sexta-feira, 31 de julho de 2015

A VERDADEIRA RELIGIÃO SOLAR (Cont. VI)

 O Cristo é, evidentemente, uma entidade bem mais vasta do que o Sol, é o filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade, e não se manifesta unicamente no nosso Sol, pois no Cosmos, que é imenso, existem inúmeros sóis bem maiores e mais luminosos do que o nosso...
É por esse motivo que, quando falo do Cristo, não me refiro a Jesus, mas ao princípio cósmico que não tem princípio nem fim.
Jesus foi um homem que viveu na Palestina há dois mil anos e que era tão puro, tão nobre, tão evoluído, que aos trinta anos recebeu o Espírito Santo e, ao mesmo tempo, o Espírito do Cristo; por isso se lhe chamou Jesus-Cristo.
Mas o Cristo pode nascer no coração e na alma de qualquer ser humano.
Foi ele que se manifestou através de Orfeu, de  Moisés, de Zoroastro, de Buda... e de todos os grandes Iniciados de todos os países e de todas as épocas.
Existiu apenas um Jesus, mas existem, podem existir, milhares de Cristos.
Jesus continua a ser único, está à cabeça da religião cristã, como Buda está à cabeça da religião budista, ou Maomé à cabeça da religião muçulmana.
Mas o Cristo, esse, está à cabeça de toda a humanidade, e até do Universo inteiro, ele não é o chefe duma religião, mas de todas as religiões, foi ele que as inspirou.
Por isso,, os homens devem acabar com o lado racial e sectário das religiões.
O próprio cristianismo é ainda uma religião sectária.
No Velho Testamento, Deus era apenas o Deus dos Israelitas; só eles podiam viver e tinham o direito de dominar e massacrar os outros povos.
Mais tarde, os cristãos serviram-se do Novo Testamento para fazer a mesma coisa, pensando que eram escolhidos, amados e preferidos pelo Senhor, e que os outros eram infiéis.
Eis o maior erro dos cristãos.
Assim como o Sol é para todos os homens, também o Senhor é para todos os seus filhos, senão concluir-se-ia que o Sol ultrapassa o Senhor em amor e em generosidade.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.07.2015

É com a sabedoria e o amor que construís a vossa verdadeira morada.
Os materiais da sabedoria são sólidos mas, para resistirem durante muito tempo, têm de ser sustidos por uma alma viva, senão depressa vereis aparecer fissuras nas paredes.
E essa alma viva é o amor.

Quando uma casa está habitada, não se estraga tanto como se estivesse vazia.
A presença do homem, a sua actividade, a sua respiração, vivificam-na.
Ela diz: «Uma vez que algu~em se abrigou em mim, devo permanecer de pé.»
Mas, se a abandonarem, ela começa a desconjuntar-se.

Construí, pois, a vossa morada tendo a sabedoria como estrutura, mas enchei-a de amor para a conservar, para a consolidar.
Se não existir amor, se não houver vida a circular no interior, ela desmoronar-se-á.
A prova disso é que, quando a alma deixa o corpo do homem, este decompõe-se pouco a pouco.
Quem é que mantinha aquela morada em bom estado?
A vida que circulava nela.


quinta-feira, 30 de julho de 2015

A VERDADEIRA RELIGIÃO SOLAR (Cont. V)


II

Quando Jesus dizia: «Ninguém pode ir ao Pai senão através de mim», era o Cristo que falava pela sua boca.
Ele queria dizer: ninguém pode ir ao Pai senão através de  mim, porque eu sou o espírito do Cristo que se manifesta através do Sol.
Direis que é uma interpretação arbitrária.
Não, posso mostrar-vos como se encontra o lugar de todas as verdades; elas são apresentadas de uma forma dispersa, desconexa, e o Iniciado deve ligá-las e encontrar o lugar de cada uma delas no grande livro da Natureza viva.

Já vos mostrei que o Sol, com a vida que nos dá, com a sua luz e o seu calor é, para nós, que estamos na Terra, a melhor imagem da Santíssima Trindade.
A vida que corre através do Sol é o Pai.
Em relação à luz e ao calor, podemos pensar que é, indiferentemente, o Filho ou o Espírito Santo; porém, do ponto de vista iniciático, o Espírito Santo representa mais o calor, o amor, ao passo que o Filho, o Cristo, representa a luz, a sabedoria.
Logo, esta luz que sai do Sol e que produz tantas transformações no Universo, que distribui tantos benefícios a todas as creaturas, esta luz cuja verdadeira natureza ainda não se conhece, é o Cristo, o espírito do Cristo.
A luz do Sol é um espírito vivo, e é através desta luz que o espírito do Cristo está sempre presente, é activo, trabalha sem descanso.
Se assim não fosse, como interpretaríamos as suas palavras: «Eu sou a luz do mundo»... ou então: «O meu Pai e eu somos um»?
Eles são um no Sol, pois é no Sol que a vida e a luz são um.
Ele diz também: «Eu sou a ressurreição e a vida.»
Quem ressuscita os seres?
Quem dá a vida?
É o Cristo, o espírito do Cristo, que vive no Sol.

Os cristãos situam sempre o Cristo não se sabe onde, na Palestina, por exemplo, porque Jesus viveu lá.
Mas, se ele é verdadeiramente a ressurreição e a vida, não é lá que vive, é no Sol.
Por isso, se vos habituardes a olhar para o Sol, de manhã, pensando que é o Cristo que ali está, diante de vós, se vos ligardes a ele, se o amardes, todo o vosso ser estremecerá e vibrará em uníssono com a luz cósmica condensada que se manifesta através dele.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.07.2015


 Está escrito no livro do Génesis que Deus criou o homem à sua imagem e há séculos que os judeus e os cristãos citam este versículo: «Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança...»
Eles citam, mas será que aprofundaram verdadeiramente o sentido desta revelação para retirarem dela todas as consequências?
Não, eles continuam a queixar-se de que as suas orações não são atendidas.

