quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2
14º. Capítulo - COMO PODE ALGUÉM AJUDAR O SEU PAÍS
Os dirigentes de um país estão continuamente expostos a críticas, à hostilidade ou à troça dos cidadãos.
E por toda a parte, para divertir o público, nos bares, nos teatros, na rádio, na televisão, são feitas referências aos homens políticos em moldes ridículos e grotescos.
Mesmo que, por vezes, haja razão para criticar e troçar, não será desta maneira que se irá levá-los a melhorar.
Pelo contrário, atormentando-os com pensamentos e sentimentos negativos, não só não se consegue nada, como ainda se cria no invisível as condições favoráveis para que eles cometam ainda mais erros e tomem decisões cada vez menos luminosas para o país.
Sim!
Como vedes, esta questão leva-nos muito longe.
Assim, se quereis verdadeiramente ajudar o vosso país, em vez de praguejardes constantemente contra aquele que está à sua cabeça, enviai-lhe luz a fim de que ele seja inspirado.
Não podeis ajudar o vosso país todo porque ele é imenso, mas basta que ajudeis um homem, um só; é mais fácil, e ele fará bem a todos, porque muitas coisas dependem de si.
Se ele conseguir fazer aprovar leis sociais a favor da saúde pública, da habitação, da instrução, etc., todos beneficiarão porque um só, foi bem inspirado.
Os cidadãos de um país devem tomar consciência, finalmente, das ligações que existem entre eles e os seus dirigentes.
Não basta exigir isto e reclamar aquilo, é preciso aprender a conhecer os métodos mais eficazes para se obter o que se deseja, sem desencadear consequências ainda piores.
Vós sabeis que a sabedoria dos povos se exprime frequentemente por contos.
Há um que narra a história de um reino onde só aconteciam epidemias, fomes, tumultos.
O rei, não sabendo o que fazer para remediar todas aquelas desgraças, mandou vir um sábio, e este disse-lhe: «Majestade, és tu a causa de todas as desgraças do teu reino.
Vives na devassidão, és injusto, cruel, e por isso as catástrofes não param de cair sobre o teu povo.»
Em seguida, o sábio apresentou-se diante do povo e disse-lhes: «Se sofreis, é porque o merecestes; pela vossa maneira insensata de viver, atraístes um monarca que causa a vossa infelicidade.»
Eis como os sábios explicam as coisas.
Quando os cidadãos de um país decidem viver na luz do espírito, o Céu envia-lhes governantes nobres e honestos que só trazem bençãos; mas, se uma nação tem dirigentes que dão curso aos seus piores caprichos a expensas do povo, bem, aí, é preciso que o povo tome consciência de que tem uma parte da responsabilidade.
E depois, por que se há-de querer sempre que as soluções venham dos outros, por mais altamente colocados eles estejam?
Por que se há-de esperar que sejam sempre os outros a começar a trabalhar para melhorar a situação?
Na vossa opinião, são sempre os outros que devem fazer esse esforço; mas por que haveriam eles de o fazer?
Eles agem como vós, esperam que sejais vós a esforçar-vos primeiro, e isso pode durar eternamente.
Então, decidi-vos vós, finalmente, a agir.
Alguns perguntar-me-ão: «Mas o que é que está a aconselhar-nos?
Quer que façamos uma carreira política?»
Para mim a questão não reside nisso.
Quando eu falo de trabalho útil para a sociedade, subentendo em primeiro lugar, um trabalho interior que cada um deve fazer sobre si próprio e que é sempre indispensável, quer a pessoa se lance, quer não, numa carreira política.
A única actividade realmente importante na vida é tornarmo-nos mais lúcidos, mais generosos, menos interesseiros, mais senhores de nós próprios.
Direis vós: «Sim, mas se seguirmos esses conselhos, se fizermos esse esforço para nos aperfeiçoarmos e nos reforçarmos, as condições no mundo são tais que ficaremos a um canto, ignorados, obscuros, privados de todos os meios de acção.»
Que sabeis vós a esse respeito?
Se vos tornardes verdadeiramente capazes de manifestar as virtudes do espírito, mesmo que não conteis com isso, os outros recorrerão a vós como conselheiros, como guias.
Se isso ainda não aconteceu é porque não o mereceis, é porque ainda não estais preparados para tal.
É preciso aprender a contar com os poderes do espírito; é nisso que se vê o verdadeiro espiritualista.
Quando se trata só de falar, muitas pessoas poderão dizer-se espiritualistas, farão discursos intermináveis sobre a reincarnação, a aura, as hierarquias dos anjos, mas não será isso que as ajudará a resolver os problemas da sociedade.
Só se poderá resolver os problemas da sociedade se se fizer continuamente um esforço para despertar em si os poderes da vontade, do bem e da luz.
Continua
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