quinta-feira, 30 de abril de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.04.2015

 Que privilégio é poder contemplar o nascer do sol!
Por isso, quando volta a primavera, preparai-vos para esses momentos únicos.
Nenhuma presença no mundo pode, como o sol, introduzir em vós a ordem e a harmonia, dar-vos a luz, o amor, a paz, a alegria.
É a fonte que jorra, que vibra, que corre...
Quando conseguirdes mergulhar nesse fluxo de luz, já não conseguireis subtrair-vos a ele.

E se chegardes bastante cedo, mesmo muito antes do nascer do sol, para ver os primeiros raios da aurora, sois tomados por um sentimento sagrado, como se vos tivessem dado permissão para assistir aos mistérios que toda a Natureza está a celebrar.
Até vos sentis obrigados a caminhar de um modo diferente para não perturbar a atmosfera.
Entrais na verdadeira poesia.
Como não se há-de desejar que todos os humanos possam, um dia, sentir essa beleza, essa pureza, essa vida abundante e saciar-se com ela?




quarta-feira, 29 de abril de 2015

A EVOLUÇÃO HUMANA E O DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS ESPIRITUAIS (Cont.V)

Existem duas formas de conhecimento, o intelectual e o espiritual; então, se se puder desenvolver os dois, melhor ainda.
Não podemos esquecer-nos de que a própria Natureza, ou seja, a Inteligência Cósmica, tem os olhos postos na evolução da humanidade: ela previu o desenvolvimento do ser humano nos dois sentidos, rumo à matéria e rumo ao espírito.
Mas como é extremamente difícil desenvolver os dois aspectos ao mesmo tempo, ela concedeu-lhe séculos, milénios, para trabalhar numa só direcção, mas deixou alguns canais abertos na outra direcção, para que a sua evolução espiritual não fosse entravada.
Então, o Espírito Cósmico decidiu permitir aos humanos que, na presente época, se desenvolvessem no domínio das sensações: da visão. da audição, do paladar, do tacto, etc. ...
Ele deixa-os descer à matéria para que se apoderem dela, a toquem, a explorem, a conheçam e, sobretudo, façam um trabalho com ela.
Não vos surpreendais, é assim mesmo, é uma passagem.
O espírito humano tem de descer cada vez mais profundamente na matéria para a conhecer, até ao ponto de esquecer quase por completo a sua pátria celeste onde vivia num passado longínquo.
Mas, ao conhecer cada vez melhor a matéria, ele vai fazendo aquisições e, sobretudo, começa a dominar a sua própria matéria.
Claro que, de momento, há apenas uma minoria que consegue isto, mas a finalidade da existência terrena do homem é descer ao corpo físico a fim de se tornar senhor das suas faculdades e de as utilizar para trabalhar sobre o mundo exterior.

Quando eu digo que o espírito humano «desce à matéria» quero dizer, antes de mais, «ao corpo físico», para se instalar nele, se apossar e se tornar senhor dele.
Seguidamente, quando já está bem «em sua casa», ele trabalha e age, então, sobre o meio exterior.
Também aí manipula as coisas com mestria: transforma, constrói, destrói...
É todo um período de involução, de descida à matéria.
Mas como tem projectos grandiosos para o ser humano, o Espírito Divino não permitirá  que ele desça indefinidamente, abismando-se por completo, perdendo todo o contacto com o Céu e esquecendo as suas origens.
A partir do momento em que ele tiver atingido um estádio de suficiente controlo sobre si mesmo - sobre o seu cérebro, os seus membros e todas as suas faculdades -, de conhecimento de todas as propriedades dos elementos, outras influências, outras forças, outras correntes começarão a dirigi-lo, a elevá-lo e, progressivamente, ele recuperará as faculdades que possuía no passado distante: conhecerá em simultâneo a matéria e o espírito.

Está escrito no Génesis que Adão e Eva comeram do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Isso significa que eles não se contentaram em conhecer apenas o espírito e quiseram descer à matéria; começaram, pois, a descer e, através da alegria e do sofrimento, da saúde e das doenças, é sobretudo o mal que eles têm estudado durante milhões de anos.
Estava nas suas mãos permanecer no Alto, no Paraíso, e comer apenas os frutos da Árvore da Vida Eterna, mas levados pela curiosidade, quiseram ver o que existia em baixo, e foi então que começaram a sofrer com o frio, a escuridão, as doenças, a morte.

E a humanidade continua ainda na sua descida...
Algumas religiões chamam a esta descida o «pecado original».
Mas também se pode interpretá-la como certos estudos em que o ser humano quis lançar-se.
Sim, esta Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal eram estudos que havia que fazer, estudos difíceis, pois o homem enfrenta uma matéria cada vez mais densa.
Mas que mal há nisso?
Ele escolheu descer para se instruir, e desceu; agora está mergulhado até ao pescoço nos seus estudos e vai-se dando conta do inferno em que se meteu.
Por agora, ele estuda o mal, mas um belo dia há-de reerguer-se para estudar o bem.

Eu conheço os projectos e os planos da Inteligência Cósmica, sei que, quando tiverem controlado e dominado a matéria graças aos cinco sentidos, os homens começarão a sua escalada de regresso às alturas para desenvolver então os seus sentidos espirituais.
Por isso, todos aqueles que desejam avançar pelo caminho da evolução devem começar a reduzir um pouco as sensações vividas por intermédio dos cinco sentidos e passar a procurar dentro de si.
O seu interior é vasto, é rico... mas é preciso procurar!


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.04.2015

 Vós tendes um ideal espiritual, mas sentis, vedes, que não conseguis comportar-vos de acordo com ele..., é muito difícil.

Claro que é difícil, mas isso não é razão para renunciardes.
Se a vossa busca for sincera, quaisquer que sejam as dificuldades, quaisquer que sejam até, as vossas quedas pelo caminho, não deveis abandoná-lo por algo mais fácil.
Se num dado momento fordes obrigados a abrandar os vossos esforços, pelo menos não percais de vista a direcção certa.
Essa fadiga ou essa fraqueza passageira não devem ser um pretexto para mudar de orientação.