Dizer que Deus nos criou à sua imagem significa que Ele introduziu em nós uma quinta-essência de Si mesmo, da mesma luz, da mesma pureza, do mesmo poder.
A Ciência Iniciática chama Eu superior a esta quinta-essência divina em nós.
Sempre que nos concentramos no nosso Eu superior, ligamo-nos ao Criador.
Graças aos nossos esforços para alcançar esse centro, esse cume que existe em nós, fazemos jorrar uma luz, uma força que vai vivificar todas as células do nosso corpo.
Esta luz e esta força são respostas que Deus dá às nossas preces.


quarta-feira, 29 de julho de 2015

A VERDADEIRA RELIGIÃO SOLAR (Cont. IV)

 Ademais, quem pode negar também que as hóstias são fabricadas com materiais dados pelo Sol?
E nem sequer se agradece ao Sol.
Aproveita-se tudo o que ele produz - o trigo, a uva - e esquece-se que há que agradecer.
Nem sequer se tem em conta que sem ele não se poderia fazer uma única hóstia, uma única gota de vinho.
Porque é que os humanos foram desviados do caminho da verdade?
Porque se quis esconder-lhes a importância do Sol e fazer-lhes crer que é com hóstias e vinho que encontrarão Deus?
Podem encontrá-l'O, mas para isso há que explicar-lhes, pelo menos, o sentido destes símbolos.
A origem da comunhão foi a última refeição que Jesus fez com os seus discípulos, na qual ele tomou o pão e o vinho, dizendo: «Comei, porque isto é a minha carne; bebei, porque isto é o meu sangue...
Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna.»
Na verdade, o pão e o vinho são dois símbolos de grande significado que eram conhecidos muito antes de Jesus.

Quando se lê a Bíblia, vê-se que foi Melkhitsédek quem primeiro instituiu a comunhão, quando levou a Abraão o pão e o vinho.
Melkhitsédek era o rei da Justiça (em hebraico «mélek» significa rei, e «tsédek» justiça), habitava no reino de Salem (nome que tem a mesma origem da palavra Shalom: a paz), e é por essa razão que se chama rei de justiça e de paz a Melkhitsédek.
Ele levou o pão e o vinho a Abraão para o recompensar da sua vitória sobre os sete reis sinistros de Edon, que representam os sete pecados capitais.
Sim, porque não vamos acreditar que Melkhitsédek o maior dos Iniciados, se deslocou para recompensar Abraão por este ter vencido, numa batalha, algumas centenas ou milhares de inimigos.
Abraão vivia em Ur, na Caldeia (Ur significa luz).
Ele praticava a magia, evocava os espíritos, e foi para completar a sua iniciação que, a conselho dos espíritos que o serviam, se deslocou para o Egipto.

Melkhitsédek levou pois, a Abraão, o pão e o vinho, e pode pensar-se que isso não é lá grande recompensa, a não ser que se compreenda o seu valor simbólico.
Com efeito, o pão e o vinho representam toda a Ciência Iniciática, que se fundamenta nos dois princípios cósmicos - o princípio masculino (simbolizado pelo pão) e o princípio feminino (simbolizado pelo vinho) - que trabalham conjuntamente em todas as regiões do Universo.

O pão e o vinho são dois símbolos solares.
Não se trata, portanto, nem do pão físico nem do vinho físico, mas das duas propriedades do Sol - o seu calor e a sua luz, que cream a vida.
Ora, o seu calor é o amor e a sua luz é a sabedoria.
Por conseguinte, Jesus queria dizer: «Se comerdes a minha carne - a sabedoria - e beberdes o meu sangue - o amor -, tereis a vida eterna.»

Desde há dois mil anos, os cristãos têm engolido vagões de hóstias e bebido toneis de vinho sem nunca alcançarem a vida eterna e até, infelizmente, sem se melhorarem sequer um mínimo.
É que o único meio de obter a vida eterna é o de comer a luz e o calor do Cristo, que é o espírito do Sol.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.07.2015



Vós penetrais numa floresta: procurai tomar consciência de que essa floresta é habitada.
Há nela uma multidão de criaturas invisíveis que vão e vêm, ocupadas com diferentes actividades, e elas notam a vossa presença.
Então, por que não tentais entrar em relação com elas?

Podeis também aproximar-vos de uma árvore e encarregá-la de fazer chegar mensagens a todas as outras árvores da floresta.
Que ela lhes diga que as achais magníficas, que as amais.
E abraçais a árvore pedindo-lhe que transmita o vosso abraço.
Então, as entidades que habitam nela, levarão o vosso amor a toda a floresta.
E, enquanto continuais a passear, as entidades que receberam essa mensagem saem das árvores para vos observar.
Elas ficam maravilhadas, dançam, enquanto vós passais e, quando regressais a casa, sentis-vos felizes, sentis que saboreastes um pouco da verdadeira vida.


terça-feira, 28 de julho de 2015

A VERDADEIRA RELIGIÃO SOLAR (Cont. III)

Para que a nossa trindade se torne santa, temos que tomar o Sol como modelo e encaminhar-nos para ele, a fim de nos tornarmos também luminosos, calorosos e vivos.

É claro que é difícil consegui-lo, mas esse trabalho está na linha da Iniciação.
Em vez de se ficar pelas concepções velhas e inúteis, é preferível ir contemplar o Sol e ter como ideal assemelhar-se a ele.
Já vos disse que existe uma lei de mimetismo segundo a qual, qualquer creatura, com o tempo, se assemelha ao meio em que se encontra.
Se o homem olhar muitas vezes e durante muito tempo para o Sol, se o compreender, se o amar, se se deixar penetrar pelos seus raios, tornar-se-á, pouco a pouco, semelhante a ele.
E até, se souber condensar os seus raios, acumulá-los, fazer reservas no seu plexo solar, poderá depois ir lá abastecer-se conforme as suas necessidades e tornar-se infatigável.
É toda uma ciência, toda uma aprendizagem a fazer, e aqueles que a tomaram a sério, todos os dias recebem bençãos.

