sábado, 31 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.12.2016

Um ano termina e outro vai começar...
É o período em que todos formulam votos para si mesmos, para a sua família, para os seus amigos, para o mundo inteiro.
Existe o costume de as pessoas se encontrarem, se abraçarem, se convidarem umas às outras, esperando que o novo ano traga a cada um muitas coisas boas.

Mas, antes de pensar no novo ano, focai-vos por um momento no ano que está a acabar e dirigi-vos a ele...
Estais admirados... «Como?
Falar a um ano?»...
Sim, a Cabala diz-nos que um ano é um ser vivo; por isso, pode-se falar-lhe.
Sim, dirigi-vos a esse ano que se afasta e pedi-lhe que se recorde de vós.
Como ele é vivo, não fica inactivo; ele registou não só os vossos actos, como os vossos desejos, os vossos sentimentos e os vossos pensamentos.
No último dia, ele fará o seu relatório aos Senhores dos destinos e ligar-vos-á ao novo ano.
Sabei saudá-lo antes de o deixardes.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.12.2016

O sentimento, que por vezes temos, de que a imensidão, o ilimitado, é a verdadeira pátria da nossa alma, não é uma ilusão, tem origem na nossa estrutura psíquica.
Por isso, aqueles que recusam tomar em consideração essas necessidades da sua alma sentirão sempre, no fundo de si mesmos, uma espécie de insatisfação.
Mesmo tendo fortuna e vivendo rodeados de honrarias, de sucessos, de glória, terão sempre a sensação de que lhes falta qualquer coisa.
E é inútil tentarem negar ou recalcar essa sensação, seja por que meio for, pois ela está lá para os obrigar a seguir pelo caminho que os conduzirá até à Fonte da Luz.

Deus não pode ser visto, nem ouvido, nem tocado, nem explicado, nem alcançado.
Ora, nós somos habitados pela necessidade irresistível de partir em busca d'Ele.
E foi o próprio Deus que pôs em nós esta necessidade, para que nunca parássemos de avançar.
O essencial é nunca parar.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.12.2016

Falar, escrever, consiste em reunir palavras ajustando-as, organizando-as; é, pois, um acto de criação.
Cada um pode, assim, criar nos seres a alegria, a confiança, o amor, a luz ou, então, o desgosto, a escuridão, a doença, o desespero; e no segundo caso, mesmo quem se exprime no melhor estilo fabrica monstros.

A verdadeira evolução consiste em aprender a servir-se da palavra oral ou escrita, com vista a resultados divinos, isto é, em pôr a funcionar os elementos do Verbo para criar unicamente o que é justo, bom e belo.
Quem trabalha conscientemente neste sentido participa na obra de Deus, que o reconhece como um dos seus obreiros, pois a Criação ainda não está terminada; o Criador continua a trabalhar e precisa de obreiros que lhe tragam - simbolicamente - pedras, areia, cimento...
«Nós só servimos para isso?», perguntareis vós.
Sim, e não fiqueis ofendidos.
Não é certamente a nós, humanos, que o Criador pode confiar a tarefa mais importante, mas, seja a que nível for, é glorioso participar no seu trabalho.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A VIDA PSÍQUICA, ELEMENTOS E ESTRUTURAS






7º. Capítulo (parte)  -  CONHECIMENTO  INTERIOR,  CONHECIMENTO  EXTERIOR


Para a grande maioria dos homens do século XX, o mundo objectivo, a realidade visível, palpável, explorada pelo intelecto, tem a primazia sobre o mundo subjectivo, o mundo do sentimento, da sensação, da experiência vivida.
No entanto, esse mundo subjectivo é o mais importante, porque, afinal, o que conta é tudo aquilo que viveis e não o que está fora de vós e ao vosso lado; o que é real é aquilo que sentis.
Se vos sentirdes perseguidos, se vos julgardes perseguidos perseguidos por ladrões ou por monstros, mesmo que eles não existam objectivamente isso não tem qualquer importância: ficais como loucos, sofreis; para vós, é uma realidade.
E imaginai ainda que possuís tesouros, riquezas: se interiormente, não os sentis, se não vos alegrais com isso, se não tirais qualquer proveito deles, é como se não tivésseis nada.
Então, afinal somos obrigados a admitir que o mundo interior, subjectivo é mais importante; sim, aquilo que viveis, aquilo que sentis.
Se vos sentis alegres e na abundância, será assim tão importante que exteriormente, estejais na miséria?...
O lado interior está, pois, em primeiro lugar.
É simples, é evidente; mas a maioria dos humanos não compreenderam isto e procuram sempre viver no lado exterior.
Ora, o lado exterior nós podemos vê-lo, observá-lo, desenhá-lo, etc., mas não vivê-lo e, se se quer verdadeiramente vivê-lo, é muito difícil, é preciso ter certas condições interiores para isso.
Diante dos esplendores da Natureza, quem não é minimamente sensível à beleza mantém-se impassível e frio, ao passo que um artista, por exemplo, mal avista uma paisagem, um rosto, vibra e põe-se a desenhar, a escrever, a compor, porque todo um mundo de riquezas e de beleza vive já nele.
Mas como convencer os humanos de coisas tão simples e tão claras?
É no plano físico que eles querem possuir, acumular, e deixam adormecer as faculdades de percepção subtil.
Então, é claro, eles têm... eles possuem... mas isso já não lhes traz regozijo.
Como um homem que, sempre em busca de novas conquistas, julga que vai encontrar, por fim, a mulher que o tornará feliz.
Interiormente, ele não faz nada para desenvolver a sua sensibilidade e imagina que, continuando a procurar no exterior, encontrará.
Mas não encontra.
Quantos homens e mulheres eu já conheci que perseguiam obstinadamente o amor no exterior, porque interiormente eram incapazes de sentir o que quer que fosse!
Sim, estavam paralisados...
É preciso aprender a não contar tanto com o lado exterior, mas sim a utilizar as mínimas ocasiões que se apresentam para saborear o Céu.
Quando um rapaz e uma moça começam a gostar um do outro, vivem numa tal poesia que, se a moça dá ao rapaz uma pétala de rosa, por exemplo, essa pétala converte-se para ele num talismã, e ele sente-se maravilhado.
No entanto, o que há nessa pétala?
Talvez não haja nada.
Mas ele, ao respirá-la, sente os fluidos da moça, sente a sua alma, o seu pensamento, vê-se transformado para ela, num poeta, num cavaleiro, num conquistador.
Eles nem se abraçam nem se beijam, mas as mínimas coisas, um simples olhar, um aperto de mão, bastam para fazê-los viver dias e dias na lembrança desses momentos, como se possuíssem na sua alma o Universo inteiro.
Mas quando começam a aproximar-se fisicamente, a tomar doses alopáticas, eles já não vivem essas sensações subtis, porque no seu interior há qualquer coisa que enfraquece, que diminui.
Então, para terem ainda algumas sensações, têm de aumentar a dose, de multiplicar as aventuras.
Mas perdem o gosto, como aqueles que, diariamente, e várias vezes ao dia, tomam refeições abundantes.
São uns glutões que não sabem apreciar verdadeiramente a comida.
Como os humanos não conhecem estas leis, fazem muito mal a si próprios.
No seu amor, eles devem regressar às doses homeopáticas, pois são as mais eficazes.
Porquê?
Porque são sentidas pelos corpos subtis.
Nos corpos subtis há mais espaço entre as partículas e, por isso, elas têm mais possibilidades de vibrar.
As doses homeopáticas agem sobre os corpos subtis, ao passo que as doses alopáticas agem unicamente sobre o corpo físico; com efeito, para agir sobre ele é preciso dar-lhe grandes doses, mas desse modo os outros corpos não reagem.
É uma lei: as doses homeopáticas não têm grande grande acção sobre o corpo físico, porque as partículas que o constituem são demasiado compactas, estão demasiado comprimidas umas contra as outras; para agir sobre elas é preciso dar-lhes doses maciças, ao passo que os corpos etérico, astral e mental, que são delicados, subtis, são sensíveis às doses homeopáticas.
Vós direis: «Mas como é que essas doses podem depois agir sobre o corpo físico?»
Por intermédio dos outros corpos.
Vós tendes imensos exemplos na vida quotidiana.
O que é um olhar, uma palavra?
Uma dose homeopática.
Recebestes um olhar de ódio, dirigiram-vos uma expressão cruel e vós ficais de cama ou quase.
No entanto, não vos bateram nem feriram...!
Então, como é que acontece o corpo físico ficar doente e reduzido a quase nada?
Essa palavra ou esse olhar provocou em vós um tal sentimento de desolação ou de horror que isso se reflectiu no corpo físico.
Ou, pelo contrário, vós estais esgotados, sem força...
Um amigo vem ver-vos e diz-vos algumas palavras amáveis acompanhadas de olhares calorosos, e eis-vos restabelecidos!
Ele deu-vos doses homeopáticas que os vossos corpos subtis receberam e transmitiram ao corpo físico.
Nesse momento, certas correntes e certas ligações restabeleceram-se e vós levantais-vos.



PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.12.2016


 Uma visão correcta das coisas só se pode obter por intermédio de uma vida pura.
É por isso que o nosso Ensinamento põe a tónica na vida pura, tanto no plano físico como no plano espiritual.
Todo o destino do homem depende da clareza do seu "olho interior", e esta clareza depende da sua maneira de viver.
Assim que ele comete uma falha, assim que ele transgride as leis divinas, a sua visão espiritual obscurece-se, ele já não é avisado nem guiado, e perde-se em caminhos sem saída.
Cabe a cada um, pois, tomar consciência da relação que existe entre o seu comportamento quotidiano e a clareza da sua visão.
Aquele que decide viver uma vida de rectidão, honesta e nobre, purifica-se, e os seus centros subtis começam a funcionar.
É assim que, bem esclarecido, bem dirigido, ele reencontra as nascentes, as planícies, os lagos, as pastagens e as montanhas da sua verdadeira pátria.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.12.2016

As almas humanas vêm encarnar-se na terra, depois vão embora, e os seus destinos são comparáveis aos de uma gota de chuva.
Cada gota cai exactamente no lugar previsto para ela pelos decretos da Inteligência Cósmica, a fim de aí cumprir a sua tarefa.
De uma maneira ou de outra, cada uma deve sacrificar-se para dessedentar quem tem sede, refrescar quem tem calor, lavar quem ficou sujo pelo trabalho do dia, regar o campo semeado...

E são muitos os sacrifícios que podem ser pedidos à água: entrar no fabrico do pão, servir para cozer os alimentos ou, ainda, diluir substâncias tóxicas para as tornar inofensivas, etc.
E em nenhum dos casos ela deve revoltar-se; deve, sim, aceitar o sacrifício, mesmo que a poluam, mesmo que a desperdicem, mesmo que abusem dela.
Quando tiver cumprido a sua missão, poderá voltar para o Céu, a fim de aí recuperar a sua transparência.
Acontece o mesmo com a alma humana.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.12.2016



 A tarefa do discípulo de um Ensinamento Iniciático é construir o seu corpo espiritual, graças ao qual nascerá uma segunda vez.
Ele tem a ideia - o Reino de Deus e a sua Justiça, a perfeição, a harmonia celeste - e agora deve reunir os materiais para construir o edifício.

Na realidade, a partir do momento em que a ideia estiver lá, os materiais chegarão automaticamente.
A partir do instante em que tendes a ideia, o plano, e o instalais no vosso coração, na vossa alma, ele atrai do Cosmos todos os elementos necessários, que vêm distribuir-se segundo as directrizes já desenhadas, já gravadas.
A vós só cabe manter o plano firmemente na vossa alma e orientar todas as vossas actividades segundo as indicações que nele são dadas.
É assim que formais o vosso corpo espiritual: o corpo de glória, o corpo do Cristo.
Aquilo a que se chama o segundo nascimento é a construção, pelo ser humano, deste corpo luminoso que lhe permite viver e agir no plano espiritual.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

domingo, 25 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.12.2016



Todos os anos, no dia 25 de Dezembro, os cristãos festejam o nascimento de Jesus, e em todas as igrejas foi preparado um presépio.
Está lá o menino deitado nas palhas; Maria e José velam por ele, e há também um burro e um boi.
O burro e o boi nunca são esquecidos!
Mas estes dois animais são símbolos que devem ser interpretados; eles correspondem a processos que se desenrolam no próprio ser humano.
O estábulo é o corpo físico e o boi é a força sexual.
Quanto ao burro, esse representa aquele que a tradição designa por velho Adão, egocêntrico, teimoso, obstinado, mas bom servidor, isto é, a natureza inferior, a personalidade.

O ser humano que decide trabalhar para fazer nascer o Cristo nele mesmo, começa por entrar em conflito com as forças da sua natureza inferior e da sua sexualidade.
São essas forças que ele deve dominar para as pôr ao serviço do Menino divino.
Por isso se diz que, no estábulo, o boi e o burro respiravam para cima do Menino e aqueciam-no com o seu bafo...
Portanto, quando o ser humano consegue transmutar os instintos que nele são representados pelo burro e pelo boi, estes vêm aquecer e servir o Menino recém-nascido.
Todos os que conseguiram fazer nascer o Cristo neles terão o apoio das forças da sua natureza inferior e da sua sexualidade, pois estas forças são extraordinariamente benéficas se se souber pô-las a trabalhar.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 24 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.12.2016

Por que é que se festeja a Natividade, o nascimento do Cristo no começo do inverno?
A resposta encontra-se no Livro da Natureza.
Toda a vida começa por uma semente posta na escuridão da terra ou nas entranhas de uma mulher.
E o inverno é a estação na qual é feito um longo trabalho de germinação nas sementes que foram postas na terra, e que, na primavera, se concluirá com a eclosão de uma multiplicidade de novas existências.
Ocorre um trabalho idêntico no psiquismo de cada ser: na terra negra que é a sua natureza inferior, a semente do seu Eu divino, o Cristo, começa a germinar.

É este acontecimento que os cristãos celebram na noite de Natal...
Sim, precisamente à noite, à meia-noite, no momento de maior escuridão, ocorre um nascimento.
É por isso que, apesar do frio e da escuridão, o Natal é a festa da luz.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
 


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2






15º. Capítulo  -  NINGUÉM  SE  SALVA  SOZINHO


A maior preocupação dos humanos é adquirirem o que precisam para si e para a sua família.
De vez em quando, pensam um pouco nos outros, mas é raro.
Por isso, a sorte da humanidade não melhora: os humanos são egoístas, não pensam na colectividade.
Crêem que basta resolverem as suas próprias questões para viverem em segurança.
Ora, isto não é verdade.
Quer estejam conscientes disso, quer não, os humanos pertencem a uma colectividade e, se nessa colectividade ocorrem perturbações ou desastres, o seu bem-estar individual não está garantido.
Por conseguinte, mesmo que dediquem todo o tempo a tratar das suas questões, na realidade estas nunca ficarão definitivamente resolvidas.
Há sempre uns inconvenientes que podem surgir da parte da colectividade, e lá vem a ruína.
Aliás, a História tem mostrado isso mesmo.
Têm existido pessoas tão ricas e poderosas que, aparentemente, nada poderia atingi-las, mas ocorrem problemas na colectividade e elas acabam por perder tudo, até a vida.
Só a melhoria da vida colectiva pode pôr cada indivíduo em segurança e ao abrigo das necessidades.
Por isso, compete a cada um substituir o seu ponto de vista limitado e egocêntrico por um ponto de vista mais vasto, mais universal: ele ganhará com isso, não apenas no plano material, mas também, e sobretudo, no plano da consciência.
A consciência desperta verdadeiramente no homem quando ele manifesta sensibilidade às noções de colectividade, de universalidade.
Esta faculdade permite-lhe sentir que os outros são um prolongamento de si próprio.
Aparentemente, é certo, cada ser está isolado, separado dos outros, mas, na realidade, há uma parte espiritual dele mesmo que entra na colectividade, que vive em todas as criaturas, em todo o Cosmos.
No momento em que essa consciência espiritual é despertada em cada um, ele sente tudo o que acontece de bom ou de mau aos outros como se fosse a si próprio e esforça-se por só lhes fazer bem, porque é a si que estará fazendo esse bem.
Assim, se frequentais uma Escola Iniciática para vos ocupardes unicamente da vossa própria evolução espiritual, isso prova que o vosso ideal ainda não é muito elevado.
«Mas nós queremos salvar a nossa alma» - dirão alguns.
Sim, salvar a sua alma é o que as religiões têm ensinado ao longo dos séculos.
Pois bem, isso não é muito glorioso, já não é tempo de estar preocupado em salvar a sua alma.
O que imaginam as pessoas acerca da sua alma?
Que valor, que importância tem ela, a "sua alma", face à multidão de criaturas e à imensidão da Criação?
É tempo de as pessoas pararem de se ocupar de si próprias e de pensarem também na alma dos outros; só então elas serão salvas!
Senão, enquanto se ocupam da salvação da sua alma, isolam-se do resto do mundo.
Mais ninguém conta: elas só pensam na sua alma!
Mas isto não tem qualquer sentido e nem sequer é belo.
Há que abandonar esta atitude.
Os espiritualistas devem renunciar a procurar apenas o seu bem ou a sua salvação pessoal e meter na cabeça o ideal da perfeição, compreendendo que essa perfeição não deve ser apenas para eles.
Aperfeiçoar-se só para si próprio representa para um ser apenas cinquenta por cento da sua tarefa.
A nossa verdadeira tarefa é aperfeiçoar-nos para nós mesmos e para os outros, a fim de sermos úteis ao mundo inteiro.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

F.B.U. - Portugal




PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.12.2016


 Pode-se sentir a presença de Deus, mas não se pode dizer quem Ele é.
Mesmo os maiores Iniciados nunca poderão dizê-lo.
E, se lhes perguntardes, eles responderão com o silêncio, pois só o silêncio pode exprimir a essência da Divindade.
Não basta tentar dizer tudo o que Deus é, e dizer o que Ele não é também não é suficiente.
Dizer que Ele é amor, sabedoria, poder, justiça... corresponde à verdade, mas estas palavras passam ao lado da realidade divina, não expressam nada do infinito, da eternidade, da perfeição de Deus.
Não se pode, pois, conhecer Deus falando ou ouvindo falar d'Ele.
A única maneira de O conhecer é penetrar profundamente em si mesmo, para ir até essa região que é o silêncio.