Se vos cansardes, isso é desculpável e, se ficardes cansados, repousai, mas sem vos afastardes do caminho que estais a seguir.
Para repousar, não é necessário seguir uma rota diferente.
Nada é mais perigoso do que abandonar um ideal com o pretexto de que não se é capaz de viver constantemente em sintonia com ele.

terça-feira, 28 de abril de 2015

A EVOLUÇÃO HUMANA E O DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS ESPIRITUAIS (Cont.IV)

...
Cada órgão dos sentidos proporciona-nos uma parte do conhecimento do mundo e é interessante notar como estes sentidos possuem uma hierarquia entre eles.
O tacto diz respeito apenas ao que é sólido: não podemos tocar nem o que é gasoso nem o que é etérico, tocamos levemente os líquidos e principalmente os sólidos.
O paladar, esse está especializado nos líquidos.
Vós direis: «Não é assim, quando eu meto na boca um rebuçado, este é sólido, no entanto eu tenho uma sensação de doce...»
Ah, eu responder-vos-ei que não compreendestes bem a questão: o paladar só funciona quando o que meteis na boca se torna líquido graças à saliva.
Tomemos agora o caso do olfacto.
É um sentido que capta os odores, ou seja, as emanações gasosas.
O nariz tem, pois, algumas relações com a matéria, se bem que seja uma matéria mais subtil, cujas partículas flutuam no ar.
Seguidamente, com a audição, já não são captadas partículas materiais, mas apenas ondas, vibrações.
E o mesmo se passa com a visão.
Com este sentido estamos quase no mundo etérico.
Como podeis verificar, os cinco sentidos têm uma hierarquia, do mais grosseiro ao mais subtil.

Mas, se quisermos penetrar no mundo astral, já não podemos servir-nos destes cinco sentidos.
Precisamos de um outro que esteja adaptado a isso, isto é, que seja capaz de captar uma matéria ainda mais subtil.
Todos os que ainda não desenvolveram este sexto sentido não sabem que existe uma outra matéria, um outro plano, nem se apercebem de que o Universo é percorrido por outras vibrações que podem provocar-nos sensações muito mais vastas e intensas.
Para se tocar um objecto tem de se estar muito próximo dele.
Para se poder tomar-lhe o paladar, também.
Para respirar um perfume, já se pode estar a uma certa distância.
Para captar um som, a distância pode ser maior... e para avistar algo, maior ainda, porque os nossos olhos estão preparados de forma a permitir-nos receber instruções e informações de muito longe.
Aqui podeis verificar de novo como a Natureza estabeleceu de uma forma inteligente esta hierarquia entre os cinco sentidos.
Mas ela não se ficou por aqui, existem outros sentidos que podem pôr-nos em contacto com planos ainda mais vastos e mais distantes.

Enquanto o ser humano não tiver desenvolvido os órgãos que podem pô-lo em contacto com planos e entidades muito mais desenvolvidas, não conhecerá grande coisa.
Falará, escreverá, explicará, criticará, julgará, mas estará sempre em falta, visto que conhece apenas uma parte da realidade.
Se ele quiser conhecer toda a realidade terá de exercitar-se para despertar outras faculdades que sempre possuíu, mas que estão adormecidas, à espera de ser utilizadas.
A tradição iniciática conta-nos que, numa época muito distante, em que não se tinha ainda apossado do seu corpo físico, o homem vivia sempre desdobrado, fora do corpo...
Mais tarde, quando o seu espírito começou progressivamente a descer à matéria, ele foi desenvolvendo as faculdades que lhe permitiam trabalhar esta matéria (os cinco sentidos), ao mesmo tempo que deixava adormecer as suas faculdades mediúnicas.
Mas ele não as perdeu, ainda as possui.

Reparai nas crianças.
Até aos sete anos, elas ainda não entraram completamente no seu corpo: reflectem assim o período em que a humanidade estava nesse estádio da evolução.
Nessa época, os homens falavam com os espíritos da Natureza e com as almas dos mortos, comunicavam com eles, encontravam-se com eles, e quando morriam, não sabiam se estavam mortos ou vivos.
O mundo invisível, o mundo dos espíritos, era para eles a realidade maior; eles flutuavam na atmosfera como se fossem imateriais e só de tempos a tempos entravam no seu corpo físico.
Nestas condições, não estavam de forma nenhuma preparados para trabalhar a matéria.
No entanto, a sua evolução teria de passar por aí.
Actualmente, os homens adquiriram meios intelectuais formidáveis para dominar a matéria, mas ao mesmo tempo, esqueceram-se da existência do mundo espiritual, cortando o contacto com ele.
Em alguns, claro, ficou uma lembrança, uma intuição, mas a maioria esqueceu.

Continua



PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.04.2015


 É extraordinário ver como um sorriso pode transformar os rostos inexpressivos ou mesmo ingratos.
Como um bom sorriso é acompanhado por um bom olhar, esse olhar cheio de amor, de bondade, expande uma tal luz que os traços do rosto parecem fundir-se nela: já só se vê essa luz.
Então, que alegria, que conforto pode proporcionar-nos esse sorriso!
É como um presente de que não se estava à espera.
E o sorriso do sol quando emerge das nuvens para nos envolver com a sua luz!...

Mas o mais belo, o mais desejado, o sorriso a que toda a alma aspira, é o que Deus nos concede depois de termos passado por sofrimentos aos quais pensávamos que não conseguiríamos sobreviver.
Quando esse sorriso surge, a escuridão, a angústia, o medo, as imagens ameaçadoras, desaparecem, tudo se ilumina e se harmoniza.
Esse sorriso vale mais do que todas as riquezas e todas as alegrias da terra.
Nenhuma violência pode conquistá-lo, só o amor, a esperança e a fé.
Muitas vezes, é preciso esperar durante bastante tempo para merecer um tal sorriso.
Ele é a maior das recompensas.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

A EVOLUÇÃO HUMANA E O DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS ESPIRITUAIS (Cont.III)


Os Ocidentais levaram até à perfeição a vida dos cinco sentidos.
 Pensam eles que, desta forma, conhecerão tudo... e serão felizes.
Eles conhecem realmente muitas coisas, experimentam muitas sensações diferentes, mas os cinco sentidos devoram toda a sua energia psíquica e não lhes sobra nada para o aspecto espiritual.
No Ocidente, as pessoas vivem demasiado entregues às sensações físicas e, assim, ficam sem energia para concentrar noutras faculdades que poderiam despertar.
São sensações a mais!
«Vive-se...»
Claro que se vive; mas é uma vida que esconde a verdadeira vida.
Tereis de compreender isto e decidir-vos a eliminar muitas dessas sensações que vos impedem uma percepção real das coisas.