Como é possível não se dar conta de que é no Sol que melhor se manifestam a generosidade, a imensidão e a eternidade de Deus?
Doravante, é lá que se deve procurar a Santíssima Trindade.
Todos os pedagogos sabem que é preciso apresentar às crianças o lado concreto das coisas, aquilo que se toca, aquilo que se vê, para depois se poder conduzi-las para um domínio mais abstracto.
Dever-se-ia ter utilizado o mesmo método para a religião e, em vez de apresentar a Divindade, a Santíssima Trindade, como uma abstracção que ninguém ou quase ninguém, compreende, haveria que ter começado pelo lado concreto, isto é, o Sol.
Antes de tudo, há que ir diante do Sol, aquecer-se, iluminar-se, vivificar-se, agradecer a Deus e, depois, se se tiver capacidades mentais suficientes, poder-se-á ir procurar, para além dele, o Espírito Cósmico, o Absoluto.

Direis: «Mas, na igreja, na hóstia, não se pode encontrar Deus?»
Sim, é claro, pode-se encontrar Deus na igreja, mas qual é a igreja ou o templo comparável à Natureza, e qual é a hóstia que se pode comparar ao Sol?
Além disso, podeis comer vagões de hóstias e continuar tão malvado, tão invejoso, tão sensual, tão estúpido e doentio como antes.
Ao passo que se fordes a essa hóstia imensa que é o Sol, se comunicardes todos os dias com ela, sereis obrigados a transformar-vos.
Porque em parte nenhuma Deus se manifesta, em todo o seu poder, em toda a sua luz e em todo o seu calor, como no Sol.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.07.2015



 O centro e a periferia, tal como o cume e a base, são os dois polos entre os quais nós oscilamos continuamente.
A periferia e a base representam todas as solicitações da nossa natureza inferior, que nos fazem abandonar o nosso lugar no centro ou no cume, pois é a partir do centro ou do cume, que nós não só dominamos a nossa própria existência, mas também podemos assumir correctamente as nossas responsabilidades para com os seres.

Cada homem e cada mulher que tem deveres enquanto pai, professor, educador, chefe de empresa, magistrado, responsável político, etc., deve procurar esse centro ou esse cume, de onde será capaz de manifestar uma igual atenção, uma igual benevolência em relação a todos.
Para contribuir para o bem daqueles que nos rodeiam e de toda a humanidade, há que conseguir encontrar esse ponto de vista que nos coloca acima dos preconceitos e dos juízos a priori.
Meditando sobre o sol, nós aproximamo-nos desse ponto de vista.
Porque está no centro e permanece no centro, o sol mantém todo o mundo em equilíbrio e os planetas gravitam harmoniosamente à sua volta.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

A VERDADEIRA RELIGIÃO SOLAR (Cont. II)

Porque não querem os cristãos acreditar que as maiores verdades estão aí, visíveis aos seus olhos?
Todos compreenderão, excepto eles.
Dirão sempre: «Oh! o Sol...
Mesmo que o Sol não existisse, bastaria celebrar a missa para se obter a salvação.»
Não se aperceberam de que, sem o Sol, ninguém ficaria vivo para dizer a missa, e que eles próprios estariam mortos, petrificados e gelados há muito tempo.
Só os cristãos são cegos e tacanhos a este ponto.
Direis: «Mas que tendes vós contra os cristãos?»
Absolutamente nada, eu também sou cristão.
Se os sacudo de vez em quando é unicamente para convidá-los a abrir os olhos e a reflectir um pouco mais.

Quando o mundo do Alto creou o mundo de baixo, deixou por toda a parte sinais, traços, reflexos, para que os humanos pudessem encontrá-lo.
O Sol é um desses reflexos.
É através dele que a Trindade, que não quer ficar completamente esquecida e inacessível, se manifesta para dar aos humanos a possibilidade de a encontrar.
Clarifiquemos: efectivamente, a Santíssima Trindade não está nem na luz, nem no calor, nem na vida do Sol, está infinitamente mais longe, mas, através desta luz, deste calor e desta vida, podemos atingi-la, comunicar com ela, amá-la, apelar para ela, fazê-la penetrar em nós.
E, uma vez que somos creados à imagem de Deus, cada um de nós deve também ser uma trindade.
Aliás, por intermédio do nosso intelecto, do nosso coração e da nossa vontade, somos já uma trindade que pensa, sente e age.
É evidente que esta trindadezinha é um pouco baça, entorpecida, gelada, mas vai reanimar-se, iluminar-se e aquecer-se junto do Sol.
Eis, de novo, a utilidade de ir assistir ao nascer-do-sol: pouco a pouco, a nossa pequena trindade torna-se luminosa, calorosa e vivificante como o Sol, aproxima-se da grande Trindade formada pelo Pai, o Filho e o Espírito Santo.

O Cristo disse: «Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito», mas enquanto não se souber como Ele se manifesta, quais são as suas vibrações, as suas cores e o seu poder, tudo isso é simples teoria.
O Sol explica-nos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só, são inseparáveis
No espírito de muitos cristãos, eles estão separados, mas na realidade, são um, os três são um.
Na cabala, 1 é 3 e 3 é 1.

