a luz e o calor do sol não são outra coisa senão o próprio sol, pode dizer-se, pois, que o sol e a terra se tocam, que os planetas contactam entre si.
Considerai o nosso planeta: há a terra; por cima da terra, a água; acima da água, o ar; e acima do ar, o éter.
É a este nível que se pode afirmar que os planetas se tocam.
Não é no seu aspecto físico que eles se fundem, mas sim no plano subtil, na sua alma.
Por isso a astrologia acreditou sempre na influência dos planetas e das constelações.

Estudemos agora os pequenos planetas que os homens e as mulheres são.
Que se passa com eles?
Imaginai que está aqui um rapaz e além uma rapariga: eles olham-se, sorriem um para o outro...
Se considerarmos os factos de um ponto de vista materialista, diremos: «Eis dois corpos bem distintos, separados, que não se tocam; não há, portanto, nenhuma comunicação entre eles.»
Mas se encararmos a questão de um ponto de vista espiritualista, pronunciar-nos-emos de modo diferente, pois dado que as almas destes jovens comunicam entre si, eles estão realmente unidos pelos seus fluidos e pelas suas emanações, exactamente como os raios de dois sóis se fundiriam no espaço.

Estas poucas palavras ajudar-vos-ão a compreender como é que, graças aos seus corpos subtis, o homem tem a possibilidade de atingir a Alma Universal e de se unir a ela.
Esta é a razão de ser da oração.
A oração não é mais do que uma troca com o Criador, um acto pelo qual nos elevamos acima de nós próprios para encontrar elementos que nos ajudarão a criar obras perfeitas, obras divinas.
Se um criador quiser deixar uma obra-prima imortal, inesquecível, não deve ficar unicamente ao nível dos cinco sentidos, como fazem muitos artistas de agora.
Presentemente, no campo da arte, está na moda os autores debruçarem-se sobre as realidades mais prosaicas.
A maior parte dos artistas já não sabe como elevar-se para contemplar a beleza sublime; eles apresentam ao público apenas vulgaridades ou monstruosidades, carantonhas, porque esqueceram o segredo da verdadeira criação.

Se quiserdes tornar-vos um verdadeiro criador, ligai-vos à Divindade para receber dela algumas partículas que em seguida transmitireis à vossa criação; assim, o vosso filho ou a vossa obra, ultrapassar-vos-ão em beleza e em inteligência.
Meus queridos irmãos e irmãs, eis horizontes novos: saber realizar trocas com tudo o que é superior, saber que a oração, a meditação e a contemplação são meios de criação.
Uma vida inteira não vos bastará para explorar todas estas possibilidades, tão vastas elas são.

Nada é mais importante para o homem do que restabelecer a ligação com o Criador.
Não reparastes que o nascimento das crianças é baseado nesta mesma lei: a mãe que deve unir-se ao pai, fundir-se com ele?
Toda a criação necessita da união de um pai e de uma mãe.
Mas se na concepção não intervier este lado subtil que é a alma, a imaginação, para captar elementos superiores, então a criação falhará ou, se não falhar inteiramente, não beneficiará de qualquer aperfeiçoamento.
Ora, a criação não é uma estagnação, uma simples reprodução, uma cópia, mas sim um passo em frente, uma evolução.
É graças a este instinto de criar que cada ser evolui, que todo o cosmos evolui.
Com efeito, à excepção de Deus, tudo tem de evoluir.


PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  17.10.2014

Porquê discutir tanto sobre a existência ou a não existência de Deus?
É inútil.
Na realidade, a questão põe-se muito simplesmente: para o não crente, certamente Deus não existe.
Porquê?
Porque depende do homem que as coisas existam ou não para ele.
Imaginai alguém que está a dormir: mesmo que tenham reunido todos os tesouros do mundo em redor da sua cama, como ele não está consciente, é como se não houvesse lá nada.

