sábado, 17 de dezembro de 2016

O ESPIRITUALISTA NA SOCIEDADE - Fascículo Nº. 2







10º. Capítulo  -  A  ATITUDE  CORRECTA


O espiritualista deve encontrar um justo equilíbrio entre o orgulho e a humildade exagerada.
Não é bom que, com o pretexto de ser modesto, ele se apague completamente, porque acabará por ficar embrutecido e estúpido.
Mas sentir-se um ser superior, alegando que segue um ensinamento espiritual num mundo de materialistas e de descrentes, também não é recomendável, porque desse modo ele tornar-se-á ridículo.
O que é mais difícil é a medida correcta.
Muito poucos discípulos, mesmo nas Escolas Iniciáticas do passado, souberam não soçobrar no orgulho ou numa humildade afectada... que, muitas vezes, não é senão outra forma de orgulho!
Então, como se apresenta um verdadeiro espiritualista, um verdadeiro discípulo?
Sempre natural, simples, acessível.
Para que há-de ele querer atrair atenções por meio de ares superiores ou inspirados?
Vós perguntareis: «Mas então não devemos querer mostrar as nossas aquisições espirituais?»
Na realidade, não há absolutamente nada a mostrar!
Se soubestes adquirir verdadeiras riquezas espirituais, elas aparecerão por si, não precisais de as expor.
Uma vez que trabalhais sobre vós, deixai que os traços do vosso rosto, a vossa postura, os vossos gestos, falem por vós.
Sede simples, espontâneos, naturais.
Para que haveis de impor-vos de uma maneira artificial?
Quem segue um ensinamento espiritual deve compreender que terá ocasião de manifestar as suas qualidades e que os outros as notarão sem que ele tenha necessidade de adoptar toda a espécie de atitudes para as evidenciar.
Ele que deixe falar o seu trabalho interior: mesmo à sua revelia, esse trabalho dará testemunho dele.
Quando alguém se põe a falar-vos insistentemente acerca do trabalho espiritual que está a fazer, desconfiai!
Vangloriar-se do seu trabalho espiritual não é próprio de um verdadeiro espiritualista.
Por isso, aconselho-vos a não falar nem do trabalho que empreendestes, nem dos resultados a que aspirais.
Aliás, mantendo secreto o vosso trabalho mantereis o impulso, o ardor, o entusiasmo de que necessitais para progredir.
Imaginai um jardineiro que acaba de plantar a semente de uma árvore extraordinária, única.
Se ele for insensato ao ponto de ir desenterrá-la sempre que alguém vier visitá-lo e dizer: «Está a ver esta semente?
Olhe bem para ela!
Um dia, ela tornar-se-á uma árvore excepcional com frutos deliciosos; qualquer dia já se poderá comê-los...», para logo correr a plantá-la de novo, será o fim da pobre árvore.
Mas é isso que muitas pessoas têm tendência para fazer: desenterram o que mal acabaram de plantar, para que toda a gente saiba bem que árvore elas estão a fazer crescer.
Pois sim, mas mataram-na!
Não deviam ter tirado a semente do solo.
Por isso, limitai-vos a trabalhar!
As leis são verídicas, absolutamente verídicas: se o que fazeis é belo, podeis estar certos de que, mais dia menos dia, isso transparecerá e todos serão obrigados a sentir as bençãos que emanarão de vós.

Continua

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