De igual modo, o intelecto, o coração e a vontade nunca estão separados: estão colados, caminham, galopam juntos.
O intelecto faz projectos e o coração dá-lhe uma ajuda, encoraja-o: «Avança, avança, eu estou contigo!» e a vontade galopa para realizar esses projectos.
E os três correm, correm...
Por vezes é o contrário, é a vontade que arrasta os outros e o homem entontece porque o intelecto ficou para trás.
É escusado ele gritar: «Esperem por mim, estão a cair num erro!», pois a vontade replica: «Cala-te, tu não sabes absolutamente nada!»
Pois é, eles têm, os três, conversas formidáveis!...
Mas esta trindade ainda não é santa.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.07.2015

Onde quer que se faça investigações na Natureza, não se vê em parte nenhuma o espírito a tentar separar-se da matéria.
Pelo contrário, desde a origem da Criação, o espírito mostra que necessita da matéria.
Para quê?
Para a transformar, para a purificar, para a tornar tão vibrante como a luz.
Se ele se desembaraçasse dela, ficaria improdutivo, pois só pode manifestar-se e criar através da matéria, que é a sua esposa amada.
Os humanos ignorantes é que querem fazer com que eles se divorciem.

Então, desconfiai de todas as filosofias que procuram separar o espírito da matéria, umas para se limitarem à matéria, outras para se limitarem ao espírito.
A única filosofia verdadeira é a que nos ensina que o espírito desce à matéria para a dominar, a vivificar e se manifestar através dela.
É, evidentemente, um trabalho sem fim, mas o espírito nunca perde o ânimo e vem incessantemente celebrar a sua união com a matéria.


domingo, 26 de julho de 2015

A VERDADEIRA RELIGIÃO SOLAR

I

O Sol ilumina, aquece e vivifica.
Não esgotámos ainda o conteúdo destas três noções - luz, calor e vida -, e ides ver agora como elas podem ajudar-nos a compreender um dos pontos mais obscuros da religião cristã: a Santíssima Trindade.

Os teólogos apresentam a Santíssima Trindade como um mistério, o mistério de um só Deus em três pessoas distintas.
Porém, que podem fazer os humanos com um mistério?
Deixam-no ficar sossegado e não se preocupam com ele.
Pois bem, nós, pelo contrário, vamos ao encontro da Santíssima Trindade, saudamo-la, convivemos com ela e alegramo-nos todos os dias por vê-la.
«Que blasfémia!», dirá a Igreja.
Talvez.
Mas, se se apresenta aos humanos uma Divindade tão abstracta e longínqua, não há que estranhar que eles não a sintam, que não sejam habitados por ela e que se entreguem aos actos mais imorais e insensatos.

Na nova religião que se aproxima e que vai invadir o mundo, as realidades espirituais tornar-se-ão tão próximas, tão acessíveis, que todos os dias o homem poderá vivê-las, senti-las, unir-se a elas, comunicar com elas; alimentar-se-á todos os dias com alimentos tão extraordinariamente luminosos que será obrigado a transformar-se.
Sim, pois o homem só pode realmente transformar-se se absorver, em todos os domínios, uma alimentação da melhor qualidade.

Ainda que sob diferentes nomes, a Trindade aparece em quase todas as religiões do mundo.
Na origem, há sempre um ser que gera outro ser, que, por sua vez, gera um terceiro.
No Cristianismo, chama-se-lhes Pai, Filho e Espírito Santo.
O Pai é a vida que inunda o Universo, a fonte donde jorram todas as creações.
Em relação ao Filho, pode-se dizer que ele é a luz, visto que o próprio Cristo diz: «Eu sou a luz do mundo»; contudo, ele é também o amor, ou seja, o calor.
E também o Espírito Santo é ora o amor, ora a luz que ilumina as inteligências, confere a qualidade de profetizar, de falar línguas e de penetrar nos mistérios.
Na verdade, pouco importa qual deles é o amor ou a sabedoria: o Filho e o Espírito Santo são um, transformam-se um ao outro, têm os mesmos poderes.
A questão essencial é compreender que estes três princípios - Pai, Filho e Espírito Santo - se encontram na vida, na luz e no calor do Sol.
O Pai é a vida; o Filho é o amor ou a luz; o Espírito Santo é a luz ou o amor.
Perguntareis: « Mas, temos nós o direito de reconhecer estas altas entidades na luz, no calor e na vida do Sol?»
Com certeza, e esta correspondência tem uma vantagem prática formidável, uma vez que nos permite contemplar todas as manhãs esta Santíssima Trindade, comunicar com ela e ligarmo-nos a ela para dela receber todos os benefícios.
É uma promessa de ressurreição e de vida.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.07.2015


O véu de Ísis, que a tradição iniciática menciona, representa os mistérios da Natureza viva em que só o Iniciado pode penetrar.
E o ser humano, que faz parte da natureza, está também envolvido por um véu.
É por isso que ele sente tantas dificuldades em se conhecer.
Para chegar ao verdadeiro conhecimento de si mesmo, ele não deve ver-se através do vidro deformador que são os corpos opacos, mas elevar-se até às regiões sublimes do espírito.

Coberta por camadas de matéria, há uma centelha que habita no espírito do homem, essa entidade de uma beleza indescritível, omnisciente, omnipotente.
E aqueles que, pela ascese, pela oração, pela renúncia, são capazes de obedecer às exigências do espírito, vêem surgir diante deles Ísis, a Natureza, despida de todos os seus véus.


sábado, 25 de julho de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO 25.07.2015

Os humanos chamam Providência a um poder que, pensam eles, deve protegê-los dos perigos e das provações.
De modo nenhum!
A Providência nunca se opõe a que eles recebam as lições de que necessitam para se melhorarem.
Por vezes, essas lições começam por sucessos e eles ficam todos contentes... até ao dia em que descobrem que, nesses sucessos, se escondiam também algumas armadilhas.

Obter um posto importante, ser reconhecido no seu trabalho, qualquer que seja o domínio, aparece como uma vantagem.
Mas, muitas vezes, aqueles que são bem sucedidos têm tendência para esquecer essas qualidades essenciais que são a bondade, a generosidade, a humildade, a abnegação.
Por isso, começam para eles as oposições, as provações, para aprenderem a praticar essas virtudes.
O Céu não se preocupa em os proteger: ele vigia e espera que eles tenham aprendido a lição.
Quando ela estiver aprendida, eles recuperarão o seu prestígio, nesta vida ou numa outra, mas deverão tê-la presente.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.07.2015

 Nascer significa entrar sob a lei da benção.
Com efeito, nascer é a possibilidade dada ao ser humano de reparar os seus erros do passado para desenvolver os poderes luminosos que ainda estão adormecidos nele.

