segunda-feira, 31 de julho de 2017

A ORAÇÃO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

II
Continuação - 2

Mas aprofundemos mais ainda esta comparação: quando entrais numa cabine telefónica, fechais a porta para poder escutar e falar sem barulhos.
De igual modo, esse aposento secreto deve estar silencioso, porque não é com barulho que se faz o trabalho espiritual.
Devemos, pois, compreender que existe em todos os seres um lugar muito silêncioso em que eles devem penetrar fechando a porta atrás de si.
Fechar a porta quer dizer não deixar penetrar pensamentos e desejos estranhos à oração, senão haverá parasitas na vossa comunicação com o Céu e não obtereis resposta.
Só no aposento secreto é que a comunicação pode passar correctamente: vós falais e ouvis; dirigis um pedido ao Céu e recebeis uma resposta.
Se não conseguirdes captar o que vos dizem é porque vos esquecestes de fechar a porta ou não conseguistes acalmar o tumulto dos vossos pensamentos e dos vossos sentimentos.
O aposento secreto é, pois, um lugar de silêncio e de segredo.
Os outros não devem perceber aquilo que dizeis, como o dizeis e a quem vos dirigis.
É claro que algumas vezes não podereis impedi-los de se darem conta de que estais a orar.
Mas, quanto menos eles se aperceberem, mais valor terá a vossa oração.
Numa parábola, Jesus fala daquele fariseu que tinha subido ao templo de Jerusalém e que orava com grande ostentação...
Pois bem, toda a sua atitude mostrava que ele não se encontrava no aposento secreto.
Podemos dizer que este aposento secreto é o coração, o silêncio do coração.
Mas, evidentemente, o coração aqui não é o que corresponde ao plano astral, o lugar dos desejos inferiores, da avidez.
O aposento secreto é o coração espiritual, quer dizer, a alma.
Enquanto não se consegue chegar ao verdadeiro silêncio, não se penetrou nesse aposento.
Há tantos "aposentos" no homem!
E, de entre todos esses aposentos, muito poucas pessoas encontraram precisamente aquele em que o silêncio é valorizado.
A maioria é desviada para os outros aposentos e é lá que ora; mas como aí não há aparelhos apropriados o Céu não recebe os seus pedidos.
Portanto, não é suficiente reservar um lugar da casa para a Divindade.
Se, na verdade, quiserdes ser visitados, precisais de consagrar um lugar no vosso coração, na vossa alma, dizendo: «Este lugar é para o Senhor, ou para a Mãe Divina, ou para o Cristo, ou para o Arcanjo Miguel», porque - acreditai! - se houver um lugar para eles, eles virão.
Contudo, para que uma oração seja ouvida há que respeitar certas condições.
Porque é que, por exemplo, os Iniciados do passado ensinaram o gesto de juntar as mãos quando se ora?
É simbólico.
É porque a verdadeira oração representa a união dos dois princípios: o coração e o intelecto.
Se é o vosso coração que pede, mas o vosso pensamento não participa, não se junta a ele, a vossa oração não será recebida.
Para ela ser recebida, tem que vir do coração e do intelecto, do pensamento e do sentimento, isto é, dos dois princípios, masculino e feminino, unidos.
Em quantos quadros se representaram pessoas a orar, até crianças, com as mãos juntas!
Mas nunca se compreendeu a profundidade deste gesto.
Isto não quer dizer que para orar é obrigatório juntar as mãos fisicamente.
Não, não é a atitude física que conta, mas a atitude interior.
É preciso juntar o coração e o intelecto, a alma e o espírito, porque é da sua união que resulta a força da oração: nesse momento, projectais uma força para o Céu e o Céu, em resposta, envia-vos a luz, a paz.
Portanto, ao mesmo tempo, vós dais e recebeis, sois activos e receptivos.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.07.2017

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

O trabalho que fazeis quando entrais na vida espiritual é muito diferente daquilo a que estais habituados.
Não se trata de fazer uns trabalhinhos algures ou de estar ocupado num escritório, mas de desenvolver a natureza divina que foi dada ao homem pelo seu Pai Celeste e que, na vida vulgar, é abafada, enterrada por toda a espécie de actividades e de preocupações prosaicas.