Fazer o silêncio é, de algum modo, fazer o vazio em si, e neste vazio recebe-se a plenitude, pois, na realidade, o vazio não existe na Natureza: cada matéria que se retira é imediatamente substituída por outra mais subtil.
Quando conseguis fazer o silêncio em vós, isto é, dominar o barulho e a agitação dos pensamentos e dos sentimentos inferiores, é a luz do espírito que toma posse de vós.
E a presença divina é isso, é essa luz.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







14º. Capítulo  -  COMO  PODE  ALGUÉM  AJUDAR  O  SEU  PAÍS


Os dirigentes de um país estão continuamente expostos a críticas, à hostilidade ou à troça dos cidadãos.
E por toda a parte, para divertir o público, nos bares, nos teatros, na rádio, na televisão, são feitas referências aos homens políticos em moldes ridículos e grotescos.
Mesmo que, por vezes, haja razão para criticar e troçar, não será desta maneira que se irá levá-los a melhorar.
Pelo contrário, atormentando-os com pensamentos e sentimentos negativos, não só não se consegue nada, como ainda se cria no invisível as condições favoráveis para que eles cometam ainda mais erros e tomem decisões cada vez menos luminosas para o país.
Sim!
Como vedes, esta questão leva-nos muito longe.
Assim, se quereis verdadeiramente ajudar o vosso país, em vez de praguejardes constantemente contra aquele que está à sua cabeça, enviai-lhe luz a fim de que ele seja inspirado.
Não podeis ajudar o vosso país todo porque ele é imenso, mas basta que ajudeis um homem, um só; é mais fácil, e ele fará bem a todos, porque muitas coisas dependem de si.
Se ele conseguir fazer aprovar leis sociais a favor da saúde pública, da habitação, da instrução, etc., todos beneficiarão porque um só, foi bem inspirado.
Os cidadãos de um país devem tomar consciência, finalmente, das ligações que existem entre eles e os seus dirigentes.
Não basta exigir isto e reclamar aquilo, é preciso aprender a conhecer os métodos mais eficazes para se obter o que se deseja, sem desencadear consequências ainda piores.
Vós sabeis que a sabedoria dos povos se exprime frequentemente por contos.
Há um que narra a história de um reino onde só aconteciam epidemias, fomes, tumultos.
O rei, não sabendo o que fazer para remediar todas aquelas desgraças, mandou vir um sábio, e este disse-lhe: «Majestade, és tu a causa de todas as desgraças do teu reino.
Vives na devassidão, és injusto, cruel, e por isso as catástrofes não param de cair sobre o teu povo.»
Em seguida, o sábio apresentou-se diante do povo e disse-lhes: «Se sofreis, é porque o merecestes; pela vossa maneira insensata de viver, atraístes um monarca que causa a vossa infelicidade.»
Eis como os sábios explicam as coisas.
Quando os cidadãos de um país decidem viver na luz do espírito, o Céu envia-lhes governantes nobres e honestos que só trazem bençãos; mas, se uma nação tem dirigentes que dão curso aos seus piores caprichos a expensas do povo, bem, aí, é preciso que o povo tome consciência de que tem uma parte da responsabilidade.
E depois, por que se há-de querer sempre que as soluções venham dos outros, por mais altamente colocados eles estejam?
Por que se há-de esperar que sejam sempre os outros a começar a trabalhar para melhorar a situação?
Na vossa opinião, são sempre os outros que devem fazer esse esforço; mas por que haveriam eles de o fazer?
Eles agem como vós, esperam que sejais vós a esforçar-vos primeiro, e isso pode durar eternamente.
Então, decidi-vos vós, finalmente, a agir.
Alguns perguntar-me-ão: «Mas o que é que está a aconselhar-nos?
Quer que façamos uma carreira política?»
Para mim a questão não reside nisso.
Quando eu falo de trabalho útil para a sociedade, subentendo em primeiro lugar, um trabalho interior que cada um deve fazer sobre si próprio e que é sempre indispensável, quer a pessoa se lance, quer não, numa carreira política.
A única actividade realmente importante na vida é tornarmo-nos mais lúcidos, mais generosos, menos interesseiros, mais senhores de nós próprios.
Direis vós: «Sim, mas se seguirmos esses conselhos, se fizermos esse esforço para nos aperfeiçoarmos e nos reforçarmos, as condições no mundo são tais que ficaremos a um canto, ignorados, obscuros, privados de todos os meios de acção.»
Que sabeis vós a esse respeito?
Se vos tornardes verdadeiramente capazes de manifestar as virtudes do espírito, mesmo que não conteis com isso, os outros recorrerão a vós como conselheiros, como guias.
Se isso ainda não aconteceu é porque não o mereceis, é porque ainda não estais preparados para tal.
É preciso aprender a contar com os poderes do espírito; é nisso que se vê o verdadeiro espiritualista.
Quando se trata só de falar, muitas pessoas poderão dizer-se espiritualistas, farão discursos intermináveis sobre a reincarnação, a aura, as hierarquias dos anjos, mas não será isso que as ajudará a resolver os problemas da sociedade.
Só se poderá resolver os problemas da sociedade se se fizer continuamente um esforço para despertar em si os poderes da vontade, do bem e da luz.


Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.12.2016

Para a Ciência Iniciática, a oração é um encontro da nossa alma com o Espírito Cósmico e do nosso espírito com a Alma Universal.
São estes dois encontros que dão força à nossa oração.
Quem imagina que orar é pedir ao Senhor que lhe dê tudo aquilo de que necessita para o seu conforto material ou moral não será atendido, certamente; mas, sobretudo, ele nunca encontrará as verdadeiras dimensões do seu ser profundo.

O sentido da oração é o de provocar o encontro de um princípio espiritual em nós com uma entidade da mesma natureza no Universo, que lhe é complementar.
A alma humana (feminina) procura o Espírito Divino (masculino) e o espírito humano (masculino) procura a Alma Universal (feminina).
A nossa alma é fertilizada pelo Espírito Cósmico e o nosso espírito fertiliza a Alma Universal.
É esta união que faz de nós criadores no mundo da luz, e é isso, verdadeiramente, orar.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
 


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2






13º. Capítulo  -  UMA JUSTIÇA  SUPERIOR


Alguém vos desiludiu ou vos lesou, e então contais a toda a gente o que vos fizeram.
Dir-me-eis: «Isso é normal, é para repor a justiça!»
Não.
Essa noção de justiça está na origem de todos os infortúnios.
Deixai a justiça tranquila.
«Mas, então, o que havemos de fazer?»
Recorrei a um princípio superior à justiça, um princípio de amor, de bondade, de generosidade.

Há dois mil anos que Jesus trouxe este novo ensinamento, mas os cristãos continuam a aplicar a lei de talião - olho por olho, dente por dente - e ainda não compreenderam que, para se ser verdadeiramente grande, verdadeiramente livre, é preciso ultrapassar a noção de justiça.
Como?
Vós fizestes, suponhamos, algum bem a alguém; por exemplo, destes-lhe dinheiro.
Depois, um dia, achais que essa pessoa agiu mal para convosco e relatais a toda a gente o que fizestes, queixando-vos de que ela não esteve à altura da vossa generosidade e da vossa confiança.
Por que haveis de ir relatar tudo isso?
Se falais a todos sobre o bem que fizestes e, ainda por cima, lamentais tê-lo feito, estais a demolir esse bem...
Estava inscrito nos registos celestes que deveríeis ser recompensados, mas agora, agindo com agis, apagais a vossa boa acção.
Ainda que alguém vos engane ou vos lese, não deveis propalar isso, nem, sobretudo, procurar exercer represálias.
Pelo contrário, pelo vosso comportamento deveis dar a essa pessoa um exemplo da maneira correcta de se comportar.
Um dia, ela sentirá vergonha e fará tudo para reparar as suas injustiças para convosco.
É preciso fechar um pouco os olhos e perdoar; é assim que cresceis.
Compreendei, doravante, quão proveitoso é receber a luz da Iniciação.
Um homem comum que tenha sido ofendido, lesado, vai, evidentemente, ripostar, para dar, segundo ele, uma lição ao seu adversário, e todos acharão que isso é normal, que é "justo".
Sim, talvez seja justo segundo os conceitos que o mundo vulgar tem da justiça, mas é estúpido aos olhos do mundo divino.
Porque o que se passa é o seguinte: a partir do momento em que ele se deixa levar pelos instintos, pelo desejo de vingança, entra num círculo infernal do qual já não conseguirá sair.
Desembaraçou-se de um inimigo, é certo, mas aparecerão sempre outros - é a vida! - e ele terá de se esforçar de novo para os eliminar.
Desta maneira, manterá em si próprio sentimentos e atitudes que apenas reforçarão a sua natureza inferior.
Mais: as suas vitórias, tão dificilmente alcançadas, não durarão muito tempo, porque os seus inimigos voltarão a encontrá-lo numa próxima incarnação e terão todas as possibilidades de se desforrar.
Por conseguinte, como vedes, essa velha compreensão da justiça não traz qualquer solução; pelo contrário, ela complica as coisas, torna a existência pesada, aumenta as dívidas cármicas e, finalmente, conduz a derrotas.
O verdadeiro espiritualista, que conhece as leis, aplica outros métodos: deixa os adversários tranquilos, entregues ao seu próprio processo de desenvolvimento!
Ele sabe antecipadamente como eles vão acabar, se continuarem.
Quanto a ele, começa um trabalho gigantesco sobre si próprio; ora, medita, aprende, exercita-se, e pouco a pouco começa a possuir a verdadeira sabedoria, os verdadeiros poderes.
Evidentemente, é preciso terdes muito amor, muita bondade, muita paciência e muita luz para renunciardes a empregar as mesmas armas que usaram os que vos fizeram mal.
Mas este método que vos dou é o mais eficaz.
Deixais os vossos inimigos sossegados, não vos ocupais mais deles, ocupai-vos unicamente do vosso aperfeiçoamento.
Quando eles virem isso, sentir-se-ão tão feios, macilentos e estúpidos ao vosso lado, que, mais tarde ou mais cedo, se arrependerão e virão reparar o mal que vos fizeram.
É que existe mesmo uma lei da Natureza segundo a qual, um dia - e, se não for nesta incarnação, será na próxima - todos os que vos enganaram, lesaram, feriram ou traíram, serão obrigados a vir procurar-vos para repararem as suas faltas.
Pode acontecer que, sentindo intuitivamente que eles são antigos inimigos, queirais afastá-los.
Não importa; eles continuarão a procurar-vos e a pedir-vos que aceiteis os seus serviços.
Porque a lei é assim.
E já aconteceu com muitos.
Portanto, todas as pessoas que vos fizeram mal e a quem respondestes com o perdão, serão obrigadas pela lei cósmica (quer elas queiram ou não; a sua opinião não conta) a vir reparar as injustiças que vos fizeram.
Eu não quero dizer que deveis deixar-vos aniquilar pelos maus, não; deveis ripostar, mas encontrando uma resposta tal, que produza no coração e na alma dos vossos adversários uma enorme reviravolta que seja benéfica para vós e para eles.
Esta atitude é duplamente vantajosa.