Uma criança só vem ao mundo porque um homem e uma mulher se uniram para manifestar o seu amor; é o amor que a faz vir à vida.
Todo o ser humano recebe a visita de Deus ao nascer.
Eu bem sei que muitas crianças não são realmente filhas do amor, mas estou a falar em geral, refiro-me a princípios: quando homens e mulheres se encontram e projectam tornar-se, um dia, pais e mães, não têm ideia de que o seu filho será fruto do acaso ou o resultado de uma violência, ou que irão recorrer a meios artificiais de procriação.
No fundo do seu coração e da sua alma, cada um compreende o nascimento como um fruto natural do amor.





quinta-feira, 23 de julho de 2015

A PROCURA DO CENTRO (Cont. V)

 Para que isto seja mais claro, posso interpretar-vos mais uma página do livro da Natureza viva.

Quando se observa os humanos, vê-se que eles são instintivamente impelidos a subir na escala social para comandar e assumir responsabilidades.
Para isso têm que sujeitar-se a certos exames, e quando derem provas dos seus méritos, são escolhidos para os mais elevados postos.
Mas porque não viram eles que no domínio espiritual passa-se a mesma coisa?
Os Iniciados, os verdadeiros discípulos, sabem que no plano espiritual existem outros júris, outros examinadores, que observam como eles resolvem os problemas que a vida apresenta, e então trabalham, trabalham interiormente, e se forem bem sucedidos dão-lhes um lugar mais elevado e poderes mais amplos.
Quanto mais continuarem a subir, a aproximar-se do cume, da perfeição, mais diplomas o Céu lhes dá, mais postos importantes lhes confia, e um dia obterão todos os poderes, comandarão até as forças da Natureza, mas sempre para o bem.

Portanto, em vez de querer entrar em competição com os outros para obter postos de magistrado, de ministro ou de presidente, esforçai-vos por vos elevardes interiormente para encontrar o Sol.
Quanto mais amardes e compreenderdes o Sol, mais vos elevareis até aos níveis superiores do vosso ser, mais vos aproximareis do cume.
Representado de um modo diferente, o cume é o centro, uma vez que a projecção geométrica do cone é um círculo com um ponto central.
Por isso, quer vos dirijais para o centro do vosso círculo - a vossa alma, o vosso espírito -, quer vos eleveis para ir até ao cume, até ao Sol, o passo que dais é o mesmo, mas expresso de maneira diferente, e os benefícios que recebeis são também os mesmos: a paz, a clareza, o poder, o amor...









PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.07.2015

Mesmo quando têm família, vizinhos, relacionamentos, muitas pessoas queixam-se de solidão.
Que ingratidão para com a Inteligência Cósmica, que povoou a terra com tantas criaturas!
Mesmo quando estão sós fisicamente, elas deveriam sentir que, na realidade, têm uma família imensa, a sua família espiritual.
Mas a sua consciência é tão limitada, está tão obscurecida, que elas não sentem isso.
Acontece com milhões de seres no mundo: eles sentem-se sós!
No entanto...
O verdadeiro remédio para a solidão está no alargamento da consciência.
Mesmo que não tenhais pai, nem mãe, nem irmãos ou irmãs, nem qualquer família de sangue, nem ninguém perto de vós com quem possais comunicar, isso ainda não seria razão para pensardes que estais sós.
Quando souberdes, quando compreenderdes que os seres humanos são irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai, o Espírito Cósmico, e da mesma Mãe, a Natureza Universal, já não vos sentireis abandonados nem tristes.


quarta-feira, 22 de julho de 2015

A PROCURA DO CENTRO (Cont. IV)

II

Se se estiver agarrado às aparências, adoptando o ponto de vista da Terra, acha-se, evidentemente, que o Sol nasce, que se põe e que gira à volta da Terra. 
Basta este exemplo para mostrar que todos os que estão habituados a observar as coisas do ponto de vista da Terra, do ponto de vista geocêntrico, não podem deixar de enganar-se: toda a sua filosofia é falsa porque está baseada na ilusão de que o Sol gira à volta da Terra.
Ao passo que os Iniciados, que sabem que a Terra gira à volta do Sol, invertem o seu ponto de vista: colocam-se no Sol, olham tudo a partir do Sol, e vêem a verdade.

Perguntar-me-eis: «Mas não sabemos nós todos que é a Terra que gira à volta do Sol?»
Sim, sabei-lo teoricamente, mas na prática, fazeis como se fosse o Sol que girasse à volta da Terra.
É por isso que vos repito: «Enquanto não tentardes encontrar o centro, o vosso centro, que é a parte divina de vós próprios, e viver lá, olhar e agir de lá, não encontrareis a verdade, vereis tudo de maneira enganadora.»

Se não me compreendeis é porque não sabeis que também no homem se encontram a Terra e o Sol.
A Terra é o ventre, os intestinos, e o Sol é o cérebro, a inteligência.
Infelizmente, há séculos que os humanos desceram ao ventre, olham tudo através do ventre, quer dizer, da vida material.
Para eles, tudo o resto não tem importância nenhuma.
Por isso, quantas dificuldades experimentam agora, aqueles que tentam fazê-los voltar para o outro centro - a cabeça, a inteligência, a luz -, numa palavra, aqueles que procuram fazê-los retomar o ponto de vista heliocêntrico!
Como fazer-lhes compreender que ao penetrar no sistema solar eles reencontram ao mesmo tempo o seu próprio centro à volta do qual tudo deve gravitar?
Enquanto o homem quiser continuar a ser o «centro» da sua própria existência, na realidade move-se à volta de outras coisas que não ele, e por isso fica agitado, atormentado e, não pode encontrar a verdade.