Se entrardes numa Escola Iniciática para aí terdes o mesmo tipo de preocupações que se tem no mundo, será inútil: sentir-vos-eis lá sós e até rejeitados, não tanto pelas pessoas que ireis encontrar, mas pela própria atmosfera da Escola: tereis a impressão de que estais numa terra estranha.
Mas, se quiserdes ter boas condições para introduzir a ordem e a harmonia em vós mesmos, para permitir que a vossa natureza divina se expanda e empreenda um grande trabalho para o bem do mundo inteiro, é para uma Escola Iniciática que deveis ir...
Sentir-vos-eis sempre aceites e bem-vindos nela!


domingo, 30 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.07.2017

A maioria dos homens e das mulheres entra numa relação ou no casamento com a maior despreocupação!
Eles imaginam que tudo vai ser fácil, leve, agradável, pois, evidentemente, o outro está ali só para corresponder  aos seus desejos e os fazer passar momentos agradáveis.
Mas, pouco a pouco, começam a sentir que não é assim tão simples, e lá surgem as discussões e os confrontos, até eles compreenderem que, para restabelecerem a situação, têm de fazer esforços e esquecer-se um pouco de si próprios para pensarem no outro.
O que eles consideravam uma aventura romântica, um conto de fadas, é, na realidade, uma escola onde começam a fazer a aprendizagem mais importante para cada ser humano: o alargamento da consciência.

Perguntais a vós próprios em que consiste esse alargamento da consciência...
Consiste, muito simplesmente, em sair do seu eu limitado, egocêntrico, para entrar na imensa comunidade dos seres; e, para muitos, esta aprendizagem começa inevitavelmente quando lhes acontece aquilo a que se chama "enamorar-se".

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


sábado, 29 de julho de 2017

A ORAÇÃO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

II

O que muito me agradou quando viajei pela Índia, e que me fez também reflectir, foi que em cada casa, tanto a mais pobre como a mais rica, havia sempre um pequeno altar com imagens ou estatuetas de divindades diante das quais estavam acesas lamparinas e ardiam alguns paus de incenso.
Os grandes Mestres da Índia conseguiram incutir nos homens e mulheres daquele país a necessidade de reservar um pequeno lugar para todos os espíritos luminosos a fim de receberem a sua ajuda e a sua protecção.
Este lugar tanto pode estar no exterior como no interior da casa.
Até os hotéis têm pequenos santuários nas varandas ou nos terraços e vêem-se também muitos nas ruas.
Evidentemente, o que menos me agradou foi que raramente vi altares bem conservados: havia toda a espécie de coisas no espaço onde estava o altar e até as imagens estavam muitas vezes sujas e estragadas, como se as pessoas de lá não dessem qualquer importância à ordem e à limpeza, mas apenas ao lado simbólico das coisas.