Continua

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.12.2016

 Páscoa, São João, São Miguel, Natal...
O modo como estas quatro festas estão distribuídas ao longo do ano, deve fazer-nos reflectir sobre a importância dos acontecimentos que, nesses períodos, ocorrem no Universo.
A cada uma destas festas corresponde um ponto cardeal, uma estação, um arcanjo, um planeta.

A festa da Páscoa coincide com a chegada da primavera, à qual preside o Arcanjo Rafael; este Arcanjo está ligado ao planeta Mercúrio e reina sobre o Sul.
O São João, com os seus fogos, marca o início do verão; é a estação do Arcanjo Uriel, que está ligado à Terra e reina sobre o Norte.
O São Miguel marca o início do outono; está sob a influência do Arcanjo Miguel, que está ligado ao Sol e reina sobre o Este.
Por fim, o Natal marca o início do inverno; está sob a influência do Arcanjo Gabriel, que está ligado à Lua e reina sobre o Oeste.

Em cada um destes quatro períodos do ano, há determinadas forças e entidades que se põem a trabalhar.
E nós também podemos participar nesse trabalho, pelo menos por intermédio da nossa consciência.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







12º. Capítulo  -  RECEBER  E  DAR


Ao nascerdes, recebeis dos vossos pais, um corpo - alguns dizem: a vida.
E depois, durante anos e anos, sois alimentados, vestidos, alojados e educados por eles.
É uma imensa dívida que se acumula.
Muitos recusam reconhecê-la: criticam os pais, opõem-se a eles, pensam que não lhes devem nada.
Pois bem, isso é desonesto.
Mesmo que não sejam perfeitos, os vossos pais amaram-vos, inquietaram-se por vós, cuidaram de vós quando estivestes doentes.
Isso tudo não significa nada?
Ficai a saber, pois, que tendes, antes de tudo, uma dívida para com os vossos pais.
Depois, tendes uma dívida em relação à nação a que pertenceis, porque recebestes dela toda uma herança de cultura e civilização, com bibliotecas, laboratórios, universidades, teatros...
Ela põe à vossa disposição as suas estradas e vias férreas, os seus navios e aviões, o seu exército e a sua polícia para vos proteger.
Depois, deveis alguma coisa à vossa raça, porque ela vos deu um tipo físico com uma cor de pele, de cabelo, etc., uma estrutura psíquica, uma mentalidade.
E não é tudo; também contraístes dívidas para com o planeta, esta terra generosa que vos alimenta e vos dá sustento... e, também para com todo o sistema solar, porque é graças ao sol e aos planetas que somos incessantemente sustentados, vivificados... para com todo o Universo... e, por fim, para com o Senhor...
Quer queiramos quer não, não fazemos outra coisa senão receber, receber, receber, e agora temos uma enorme dívida.
Aquele que quer comportar-se como um ser justo deve estar consciente desta dívida.
Por isso, ama, antes de tudo, os teus pais, é bom para eles, para lhes retribuir o que lhes deves.
Pela sua actividade, pelos seus pensamentos e sentimentos, ele também se esforça por retribuir algo à sociedade, à nação, à humanidade inteira, ao sistema solar, a todo o cosmos e, finalmente, a Deus.
É desta maneira que ele salda as suas dívidas e, então a Natureza reconhece-o como um ser inteligente.
Todos os que não procedem assim, ela considera-os como ladrões, seres desonestos, e envia-lhes alguns correctivos para os instruir e os fazer ganhar juízo.
E por tudo o que recebemos da Natureza - ar, água, calor, luz... - nós contraímos mais uma dívida.
Mas, como não podemos retribuir esses benefícios sob a forma em que os recebemos, nem desobrigar-nos com dinheiro, temos de pagar a dívida com o nosso amor, o nosso reconhecimento, o nosso respeito, a nossa vontade de estudar tudo o que a Inteligência Cósmica escreveu no grande Livro da Natureza.
E, de resto, também nos desobrigamos fazendo bem a todas as criaturas, dando-lhes da nossa luz e do nosso calor, sob a forma de pensamentos justos e rectos e de sentimentos generosos.
Lá porque não podemos devolver o que recebemos sob a forma em que o recebemos, não devemos pensar que não estamos em dívida.
Recebemos o nosso corpo da terra, e devolver-lho-emos um dia, necessariamente; mas, entretanto, enquanto estamos vivos, conservamos o nosso corpo, ninguém nos pede para o darmos.
O que podemos dar são as nossas vibrações, as nossas emanações luminosas.
O homem foi criado nas oficinas do Senhor para irradiar através do Universo inteiro.
Ele recebeu uma quinta-essência de luz que, incessantemente, pode ampliar, vivificar e enviar para o espaço.
Eis ideias novas para vós!
No plano físico, nós somos limitados, mas no plano espiritual as nossas possibilidades são infinitas e podemos retribuir, multiplicado por cem, tudo o que nos foi dado.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.12.2016

A pureza não consiste em fechar-se num recipiente, protegido de qualquer contacto.
Não, essa pureza que só pensa em proteger-se é inúti e até nociva.
A verdadeira pureza é o amor divino, porque o amor divino é a vida, é a água que jorra da fonte, e este jorro repele tudo o que é sujo, baço, obscuro.
Uma pureza onde não há amor, não é verdadeiramente pureza.

Muitos religiosos acreditaram - e ainda acreditam - que a pureza consiste em preservar-se de amar!
Talvez eles sejam brancos como a neve, mas também são frios como a neve e a sua pureza é estéril.
Não é o amor que se deve evitar nem o contacto com os outros, mas sim o egoísmo, a possessividade; no momento em que tais sentimentos entram num ser, ele já não é puro.
A verdadeira pureza é a da água cristalina que jorra, que corre e vai regar os campos e os jardins na alma e no coração de todos os seres.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2






11º. Capítulo  -  SÓ  SE INFLUENCIA  OS  OUTROS  PELO  EXEMPLO


Mal descobrem algumas verdades da Ciência Iniciática, muitas pessoas querem imediatamente instruir as outras e começam a pregar a torto e a direito e a tentar convencê-las.
E, se não o conseguem, criticam-nas e consideram-nas com desprezo.
Pois bem, elas vão demasiado depressa, ainda não aprenderam uma regra essencial da Ciência Iniciática, segundo a qual o discípulo deve começar por viver uma verdade antes de querer convencer os outros acerca dela.
E vivê-la significa experimentá-la por muito tempo, fazer exercícios com ela, ao ponto de ela se tornar carne e osso nele, ser um com ele.
Quem quer começar imediatamente a convencer os outros das verdades espirituais, não só não consegue, como até se arrisca a perdê-las.
Sim, deveis guardar essas verdades convosco durante algum tempo sem dizer nada; viver com elas, fazê-las vossas, para que elas vos tragam forças e vos ajudem a triunfar nas provações que tereis de atravessar.
Então, não só elas já não vos abandonarão, como, quando as transmitirdes aos outros, devido à vossa tónica de sinceridade elas terão uma grande força de persuasão.
Mas também neste domínio há imensas coisas a conhecer antes de se procurar transformar os outros, porque, se eles mesmos não sentirem essa necessidade, se eles não tiverem compreendido a importância de uma filosofia e de uma disciplina espirituais, não haverá nada a fazer senão deixá-los.
A sua atitude prova apenas que eles ainda são muito jovens e têm necessidade de experiências, de lições.
Sofrerão, claro, e esse sofrimento obrigá-los-á, um dia, a mudar de vida.
Mas, entretanto, deixai-os tranquilos.
Aliás, deixai toda a gente tranquila; ocupai-vos apenas de vós próprios, procurando melhorar-vos.
Só o vosso exemplo mostrará aos outros que estão enganados ou que estão a agir mal.
Sim, o vosso exemplo.
É trabalhando sobre vós próprios que trabalhais sobre os outros: eles apercebem-se de que possuís qualidades que eles não possuem e, como também desejam possuí-las, são levados a imitar-vos e a aperfeiçoar-se.
Parai, pois, de vos ocupar dos outros, para fazer notar as suas insuficiências e fraquezas, porque desse modo não só não lhes proporcionais nada de bom, como também vos tornais pessoas sem brilho e desagradáveis como eles.
Aceitai-os como são, sede pacientes e trabalhai noite e dia para vos aperfeiçoardes até lhes mostrardes que há algo de magnífico a adquirir.
Enquanto eles não souberem isso, não será por palavras que os ensinareis.
Como podereis pensar em convencer as pessoas a libertarem-se de fraquezas de que vós próprios nem sempre vos libertastes?
Como pode um medroso transmitir audácia aos outros?
Se ele gritar «avante!» com as pernas a tremer, como irá arrastar multidões?
Ficai sabendo que só a vitória sobre as vossas fraquezas vos dará poderes, e esses poderes, mais tarde ou mais cedo, transparecerão através dos vossos olhos, dos vossos gestos, do vosso rosto, da vossa voz; eles transparecerão, ainda que queirais escondê-los.
Não penseis que é fácil alguém imiscuir-se nas fraquezas dos humanos; são precisos anos e anos de trabalho sobre si próprio antes de se estar apto a fazê-lo.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.12.2016





A pedra filosofal, o elixir da vida imortal, a panaceia universal, o espelho mágico e a varinha mágica são cinco símbolos do trabalho que o discípulo deve realizar para ser digno de receber a Iniciação.