Utilizarei todos os meios, todos os argumentos, todos os conhecimentos de que disponho para vos conduzir para esta verdade fascinante: deveis trabalhar para encontrar primeiramente o centro do nosso sistema, o Sol, essa fonte de onde brota a vida, e depois, no plano espiritual, Aquele que é o maior, o mais poderoso - o Senhor -, a fim de os ligar ao vosso próprio centro, a vossa centelha, o vosso Eu superior, visto que só nesse momento é que vos encontrareis a vós próprios, é que descobrireis a verdade.
Continuais a viver nas ilusões e tormentos porque ainda não conseguistes encontrar o vosso centro, girar à volta dele, fundir-vos nele.
São ainda os vossos desejos, os vossos caprichos, as vossas cobiças que vos governam, girais em torno deles.
Pois bem, está errado, doravante são eles  que devem girar à vossa volta, obedecer-vos, submeterem-se.
Se correrdes a satisfazê-los, não só não conseguireis, como ainda por cima perdereis tudo.
São eles que devem servir-vos, trabalhar para vós, que sois o centro, a cabeça, o senhor do vosso próprio reino.
Por conseguinte, o que conta, o que importa de momento é mudar o vosso ponto de vista.
Em vez de resmungar: «Ah! Sair da cama outra vez para ir ao nascer-do-sol!
O que é que eu ganho com isso, meu Deus?
O meu cérebro está bloqueado, não consigo meditar», agora que conheceis quantos tesouros nele há para explorar, levantar-vos-eis de manhã com outra disposição.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.07.2015

 É inútil censurardes o Senhor por não atender às vossas preces enquanto Lhe pedirdes que Ele venha visitar-vos no lugar onde insistis em permanecer.
Se não mudais nada no vosso comportamento, na vossa maneira de pensar, como podeis imaginar que Ele virá tirar-vos do inferno em que vos atolastes?
É exactamente como, se descerdes a uma gruta ou a uma cave, ficardes surpreendidos por não encontrar lá o Sol, o seu calor, a sua luz.

O que representam a gruta ou a cave?
Todas as manifestações do intelecto ou do coração, todos os maus hábitos.
Enquanto não renunciardes a eles, permanecereis na escuridão e ao frio.
Aqueles que se recusam a abandonar as suas velhas maneiras de viver ao mesmo tempo que oram ao Senhor para que venha salvá-los não são mais atendidos nas suas preces do que se pedissem ao Sol para vir aquecê-los e iluminá-los no fundo de uma gruta; e perdem o seu tempo.
Eles é que têm de se deslocar e ir até Ele melhorando a sua conduta.

terça-feira, 21 de julho de 2015

A PROCURA DO CENTRO (Cont. III)

A primeira coisa a fazer é, pois, compreender interiormente a importância do centro e como a procura do centro provoca em nós grandes mudanças, mesmo sem darmos por isso.
Quanto mais nos aproximarmos do Sol com o nosso espírito, a nossa alma, o nosso pensamento, o nosso coração, a nossa vontade, mais nos aproximaremos do centro que é Deus.
No plano físico, o Sol é o símbolo da Divindade, a sua representação visível, tangível.
Todos esses nomes abstractos e afastados de nós que se dão ao Senhor - Fonte de Vida, Creador do Céu e da Terra, Causa Primeira, Deus Todo-Poderoso, Alma Universal, Inteligência Cósmica - podem resumir-se na imagem do Sol, tão concreta e próxima de nós.
Sim, podeis considerar o Sol como o resumo, a síntese de todas essas ideias sublimes e abstractas que nos ultrapassam.

No plano físico, na matéria, o Sol é a porta, a ligação, o médium graças ao qual podemos reunir-nos ao Senhor.
Começai por compreender que ao olhar para o centro do sistema solar restabeleceis em vós próprios um sistema idêntico, tendo no centro o vosso próprio sol - o vosso espírito -, que retoma o seu lugar, instala-se e toma o comando.

Por agora, é a barafunda que reina em vós, é o caos, não há governo, não há cabeça: todos os vossos «locatários» comem, bebem, gritam, devastam; os vossos pensamentos, os vossos sentimentos e os vossos desejos contradizem-se.
Como quereis resolver os vossos problemas nessa anarquia?
Jamais o conseguireis!
Em primeiro lugar, há que ser interiormente como um sistema solar, para que tudo gravite à volta de um centro, mas de um centro luminoso e caloroso; não se pode continuar a aceitar um centro que seja baço, fraco, sujo, estúpido...
Vamos, toca a fazer limpeza!
E todos os que até agora tínheis tomado como guias, como modelos, examinai-os um por um, dizendo: «És tão luminoso como o Sol?
Não?
Então, rua, desaparece!...
E tu, és tão caloroso como o Sol?
Não?
Fora, põe-te a andar!»
E quando o Sol aparecer, quando ele retomar o seu lugar central, quando estiver presente em vós, real, vivo, vereis do que ele é capaz.
À sua chegada, todos os habitantes que estão em vós sentirão que o seu chefe, o seu patrão, o seu senhor, voltou.

Reparai no que acontece com as crianças de uma classe, os cantores de um coral ou os soldados de uma caserna: enquanto falta «a cabeça» - o professor primário, o chefe do coral, o capitão -, cada um faz o que quer; porém, logo que a cabeça chega, todos se põem no seu lugar e o trabalho começa...
Reparai ainda no que se passa numa família que está a discutir, quando, de repente, um amigo que todos estimam e respeitam vem fazer uma visita.
Então, num instante, eles compõem as coisas e dizem: «Olá, bom dia, sente-se. Estamos muito felizes por vê-lo. Como tem passado?»
E tentam até mostrar uma cara simpática uns aos outros para que o amigo não se aperceba de que estavam em plena tragédia!
Porque é que, noutro domínio, não se há-de utilizar a mesma lei, introduzindo em si «a cabeça» mais luminosa, mais calorosa e mais vivificante que existe: o Sol?
Nesse momento, instintivamente, magicamente, todos se comportarão como deve ser, pois teriam vergonha de mostrar-se grosseiros diante deste amigo ou deste superior...