Os espiritualistas, os místicos, precisam de ter um lugar para se recolherem e orarem.
Evidentemente, é preferível poder fazê-lo na solidão de uma sala onde não se corra o risco de ser incomodado.
Por isso, recomendo-vos que, se possível, tenhais em vossa casa um lugar que fique à parte, sagrado, onde nem toda a gente possa entrar, mesmo que não seja maior do que uma cabine telefónica.
O essencial é que seja um lugar consagrado cujas vibrações, cujos fluidos subtis, irão permitir-vos entrar mais facilmente em contacto com as entidades celestes.
Lembro-me de que, antigamente, na Bulgária, havia em todas as casas um pequeno nicho onde era colocado um ícone diante do qual as pessoas vinham todas as noites acender a lamparina e recolher-se um instante a fim de ficarem protegidas durante a noite.
Este costume também existia em muitos outros países, porém hoje está quase abandonado por todo o lado.
Os seres humanos perderam o desejo de se ligar, a eles e a toda a família, com essas forças luminosas que podem guiá-los, protegê-los.
Já nem sequer crêem que pode existir essa protecção invisível.
Têm outras protecções; protecções físicas, materiais, graças às quais julgam estar mais protegidas, o que em certos casos é verdade, mas noutros não.
É bom estarmos protegidos no plano físico e a técnica está sempre a preparar novos aparelhos para assegurar a segurança dos seres humanos; porém, é também indispensável estarmos protegidos, do ponto de vista espiritual, por correntes, por entidades celestes.
Mas esse lugar de que estou a falar-vos, esse lugar nas nossas casas, que é bom prepararmos e purificarmos, para que aí se instale a Divindade, é apenas a concretização no plano físico de um outro lugar, invisível, aquele de que Jesus falava, ao dizer: «Quando orares, entra no teu aposento, fecha a porta e ora ao teu Pai que está aí, no aposento secreto.»
Este aposento secreto não é outra coisa senão um estado de consciência.
Quando conseguis criar em vós o silêncio e a paz, quando tendes necessidade de exprimir ao Senhor o vosso amor por Ele, estais já nesse aposento secreto.
Ele pode estar no coração, pode estar também na mente, na alma...
Na realidade, é um estado de consciência superior até onde vós conseguistes elevar-vos.
Meditais, por exemplo, acerca de verdades sublimes que não conseguis captar, e eis que ao fim de algum tempo conseguis compreendê-las.
O que se passou?
De onde veio essa compreensão?...
O vosso espírito já a possuía desde sempre, mas era um domínio ao qual a vossa consciência ainda não tinha tido acesso.
Porque o homem, que não sabe o que se passa no seu subconsciente, também não sabe o que se passa no Alto, no Céu, no seu Céu, no seu espírito, a superconsciência.
Podeis fechar-vos tantas vezes quantas quiserdes entre as quatro paredes de um quarto e aí orar: se não tiverdes amor pelo Senhor, se não conseguirdes atingir esse estado de fervor que é próprio da oração, não podereis encontrar esse aposento secreto nem entrar nele.
O aposento secreto é o estado de grande concentração, de paz, de silêncio interior, em que tudo o resto se extingue, em que não existe mais nada senão a vossa oração, a vossa palavra interior que percorre o espaço.
Nesse momento, mesmo se não souberdes que estais nesse aposento secreto, vós estais lá realmente.
O aposento secreto é um símbolo magnífico e de uma grande profundidade, que era certamente conhecido muito antes de Jesus.
Todos os Iniciados e místicos sabem que para orar é preciso entrar nesse aposento interior, porque no exterior o Céu não os ouvirá.
Porquê?
Imaginai que estais na rua e que quereis falar a um amigo que se encontra noutra cidade: não podereis fazê-lo, a menos que entreis numa cabine telefónica, porque há lá um aparelho onde marcareis um número e estabelecereis a comunicação.
Se ficardes na rua, por mais que griteis, por mais que berreis, o vosso amigo não vos ouvirá.
Da mesma maneira, para serdes ouvidos pelo Céu, é preciso que entremos nesse aposento secreto de que falava Jesus, porque ele também está apetrechado com aparelhos telefónicos que permitem comunicar com os mundos superiores.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.07.2017



 Por que razão o cérebro está colocado em cima, no topo do corpo?...
Se tiverdes compreendido isto, quando sofrerdes decepções, desgostos, já não ficareis em baixo, no coração, nos sentimentos, nas emoções, a gemer, a lamentar-vos: esforçar-vos-eis imediatamente por vos elevardes até ao verdadeiro pensamento, até à razão, até à inteligência.

Quando estais aflitos ou a sofrer, dirigi a vós mesmos este pequeno discurso: «Está bem, eu compreendo-te, vou arranjar lenços para limpar as tuas lágrimas.
Mas espera um pouco; antes disso, vou reflectir por uns instantes.»
E, reflectindo, encontrais muito mais rapidamente a solução do que se continuásseis atascados nessa parte tão neurótica de vós mesmos: o corpo astral.
De outro modo, o que é que se passa?
Queixais-vos, chorais durante três ou quatro horas...
Quando ficais cansados, parais...
E recomeçais no dia seguinte...
Mas os queixumes e as lamentações não resolvem nada.
Então, em vez de permanecerdes em baixo, nos sentimentos, por que não vos esforçais imediatamente para mudar de sítio e ir instalar-vos em cima, na região do pensamento onde reina o espírito?


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sexta-feira, 28 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.07.2017





A salvação de cada um de vós reside na capacidade de reconhecerdes a vossa filiação divina, isto é, de tomardes consciência de que Deus está em vós, de que Ele vive em vós e de que, por isso, podeis identificar-vos com Ele.
Mas este exercício exige algumas precauções.
Em primeiro lugar, é preciso que a consciência que tendes de que sois habitados pela Divindade seja acompanhada pela consciência de que a Divindade habita igualmente em todos os seres humanos.
Deste modo, sereis humildes, simples, generosos, abertos aos outros.