Quando ele transforma os seus pensamentos e os seus sentimentos egoístas, mesquinhos, em pensamentos e sentimentos generosos e desinteressados, prepara a pedra filosofal, que transmuta os metais vis em ouro.

Quando, por uma vida pura, ele regenera as células do seu organismo, destila o elixir da vida imortal.

Quando ele espalha à sua volta a luz e o calor, trabalha com a panaceia universal.

Quando ele aprendeu a projectar-se até às regiões mais elevadas do mundo espiritual, recebe mensagens do espaço, e os objectos e os seres vêm reflectir-se na sua alma como num espelho mágico.

Finalmente, quando ele adquire o domínio pleno de si mesmo, fica na posse da varinha mágica que dá todos os poderes.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

domingo, 18 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.12.2016


 MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

 
Rir não significa, necessariamente, ser descuidado, ligeiro, não levar as coisas a sério.
O riso pode mesmo agir mais beneficamente sobre o mental do que a expressão grave que muitos julgam ser uma característica dos sábios, pois há no riso energias vivas que alimentam o cérebro.
O riso também permite às pessoas reerguerem-se, ganharem novo fôlego.
Todos passam na vida por acontecimentos que, à partida, não se prestam ao riso, é verdade, há que reconhecer isso, e é normal começar por ficar perturbado ou desgostoso; mas é mais fácil não se deixar ir abaixo se se estiver habituado a ver o lado cómico de certas situações.
Então, nunca vos priveis deste meio poderoso que o riso é, para manterdes o vosso equilíbrio interior e tornardes a vossa existência mais leve.

Não é por se ter razões para estar contrariado, triste, desanimado, que se deve aceitar permanecer nesse estado.

sábado, 17 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







10º. Capítulo  -  A  ATITUDE  CORRECTA


O espiritualista deve encontrar um justo equilíbrio entre o orgulho e a humildade exagerada.
Não é bom que, com o pretexto de ser modesto, ele se apague completamente, porque acabará por ficar embrutecido e estúpido.
Mas sentir-se um ser superior, alegando que segue um ensinamento espiritual num mundo de materialistas e de descrentes, também não é recomendável, porque desse modo ele tornar-se-á ridículo.
O que é mais difícil é a medida correcta.
Muito poucos discípulos, mesmo nas Escolas Iniciáticas do passado, souberam não soçobrar no orgulho ou numa humildade afectada... que, muitas vezes, não é senão outra forma de orgulho!
Então, como se apresenta um verdadeiro espiritualista, um verdadeiro discípulo?
Sempre natural, simples, acessível.
Para que há-de ele querer atrair atenções por meio de ares superiores ou inspirados?
Vós perguntareis: «Mas então não devemos querer mostrar as nossas aquisições espirituais?»
Na realidade, não há absolutamente nada a mostrar!
Se soubestes adquirir verdadeiras riquezas espirituais, elas aparecerão por si, não precisais de as expor.
Uma vez que trabalhais sobre vós, deixai que os traços do vosso rosto, a vossa postura, os vossos gestos, falem por vós.
Sede simples, espontâneos, naturais.
Para que haveis de impor-vos de uma maneira artificial?
Quem segue um ensinamento espiritual deve compreender que terá ocasião de manifestar as suas qualidades e que os outros as notarão sem que ele tenha necessidade de adoptar toda a espécie de atitudes para as evidenciar.
Ele que deixe falar o seu trabalho interior: mesmo à sua revelia, esse trabalho dará testemunho dele.
Quando alguém se põe a falar-vos insistentemente acerca do trabalho espiritual que está a fazer, desconfiai!
Vangloriar-se do seu trabalho espiritual não é próprio de um verdadeiro espiritualista.
Por isso, aconselho-vos a não falar nem do trabalho que empreendestes, nem dos resultados a que aspirais.
Aliás, mantendo secreto o vosso trabalho mantereis o impulso, o ardor, o entusiasmo de que necessitais para progredir.
Imaginai um jardineiro que acaba de plantar a semente de uma árvore extraordinária, única.
Se ele for insensato ao ponto de ir desenterrá-la sempre que alguém vier visitá-lo e dizer: «Está a ver esta semente?
Olhe bem para ela!
Um dia, ela tornar-se-á uma árvore excepcional com frutos deliciosos; qualquer dia já se poderá comê-los...», para logo correr a plantá-la de novo, será o fim da pobre árvore.
Mas é isso que muitas pessoas têm tendência para fazer: desenterram o que mal acabaram de plantar, para que toda a gente saiba bem que árvore elas estão a fazer crescer.
Pois sim, mas mataram-na!
Não deviam ter tirado a semente do solo.
Por isso, limitai-vos a trabalhar!
As leis são verídicas, absolutamente verídicas: se o que fazeis é belo, podeis estar certos de que, mais dia menos dia, isso transparecerá e todos serão obrigados a sentir as bençãos que emanarão de vós.

Continua

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







9º. Capítulo  -  O  CAMPO  DAS  NOSSAS  RESPONSABILIDADES


Em todos os domínios - político, social, científico, económico, religioso, moral - se ouve as pessoas falarem de responsabilidade.
Presidentes, ministros, generais, directores, pais, professores, etc., todos sabem que são responsáveis.
Uma quantidade de seres humanos e de acontecimentos dependem do seu comportamento, das suas decisões.
Sim, mas a noção de responsabilidade vai muito mais longe, porque todas as criaturas no mundo estão ligadas entre si e influenciam-se mutuamente.
A despeito das aparências, a separação não existe, é uma ilusão, nada está separado.
E é assim que, não só pelos nossos actos mas também pelos nossos pensamentos e sentimentos, cada um de nós tem influência nos outros seres do mundo inteiro.
Precisamos de saber isto para termos a verdadeira dimensão das nossas responsabilidades.
Vale a pena reflectir sobre este assunto.
Todos vós tendes imensas responsabilidades que podeis utilizar como ocasiões para vos desenvolverdes e vos tornardes mais conscientes, mais lúcidos, mais senhores de vós.
Como é magnífico saberdes, com plena certeza que, pela vossa vida pura, nobre e luminosa, podeis arrastar todas as criaturas para a via do bem!
Ainda que vos pareça que o que fazeis não produz qualquer efeito, na realidade há sempre, algures, algo de bom que desperta, que recebe um impulso.
E, se vos desleixardes, influenciareis também os outros, criareis condições favoráveis para a sua queda.
Vou dar-vos um exemplo: estivestes a meditar durante muito tempo e profundamente, enviando luz e amor ao mundo inteiro, e depois saís para caminhar um pouco pelas ruas.
Quando voltais a casa, não tendes a impressão de ter feito o que quer que fosse...
Pois bem, estais enganados.
Se fosseis clarividentes, veríeis bem o que a vossa presença pôde fazer, sem que o soubésseis, às pessoas com quem vos cruzastes.
Algumas, que tinham projectos maléficos, abandonaram esses projectos; outras, que estavam perturbadas, desesperadas, encontraram um pouco de serenidade e de ânimo.
Tudo depende da sinceridade das vossas aspirações.
Os vossos estados interiores não dizem respeito unicamente a vós; eles também influenciam quem vos rodeia, e vós sois responsáveis...
Se não acreditardes em mim, tanto pior para vós, um dia verificá-lo-eis!
Quando chegardes ao outro lado e vos disserem: «Olha para estas desgraças, estes acidentes, estes crimes; também foste a causa deles, foi por tua culpa que alguns seres sofreram».
Bem podereis protestar, dizendo que nunca fizestes todo aquele mal, que vos responderão: «Sim, mas participaste nele e essas pessoas sofreram realmente por tua causa: os teus pensamentos e os teus sentimentos contribuíram  para que outros lhes fizessem esse mal.»
Não somos responsáveis apenas pelos nossos actos, mas também pelos nossos pensamentos e sentimentos, porque eles agem como forças no mundo invisível que arrastam os seres para o mal ou para o bem.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.12.2016

Por que é que haveis de dizer a uma determinada pessoa que a amais?
Vós amai-la e isso basta.
O amor sente-se, vê-se, é mesmo a coisa mais difícil de esconder: manifesta-se pelo olhar, pelos gestos, pela atitude.
Não é preciso declará-lo.
Os humanos contam demasiado com a expressão verbal ou escrita do seu amor.
Depois de terem falado nele, acham que a questão ficou resolvida.
Mas não!
Eles falam, repetem e, muitas vezes, a partir desse momento o seu comportamento revela que o seu amor está a enfraquecer.