Actualmente, o uso de drogas propaga-se cada vez mais...
Com o desejo de fugir à insipidez da vida quotidiana, as pessoas procuram cada vez mais a evasão no ópio, no haxixe, na marijuana, na cocaína, na heroína...
Todos os que utilizam estas drogas obtêm certas sensações de clarividência, de clariaudiência, etc. ... que podem dar-lhes a ilusão de ter atingido estados de consciência superiores.
Mas estão bem enganados e, com o tempo, acabam mesmo por perder as suas faculdades intelectuais e arruinar a saúde.
Estas drogas, apesar de terem sido usadas desde sempre no Oriente e na América do Sul, são absolutamente desaconselháveis.
São muito nocivas para o sistema nervoso.

Os Hindus e os Tibetanos possuem um vasto conhecimento acerca das ervas, que eles transmitem uns aos outros desde há milénios.
Algumas, ao que parece, permitem que, depois de as comer, se passe sem alimento durante semanas; outras permitem passar dias e dias nas neves do Himalaia sem ter frio.
Foi o que me disseram; não o verifiquei pessoalmente, mas é possível.
Eu acredito no poder das ervas.
Existem também preparações de ervas fortíssimas com as quais se consegue provocar visões e o desdobramento.
Pode ler-se nalguns livros que, na Idade Média, se conheciam pomadas e unguentos com os quais as feiticeiras untavam o corpo para ir ao Sabbat.
Na realidade, elas não iam lá com o seu corpo físico, mas com o corpo astral.
Alguns médicos já verificaram a realidade deste fenómeno.
Conseguiram obter as receitas, que são muito difíceis de reconstituir com exactidão, visto nelas nada ser claramente especificado, e experimentaram-nas.
Em todos esses unguentos eram introduzidas substâncias excitantes que provocavam o desdobramento.

Mas deixemos esta questão.
Apenas pretendi dizer-vos que existem produtos extremamente poderosos que dão acesso a planos mais subtis que o físico, mas que, na maioria dos casos, são extremamente nocivos.
É por isso que eu vos aconselho a nunca os utilizar.
A melhor solução é procurar todas essas sensações de plenitude, de dilatação, de liberdade, de leveza e de alegria através dos métodos espirituais.
É este o verdadeiro caminho.
Os verdadeiros discípulos não contam com factores externos, pois sabem que Deus depôs no seu interior todos os tesouros e todas as riquezas, todos os produtos de todos os laboratórios e de todas as farmácias, basta ir buscá-los e utilizá-los.
Seria lamentável que vós ficásseis dez ou vinte anos numa Escola Iniciática sem nunca conseguir aprender a utilizar as riquezas que possuís.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.04.2015

Se tendes tendência para pensar que os seres que amais vos pertencem, depressa vos encontrareis em situações sem saída.
Um dia, sereis obrigados a admitir que esses seres vos escapam e, se não aceitardes isso, sofrereis e fá-los-eis sofrer também.

Em vez de alimentar obstinadamente a ideia de que a sua mulher lhe pertence, um marido deveria reflectir: não existia ela muito antes de ele a conhecer?; não existirá ela muito para além dele?
Antes dele, noutras incarnações, ela teve outros maridos, tal como ele teve outras mulheres.
Se ele sempre tivesse estado com ela, não teria medo de a perder.
E o mesmo da parte dela em relação a ele.
O medo que um ou outro pode ter de ser abandonado ou traído prova que ainda não existe uma ligação verdadeiramente sólida entre eles; talvez estejam a encontrar-se pela primeira vez.
Portanto, é inútil atormentarem-se; os homens e as mulheres devem considerar que são associados nesta vida e fazer o seu melhor para trabalharem em conjunto honestamente, apenas isso.
E, se conseguirem criar entre eles as melhores relações, poderão encontrar-se de novo numa próxima vida.


domingo, 26 de abril de 2015

A EVOLUÇÃO HUMANA E O DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS ESPIRITUAIS (Cont.II)

...
Deus depôs na alma humana possibilidades que uma existência demasiado virada para o exterior impede de despertar.
Aliás, é o que vós fazeis quando meditais!
Fechais os olhos para poder virar a vossa atenção para dentro...
Mas, a propósito deste assunto, eu gostaria de precisar algo.

 Quando meditais, não deveis ficar muito tempo com os olhos fechados; é que, como não sois ainda como os «yogis» hindus, correis o risco de adormecer.
Abri os olhos por um momento, de vez em quando, sem vos distraírdes com o que vos rodeia, fechai-os de novo, e depois abri-os outra vez...
É certo que, para meditar, se aconselha a fechar os olhos, porque isso ajuda as pessoas a isolar-se, a concentrar-se, a não se distrair, mas se elas os mantiverem fechados por demasiado tempo, acaba por lhes chegar o sono...

É assim: abrindo os olhos, as pessoas despertam, e fechando-os, preparam-se para dormir.
É um processo registado no cérebro desde há milhões de anos, e a Natureza que é fiel e verídica, diz: «Ah, fechas os olhos? Então é porque queres dormir. Muito bem, vamos já tratar disso.»
E lá ficais vós mergulhados numa «meditação» profunda!
Inversamente, quando abris os olhos, é o sinal do despertar: tudo se põe em marcha, tudo começa a funcionar - o cérebro, os braços, as pernas...
Sim, um pequeno movimento como esse - abrir os olhos - põe em marcha todo um mundo!

Esta questão do abrir e do fechar os olhos é muito importante.
Por vezes dizem-vos: «Abra os olhos!»
É uma maneira de falar, já que os vossos olhos estão abertos; então, de que olhos se trata?
Pois bem, de outros olhos que são mais lúcidos, que têm uma visão muito mais profunda, mais espiritual.
Os olhos do vosso corpo estão abertos, sim, mas vós tendes outros olhos, e esses estão fechados.
No entanto, por vezes as pessoas apercebem-se de que eles existem e podem abrir-se.
Mas para se poder abrir estes olhos espirituais, que veem os aspectos mais subtis da realidade, há que fechar os olhos físicos.
E outras vezes é o contrário: ao fechar os olhos físicos, fecha-se também os olhos espirituais.
Como podeis ver, tudo isto é muito subtil.
Pouco a pouco começareis a distinguir todos estes aspectos e a utilizá-los na vida quotidiana.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.04.2015

O Universo em que vivemos não está fechado para nós, fazemos com ele trocas de todo o tipo: físicas, psíquicas e espirituais.
Consciente ou inconscientemente, nós vibramos, respiramos com ele, nele.
Então, por que é que os humanos se sentem tantas vezes como estranhos na terra?
Porque não sabem o que é preciso fazer para serem conhecidos dela.
A terra sustenta-os, alimenta-os, mas eles vão e vêem em todos os sentidos pelas estradas e pelos caminhos, sem nunca pensarem naquilo que lhe devem.