Depois, quando fizerdes este exercício de identificação, não comeceis a pensar que podeis tornar-vos iguais a Deus; segundo a tradição, foi essa a pretensão de Lúcifer e dos anjos rebeldes.
Esforçai-vos unicamente por sentir que não sois vós que existis, mas que só Deus existe, e que Ele apenas existe em vós na medida em que, por um trabalho incessante, vós Lhe dais a possibilidade de se manifestar através dos vossos pensamentos, dos vossos sentimentos e dos vossos actos.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quarta-feira, 26 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.07.2017


Quando caminhais na Natureza, seja no campo, na floresta, na montanha ou à beira mar, tomai consciência do espaço que vos rodeia e, de vez em quando, parai e respirai profundamente, para entrardes em contacto com o Anjo do Ar.

O Anjo do Ar é uma entidade viva, inteligente e, vós podeis dirigir-vos a ele, dizendo: «Ó bem-amado Anjo do Ar, tu que és um servidor de Deus, belo e poderoso, atravessa-me com o teu sopro, tira as impurezas dos meus pulmões, do meu coração, do meu cérebro, e introduz em mim a harmonia, para que eu me torne um servidor como tu.»
Como o Anjo do Ar está presente em toda a parte, dirige todas as correntes que circulam no Universo e se infiltra em cada interstício, escuta-vos, pois é muito sensível.
Então, ele dá ordem aos espíritos que o acompanham para vos levarem alguns eflúvios desse fluido muito subtil a que chamamos éter, e vós sentis-vos como se todo o vosso ser se dilatasse e se elevasse no espaço.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV






PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.07.2017

O essencial é encontrar a atitude correcta a ter para com tudo o que existe e, principalmente, para com a Causa Primeira, o Criador.
Quando tiverdes uma atitude correcta para com o Criador, por toda a parte onde passardes, todas as criaturas, toda a Criação, desde os anjos às aves, às árvores, às montanhas, olharão para vós e vos farão um sorriso.
Novas correntes vos visitarão, trazendo-vos novas alegrias, e vós caminhareis com a certeza de que a vida é bela e tem um sentido.

As entidades celestes nunca se inclinarão perante os vossos poderes, as vossas riquezas, os vossos conhecimentos, o vosso prestígio.
Elas só se abrirão a vós se sentirem que adoptais a atitude correcta, pois só a vossa atitude revela se compreendestes ou não, o essencial.
Nunca esqueçais esta verdade: em tudo o que vos acontecer depois, tereis ocasiões para a verificar.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 25 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.07.2017

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Um Iniciado não fala unicamente com palavras.
A sua linguagem pode ser comparada à da Natureza.
O que faz a Natureza?...
Está sempre a enviar-nos mensagens; ela não usa palavras, mas fala-nos: o Sol, as estrelas, as florestas, os lagos, os oceanos, as montanhas... falam-nos transmitindo-nos continuamente algo da sua vida, dos seus segredos.
Estas comunicações registam-se em nós, mas nós não temos consciência disso.
No entanto, é graças a elas que, pouco a pouco, a nossa sensibilidade se enriquece e a nossa compreensão melhora.
Nós não sabemos como se processa essa compreensão, mas ela ocorre.

A linguagem de um Iniciado é idêntica à da Natureza.
Graças à força do seu espírito, ele emite partículas, projecta raios e, consciente ou inconscientemente, aqueles que os recebem tornam-se seres mais esclarecidos, mais ricos.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

