quinta-feira, 2 de outubro de 2014

COMO ALARGAR A NOÇÃO DE FAMÍLIA (cont. IV)

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Reparai: todos se preocupam apenas com a resolução dos seus próprios problemas: subsistir, comer, vestir-se, ganhar dinheiro, casar-se, ter alguns filhos...
Pensam apenas em si próprios.
De longe em longe, sim senhor, trabalham um pouquinho para a sociedade, mas em geral é no seu próprio interesse que o fazem...
Por isso a sorte da humanidade não melhora; as pessoas não pensam na colectividade, pensam apenas em si, na sua família.
Julgam que, se tiverem as suas questões resolvidas, viverão em segurança, mas isso não é verdade.
Nós vivemos numa colectividade, e se nessa colectividade estalar uma revolução, um motim, uma guerra, os nossos bens individuais não estarão em segurança.
Portanto, mesmo que resolvamos as nossas próprias questões, de facto elas nunca estão resolvidas, porque podem surgir, vindos da colectividade, abalos que destruam tudo.
Há sempre uma espada de Damocles suspensa sobre a cabeça de cada indivíduo.
A História mostrou-o: houve tantas personagens poderosas e ricas que nada parecia poder atingir!
Mas surgiram na sociedade conflitos, tumultos, e elas acabavam por perder tudo, até a vida.
Isto prova que o destino das famílias está ligado ao da colectividade.
Assim, ao melhorar-se a vida colectiva, dar-se-á segurança a cada indivíduo, porque só a estabilidade colectiva, da qual tudo depende, proporciona segurança e abundância aos indivíduos.
Há, pois, duas maneiras de encarar o interesse pessoal.
A primeira é pensar que, assegurando as suas conveniências, independentemente de tudo o resto, as pessoas viverão bem.
Mas eu já vos disse que isso é impossível; como estamos ligados à colectividade, se acontecerem desgraças aos outros nós não poderemos ser poupados, também seremos apanhados pelas mesmas tempestades.
A outra maneira de ver, a verdadeira, é a que começa por valorizar os interesses da colectividade, visto que a felicidade ou infelicidade de cada indivíduo depende das condições em que essa colectividade se encontra.

Sim, a única solução para proteger verdadeiramente a família é trabalhar para a colectividade mundial: que todos os dirigentes de todos os países compreendam que é preciso formar um governo mundial, que todos os países se fundam num só país, que toda a terra se torne uma família.
Direis: «Isso é impossível, há esta razão e aquela que impedem que...»
Conheço tudo o que possais dizer-me.
Em relação ao presente, claro, tendes razão, mas eu trabalho para o futuro.
No futuro far-se-á esta união, pois os acontecimentos conduzirão as pessoas a estas concepções.
As desgraças, as guerras, levarão as pessoas a modificar os seus pontos de vista.

Há que aceitar, agora, esta nova filosofia que a era de Aquário traz ao mundo, é preciso alimentá-la, fortalecê-la, dando-lhe um lugar cada vez maior no nosso coração, na nossa inteligência, na nossa alma, no nosso espírito.
Os pensamentos e os sentimentos de todos os seres esclarecidos formam uma força luminosa que se propaga e age sobre todos os seres humanos, e um dia o mundo inteiro será influenciado, contagiado, por esta nova luz.
É por isso que - sempre vo-lo tenho dito - quem mantém a humanidade na ignorância de que o pensamento é uma força actuante entrava imenso a sua evolução.
Mas nós, que conhecemos o poder do pensamento, da meditação, da oração, e os resultados benéficos que eles podem ter sobre a humanidade, participamos neste trabalho luminoso para que o ideal da Fraternidade Branca Universal se propague ao mundo inteiro.
E a Fraternidade Branca Universal só pretende uma coisa: que o mundo inteiro forme uma família.

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