Quereis que a terra vos conheça, que ela tenha amizade por vós?
Quando fordes caminhar na Natureza, parai de vez em quando, baixai-vos ou sentai-vos, pousai a mão sobre ela, acariciai-a e dizei-lhe: «Ó Terra, minha mãe, como eu aprecio a tua estabilidade, a tua solidez, a tua generosidade!
Pelo meu respeito, pelo meu reconhecimento, pelo meu amor, eu quero retribuir-te um pouco de tudo aquilo que me dás.»
E permanecei durante uns instantes neste contacto com ela.


sábado, 25 de abril de 2015

A EVOLUÇÃO HUMANA E O DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS ESPIRITUAIS

Nós possuímos um corpo físico composto de órgãos.
Até os bebés sabem isso: perguntai-lhes onde estão os seus olhos, e eles apontar-vos-los-ão; e apontar-vos-ão também a boca, os ouvidos, o nariz e as pernas.
Mais tarde, já na escola, aprendem que o homem possui cinco sentidos (a vista, o olfacto, o ouvido, o paladar e o tacto) tendo cada um deles funções bem determinadas: a função e as sensações do tacto não são as mesmas do paladar ou da visão, etc.

Todas as relações do homem com o mundo à sua volta se baseiam nos seus cinco sentidos e, é por isso que ele tenta aproveitar ao máximo as capacidades destes e principalmente multiplicar as sensações que lhe são proporcionadas pelos seus olhos, pelos seus ouvidos, pela sua pele, etc. ...
Dentro das sensações, há algumas mais ou menos necessárias e mais ou menos intensas.
Tomemos como exemplo o paladar: ninguém negará a riqueza e a variedade de sensações experimentadas, sobretudo se se fizer uma refeição copiosa.
E o tacto?
Quando um homem e uma mulher trocam carícias, descobrem uma enorme variedade de sensações; até se diz que é o prazer sexual que provoca as mais fortes sensações, o que é bastante duvidoso.
Em geral, é isso que acontece, mas não forçosamente com toda a gente: alguns grandes artistas, dotados de grande sensibilidade ao nível da vista ou do ouvido, experimentam as impressões mais intensas das cores e dos sons, muito mais que com o acto sexual, que muitas vezes os deixa indiferentes e frios.

Como a maioria dos humanos ainda não estão assim tão evoluídos, poderemos dizer que o tacto (no qual se pode incluir a sexualidade) e o paladar são, por hora, os dois sentidos que dominam o mundo.
A vista, o ouvido e o olfacto revestem-se de uma importância menor; há pessoas que são indiferentes aos perfumes, aos sons e às cores, a menos que os seus interesses estejam em jogo, tal como acontece com os animais, nos quais o olfacto, a audição e a visão estão extremamente desenvolvidos, visto eles terem necessidade de se proteger e de procurar alimentos.
Estou a falar-vos de coisas que já conheceis, mas faço-o apenas para chamar a vossa atenção a fim de que possais chegar a determinadas conclusões, nas quais não pensastes.

Desde há milhões de anos que os homens se esforçam por multiplicar e ampliar as suas sensações e percepções através dos seus sentidos, e é a este tocar no teclado dos cinco sentidos que eles chamam «cultura» e «civilização».
Pois bem, isto é um pouco pobre.
Seja qual for o grau de afinação que consigam atingir, os cinco sentidos serão sempre limitados, pois pertencem apenas ao plano físico e jamais explorarão outro plano além deste.
Mas a Natureza previu outras teclas neste teclado... sim, um sexto, um sétimo e um oitavo sentidos, de uma intensidade completamente diferente.
Só que, até agora, os homens limitaram-se aos cinco sentidos e não querem reconhecer que existem outros domínios a ser explorados, vistos, tocados, respirados.
Por isso não é de admirar que ele não consiga experimentar novas sensações, mais vastas, mais ricas, mais subtis.
Como explicar então, que, sem alimentar os cinco sentidos, existam seres que têm percepções que os levam ao êxtase: um alargamento da consciência, uma impressão de plenitude, de grandeza, de imensidão?

É preciso fazer os humanos entender que, se procurarem apenas acumular e amplificar as suas sensações físicas, encontrarão grandes decepções, visto estas sensações serem limitadas.
Porquê?
Porque cada órgão é especializado em algo: desempenha uma função determinada e não procura senão as sensações que correspondem à sua natureza.
Para podermos experimentar sensações novas, temos de dirigir-nos a outros órgãos que também possuímos.
Observai os humanos: eles têm a possibilidade de ver tudo, de comprar tudo; no entanto, falta-lhes sempre algo.
Porquê?
Porque não sabem que, para conhecer a plenitude, para descobrir sensações de uma força e de uma riqueza verdadeiramente excepcionais, é preciso começar a não contar exclusivamente com os cinco sentidos.
Neste domínio, os Orientais conseguem fazer experiências absolutamente impensáveis para os Ocidentais.
Na Índia ou no Tibete, por exemplo, alguns «yogis» habitam num buraco cavado na terra.
Nessa escuridão, nesse silêncio absoluto, deixa de haver qualquer alimento para os cinco sentidos, que o «yogi» consegue adormecer através da meditação.
E, quando deixam de funcionar, os sentidos deixam de absorver a energia psíquica destinada aos centros subtis; então, estes despertam e o «yogi» começa a ver, a ouvir, a sentir e a tocar elementos fluídicos nas regiões superiores.
Eis, pois, o objectivo pelo qual estes seres excepcionais se esforçam, alguns durante anos, por suprimir as sensações visuais, auditivas, olfactivas, etc. ... até pararem todo o movimento.
Fica então,  apenas o pensamento; e, em seguida, eles param também o pensamento para viver em comunhão total com a Divindade.