A ORAÇÃO

                                                                                  I
Continuação - 5

Agora, vou dar-vos alguns métodos.
Quando quiserdes orar e ligar-vos a Deus, imaginai, em qualquer parte do espaço, um centro vivo, brilhante, para o qual convergem todos os seres luminosos, espirituais, e no qual eles captam as suas forças.
Deste centro, vedes emanar raios de luz que partem em todas as direcções para alimentar todas as criaturas vivas.
Desta maneira, os vossos pensamentos dirigir-se-ão exactamente para o lugar onde a presença de Deus é mais forte e mais determinada, e a vossa oração terá resultados.
Todos os grandes Mestres e Iniciados se concentraram neste ponto que é um centro de luz e os seus pensamentos criaram uma tal força no espaço que o discípulo, exercitando-se todos os dias deste modo, recebe desta força imensas bênçãos.
No momento em que orais, esforçai-vos também por criar uma imagem: a de uma multidão de espíritos dispersos pelo mundo inteiro mas que, lá onde eles se encontram, estão a concentrar-se no Criador, a ligar-se a Ele.
Pelo pensamento, ligai-vos a esses seres para orar com eles e assim a vossa voz já não ficará isolada no deserto da vida.
Quando dirigirdes solicitações ao Céu juntamente com milhares de seres luminosos, a vossa oração será ouvida por causa da colectividade e vós beneficiareis igualmente dela.
É por agirdes sozinhos que o vosso pensamento não alcança o seu objectivo e retorna a vós.
O segredo está em vos ligardes a todos os que oram, porque a cada momento há seres a orar em qualquer lugar do mundo.

Orar é, portanto, pedir.
Contudo, há pedidos e pedidos.
A maioria das pessoas pensam que orar a Deus é pedir-Lhe tudo o que lhes falta: precisam de abrigo, de roupa, de algum dinheiro..., desejam um marido, uma mulher, filhos, e pedem tudo isto a Deus.
Quem é que, antes de orar, pensa em não pedir nada, em orar somente para se sentir mais próximo do Senhor?
Quem ora verdadeiramente não pede nada.
E, aliás, nessa altura, mesmo sem nada pedir, obtém tudo.
Deus é força, sabedoria, amor, pureza, beleza, e aqueles que se ligam a Ele adquirem, pouco a pouco, cada uma das Suas virtudes, das Suas riquezas.
Então, como podem eles duvidar de que um dia obterão tudo o que desejam?
É na oração que deveis encontrar a vossa felicidade, no próprio acto de orar, conscientes de que no dia em que todos os vossos desejos forem atendidos já não tereis a felicidade de pedir!
Quando os desejos se tornam realidade, já não temos com que nos alegrar, temos saudades desses belos dias em que esperávamos e imaginávamos algo de maravilhoso.
Por isso, deveis encontrar toda a vossa felicidade nessa ligação que, através da oração, criastes com o Céu, porque depois, quando tiverdes obtido o que desejais, só Deus sabe se ireis ser felizes!
Aquele que compreendeu o verdadeiro significado da oração será sempre feliz, mesmo que não tenha nada, porque ninguém poderá impedi-lo de criar no mundo subtil do pensamento, coisas extraordinárias que, permanecendo inacessíveis, estarão sempre presentes nele.

Fim do capítulo I

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.07.2017




Como é que a maior parte dos países pensa resolver os problemas com os seus vizinhos e garantir a sua segurança?...
Preparando armas cada vez mais mortíferas , até ao dia em que acabarão por destruir a Terra inteira, pois, com este método, quanto mais o tempo passa, mais as coisas se complicam.
Enquanto o homem não escolher a força espiritual, o poder do amor divino para resolver os problemas, nada se resolverá.

Então, vós, no lugar em que vos encontrais, ao vosso nível, tentai desde hoje resolver os vossos problemas com os vossos pais, os vossos amigos... e os vossos inimigos, manifestando o amor e a beleza.
Ao fazê-lo, desencadeareis uma lei que os obrigará a responder do mesmo modo, mais cedo ou mais tarde.
É esse o poder da provocação!
Enquanto não tiverdes compreendido como podeis resolver os problemas, provocareis o lado mau nos outros e, depois esse lado mau espera que vós abrandeis a vossa vigilância para vir atacar-vos.
Estudai a História: vereis que as coisas sempre se passaram assim.
Aprendei, pois, a provocar o lado bom em todos os seres com quem vos relacionais.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