Há tantos seres humanos que estão assim mergulhados na inconsciência!
Os sábios, os Iniciados, como são seres verdadeiramente evoluídos, vêem os esplendores que os rodeiam e regozijam-se com eles; os outros têm as mesmas riquezas à sua volta e neles próprios, mas não as vêem, não as sentem.
Tudo depende, pois, do estado de consciência.
Quando se está desperto, certas coisas tornam-se uma realidade, mas, no momento em que se adormece, elas apagam-se.
É também assim com a existência de Deus: quem está adormecido não a sente e afirma que Ele não existe.
Mas, se essa pessoa despertar, sentirá que Deus está à sua volta e nela própria.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Assim que sentirdes a vossa resistência psíquica enfraquecer, não digais para vós próprios que isso vai passar.
Pode passar, efectivamente, mas é mais prudente reagir de imediato fazendo alguma coisa: ir regar as flores, dizer palavras agradáveis a alguém, levar-lhe algum objecto de que ele precisa ou que lhe dá prazer, apanhar um papel ou uma garrafa vazia que se arrasta pelo chão, tirar uma pedra ou pedaços de vidro do caminho, etc.
Acima de tudo, esforçai-vos por fazer esses gestos conscientemente, com a vontade de dar uma outra orientação às correntes negativas que vos atravessam.
Cada pequeno gesto executado com aplicação, sinceridade e amor será como uma criatura de luz que expulsará as trevas ou as impedirá de entrar em vós e de vos destruir.

E vou dar-vos um método para o caso de sentirdes que estais a perder a alegria, o amor, a paz, a esperança, a fé.
Escrevei as palavras "paz, amor, alegria..." numa folha de papel; pegai nessa folha com a mão esquerda e depois, erguendo a mão direita para o Céu, procurai captar as correntes portadoras dessas bençãos.
Quando tiverdes a sensação de que captais uma dessas correntes, concentrai-vos fortemente e depois colocai a vossa mão direita sobre o plexo solar para a fazer penetrar em vós.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  16.10.2014

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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

EVOLUÇÃO E CRIAÇÃO (Cont.II)

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Disse-vos já noutras conferências que podemos considerar a imaginação como uma mulher interior que dá à luz filhos... bem sucedidos ou falhados, conforme a qualidade dos germes que lhes tivermos fornecido.
Quando essas crianças fazem asneiras, estragos, é o pai que tem obrigação de pagar as multas, e por vezes é perseguido, castigado e espoliado em vez delas.
Se, pelo contrário, os seus filhos ganham prémios, o pai receberá todas as honras.
Direis vós: «Mas que filhos são esses?»
São os nossos pensamentos e os nossos sentimentos, e o pai somos nós próprios.
Eis mais um domínio muito vasto para estudar e aprofundar, mas, para não me dispersar, vou voltar ao ponto essencial do assunto.

Portanto, este instinto de criação que trazemos em nós impele-nos a ultrapassar as nossas capacidades vulgares e põe-nos em contacto com outras regiões, outros mundos repletos de existências etéricas, subtis, luminosas. E é graças a esta parte de nós próprios, que conseguiu deslocar-se e ir mais longe para captar certos elementos inteiramente novos, que nós podemos gerar filhos superiores a nós ou obras-primas que nos ultrapassem.
Com efeito, muitas vezes a criação é bem mais bela que o seu autor.
Podeis conhecer um homenzinho aparentemente insignificante, mas que, afinal, foi quem produziu uma determinada obra gigantesca, verdadeiramente digna de um gigante, de um titã!
Esta parte subtil de si próprio que possui a faculdade de se deslocar, conseguiu ir muito longe, muito alto, e aí, enriqueceu-se acumulando novos elementos; depois,quando se pôs a trabalhar, ele fez sair das suas mãos uma obra extraordinária, prodigiosa, que maravilhou o mundo inteiro.
Embora todos os homens tenham necessidade de criar, infelizmente poucos são capazes de se tornar verdadeiros criadores no plano espiritual.
Muito poucos se elevam até esse nível e sabem que, para produzir obras sublimes, é preciso conhecer certas leis e exercitar-se de uma maneira especial.
Já ireis compreender qual é essa maneira...

Como é que a terra, que no Inverno se encontra adormecida, nua e estéril, na Primavera se cobre de uma vegetação tão bela e colorida - ervas, flores, árvores e frutos?
É que nessa época ela fica muito mais exposta ao sol e começa a receber dele determinados elementos.
Ela põe-se a trabalhar e supera-se, produz «obras-primas» extraordinárias, coloridas, açucaradas e perfumadas que oferece a todas as criaturas.
Portanto, se o homem também quiser criar e produzir obras notáveis, deve descobrir um sol, um ser mais poderoso e inteligente que ele, com o qual possa unir-se e fazer trocas.