Continua



PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.04.2015

Viver a vida espiritual é, em primeiro lugar, experienciar o poder do pensamento.
Se não obtiverdes grandes resultados, é porque não sois fiéis à tarefa que empreendestes: o que construístes de um lado, destruís do outro.
Suponhamos que decidistes concentrar-vos na harmonia: a harmonia dos gestos, das palavras, de todo o vosso ser...
Se não aprendestes a dominar-vos, há pensamentos, sentimentos e desejos caóticos que continuam a apoderar-se de vós e vão destruindo aquilo que conseguistes construir.

Para obterdes algo de sólido e duradouro, deveis trabalhar de forma inteligente, organizada, contínua.
E nunca desanimeis.
Se não obtiverdes grandes resultados nesta vida, obtê-los-eis na próxima.
Perguntareis: «E por que não nesta?»
Porque ainda não fizestes esforços suficientes nas vossas incarnações anteriores.
Não é em alguns meses ou alguns anos que se chega a verdadeiras realizações espirituais.
É preciso prosseguir os seus esforços por várias incarnações.
Então, compreendei que deveis começar a trabalhar a sério nesta incarnação a fim de semeardes algumas boas sementes para a próxima.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.04.2015

 A luz é um espírito, um espírito que vem do sol...
Cada raio é uma corrente de forças que atravessa o espaço, e esta corrente, ao penetrar nos seres e nos objectos, age sobre eles.
Se existe um domínio a aprofundar, é precisamente o da luz: a sua natureza, a sua actividade e como nós podemos trabalhar com ela.

Quem neglicencia a luz para correr atrás dos ganhos, do lucro, é um ignorante.
Não sabe que esse "ouro" que procura, a riqueza, na realidade não é senão uma condensação da luz.
Sim, o ouro é uma condensação dos raios solares, acumulados, recolhidos, trabalhados, por obreiros inteligentes que vivem nas entranhas da terra.
Se prestardes muitas honras ao ouro e descurardes a luz, o que é que se passa?
É como se negligenciásseis uma princesa para cortejardes a sua aia; evidentemente, quando a princesa se aperceber disso, fecha-vos a sua porta.
Portanto, há que amar em primeiro lugar a luz; o ouro virá depois, ele seguir-vos-á: quando aparecerdes em companhia da princesa, todos os seus servidores se porão espontaneamente ao vosso serviço.




quinta-feira, 23 de abril de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.04.2015

Actualmente, cada vez mais pessoas sentem o seu equilíbrio físico e psíquico ameaçado pelo ritmo trepidante que lhes é imposto, particularmente nas cidades.
Então, começam a praticar técnicas de relaxação e diferentes yogas e artes marciais importadas do Oriente.
Isso pode fazer-lhes bem, é certo.
Mas existe um yoga mais fácil e mais eficaz, pois eles podem praticá-lo todos os dias e mesmo várias vezes por dia: o yoga da nutrição.

Quando se come seja o que for, no meio do barulho e da agitação, precipitadamente, com conversas ocas, a discutir... é quase inútil depois ir fazer yoga.

Se vos esforçardes, em cada dia, por comer conscientemente em silêncio, em recolhimento, tendes a possibilidade de fazer esse exercício de descontracção e de harmonização de todas as vossas células.
Como, de qualquer modo, sois obrigados a comer duas ou três vezes por dia, reflecti: este exercício é cómodo... e gratuito!
O que não acontece relativamente às lições de yoga ou de outras disciplinas.
Nestes casos, quantas despesas são necessárias só para aprender a acalmar-se!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  22.04.2015

Imensas pessoas afirmam que possuem a verdade!
Elas ignoram que, para julgar isso, existem critérios objectivos.
Quem está em verdade distingue-se por diferentes qualidades, e particularmente pela sua bondade, pela sua nobreza, pelo seu desapego a interesses pessoais.
Por isso, quando eu vejo alguém que afirma possuir a verdade mas que alimenta em si ódios, é revanchista, vingativo, tenho vontade de lhe dizer: «Pois bem, se isso é a verdade, não vale a pena fazer o menos esforço para nos aproximarmos dela.»
Mas os humanos raramente têm estes critérios.
Eles veem energúmenos pregar o ódio e a vingança em nome da verdade e estão prontos não só a segui-los, mas também a imitá-los ao ponto de cometerem crimes.

Nunca acrediteis em alguém que afirma ter a verdade se ele não vos mostrar o seu diploma.
E esse diploma não é um pedaço de papel, é um diploma vivo que os sábios e até os espíritos da Natureza podem ler de longe, pois ele brilha, lança raios.
Quando se encontra um ser assim, tem-se a sensação de ser iluminado, aquecido, fortalecido.
É como se se assistisse a um nascer do sol.



terça-feira, 21 de abril de 2015

OS CHACRAS AJNA E SAHASRARA

É necessário manter sempre desperta uma parte de si mesmo: à noite, antes de adormecer, deveis pensar em deixar alguém vigiando em vós durante o sono.
Jesus disse: «Vigiai e orai».
Muitas pessoas julgaram que se tratava de vigiar no plano físico, e então, coitadas!, para aplicar este preceito que não tinham compreendido correctamente, levantavam-se a meio da noite, extenuavam-se a lutar contra o sono e acabavam por desarranjar os ritmos naturais do seu corpo...
Não, é noutro plano que é necessário vigiar; durante a noite há que dormir, para deixar as céculas do corpo repousar, mas, ao mesmo tempo, há que vigiar no plano espiritual, ou seja, associar-se àquele que vela sempre, que nunca dorme...


Absolutamente imóvel e impassível, existe em cada ser humano um Vigilante eterno que vê tudo, que regista tudo.
A sua morada é entre as duas sobrancelhas, no chacra Ajna.
Porque é que se diz que ele é impassível?
Porque, seja o que for que vos aconteça, ele nada faz para vos salvar.
Se estiverdes habituados a observar a vossa vida interior, sentireis que, nos piores momentos, alguém, no vosso interior, observa tudo, regista implacavelmente o que se passa, mas nada faz para vos ajudar...
Não é esse o seu papel, e os vossos sofrimentos até o fazem sorrir.
É inútil suplicar-lhe; ele olha, observa, regista... e sorri.
Para poderdes tornar-vos vigilantes, lúcidos, deveis concentrar-vos, de tempos a tempos,, no centro Ajna, entre as sobrancelhas, deveis identificar-vos com este eterno Vigilante.
Então, mesmo mergulhados no sono, permanecereis despertos: o vosso corpo adormecerá, mas o vosso espírito, vigilante, desperto, irá viajar, encontrar outros seres e estudar as maravilhas do Universo.