Logo que em vós rebentem discussões, tumultos, revoluções, se vos puserdes a rezar com muito ardor, tudo se apaziguará num instante, e voltareis a encontrar a calma e a alegria: é que entrou em vós um amigo e, por causa dele, todos os habitantes se calaram.
Quantas vezes o verificastes, não é verdade?
E se rogardes a este amigo ainda com maior assiduidade e mais fervor para que não se vá embora, para que fique e habite definitivamente em vós, para que se instale lá no centro e trabalhe em vós, nesse momento a paz e a luz reinarão eternamente na vossa alma.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.07.2015

Cada um de nós deve estar comprometido, mobilizado para um determinado trabalho.
A Inteligência Cósmica não aceita que uma criatura esteja desocupada, ela tem de se tornar útil integrando-se num conjunto, num sistema onde encontra o seu lugar.
Porquê?
Porque aqueles que vivem errantes, sem objectivo, acabam por ser presa de forças obscuras e depressa chega para eles a desagregação e a morte, primeiro no plano psíquico e, por fim, também no plano físico.
Cada um deve, pois, escolher uma determinada via, comprometer-se com ela e decidir pôr-se a trabalhar, seja de que maneira for.

O sentido da vida está no trabalho.
Alguns dizem que ele está no amor, outros no poder ou no estudo ou no prazer.
Eles não deixam de ter razão, mas desde que se mantenha em vista a ideia de trabalho, que consiste em orientar cada actividade para um objectivo benéfico para todos, um objectivo divino.
Desconfiai de tudo o que não está orientado para um objectivo divino pois, por toda a parte onde a ordem e a harmonia não entram, é o caos que entra.






segunda-feira, 20 de julho de 2015

A PROCURA DO CENTRO (Cont. II)

O Sol é o centro do sistema solar e todos os planetas gravitam à sua volta num movimento harmonioso.
Esta movimento harmonioso dos planetas à volta do Sol devemos nós imprimi-lo às nossas próprias células.
Mas para isso é preciso encontrar em nós o centro, o Espírito, Deus.
Nesse momento, todas as partículas do nosso ser entram no ritmo da vida universal e as sensações e estados de consciência que experimentamos são de tal forma maravilhosos que não há palavras para exprimi-los.

«Mas - direis vós -, é absolutamente necessário ir ver o nascer-do-sol?
Se rezarmos nas nossas casas não é a mesma coisa?»
É claro que no vosso quarto também podeis rezar, ligar-vos a Deus, regressar ao centro.
Mas se, ao mesmo tempo que rezais, respirardes ar puro e vos expuserdes aos raios do Sol, realizareis essa união com Deus não só intelectualmente ou espiritualmente, através do pensamento, mas também fisicamente, pelo ar e pela luz.
Aqui, ao nascer-do-sol, sois ajudados por factores muito poderosos: o ar puro, a frescura, a tranquilidade, todo este espaço e este calor, estes raios do Sol...
É a plenitude!
Se souberdes aproveitar todas estas condições, aproximar-vos-eis mais rapidamente, mais eficazmente, mais maravilhosamente desta fonte da vida de que todos temos necessidade.

Todos os seres, sem excepção, têm essa necessidade de tornar à fonte, à origem.
Eles compreendem isso de diferentes modos, mas na verdade todos procuram o Senhor: os que não fazem senão comer e beber, os que procuram mulheres sem nunca estarem saciados, os que desejam a riqueza, o poder ou a ciência... todos procuram Deus.
A minha interpretação talvez melindre nos religiosos, porque muitas vezes eles têm vistas curtas e ideias pré-concebidas, e então dirão: «Mas é impossível que as pessoas procurem Deus por caminhos tortuosos!»
Claro que é possível, não existe nenhuma creatura que não procure Deus, só que cada um compreende-O à sua maneira.
Se soubéssemos onde Deus está e como encontrá-l'O de um modo perfeito, é claro que isso seria preferível, mas Deus encontra-se já um pouco na comida e na bebida, e também um pouco no dinheiro.
Encontra-se também nas mulheres e nos homens.
Sim, estas sensações de plenitude, de dilatação, de encantamento, quem senão Ele, poderia proporcioná-las?
Desejar a autoridade, o poder, é também querer possuir um atributo de Deus.
Querer ser belo, é também procurar ter uma qualidade de Deus: o seu esplendor.
Até os glutões que passam todo o dia nas comezainas não sentiriam esse gozo, esse prazer do palato ou das vísceras se desse modo não estivessem a provar um poucochinho do Senhor.
Nada existe de bom, de belo, de delicioso, que não encerre pelo menos algumas parcelas da Divindade.
Simplesmente, para encontrar realmente o Senhor, nós não recomendamos caminhos tão custosos, nojentos e deploráveis.
Alguns vão aos esgostos à procura do Senhor!
Nós mostramos o melhor caminho, o que vai directamente ao seu encontro: o Sol.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.07.2015


 Estudemos o simbolismo do cavaleiro montado no seu cavalo.
O cavaleiro representa a nossa parte psíquica e o cavalo o nosso corpo físico.
Cada um de nós é, portanto, simultâneamente o cavaleiro e o seu cavalo.
E, do mesmo modo que o cavaleiro deve ocupar-se da cavalo, é preciso atender às necessidades do corpo físico.
Só que nem sempre é fácil discernir se as necessidades que se sente são do cavalo ou do cavaleiro.

Vós estais fatigados: essa fadiga é física ou psíquica?...
Comestes bem, contudo continuais com fome; mas quem é que tem fome, o vosso corpo ou vós?...
Ou então não sentis fome apesar de não terdes comido nada e de o vosso corpo ter, certamente, necessidade de alimento...
Esta contradição pode também ocorrer no domínio da sexualidade: o vosso corpo já não quer nada, mas vós ainda pedis; ou o contrário: vós já não desejais nada e é o vosso corpo que reclama mais.