Há que preservar o amor como uma coisa muito preciosa, a mais preciosa, e exprimi-lo o mínimo possível por palavras.
É assim que, pouco a pouco, ele cria na alma a maior liberdade, o maior encanto.
Se falardes dele, depressa ocorrerão, de um lado e de outro, reacções que criarão mal-entendidos, e será pena.
Não faleis do vosso amor e ele viverá eternamente em vós.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







8º. Capítulo  -  ACEITAR  O  DESTINO  SEM  SE  SUBMETER  A  ELE  PASSIVAMENTE


Todas as provações que nos chegam nesta vida são consequência de erros que cometemos, de transgressões a leis em que incorremos nas nossas incarnações precedentes.
Agora temos lições a aprender, erros a reparar e não podemos escapar-lhes; de uma maneira ou de outra, é necessário "pagar".
Sim, pagar para aprender e pagar para reparar.
Este pagamento faz parte das leis do carma, há que aceitá-lo.
Aliás, mesmo que ele não seja aceite, nada muda.
Não se pode escapar à Justiça Divina nem se pode contorná-la.
Por isso é inútil consultarmos astrólogos ou clarividentes para eles nos prevenirem de perdas e acidentes a que estamos expostos e para que, assim prevenidos, possamos defender-nos.
O que quer que façamos, nada evitaremos: não se escapa ao destino por meio de astúcias, e uma tal atitude é indigna de um verdadeiro espiritualista.
Deveis compreender de uma vez por todas como funciona a Justiça Divina e sentir confiança nela.
É como se todos os erros que cometestes fossem pesar no prato de uma balança e todas as vossas boas acções  no outro prato.
Então, quando chega o momento de pagardes pelas transgressões, tudo o que tiverdes feito para o bem, intervém, para que o pagamento seja menos pesado.
Esta lei é válida em todos os domínios; os esforços que fazeis para vos tornardes mais fortes e mais puros permitir-vos-ão sempre, enfrentar as provações em melhores condições.
Que fique, pois, bem claro: deveis, por um lado, saber que não se escapa à Justiça Divina e, por outro lado, estar sempre conscientes de que tudo o que fazeis de bom se transforma em energias, em forças, para vos fazer triunfar nas provações.
Não é por se conhecer as leis do carma que se deve tomá-las como pretexto para nada fazer e, submeter-se passivamente ao seu próprio destino.
Não se deve ser assim passivo, pelo contrário, deve-se duplicar as doses de luz e amor em relação a si próprio e, também em relação aos outros.
Perante o sofrimento dos outros, também não se deve ficar sem reagir, dizendo: «Paciência!
O destino deles é sofrer porque o mereceram.»
Infelizmente, eu constatei isso: alguns pretensos espiritualistas, em vez de pensarem em todos os que sofrem e decidirem fazer algo para os ajudar, contentam-se em dizer: «Oh! É o seu carma.»
E não fazem nada.
Seria preferível as pessoas nunca terem ouvido falar de carma, se isso lhes serve de justificação para ficarem a chafurdar no seu egoísmo!
Por isso eu acho que, apesar de tudo, é uma grande superioridade da parte dos Ocidentais não aceitarem as desgraças dos outros sem fazerem algo.
Isso é visível: quando há fomes, epidemias, inundações, tremores de terra, imediatamente eles organizam socorros, o que é magnífico!
Na realidade, claro, o que é preferível é que todos conheçam as leis do destino e compreendam por que acontecem certas desgraças, a eles e aos outros, mas sem deixarem de querer ajudá-los.
Alguém perguntará: «Mas porquê ajudá-los, se eles têm o que merecem?»
Em primeiro lugar, porque os esforços que fazeis para ajudar alguém nunca são inúteis: em determinadas circunstâncias, ao ver a vossa sinceridade, o Céu pode deixar-se comover; mas também por vós mesmos, para progredirdes, porque ajudando outros desenvolveis algo em vós.
Não é fácil ser realmente útil aos outros, é verdade, mas isso não tem importância.
Continuai a querer ajudar os humanos seja em que circunstâncias for, porque, em última análise, sois vós que saís reforçados, que vos tornais mais inteligentes, mais sábios, mais livres.


Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.12.2016

A maior parte das religiões ensinam que os nossos sofrimentos vêm de Deus: é Deus que envia provações aos justos, porque os ama e, é também Deus que persegue os maus, para os punir pelos seus erros e os obrigar a voltar ao caminho certo.
Como é, na realidade?
Existem leis imutáveis que regem o Universo criado por Deus, assim como o seu funcionamento.
Como o ser humano faz parte do Universo, se ele transgride as leis, vai contra as forças cósmicas e sofre as consequências disso.
Num certo sentido pode-se dizer, pois, que Deus o pune.
E, se ele se esforçar por compreender e respeitar sempre melhor as leis, as dificuldades que necessariamente encontra também são para ele uma causa de sofrimentos; mas estes sofrimentos que cada um encontra no caminho da evolução contribuem para o seu desenvolvimento interior.
Por isso, pode-se dizer igualmente, que Deus faz sofrer os justos: Ele fá-los sofrer porque é o seu amor que quer que eles cresçam, que eles se desenvolvam.
Este amor também faz parte das leis cósmicas.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2



7º. Capítulo  -  A  VIDA  DE  CASAL:  NÃO  FUGIR  AOS  PROBLEMAS


É extremamente raro existir um entendimento perfeito num casal.
E é normal, porque cada ser humano é um mundo tão singular e complexo que é impossível não haver problemas no ajustamento das necessidades, das mentalidades, dos humores.
Mas, em vez de se querer a separação logo que surgem as primeiras dificuldades, é preferível fazer um esforço para resolver a situação.
Uma relação, um casamento, é como que um problema que o Céu vos deu para resolverdes.
Se encontrastes uma dada mulher ou um dado homem e decidistes ligar-vos a ele, isso não foi por acaso, há uma razão.
Devido ao que vivestes nas vossas incarnações anteriores, deveis agora compreender uma determinada verdade, reparar um determinado erro e, se vos recusardes, se fugirdes, o problema continuará por resolver e ireis encontrá-lo de novo, sob uma forma ou outra.
Seja com essa pessoa ou com outra, encontrá-lo-eis de novo.
É algo que eu devo dizer-vos.
Compreendei que tendes interesse em agir com paciência e generosidade, a fim de não contraírdes novas dívidas, e tanto quanto possível, conseguirdes saldar as antigas.
Vale a pena aceitardes esta filosofia a fim de vos libertardes.
Perguntais-vos: «Por que é que, entre mais de dois mil milhões de mulheres (ou de homens) no mundo, me foi calhar precisamente esta (ou este)?
Havia tantas outras (ou outros)!»
Foi esse o ser que encontrastes porque é precisamente através dele que fareis um trabalho interior para poderdes desenvolver certas qualidades e virtudes.
Infelizmente, a maioria das pessoas não raciocinam assim, porque não foram instruídas acerca da reincarnação, da lei das causas e das consequências, do carma.
Na realidade, não é absolutamente interdito deixar um marido ou uma mulher, mas não antes de se ter resolvido o primeiro problema colocado, senão voltareis a encontrar esse problema com a parceira ou o parceiro seguinte.
É difícil, claro, mas o que parece difícil à primeira vista acaba por se revelar o mais fácil e inversamente.
Se escolherdes o caminho mais difícil, recebereis interiormente a ajuda que vos permitirá levar até ao fim os vossos esforços.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.12.2016






O que é mais desanimador nos humanos é que eles aceitam viver uma vida limitada.
Sentir-se fraco, doente, infeliz, para eles é normal.
É claro que ninguém pode escapar totalmente a certas limitações que a natureza impõe, mas pode-se fazê-las recuar, não se é obrigado a estar sempre prisioneiro ou a ser sempre vítima.
Cada um tem não só a capacidade para prolongar os seus bons estados, mas também para retardar o aparecimento de estados negativos... desde que, evidentemente, acredite que isso é possível!

Infelizmente. quando se observa os humanos, vê-se que eles se comportam como se estivessem hipnotizados, como se alguém tivesse traçado uma linha diante deles, dizendo-lhes: «Daqui não podes passar!»
E eles acreditam, acreditam que essa limitação deve ser a sua situação normal.
É que eles não se conhecem, não têm consciência de todos os seus recursos, de todos os poderes que o Criador inculcou neles, e ficam ali a marcar passo.
Se eles se esforçarem por rejeitar esses limites, constatarão que são muito mais capazes do que aquilo que imaginam.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







6º. Capítulo  -  NÃO  QUERER  IMPOR  AS  SUAS  CONVICÇÕES


Por vezes, numa família, alguns membros manifestam aspirações espirituais e outros não os compreendem e tentam opor-se a eles.
Não é uma atitude inteligente.
Não se pode impedir uma alma de caminhar para a luz, porque a alma é filha de Deus; ninguém tem direitos sobre ela.
Por isso, em vez de se ficar irritado, é preferível aceitar tendo presente que, se um membro da família se enriquece interiormente, toda a família beneficiará também dessa riqueza.
Agora, para ser justo, direi que é sobretudo àqueles que desejam abraçar a espiritualidade que compete mostrarem-se, o mais possível, sensatos e conciliadores.
Eles não devem, com o pretexto de se dedicarem à vida espiritual, descurar as suas obrigações familiares e pôr-se a fazer sermões a torto e a direito.
Pelo contrário, para cativarem e convencerem os outros da justeza e da sinceridade das suas aspirações, eles devem usar a inteligência e o coração para fazerem reinar a harmonia nas suas famílias e, sobretudo, não se deixarem levar pelo fanatismo, permanecendo abertos e compreensivos; é a melhor maneira de mostrarem que encontraram a verdade.
Quem tem tendência para proclamar a todo o momento que encontrou a verdade, prova, pelo contrário, que não a encontrou, e não faz mais do que tornar-se insuportável e ridículo.
É pela ternura, pela gentileza, pela paciência, que deveis tentar influenciar para a via do bem os que vos são chegados.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 14.12.2016

Por vezes encontram-se verdades da Ciência Iniciática sob a forma de regras ou costumes instaurados pelos humanos.
Eles não conhecem a sua origem, mas respeitam-nas, pelo menos em certas circunstâncias e por um certo tempo.
O direito de asilo é um exemplo disso.

