segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo nº. 2






3º. Capítulo  -  TRABALHO FÍSICO  E  TRABALHO  ESPIRITUAL


Para imensas pessoas, o trabalho físico é incompatível com o trabalho espiritual.
Ora bem, elas enganam-se, porque qualquer actividade física pode ser espiritualizada se se souber introduzir nela um elemento divino e, em contrapartida, uma actividade espiritual passa a ser extremamente prosaica se não visar um ideal superior.
Todos os que tomam a vida espiritual como pretexto para abandonarem o trabalho no plano físico não são espiritualistas, mas na realidade, são preguiçosos.
Muito poucos seres são capazes de manter um verdadeiro trabalho espiritual durante várias horas.
Os outros deixam-se levar apenas por divagações que os enfraquecem, que os transtornam; muitas vezes fariam melhor se fossem lavar roupa, cozinhar ou tratar do jardim.
Ainda há muitos mal-entendidos sobre esta questão.
A espiritualidade não consiste em recusar a actividade física, mas em saber utilizá-la para se elevar, se harmonizar, se ligar a Deus.
Tenho ouvido frequentemente pessoas que se intitulam espiritualistas dizerem que, ao trabalharem no plano físico, perdiam a sua luz!
Meu Deus!
Mas o que compreenderam elas da natureza da luz?
Os homens primitivos sabiam mais do que elas a este respeito.
Quando queriam acender o fogo, por exemplo, eles pegavam em dois pedaços de madeira e esfregavam-nos um no outro: este atrito produzia calor, e passados uns momentos aparecia uma chama, a luz.
A luz é, pois, o resultado do movimento e do calor.
Sim, aquele que faz  trabalho no plano físico, pondo nele toda a sua convicção e consciência, sente nascer em si o amor, "o calor" por esse trabalho; o seu coração rejubila e jorra uma luz no seu espírito.
Deveis, pois, compreender que o trabalho no plano físico é indispensável para a evolução de cada um.
Mesmo que ninguém vo-lo peça, vós próprios deveis obrigar-vos a ele; isso reflectir-se-á de uma maneira benéfica em primeiro lugar na vossa saúde, e também na vossa compreensão das coisas.
E, em vossa casa, sempre que tiverdes ocasião de limpar, de arrumar, de lavar, de coser, de fazer pequenos trabalhos, fazei-o, nunca vos mostreis negligentes.
Dizei a vós próprios que não é deixando o trabalho material para os outros que dareis mostras de que sois mais evoluídos.
Precisais de vos desembaraçar de uma vez por todas desses conceitos errados.
Se imaginais que trabalhando fisicamente perdereis a vossa luz, muito bem, é preferível perdê-la, porque essa não é a verdadeira luz!
A verdadeira luz ninguém a perde trabalhando, pelo contrário.
Se trabalhardes ela não vos abandonará; é graças ao trabalho que compreendereis melhor as coisas, que fareis descobertas, não é deixando-o para outros, alegando que estais em conversa com os anjos ou com o Senhor.
A verdadeira luz está ligada ao verdadeiro amor, o verdadeiro amor está ligado à verdadeira vontade e a vontade treina-se pelo trabalho no plano físico.

Continua

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