Por vezes, apesar dos golpes de esporas, a vossa montada leva-vos por caminhos perigosos onde não queríeis aventurar-vos.
Ou então é o cavalo que encontra maneira de vos pôr a salvo, pois farejou um perigo que o cavaleiro (vós, o seu dono) não tinha sentido.
Esta imagem do cavaleiro com o seu cavalo é muito rica em ensinamentos.


domingo, 19 de julho de 2015

A PROCURA DO CENTRO

I

Tudo o que existe na Terra existiu primeiro, em estado etérico, no Sol.

Para compreender esta ideia é preciso saber que os elementos se formaram por condensação sucessiva.
No começo era o fogo.
O fogo emanou dele uma substância mais densa, o ar, que por sua vez, emanou a água.
A água, por seu turno, desembaraçando-se dos seus elementos mais densos, formou a terra (aliás, já existem as provas científicas de que a vida que existe na terra saiu da água).
Cada elemento é uma condensação dum outro elemento mais subtil: o ar do fogo, a água do ar, a terra da água.
Mas, além do fogo que nós conhecemos, existe um outro fogo, a luz do Sol, que é a verdadeira origem de todas as coisas.

Direis: «Mas o que é que se passou para que todos esses elementos se condensassem?»
Bastou que saíssem do centro, do Sol.
Quando os elementos contidos no Sol se afastaram para a periferia, condensaram-se, tornaram-se opacos, pesados...
Foi o que aconteceu também com o homem: ao afastar-se do centro, do seio de Deus, tornou-se baço, pesado, e agora, para voltar a encontrar a sua pureza e a sua luz, deve regressar para o centro.
Ides ver agora como as prescrições de todas as religiões têm em comum esta procura do centro ou, se preferirdes, simbolicamente, do Sol.

Há anos existia, perto de Saint-Cloud, um parque de atracções chamado de Luna-Park.
Um dia, assim sem mais nem menos, fui lá ver.
Não vou contar-vos tudo o que lá havia para divertimento do público.
Falar-vos-ei somente daquilo a que chamavam «prato de manteiga».
Era uma plataforma redonda, giratória, para a qual subiam pessoas jovens.
A máquina punha-se em andamento, o movimento acelerava e dentro em pouco os que se encontravam na periferia eram arrastados pelo turbilhão das forças centrífugas, eram apanhados, derrubados e projectados de todos os lados para o exterior, ao passo que os que estavam no centro ficavam tranquilamente no seu lugar.
Esta simples imagem mostra-vos que quanto mais vos afastardes do centro mais ficareis submetidos às forças desordenadas, caóticas, e pouco a pouco perdeis o vosso equilíbrio e a vossa paz.
Quando, pelo contrário, vos aproximais do centro, o movimento muda e sentis-vos calmos, alegres e dilatados.

Foi fazendo estas observações na Natureza e neles próprios que os Iniciados do passado crearam uma ciência, uma filosofia, métodos.
As suas pesquisas, as suas descobertas, chegaram até nós, e agora transmito-vo-las para que as utilizeis e vos aperfeiçoeis através delas.
Simplesmente, há que compreender a minha maneira de falar.
Tenho o privilégio de dispor de uma linguagem muito clara, muito simples, quase infantil em comparação com tudo o que encontrareis nos trabalhos dos filósofos e dos teólogos, que são bastante abstractos e obscuros.
E, de resto, porque não simplificar a expressão das grandes verdades?
Eis uma qualidade que Deus me deu: saber apresentar os assuntos, por mais abstractos que sejam, clara e simplesmente.
É o que faço para vós todos os dias.
Reparai, por exemplo: esta imagem do «prato de manteiga» mostra-nos que se formos, pela manhã, contemplar o Sol como desejo de penetrar nele, não só extraíremos forças dele, como encontraremos um centro em nós próprios: deixamos a periferia e regressamos à origem, ficamos na paz, na luz, na liberdade.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.07.2015



 Aprendei a trabalhar com a luz e compreendereis que ela é que vos dará as verdadeiras riquezas.
Graças a ela, mesmo as vossas relações com aqueles que vos rodeiam, melhorarão.
Porquê?
Porque quem vive na abundância torna-se generoso, abre-se aos outros, sente a necessidade de os compreender e de os ajudar, é muito menos exigente e severo para com eles.

Descobrireis todo o poder, toda a clareza, toda a pureza e toda a inteligência que há na luz quando tiverdes aprendido a trabalhar com as sete cores que compõem a luz branca.
Cada cor exprime um poder ou uma virtude: o vermelho, a vida, o amor; o laranja, a saúde, a santidade; o verde, a evolução, a eternidade; o azul, a verdade, a paz; o anil, a força; o violeta, o amor espiritual e a omnipotência divina.
Trabalhai com as virtudes das sete cores e sentir-vos-eis enriquecidos por todas as suas bençãos.


sábado, 18 de julho de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.07.2015

Na maior parte das vezes, os humanos associam a felicidade ao amor.
Mas muitos acabam também por reconhecer que essa felicidade foi de curta duração!
Porquê?
Porque eles não souberam preservar o seu amor.

Para encontrardes a felicidade no amor, deveis compreender que ele não depende da posse física de um ser, nem sequer do laço afectivo que vos une um ao outro.
Só podereis sentir o amor verdadeiro nesse elemento subtil que, através de um homem ou de uma mulher, vos liga a todo o Universo, à beleza das flores, das florestas, das fontes, do sol, das constelações.
Não vos apresseis a suprimir a distância física que vos separa daquele ou daquela que amais, senão perdereis, pouco a pouco, todo o mundo subtil em que sentíeis viver e palpitar a Natureza inteira; só vos restará o lado físico, prosaico, e não será nele que encontrareis a felicidade.