terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







12º. Capítulo  -  RECEBER  E  DAR


Ao nascerdes, recebeis dos vossos pais, um corpo - alguns dizem: a vida.
E depois, durante anos e anos, sois alimentados, vestidos, alojados e educados por eles.
É uma imensa dívida que se acumula.
Muitos recusam reconhecê-la: criticam os pais, opõem-se a eles, pensam que não lhes devem nada.
Pois bem, isso é desonesto.
Mesmo que não sejam perfeitos, os vossos pais amaram-vos, inquietaram-se por vós, cuidaram de vós quando estivestes doentes.
Isso tudo não significa nada?
Ficai a saber, pois, que tendes, antes de tudo, uma dívida para com os vossos pais.
Depois, tendes uma dívida em relação à nação a que pertenceis, porque recebestes dela toda uma herança de cultura e civilização, com bibliotecas, laboratórios, universidades, teatros...
Ela põe à vossa disposição as suas estradas e vias férreas, os seus navios e aviões, o seu exército e a sua polícia para vos proteger.
Depois, deveis alguma coisa à vossa raça, porque ela vos deu um tipo físico com uma cor de pele, de cabelo, etc., uma estrutura psíquica, uma mentalidade.
E não é tudo; também contraístes dívidas para com o planeta, esta terra generosa que vos alimenta e vos dá sustento... e, também para com todo o sistema solar, porque é graças ao sol e aos planetas que somos incessantemente sustentados, vivificados... para com todo o Universo... e, por fim, para com o Senhor...
Quer queiramos quer não, não fazemos outra coisa senão receber, receber, receber, e agora temos uma enorme dívida.
Aquele que quer comportar-se como um ser justo deve estar consciente desta dívida.
Por isso, ama, antes de tudo, os teus pais, é bom para eles, para lhes retribuir o que lhes deves.
Pela sua actividade, pelos seus pensamentos e sentimentos, ele também se esforça por retribuir algo à sociedade, à nação, à humanidade inteira, ao sistema solar, a todo o cosmos e, finalmente, a Deus.
É desta maneira que ele salda as suas dívidas e, então a Natureza reconhece-o como um ser inteligente.
Todos os que não procedem assim, ela considera-os como ladrões, seres desonestos, e envia-lhes alguns correctivos para os instruir e os fazer ganhar juízo.
E por tudo o que recebemos da Natureza - ar, água, calor, luz... - nós contraímos mais uma dívida.
Mas, como não podemos retribuir esses benefícios sob a forma em que os recebemos, nem desobrigar-nos com dinheiro, temos de pagar a dívida com o nosso amor, o nosso reconhecimento, o nosso respeito, a nossa vontade de estudar tudo o que a Inteligência Cósmica escreveu no grande Livro da Natureza.
E, de resto, também nos desobrigamos fazendo bem a todas as criaturas, dando-lhes da nossa luz e do nosso calor, sob a forma de pensamentos justos e rectos e de sentimentos generosos.
Lá porque não podemos devolver o que recebemos sob a forma em que o recebemos, não devemos pensar que não estamos em dívida.
Recebemos o nosso corpo da terra, e devolver-lho-emos um dia, necessariamente; mas, entretanto, enquanto estamos vivos, conservamos o nosso corpo, ninguém nos pede para o darmos.
O que podemos dar são as nossas vibrações, as nossas emanações luminosas.
O homem foi criado nas oficinas do Senhor para irradiar através do Universo inteiro.
Ele recebeu uma quinta-essência de luz que, incessantemente, pode ampliar, vivificar e enviar para o espaço.
Eis ideias novas para vós!
No plano físico, nós somos limitados, mas no plano espiritual as nossas possibilidades são infinitas e podemos retribuir, multiplicado por cem, tudo o que nos foi dado.

Continua


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