domingo, 23 de julho de 2017

A ORAÇÃO

                                                                                  I
Continuação - 4

Muitas pessoas vêm lamentar-se a mim de que as suas orações não são atendidas.
Evidentemente, elas imaginam que podem viver não importa como e que, no dia em que estiverem com dificuldades, bastar-lhes-á dirigir um pedido ao Céu para serem atendidas.
Pois bem, estão muito enganadas!
Tomemos uma imagem: quando ides às compras numa loja, deveis dar qualquer coisa em troca daquilo que pedis.
A isso chama-se "pagamento".
Se não quiserdes pagar, recusar-se-ão a dar-vos seja o que for.
Na Natureza, no mundo invisível, tudo se passa como nas lojas da terra.
O mundo invisível diz-vos: «Dai o vosso coração a Deus e Ele, em troca, dar-vos-á tudo.»
Mas vós respondeis: «Não posso; tenho uma mulher, filhos, ou uma amante encantadora, e já não tenho coração para dar.»
Pois bem, eis porque as vossas orações nunca são atendidas.
Imaginais sempre que podereis obter qualquer coisa sem dar nada em troca e isso é impossível: para obterdes as bênçãos do Céu, deveis, pelo menos, dar uma parte do vosso amor, da vossa atenção consciente, do vosso tempo, dos vossos esforços quotidianos.
Tomemos ainda uma outra imagem, a de um banco, para dizer que todas as nossas emanações luminosas e puras, tudo o que nos nossos pensamentos, sentimentos e actos for bom, nobre, impessoal, generoso, é classificado, sem o nosso conhecimento, por entidades que têm a seu cargo esse trabalho, e depois é colocado nos bancos celestes como um capital em  nosso nome.
Consequentemente, quando atravessarmos dificuldades ou quisermos fazer o bem, poderemos pedir um auxílio, uma protecção: este banco concede-nos imediatamente essa ajuda.
Contudo, se não tivermos lá nenhum capital depositado, se nada tivermos economizado, esse apoio não nos será concedido.
Assim se explica porque é que umas orações são ouvidas e outras não.
Só os que colocam riquezas no banco divino - simbolicamente falando - são atendidos pelo Céu.
Na realidade, há casos em que, mesmo que tenhais preenchido estas condições, as entidades do mundo invisível não atendem a oração que fazeis em vosso favor ou a favor dos vossos pais ou amigos porque a satisfação desse pedido viria perturbar todos os seus projectos.
Muitas provações - insucessos, doenças - são enviadas aos seres humanos porque eles têm dívidas a pagar, lições a aprender, e não podem ser libertos disso antes de terem pago essas dívidas, de terem aprendido essas lições.
Mas não vos esqueçais de que qualquer oração que fizerdes, se for sincera, trará sempre algo de bom, para vós ou para os outros.
E há ainda uma outra lei que deveis conhecer: tudo o que desejais, tudo o que pensais, tudo o que imaginais, realiza-se de imediato no plano subtil e, se persistirdes muito nesse sentido, essas realizações, que ainda só existem no mundo invisível, descerão pouco a pouco ao plano físico e, seja para o bem ou para o mal, será muito difícil opordes-vos depois à sua materialização.
Por isso, é preciso estar sempre vigilante e reflectir bem antes de desejar qualquer coisa, porque mais cedo ou mais tarde, isso realizar-se-á e será demasiado tarde para entrar em lamentações.
Alguns de vós dirão: «Mas é impossível que o que desejamos já esteja realizado!»
Não é!
Quando orais e pedis para se manifestarem todas as qualidades do vosso Pai e da vossa Mãe celestes, mesmo que depois penseis: «Não há nada a fazer, o meu pedido não foi atendido, não me escutaram...», na realidade, há entidades luminosas que estão já a infiltrar-se e a instalar-se em vós; só que não as sentis e não vos alegrais com a sua presença.
Deveis continuar a orar, deveis ter paciência, e um dia tudo o que tiverdes desejado se realizará.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.07.2017

No plano físico, os humanos conseguiram realizações gigantescas: é impossível não ver como os progressos científicos e técnicos transformaram a vida.
Mas isso não é suficiente , e agora, eles são chamados a realizações ainda mais importantes, mais vitais para eles, graças às faculdades do espírito.
Pela meditação, pela oração, eles devem aprender a entrar em contacto com o mundo divino, para que a luz, o amor e o poder do espírito desçam à terra, neles e em todos os seres à sua volta.