Pode-se comparar o chacra Ajna com um olho, com uma bola de cristal, com um espelho mágico.
Ele tem uma virtude passiva, feminina: neste espelho reflectem-se todos os acontecimentos do Universo.
Graças a ele, podeis ver tudo, mas não podeis agir como quiserdes, ele não vos dá essa possibilidade.
Dá-vos a visão, permite-vos receber imagens, mas não podeis alterar o curso dos acontecimentos ou das forças.

 Por isso é necessário chegar ao último chacra, Sahasrara, que é emissivo, dinâmico, masculino, e que vos dá o poder de agir.
Quando a força Kundalini atinge o chacra Ajna, o Iniciado recebe a visão clara das coisas, mas isso não o torna omnipotente, ele continua vulnerável, exposto às forças contrárias, oscilando entre o bem e o mal.
Eis a razão por que ele deve ir até ao cume: Sahasrara.

Quando se entra nos templos hindus, encontra-se quase sempre o símbolo do «lingam».
O «lingam» não é mais que uma pedra horizontal sobre a qual se eleva uma pedra vertical.
A pedra horizontal representa o princípio feminino, ao passo que a pedra colocada verticalmente representa o princípio masculino.
Todos os fiéis - homens, mulheres, rapazes, raparigas - rezam e se inclinam com veneração diante deste símbolo, que ornamentam com grinaldas de flores, pois ele representa a geração, a fertilidade dos homens e dos deuses.
O «lingam» é um símbolo muito profundo.
Mostra que os princípios masculino e feminino não devem estar separados, mas unidos.
Ora, nos humanos eles estão separados.
Os homens e as mulheres não sabem encontrar o outro princípio em si mesmos, e é por isso que o buscam exteriormente e se atormentam por não o encontrar, ou se o encontram, ele não lhes traz a plenitude.

O homem e a mulher não podem encontrar a plenitude procurando no exterior, mas unindo os dois princípios em si mesmos, sendo homem e mulher ao mesmo tempo.
Nessa altura, não mais terão necessidade de se unir exteriormente com um ser complementar, são já completos: têm a sabedoria, a força e o poder do homem, e a ternura, a delicadeza, a pureza e a sensibilidade da mulher; eles próprios são o símbolo do «lingam», nada lhes falta, tudo lhes obedece, pois sabem ser ao mesmo tempo emissivos e receptivos.

Encontra-se esta polaridade masculina e feminina nos chacras Ajna e Sahasrara.
A pedra horizontal, o princípio feminino, é o chacra Ajna, o chacra que recebe, que capta, que reflecte.
E o outro, a pedra vertical, o princípio masculino, é o chacra activo, dinâmico, aquele que cria, que projecta: Sahasrara.
E quando consegue unir Ajna e Sahasrara, o Iniciado torna-se perfeito, omnipotente, é como Shiva, possui o «lingam» vivo.





PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.04.2015

                             
Existem analogias entre o homem e a árvore que é interessante aprofundar.
Comecemos pelas raízes: elas são representadas no homem pelo estômago, pelo ventre e pelo sexo.
Com efeito, o homem enraíza-se na terra pelo estômago e pelos intestinos para se alimentar, e pelo sexo para se reproduzir.
O tronco da árvore é representado pelos pulmões e pelo coração, que comandam os sistemas respiratório e circulatório.
Na árvore, ao longo de todo o tronco, a corrente ascendente transporta a seiva bruta até às folhas onde ela se transforma, ao passo que a corrente descendente transporta a seiva elaborada que alimenta a árvore.
No homem, o sistema venoso transporta até aos pulmões o sangue viciado para ele se purificar e o sistema arterial transporta o sangue purificado por todo o organismo para ele manter o seu vigor.
Finalmente, as folhas, as flores e os frutos da árvore correspondem, no homem, à cabeça que recebe as energias mais subtis, as do sol espiritual: o espírito.
Quem desperta o espírito em si próprio capta as energias divinas e torna-se capaz de dar os melhores frutos.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.04.2015



 O Criador deu-nos uma vontade para que façamos dela o instrumento da nossa natureza superior, pondo-a ao serviço de um alto ideal.
Isso começa pela compreensão e pela aplicação das verdades essenciais.
Assim que tiverdes compreendido uma verdade essencial, usai a vossa vontade para a pôr em prática, sabendo que esse é o único meio de a compreender verdadeiramente.

Enunciar verdades é fácil, qualquer um pode ir procurá-las nas obras de alguns sábios para depois as repetir como um papagaio.
Pode ser que deste modo ele conquiste a estime de alguns cegos que não veem como, na realidade, ele é ignorante e fraco.
Mas enganar cegos não é uma grande proeza!
Em todo o caso, há outros seres que veem claro neste domínio e não se deixam enganar: as entidades luminosas do mundo invisível.
Ora, é a estima dessas entidades que nós devemos conquistar, e conquistá-la-emos aplicando as verdades que os Iniciados nos revelam.
Essas verdades são armas e nós nunca encontraremos armas melhores para obter vitórias na vida; mas precisamos de ter um braço para nos servirmos delas, ou seja, uma vontade para as pôr em prática.

domingo, 19 de abril de 2015

O SISTEMA DOS CHACRAS (Cont. IV)

II

Existe um costume milenário de queimar incenso ou outras substâncias aromáticas nos templos e nas igrejas.
O fumo que se eleva em espiral do queimador de incenso é um símbolo da subida da Kundalini através dos chacras.
O queimador com o carvão incandescente, representa o chacra Muladhara, e o fumo representa a serpente de fogo, Kundalini.
Este símbolo do queimador de incenso demonstra que é necessário deitar certas matérias ao fogo e alimentá-lo para que a força comece a elevar-se.
Ao manter a tradição de queimar incenso nas igrejas, o Cristianismo conservou os rituais que lhe foram transmitidos num passado longínquo, apesar de o seu sentido ter acabado por se perder.

Se se lançar um olhar sobre outras tradições espirituais, encontrar-se-á esta ciência da Kundalini sob uma outra forma.
Na tradição grega, por exemplo, aparece sob a forma do caduceu de Hermes, com as duas serpentes entrelaçadas à volta de um bastão central.




