sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







8º. Capítulo  -  ACEITAR  O  DESTINO  SEM  SE  SUBMETER  A  ELE  PASSIVAMENTE


Todas as provações que nos chegam nesta vida são consequência de erros que cometemos, de transgressões a leis em que incorremos nas nossas incarnações precedentes.
Agora temos lições a aprender, erros a reparar e não podemos escapar-lhes; de uma maneira ou de outra, é necessário "pagar".
Sim, pagar para aprender e pagar para reparar.
Este pagamento faz parte das leis do carma, há que aceitá-lo.
Aliás, mesmo que ele não seja aceite, nada muda.
Não se pode escapar à Justiça Divina nem se pode contorná-la.
Por isso é inútil consultarmos astrólogos ou clarividentes para eles nos prevenirem de perdas e acidentes a que estamos expostos e para que, assim prevenidos, possamos defender-nos.
O que quer que façamos, nada evitaremos: não se escapa ao destino por meio de astúcias, e uma tal atitude é indigna de um verdadeiro espiritualista.
Deveis compreender de uma vez por todas como funciona a Justiça Divina e sentir confiança nela.
É como se todos os erros que cometestes fossem pesar no prato de uma balança e todas as vossas boas acções  no outro prato.
Então, quando chega o momento de pagardes pelas transgressões, tudo o que tiverdes feito para o bem, intervém, para que o pagamento seja menos pesado.
Esta lei é válida em todos os domínios; os esforços que fazeis para vos tornardes mais fortes e mais puros permitir-vos-ão sempre, enfrentar as provações em melhores condições.
Que fique, pois, bem claro: deveis, por um lado, saber que não se escapa à Justiça Divina e, por outro lado, estar sempre conscientes de que tudo o que fazeis de bom se transforma em energias, em forças, para vos fazer triunfar nas provações.
Não é por se conhecer as leis do carma que se deve tomá-las como pretexto para nada fazer e, submeter-se passivamente ao seu próprio destino.
Não se deve ser assim passivo, pelo contrário, deve-se duplicar as doses de luz e amor em relação a si próprio e, também em relação aos outros.
Perante o sofrimento dos outros, também não se deve ficar sem reagir, dizendo: «Paciência!
O destino deles é sofrer porque o mereceram.»
Infelizmente, eu constatei isso: alguns pretensos espiritualistas, em vez de pensarem em todos os que sofrem e decidirem fazer algo para os ajudar, contentam-se em dizer: «Oh! É o seu carma.»
E não fazem nada.
Seria preferível as pessoas nunca terem ouvido falar de carma, se isso lhes serve de justificação para ficarem a chafurdar no seu egoísmo!
Por isso eu acho que, apesar de tudo, é uma grande superioridade da parte dos Ocidentais não aceitarem as desgraças dos outros sem fazerem algo.
Isso é visível: quando há fomes, epidemias, inundações, tremores de terra, imediatamente eles organizam socorros, o que é magnífico!
Na realidade, claro, o que é preferível é que todos conheçam as leis do destino e compreendam por que acontecem certas desgraças, a eles e aos outros, mas sem deixarem de querer ajudá-los.
Alguém perguntará: «Mas porquê ajudá-los, se eles têm o que merecem?»
Em primeiro lugar, porque os esforços que fazeis para ajudar alguém nunca são inúteis: em determinadas circunstâncias, ao ver a vossa sinceridade, o Céu pode deixar-se comover; mas também por vós mesmos, para progredirdes, porque ajudando outros desenvolveis algo em vós.
Não é fácil ser realmente útil aos outros, é verdade, mas isso não tem importância.
Continuai a querer ajudar os humanos seja em que circunstâncias for, porque, em última análise, sois vós que saís reforçados, que vos tornais mais inteligentes, mais sábios, mais livres.


Continua

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