sexta-feira, 10 de julho de 2015

VISITA A PATMOS (Cont. IV)

...
Contaram-nos que, por fim, quando sentia que a morte se aproximava, S. João pediu a dois ou três discípulos que cavassem um grande buraco.
Entrou no buraco e disse-lhes que lançassem terra sobre ele, até ao peito, e que voltassem no dia seguinte.
Quando voltaram, ele ainda estava vivo e disse-lhes: «Enterrem-me, agora, até aos ombros e voltem amanhã.
No dia seguinte, continuava vivo.
Eles tiveram de acrescentar mais terra.
Mas quando voltaram no dia seguinte, S. João já lá não se encontrava.
Evidentemente, deve tratar-se de uma lenda.
Existem numerosos depoimentos e relatos, mais ou menos lendários, respeitantes a S. João; foram contados pelos seus discípulos e podem ser encontrados em algumas bibliotecas da Grécia.
Interessava-me muito conhecer alguns pormenores.

Desde os primeiros tempos da Igreja, é mantida em Patmos, uma tradição inspirada pelo ensinamento de S. João.
Por isso, no século XVIII, foi construída uma escola, não muito longe do mosteiro.
Desta escola, a que deram o nome de Patmias, saiu um grande número de homens da Igreja, de teólogos, de pensadores; ela enriqueceu a cristandade com personagens verdadeiramente notáveis.
Patmos é um lugar tão magnífico que eu gostava que a nossa Fraternidade da Grécia, ali possuísse um terreno para ali passar algum tempo de vez em quando.
Que condições excepcionais haveria para orar, meditar e viver uma vida fraternal!
Que prazer sentiriam os irmãos e as irmãs quando nele cultivassem melancias, melões e toda a espécie de árvores de fruto!
O motorista de táxi que nos conduzira ao mosteiro era proprietário de vários terrenos na ilha e, em especial, daquele na colina, em que eu tinha reparado, e mostrou-se disposto a vendê-lo.
Lá de cima via-se o nascer do sol e avistavam-se outras ilhas ao longe, bem como o mosteiro e o porto com as pequenas casas...
Patmos não é muito longe de Atenas mas, infelizmente, a viagem é muito longa: treze horas de ida e treze horas de regresso, e só se pode ir de barco; não há carreira aérea para lá.
Se o mar estiver agitado, como aconteceu quando lá fomos, é uma autêntica aventura.
O que é espantoso é que, antes desta viagem, eu sempre receara andar de barco, porque enjoava no mar.
Mas desta vez, pelo contrário, achei maravilhoso ser balançado, senti um prazer... louco!
Dá-vos vontade de rir, não é?...

Continua


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