As duas serpentes são Ida e Pingala, as duas correntes que circundam o canal Sushumna e que o «yogi» activa pela respiração para despertar a Kundalini.

Na tradição cabalística, encontra-se esta mesma ciência na Árvore Sefirótica, com os dois pilares - o do rigor (positivo) e o da clemência (negativo) - situados dum lado e doutro do pilar central ou pilar do equilíbrio.
 As duas correntes descem da séfira Kéther, passam por Hokmah e Binah, cruzam-se em Daath, passam por Hésed e Géburah, cruzam-se em Tiphéret, passam por Netzach e Hod e cruzam-se, finalmente, em Iésod que, simbolicamente, representa os órgãos genitais.

E se fordes ao Tibete vereis que os arquitectos tibetanos ocultaram esta ciência da Kundalini e dos chacras na maneira de construir os edifícios sagrados a que chamam «stupas».
 Por todo o lado - na entrada dos santuários e dos mosteiros, nas bermas dos caminhos - se vê estas construções, que possuem todas a mesma estrutura: uma base em forma de cubo, depois uma parte redonda, esférica, em seguida uma parte cónica, triangular e sobre esta um elemento em semi-círculo, como um crescente de Lua, encimado por um ornamento em forma de chama que se pode comparar também a um polegar erguido ou à letra Iod do alfabeto hebraico.

Toda a ciência do homem e do Universo está escondida na estrutura destes edifícios.
Com efeito, estas cinco formas geométricas correspondem, segundo a tradição tibetana, aos cinco elementos: o cubo, à terra; a esfera, à água; o cone, ao fogo;; o semi-círculo, ao ar; e a chama, ao éter.
Estas cinco formas e estes cinco elementos correspondem, no homem, aos cinco chacras, reduzindo duas vezes dois chacras a um só.
Assim, o cubo representa Muladhara e Svadhisthana reunidos, porque ambos estão ligados à terra, à matéria mais condensada.
Por cima encontra-se o chacra umbilical, Manipura, representado pelo círculo; depois Anahata, o chacra do coração, representado pelo triângulo.
Mais acima, o chacra da garganta, Visuddha, é simbolizado pela Lua; os dois últimos, Ajna e Sahasrara, estão reunidos também numa mesma figura, a da chama.
Cada um destes cinco centros é a sede dum Dhyani-Buda ou Buda de meditação.
Começando pelo centro inferior, são: Amoghasiddhi, Ratnasambhava, Akshobia, Amithabha e Vairocana.
Estes cinco Dhyani-Budas têm, cada um, a sua qualidade, a sua virtude própria.
Chama-se-lhes também os Budas das cinco sabedorias, pois cada virtude é considerada como uma sabedoria.
Estes cinco Dhyani-Budas são muito venerados no Tibete, mas acima de todos eles venera-se o Buda Avalokiteshvar.
Segundo a lenda, este é filho do Buda Amithabha, e foi ele quem pronunciou, pela primeira vez, as sílabas sagradas: OM MANI PADME HUM.
A lenda diz também que um dia, ao olhar o mundo dos humanos, perante os seus sofrimentos e as suas misérias infinitas, ele foi tomado de uma tal compaixão que a sua cabeça se estilhaçou.
O seu pai, o Buda Amithabha, deu-lhe então dez cabeças, às quais juntou a sua, ao mesmo tempo que do corpo de Avalokiteshvar saíam mil braços.
É, pois, com onze cabeças e mil braços que ele é representado prestando socorro aos humanos.

Eis em resumo, o modo como os Tibetanos, que receberam o mesmo ensinamento sobre os chacras que os Hindus, exprimiram toda essa ciência na estrutura dos seus edifícios sagrados, que reflectem a estrutura do ser humano e do Universo.





PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.04.2015

 Uma pessoa que não consegue libertar-se das suas angústias vem pedir-me conselho.
Eu digo-lhe: «Como nada daquilo que já tentou deu resultado, vou indicar-lhe um remédio em que não pensou.
Harmonize-se todos os dias com as entidades luminosas do Universo.
Diga-lhes: "Eu amo-vos, estou em sintonia convosco, quero cumprir a vontade de Deus..." e pouco a pouco, sentir-se-á melhor.»

Os humanos vivem tão inquietos, tão perturbados, porque deixaram entrar a desordem na organização interior que a Natureza instalou neles, e recebem lições para aprenderem a entrar de novo na ordem.
Todo o Universo é harmonia, todo o Universo canta em harmonia, e quem não respeita essa harmonia é rejeitado e sofre.
Por isso, nós devemos procurar a harmonia pelo amor à harmonia, pela necessidade de nos fundirmos na ordem cósmica criada por Deus.
Deste modo, abriremos as portas às forças e às entidades luminosas da Natureza, pois harmonizar-se é abrir-se e esta abertura é a condição para que todas as presenças benéficas venham habitar em nós.

sábado, 18 de abril de 2015

O SISTEMA DOS CHACRAS (Cont. III)


 No Génesis lê-se que Adão e Eva viviam no jardim do Éden onde, entre todas as espécies de árvores, cresciam a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Deus tinha proibido Adão e Eva de comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Mas a serpente conseguiu convencer Eva que, por sua vez, persuadiu Adão a comer do fruto proibido...
E vós conheceis o resto.

Bom, esta Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal é precisamente o sistema dos chacras que existe ao longo da coluna vertebral, e a serpente que estava na parte de baixo da Árvore, enrolada sobre si mesma, é a Kundalini.
A serpente falou a Eva e disse-lhe: «Se comeres os frutos desta Árvore (quer dizer, se despertares os chacras), tornar-te-ás como Deus, terás a omnisciência, a clarividência, a omnipotência.»
Então, evidentemente, Eva foi tentada e Adão também.
Pois é, mas era prematuro, eles não estavam preparados para suportar a potência das forças postas em acção.
Deveriam ter continuado a comer dos frutos da Árvore da Vida, quer dizer, a retirar as energias do plexo solar, que está em ligação com todo o Cosmos, pois era graças a estas energias que eles não conheciam nem a fadiga, nem o sofrimento nem a morte.