Compreendeis agora porque é que nós vamos todas as manhãs ver o sol nascer?
É para aprendermos a criar obras que se assemelhem a ele, obras novas, límpidas, plenas de luz, de calor e de vida.
Mas, na realidade, aqui o sol é um símbolo... um símbolo de Deus, junto do qual nós devemos ir para nos unirmos a Ele, pois é graças a estas trocas com o Senhor que nos tornaremos criadores como Ele.
Aqui temos a razão de ser da oração, da meditação, da contemplação e de todos os exercícios espirituais.
Mas não sei se isto já estará bem claro para vós e tentarei aprofundar ainda mais esta questão.

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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  15.10.2014

O poder criador do ser humano reside muito mais acima do que o seu nível de consciência vulgar: ele manifesta-se como uma faculdade para explorar realidades que o ultrapassam, captar os elementos dessas realidades e reproduzi-los na matéria.

Criar é superar-se, ultrapassar-se.

Ora, mesmo para muitos artistas, o acto de criar fica ao nível do instinto: eles sentem um impulso para se exprimir, nada mais; mas exprimir-se ainda não significa criar.
Todos os artistas que não se esforçam por se elevar até às regiões superiores da alma e do espírito, não podem exercer uma boa influência naqueles que os olham, os escutam ou os lêem.

Estudai bem os estados que o contacto com as obras de arte ou do pensamento fazem nascer em vós, pois esse contacto tem sempre consequências.
Quer vós queirais, quer não, ligais-vos aos seus autores e eles arrastam-vos para os caminhos que percorreram antes de vós.
É nisto que a arte, bem compreendida, poderia ser a melhor das pedagogias.
Quando os artistas souberam elevar-se até ao mundo divino, até ao cume do seu ser, os elementos que eles trouxeram dessas ascensões espirituais não só continuam a trabalhar neles como produzem também transformações benéficas no mundo inteiro.  

terça-feira, 14 de outubro de 2014

EVOLUÇÃO E CRIAÇÃO

Desde o começo da sua evolução que o homem se tem mostrado desejoso de criar; são prova disso as descobertas arqueológicas relativas às civilizações mais primitivas.
Mesmo uma criança, desde muito pequenina, quer construir, desenhar, colorir...
Pode-se dizer que, entre os mais fortes e mais tenazes instintos que o homem possui, se encontra esta necessidade de ser um criador, assemelhando-se assim ao seu Pai Celeste.
A arte é a prova de que este desejo que todo o homem sente de ser um criador não se limita à criação dos filhos, a uma simples reprodução para conservação da espécie.
Ela manifesta-se como uma necessidade de ir mais longe, de dar mais um passo para encontrar algo mais belo, mais subtil, mais perfeito.
O poder criador do homem situa-se além do seu nível de consciência vulgar: encontra-se num ponto da sua alma que nesse momento se manifesta como capacidade de explorar, de contemplar as realidades que o ultrapassam e de captar os seus elementos.

Criar é superar-se, ultrapassar-se.

Se alguns inventores conseguiram fazer descobertas tão revolucionárias foi porque souberam elevar-se até ao domínio da imaginação e, mais alto ainda, ao da intuição, para captar ideias, imagens, que depois transcreveram e realizaram.
A ciência oficial não explorou ainda as possibilidades da intuição, nem a natureza desta faculdade que, como uma antena ou um radar, pode prever, predizer, projectar-se no futuro.
Quando, de tempos a tempos, alguns cientistas, que estão a meio caminho entre a ciência oficial e a ciência esotérica, lançam ideias mais avançadas, não se acredita neles, são rejeitados, criticados; mas, mais tarde, as pessoas são obrigadas a reconhecer que eles foram grandes precursores.

Esta faculdade de imaginar que o homem possui, é verdadeiramente criadora, e se ele souber como purificá-la e cultivá-la num estado de clareza e de lucidez perfeitas, ela pode fazê-lo descobrir realidades nunca suspeitadas até então.
Todos os inventores passaram horas inteirinhas mergulhados nas suas pesquisas e meditações, e ninguém pode negar que a sua intuição tenha sido uma faculdade verdadeiramente autêntica.

E nós, aqui, numa Escola Iniciática, fazemos exactamente a mesma coisa que eles, mas conscientemente, com conhecimento de causa, com a diferença porém, de que a nossa imaginação é orientada não para descobertas físicas, químicas, técnicas, mas sim para descobertas interiores, espirituais.
Também a nós ela permite fazer descobertas de que muita gente não pode fazer sequer uma ideia.

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