segunda-feira, 20 de julho de 2015

A PROCURA DO CENTRO (Cont. II)

O Sol é o centro do sistema solar e todos os planetas gravitam à sua volta num movimento harmonioso.
Esta movimento harmonioso dos planetas à volta do Sol devemos nós imprimi-lo às nossas próprias células.
Mas para isso é preciso encontrar em nós o centro, o Espírito, Deus.
Nesse momento, todas as partículas do nosso ser entram no ritmo da vida universal e as sensações e estados de consciência que experimentamos são de tal forma maravilhosos que não há palavras para exprimi-los.

«Mas - direis vós -, é absolutamente necessário ir ver o nascer-do-sol?
Se rezarmos nas nossas casas não é a mesma coisa?»
É claro que no vosso quarto também podeis rezar, ligar-vos a Deus, regressar ao centro.
Mas se, ao mesmo tempo que rezais, respirardes ar puro e vos expuserdes aos raios do Sol, realizareis essa união com Deus não só intelectualmente ou espiritualmente, através do pensamento, mas também fisicamente, pelo ar e pela luz.
Aqui, ao nascer-do-sol, sois ajudados por factores muito poderosos: o ar puro, a frescura, a tranquilidade, todo este espaço e este calor, estes raios do Sol...
É a plenitude!
Se souberdes aproveitar todas estas condições, aproximar-vos-eis mais rapidamente, mais eficazmente, mais maravilhosamente desta fonte da vida de que todos temos necessidade.

Todos os seres, sem excepção, têm essa necessidade de tornar à fonte, à origem.
Eles compreendem isso de diferentes modos, mas na verdade todos procuram o Senhor: os que não fazem senão comer e beber, os que procuram mulheres sem nunca estarem saciados, os que desejam a riqueza, o poder ou a ciência... todos procuram Deus.
A minha interpretação talvez melindre nos religiosos, porque muitas vezes eles têm vistas curtas e ideias pré-concebidas, e então dirão: «Mas é impossível que as pessoas procurem Deus por caminhos tortuosos!»
Claro que é possível, não existe nenhuma creatura que não procure Deus, só que cada um compreende-O à sua maneira.
Se soubéssemos onde Deus está e como encontrá-l'O de um modo perfeito, é claro que isso seria preferível, mas Deus encontra-se já um pouco na comida e na bebida, e também um pouco no dinheiro.
Encontra-se também nas mulheres e nos homens.
Sim, estas sensações de plenitude, de dilatação, de encantamento, quem senão Ele, poderia proporcioná-las?
Desejar a autoridade, o poder, é também querer possuir um atributo de Deus.
Querer ser belo, é também procurar ter uma qualidade de Deus: o seu esplendor.
Até os glutões que passam todo o dia nas comezainas não sentiriam esse gozo, esse prazer do palato ou das vísceras se desse modo não estivessem a provar um poucochinho do Senhor.
Nada existe de bom, de belo, de delicioso, que não encerre pelo menos algumas parcelas da Divindade.
Simplesmente, para encontrar realmente o Senhor, nós não recomendamos caminhos tão custosos, nojentos e deploráveis.
Alguns vão aos esgostos à procura do Senhor!
Nós mostramos o melhor caminho, o que vai directamente ao seu encontro: o Sol.

Continua

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