Sim, a Árvore da Vida é o plexo solar, e a outra, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, é a coluna vertebral.
Adão e Eva foram precipitados ao comer dos seus frutos, deveriam ter esperado que Deus lhes dissesse para os comerem, no devido momento.
E agora passa-se a mesma coisa com os humanos.
Os que sabem alimentar-se com o plexo solar, que está ligado ao Sol, conseguem comer novamente dos frutos da Árvore da Vida: absorvem o prana, o elixir da vida imortal.
Ao passo que os que querem comer prematuramente dos frutos da outra árvore, antes de se terem tornado suficientemente fortes e puros, correm os piores perigos.
Eles tentam despertar a Kundalini, falam com a serpente, e a serpente atrai-os para a morte.
Sim, para a morte espiritual.

Por conseguinte, o despertar dos chacras, tal como o da força Kundalini, deve fazer-se com muita precaução.
Dei-vos alguns métodos simples para trabalhardes sobre os chacras Visuddha e Ajna, e posso acrescentar agora um outro que é válido para todos os chacras: o canto.
Cantar produz ondas que fazem vibrar os centros subtis no homem.
Evidentemente, não se trata de cantar o que quer que seja e de qualquer maneira.
Só as vibrações produzidas por cânticos profundos, místicos, que executais com a consciência da força espiritual que eles representam, podem começar a despertar esses centros adormecidos.

Na Fraternidade Branca Universal temos um imenso reportório de cânticos místicos compostos pelo Mestre Peter Deunov.
Se conseguirdes cantá-los com a consciência de que cantar é um acto sagrado, alguns desses cânticos despertarão na vossa coluna vertebral uma força viva; esta força, que se eleva, chega até à cabeça e sai pelo centro superior.
Quando, ao cantar, sentis um arrepio percorrer-vos dos pés à cabeça, na maior luz e na maior pureza, é porque nesse instante o vosso corpo vibra em harmonia com o Universo.
Mas é uma benção que talvez ainda não conheçais ou que só experimentastes muito fugidiamente.
Quando conhecerdes verdadeiramente esta sensação na sua plenitude, compreendereis a riqueza e o poder do canto para o desenvolvimento da vida espiritual.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.04.2015

 Quando despertais, de manhã, começai por sorrir ao mundo inteiro.
Saudai amigavelmente toda a criação: «Bom dia, bom dia, bom dia!...»

Se criardes este hábito, em breve constatareis  que, mesmo estando sós, em nenhum momento do dia sentireis solidão, pois de toda a parte vos chegarão ecos: «Bom dia, bom dia, bom dia!...»

Todas as manhãs se deve pensar em retomar o contacto com o mundo.
Por que é que as pessoas estão tão fechadas em si próprias quando saem de casa?
Elas veem e ouvem os outros com quem se cruzam, mas não olham para eles, ignoram-nos...
Por maioria de razão, não pensam que a terra inteira está povoada por criaturas que merecem que lhes enviem ao menos um pensamento amigo, que lhes desejem boas coisas: a luz, a paz, a alegria...
É assim tão difícil para elas abrirem-se, sorrirem, darem o primeiro passo?
Elas esperam que sejam os outros a fazê-lo e, entretanto, lamentam-se porque se sentem sós.
Se mudarem de atitude já não se sentirão sós.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O SISTEMA DOS CHACRAS (Cont.II)

...
Os Hindus representam os chacras de uma forma muito detalhada.
Seria demasiado longo debruçar-me sobre cada um deles e vou deter-me unicamente no chacra do coração: Anahata.
É muito importante para o vosso desenvolvimento espiritual que useis sobre o vosso coração a imagem deste chacra que é o centro do amor universal, pois este amor é tão desinteressado, tão vasto, que desperta em vós a verdadeira inteligência, a intuição.
Quanto aos três chacras da cabeça, o Iniciado desenvolve-os na última fase da sua evolução, quando tudo está preparado e todo o seu ser está harmoniosamente desenvolvido.

Se quiserdes uma imagem para melhor compreender estes três chacras, pode dizer-se que eles são semelhantes aos aparelhos utilizados pelos submarinos: um periscópio (um olho que vê acima da água), um radar que os informa sobre a presença de outros navios em redor e um rádio graças ao qual podem captar ou emitir mensagens, apelos...
Pois bem, o ser humano é dotado desses mesmos aparelhos, dessas mesmas antenas.

Os três chacras da cabeça são três antenas que o plexo solar pode utilizar como um submarino imerso.
«Mas, direis vós, porque é que essas antenas estão colocadas na cabeça?
Porque é que o plexo solar não está dotado de dois olhos e de dois ouvidos?»
Ele tem-nos, mas para fazer evoluir o ser humano, a Inteligência Cósmica instalou outros no seu cérebro.

Eu posso dar-vos um exercício muito simples para desenvolver o chacra da garganta, o chacra Visuddha.
De vez em quando, durante a vossa meditação, podeis adoptar a atitude de ficar à escuta, simplesmente, sem pensar... procurando ouvir a voz da sabedoria, a voz dos espíritos luminosos.
Evidentemente, nos primeiros dias, nas primeiras semanas, talvez não ouçais nada; mas se persistirdes no exercício, acabareis por ouvir a voz interior, a doce voz de Deus...
Chamam-lhe, por vezes, a voz do silêncio, tão fina e subtil ela é, mas no dia em que conseguirdes ouvi-la, todo o vosso ser estremecerá... não há palavras para exprimir o que é esta voz.

Para desenvolver o chacra Ajna, imaginai que, com o vosso olho interior, vedes a Terra, o Céu, o Espaço com as inúmeras criaturas que nele habitam, todos os mundos visíveis e invisíveis.
Olhai-os simplesmente com muito amor, e com essa atitude estareis a despertar a vossa visão espiritual.

Há também um exercício para o chacra do cimo da cabeça, mas pode ser perigoso para alguns e por isso falar-vos-ei dele noutra altura.
Os dois primeiros são inofensivos, podeis praticá-los sem perigo.
Jamais vos acontecerá algo de mau se procurardes ouvir a voz divina.
Fazei como se ouvísseis com os vossos dois ouvidos; mas, na realidade, é um terceiro ouvido que desperta.
E passar-se-á a mesma coisa se procurardes contemplar as maravilhas do mundo invisível: abrir-se-á um terceiro olho.
Assim, em cada dia, pouco a pouco, ides percorrendo um caminho extraordinário que, se souberdes perseverar, vos conduzirá à iluminação.

Continua