Na Antiguidade, se um culpado que estava a ser perseguido conseguia penetrar no santuário de uma divindade, ficava sob a sua protecção, ninguém tinha o direito de o capturar.
Este costume ainda existia na Idade Média.
Aí, eram as igrejas que serviam de refúgio, e isso ainda pode ocorrer hoje em dia.
Esta tradição está baseada num saber relativo à vida espiritual: aquele que, pelo pensamento, pela oração, consegue refugiar-se junto de Deus, mesmo que seja perseguido por inimigos, interiores ou exteriores, está protegido.
Enquanto ele permanecer no Alto, nos cumes da alma e do espírito, os seus perseguidores serão mantidos à distância.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







4º. Capítulo  -  ASSUMIR  AS  TAREFAS  QUOTIDIANAS


A vida quotidiana não é senão uma sucessão de tarefas que é necessário realizar; todos os dias é preciso ir trabalhar, todos os dias há que pensar na família, na mulher ou no marido, nos filhos, nos pais, etc.
Por toda a parte há problemas a resolver, novas situações a enfrentar e, muitas vezes é difícil.
Mas não se deve fugir a esses esforços.
Sejam quais forem as tarefas de que o destino vos encarregou, deveis incumbir-vos delas o melhor possível.
Se as descurais com o pretexto de que são fastidiosas ou indignas de vós, parais na vossa evolução e, de qualquer maneira, sereis obrigados a voltar para as assumir até ao fim.
Então, constatareis como é difícil ter de retomar uma  tarefa que se imaginava ter completado.
Quem julga que pode escapar às suas obrigações para levar uma vida mais fácil, mais agradável, não conhece as severas leis que regem o destino.
Se estamos na terra, a sofrer e a debater-nos no meio de tantas dificuldades, é precisamente porque devemos recomeçar a nossa tarefa.
Enviaram-nos à terra para repararmos certas coisas, para nos mostrarem que não sabemos trabalhar e precisamos de aprender a fazê-lo.
Se não aceitarmos isso, seremos enviados de novo e as nossas falhas tornar-se-ão cada vez mais defíceis de corrigir.
Dir-me-eis: «Mas há momentos em que a situação fica insustentável, não se consegue suportar mais, fica-se esmagado.»
Sim, eu compreendo.
Então, ide tomar ar puro por uns momentos e depois voltai para enfrentar a situação.



5º. Capítulo  -  A  ESCOLHA  DE  CONSTITUIR  FAMÍLIA


Por egoísmo ou por preguiça, algumas pessoas escolhem viver sozinhas e sem filhos.
Querem ser livres para aproveitar a vida como lhes aprouver; não têm vontade de constituir família porque isso traz demasiadas preocupações, demasiado trabalho, demasiados sacrifícios.
Elas não sabem que não se tem o direito de recusar o casamento e os filhos por uma tal razão.
Não terão as preocupações dos pais e das mães de família, é verdade, mas o seu egoísmo engendrará para elas toda a espécie de tormentos.
Isso não significa que seja absolutamente necessário uma pessoa casar e ter filhos.
Aqueles que querem ficar sós para serem livres de se consagrar a tarefas mais vastas, mais colectivas, estão justificados.
Mas os outros, mais vale que se casem, que tenham filhos, que assumam responsabilidades, que façam ao menos alguma coisa por alguém que não eles, e assim alargarão o seu campo de consciência.


Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 13.12.2016

Vós dizeis que necessitais de amigos que vos compreendam e não encontrais essa compreensão por parte de ninguém.
Começai por questionar-vos sobre aquilo que quereis que compreendam em vós.
E, mesmo que sejam as vossas aspirações mais elevadas, por que exigis dos outros que penetrem no vosso coração e na vossa alma para saberem o que lá se passa?
Basta-vos saber que tendes a compreensão e o apoio dos anjos, das entidades luminosas que povoam o espaço e do próprio Deus que vos criou.
Quanto ao resto - as vossas sensações, os vossos desejos, os vossos humores, as vossas simpatias, as vossas antipatias -, tomai consciência de que são apenas questões de temperamento e que cada um tem o seu.
Não é razoável esperar que os outros se interessem por eles e os tenham em conta.
Aliás, tendes a certeza de que vos compreendeis bem a vós mesmos?
Não?...
E pretendeis que os outros o façam!


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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www.publicacoesmaitreya.pt


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo nº. 2






3º. Capítulo  -  TRABALHO FÍSICO  E  TRABALHO  ESPIRITUAL


Para imensas pessoas, o trabalho físico é incompatível com o trabalho espiritual.
Ora bem, elas enganam-se, porque qualquer actividade física pode ser espiritualizada se se souber introduzir nela um elemento divino e, em contrapartida, uma actividade espiritual passa a ser extremamente prosaica se não visar um ideal superior.
Todos os que tomam a vida espiritual como pretexto para abandonarem o trabalho no plano físico não são espiritualistas, mas na realidade, são preguiçosos.
Muito poucos seres são capazes de manter um verdadeiro trabalho espiritual durante várias horas.
Os outros deixam-se levar apenas por divagações que os enfraquecem, que os transtornam; muitas vezes fariam melhor se fossem lavar roupa, cozinhar ou tratar do jardim.
Ainda há muitos mal-entendidos sobre esta questão.
A espiritualidade não consiste em recusar a actividade física, mas em saber utilizá-la para se elevar, se harmonizar, se ligar a Deus.
Tenho ouvido frequentemente pessoas que se intitulam espiritualistas dizerem que, ao trabalharem no plano físico, perdiam a sua luz!
Meu Deus!
Mas o que compreenderam elas da natureza da luz?
Os homens primitivos sabiam mais do que elas a este respeito.
Quando queriam acender o fogo, por exemplo, eles pegavam em dois pedaços de madeira e esfregavam-nos um no outro: este atrito produzia calor, e passados uns momentos aparecia uma chama, a luz.
A luz é, pois, o resultado do movimento e do calor.
Sim, aquele que faz  trabalho no plano físico, pondo nele toda a sua convicção e consciência, sente nascer em si o amor, "o calor" por esse trabalho; o seu coração rejubila e jorra uma luz no seu espírito.
Deveis, pois, compreender que o trabalho no plano físico é indispensável para a evolução de cada um.
Mesmo que ninguém vo-lo peça, vós próprios deveis obrigar-vos a ele; isso reflectir-se-á de uma maneira benéfica em primeiro lugar na vossa saúde, e também na vossa compreensão das coisas.
E, em vossa casa, sempre que tiverdes ocasião de limpar, de arrumar, de lavar, de coser, de fazer pequenos trabalhos, fazei-o, nunca vos mostreis negligentes.
Dizei a vós próprios que não é deixando o trabalho material para os outros que dareis mostras de que sois mais evoluídos.
Precisais de vos desembaraçar de uma vez por todas desses conceitos errados.
Se imaginais que trabalhando fisicamente perdereis a vossa luz, muito bem, é preferível perdê-la, porque essa não é a verdadeira luz!
A verdadeira luz ninguém a perde trabalhando, pelo contrário.
Se trabalhardes ela não vos abandonará; é graças ao trabalho que compreendereis melhor as coisas, que fareis descobertas, não é deixando-o para outros, alegando que estais em conversa com os anjos ou com o Senhor.
A verdadeira luz está ligada ao verdadeiro amor, o verdadeiro amor está ligado à verdadeira vontade e a vontade treina-se pelo trabalho no plano físico.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 12.12.2016

Há imensas pessoas que, quando já não têm as mesmas energias para correr atrás da glória, do poder ou  dos prazeres, decidem que é tempo de abrandarem e pensarem no Céu!
Mas o que é que elas imaginam?
Quando já não se tem energias para a terra, também já não se tem energias para o Céu.
Nessas circunstâncias, ficar quieto no seu cantinho não é sabedoria e muito menos espiritualidade.

Todos aqueles que, na sua juventude casaram com o diabo - digamos assim! -, não devem ter ilusões: é o diabo que os repudia na sua velhice, porque já não tem nada a tirar deles.
Esses infelizes crêem que se divorciaram por sua plena vontade, mas não é nada disso, o diabo é que os escorraça: ele remete para Deus todos aqueles restos de que já não consegue tirar nada.
E, então, que espectáculo para o Senhor!
E, sobretudo, que reforço para o seu trabalho quando eles vêm apresentar-se diante d'Ele!


sábado, 10 de dezembro de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 11.12.2016



Há muitas pessoas que decidem fechar definitivamente os seus corações aos outros, porque eles as desiludiram ou lhes fizeram mal.
Pois bem, é uma má decisão!
Qualquer que seja o sofrimento por que passeis, nunca deveis parar de amar, pois o amor em vós é uma fonte e, se decidirdes impedi-lo de correr, vós é que começareis por ficar secos.
É claro que, então, ninguém poderá abusar de vós, desiludir-vos, mas a água da vossa fonte espiritual já não correrá e assim perdereis a vida.
Sim, porque, quando deixais a vossa fonte secar, o mundo divino fecha-se para vós e tornais-vos pobres e vazios.

De um ponto de vista educativo, por vezes é útil fechar-se por um tempo em relação a alguém, para lhe dar uma lição que lhe faz falta, mas é muito nocivo fechar-se em relação aos humanos em geral.
Quer as pessoas mereçam, quer não, deixai correr em vós a fonte do amor.
Vós direis que, se elas não merecem que as amem, é justo não as amar.
Não vos preocupeis assim tanto com o que é justo ou injusto: praticai esta magnífica injustiça que é o amor, senão tornar-vos-eis um deserto!


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







2º. Capítulo  -  DISTINGUIR CLARAMENTE  O  FIM  E  OS  MEIOS

O verdadeiro espiritualista é aquele que compreendeu como o espírito trabalha sobre a matéria: ele serve-se de tudo o que a Natureza pôs à sua disposição mas, em vez de o utilizar para satisfação dos seus apetites egoístas, põe-no ao serviço de um ideal superior, para si próprio e para os outros.
Infelizmente, ainda não é para este fim que os humanos trabalham; eles chamam tudo a si, procuram acima de tudo o seu interesse, o seu proveito, o seu prazer.
Reparai na maneira como eles exploram os animais, as árvores, as montanhas, os rios, o mar...
E, se algum dia tivessem meios técnicos suficientes para isso, veríeis o que eles fariam do Sol, da Lua ou dos outros planetas!
Para satisfazerem os seus apetites inferiores, estão prontos a sacrificar tudo aquilo de que podem aproveitar-se.
Nem hesitariam em utilizar as revelações mais sagradas da Ciência Iniciática; iriam mesmo bater à porta do Senhor para que Ele os ajudasse nas suas negociatas e nas suas loucuras.
Ora bem, é preciso compreender que ser espiritualista não consiste em orar, meditar e interessar-se pelas ciências esotéricas, mas em ver claramente quais as motivações e os interesses que vos impelem para essas actividades.
O essencial é o fim que procurais atingir!
Se utilizardes a prece e o poder do pensamento, como tantos livros perigosos recomendam, para satisfazer as vossas cobiças (ter êxito nos negócios, obter o amor de alguém...), estareis a agir como o pior dos espiritualistas e, em alguns casos, até como um criminoso.
O descrente, o ateu, que parte pedras para ajudar um desgraçado a construir a sua casa, é um espiritualista mais autêntico do que vós!
Para se ser um verdadeiro espiritualista é preciso ter-se resolvido de uma vez por todas a questão dos fins e dos meios, porque é aí que se originam todas as confusões, todas as ilusões.
O que são esses espiritualistas que mobilizam todas as faculdades psíquicas mais preciosas para atingirem os objectivos mais egoístas e terra a terra?
E julgais que eles se aperceberam dessa situação?
De modo nenhum!
Eles nunca tiveram tempo para perguntar a si próprios: «Mas como é que eu estou a agir?
O que é que eu procuro?»
É preciso que alguém venha sacudi-los e perguntar-lhes: «Repara, meu caro, que objectivo é o teu?
É o Inferno!
E os teus meios?
Pois bem, são o Senhor, os anjos, a ciência, a arte, a religião...
Sim, todas essas coisas santas para acabares por cair no Inferno.»
Portanto, agora tudo está claro: o que deve contar para vós é o objectivo, a direcção, a razão pela qual fazeis as coisas; seja comer, respirar, passear, trabalhar, amar, estudar... fazei-o com o objectivo de consagrar todas as vantagens daí resultantes ao bem do mundo inteiro.
Vejamos o exemplo dos estudos.
Há cada vez mais pessoas que estudam, e durante o máximo de tempo possível por terem bastantes meios à sua disposição.
Mas ao serviço de quem e de quê colocam elas esses conhecimentos?
Quantas há que tomam consciência das suas responsabilidades e dizem para si próprias: « Ora bem, com todos estes conhecimentos, tenho mesmo de fazer o bem, tenho de ajudar os outros, não sou só eu que devo beneficiar»
A maioria servir-se-á desses conhecimentos para se pavonear, para enriquecer, para despojar os outros.
Muito poucas pensarão que podem servir-se dos seus conhecimentos para se tornarem benfeitoras da humanidade.
Compete a vós, pois, decidir.
Quereis tornar-vos materialistas que se servem dos recursos do espírito para tratar dos seus assuntos ou verdadeiros espiritualistas desejosos de pôr as suas qualidades, faculdades e forças, tudo o que possuem, ao serviço do espírito?


Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 10.12.2016



Os artistas têm grandes decepções quando, depois de terem sido adulados por multidões durante algum tempo, se vêm esquecidos e substituídos por outros!
E de nada vale ficarem a consumir-se, pensando que não é justo, porque é assim: o público não tem piedade, procura o que é novo, e aqueles que ele aplaudiu num dado momento depressa são substituídos por outros...
A menos que conheçam um segredo: serem capazes de renovar neles a vida.

Esta lei não é válida só para os artistas, vale para todos.
Se souberdes irradiar em cada dia uma vida nova, uma vida que é amor, luz, pureza, nunca quererão substituir-vos, mesmo se tiverdes trezentos anos!
Não se substitui o Sol.
Substitui-se toda a espécie de coisas e de pessoas, mas ainda não se conseguiu substituir o Sol.
Os maridos substituem as suas mulheres e as mulheres os seus maridos, invocando para isso todo o tipo de razões, mas a verdadeira razão é que uns e outros deixaram a sua vida estagnar.
Ninguém quer substituir os seres que irradiam vida, pois é da vida que todos mais necessitam.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE

Inicia-se hoje, a partilha do Fascículo Nº. 2 - O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE, contendo ensinamentos do Mestre Omraam  Mikhaël  Aïvanhov, que gentilmente foi cedido pela F.B.U.-Portugal e Publicações Maitreya.







1º. Capítulo  -  ENCONTRAR  O  EQUILÍBRIO  ENTRE  O  ESPIRITUAL  E  O  MATERIAL


Muitas pessoas dizem: «Primeiro, vou resolver todos os meus problemas materiais, e depois estarei livre para pensar na vida espiritual...»
Mas, na realidade, os anos passaram e, ei-las já velhas, gastas, sem terem conseguido consagrar um minuto à vida espiritual!
E porquê?
Porque fizeram um raciocínio errado.
Para viver a vida espiritual não se deve esperar até se ter conseguido resolver todas as questões, porque nunca uma coisa está definitivamente resolvida; há sempre algo que falta algures.
É exactamente como se tentásseis dar de novo a forma redonda a uma bola de borracha furada: quando conseguis eliminar a concavidade de um lado, ela forma-se do outro.
Vós tendes um trabalho, mas pouco depois perdeis o lugar e ficais no desemprego...
Casais, mas passado algum tempo, nada vai bem e divorciais-vos...
Tendes uma casa, mas acontece qualquer coisa que vos obriga a mudar para outra...
E os filhos...
Que preocupações com os filhos: a sua saúde, a sua educação, o seu futuro!
E depois dos filhos são os netos...
Digo-vos que é interminável.
Não espereis, pois, que as vossas questões materiais estejam resolvidas para depois viverdes a vida espiritual.
Tanto mais que - também deveis saber isto! - é graças à vida espiritual que encontrareis as melhores soluções para todos os problemas que diariamente vos são colocados, porque sereis mais fortes, mais pacientes, mais sábios, mais prudentes.
Mas, evidentemente, é preciso saber respeitar os limites.
Se me disserdes: «Bem, agora compreendi; vou organizar a minha vida de modo a não ter de despender mais tempo e mais energias com preocupações materiais, profissionais ou familiares», responder-vos-ei que também não deveis exagerar, porque viveis no mundo e não podeis proceder como se ele não existisse.
Se vos comportardes como um insociável e um parasita, vegetareis e sereis um peso para os outros.
Pois bem, isso não é recomendável.
É preciso saber ajustar as actividades do mundo com as da vida espiritual.
É um equilíbrio que todo o ser humano que quer evoluir deve encontrar: saber viver no mundo, relacionar-se com ele, mas dando o primeiro lugar ao essencial - a alma e o espírito.
è pela sua maneira de ajustar estes dois aspectos - o material e o espiritual - que cada um revela o seu grau de evolução, e nada é mais difícil.
Uns são tentados a afundar-se na vida material, esquecendo a vida do espírito, e outros a não se ocupar senão na vida do espírito, descurando a vida material.
Mas existe uma terceira solução, e é essa que cada um deve encontrar para si, porque cada um é um caso particular.
No fundo, evidentemente, todos os seres humanos possuem a mesma natureza, têm as mesmas necessidades, mas o seu grau de evolução não é o mesmo, o seu temperamento não é o mesmo, a sua vocação nesta existência não é a mesma, e cada um deve encontrar individualmente o seu equilíbrio, sem querer imitar o vizinho.
Quem se sente impelido a fundar família não pode resolver a questão como quem prefere ficar solteiro.
O que tem necessidade de muita actividade física não pode levar a mesma vida que o que tem um temperamento meditativo, contemplativo.
O essencial é que cada um seja capaz de se analisar bem, a fim de conhecer as suas tendências profundas; depois, conhecendo-as, deverá esforçar-se por equilibrar na sua vida, o espiritual com o material.


Continua