Os progressos científicos e técnicos têm limites e até apresentam perigos.
Se todas essas descobertas não forem dominadas graças a uma visão superior das coisas, a humanidade será ultrapassada, desfeita, esmagada por elas.
As realizações científicas e técnicas não são suficientes para transformar a vida.
É pelo espírito que a vida pode ser realmente transformada, pois a paz, a liberdade e a fraternidade são realizações do espírito.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


sábado, 22 de julho de 2017

A ORAÇÃO






                                                                                 I
Continuação - 3

Presentemente, o hábito de orar está a perder-se cada vez mais, e é pena.
«Para quê orar - pensam as pessoas -, se estamos bem e não nos falta nada?»
Na realidade, a oração pertence a uma outra ordem de coisas.
Mesmo quando possuís tudo, quando não vos falta nada, deveis orar.
Porquê?
Porque a oração é uma criação.
Estais admirados?...
Todos os seres têm necessidade de criar.
Mas aqueles que não desenvolveram certas faculdades - a inteligência, a luz - não criam nada, copiam apenas, limitam-se a reproduzir.
Exactamente como os pais e as mães que não fizeram qualquer trabalho interior antes da concepção do seu filho: reproduzem as suas próprias fraquezas e doenças nos seus filhos.
As pessoas crêem que é uma criação, mas na realidade, é apenas uma reprodução.
A verdadeira criação supõe que a pessoa possa elevar-se a um nível superior.
Sabendo isto, o homem que quer criar, superar-se a si próprio, ultrapassa-se e, por intermédio da sua alma e do seu espírito, capta elementos das regiões celestes.
Em seguida, seja o que for que ele execute, todas as suas criações estarão impregnadas dos elementos do espírito.
A verdadeira oração é, portanto, uma criação.
Porque, quando vós orais, não vos dirigis somente a um fulano qualquer porque ele é o chefe, o director ou o banqueiro e pode dar-vos ou emprestar-vos qualquer coisa.
Com este género de oração, não ireis muito longe porque aqueles a quem vos dirigis são como vós, estão ao mesmo nível que vós, têm as mesmas lacunas, as mesmas fraquezas que vós.
A verdadeira oração é uma ligação que o homem tenta estabelecer com o mais sublime dos seres, o Criador do Céu e da terra, o Senhor do Universo.
Pela oração, ele liga-se a este Ser sublime que é a imensidão, o infinito, a eternidade.
E é justamente graças a esta ligação que ele tem a possibilidade de atrair elementos dos mundos superiores.
Estes elementos, estas partículas, provenientes das regiões sublimes, têm uma força prodigiosa.
Se conseguirdes captar pelo menos um deles, ele entrará para purificar, restabelecer, harmonizar, iluminar tudo em vós, e este estado benéfico poderá mesmo agir sobre todos aqueles que vos rodeiam.
Mesmo os seres mais fracos, com menos recursos, possuem este átomo da oração graças ao qual podem ligar-se ao Céu para ultrapassar as provações.
Mesmo que lhes falte tudo - dinheiro, alimentos, roupa -, mesmo que estejam presos, tornam-se poderosos.
A saúde, o dinheiro, a inteligência, não são dados a toda a gente, mas todos podem utilizar o poder deste átomo para pedir, para insistir, a fim de que os espíritos luminosos venham em sua ajuda.
Para a evolução, para o avanço espiritual, são estas faculdades que contam.
Neste domínio, é possível que sejam os pobres, os deserdados, os infelizes, os moribundos, que possuem mais força, enquanto os outros estão anestesiados e adormecidos porque têm tudo.
Quando tiverdes que enfrentar grandes dificuldades, se não pedirdes nada, ficareis impotentes.
Este átomo da oração é o único que pode remediar tudo; mas, se não lhe derdes qualquer actividade, suportareis interiormente tudo o que estava previsto.
A força deste átomo está no domínio psíquico, quer dizer, nos vossos pensamentos, nas vossas emoções.
Graças à oração, mesmo que exteriormente nada mude, vós não podereis permanecer no mesmo estado interior.
Se estiver um tempo de gelo, terei frio; se ficardes doentes, sofrereis; mas a oração produziu mudanças em vós próprios.
Um homem vai morrer e está sozinho, abandonado, na miséria.
Mas, graças à oração, ele parte com alegria, em paz, na luz, enquanto outro, nas mesmas condições, mas que não ora, é invadido por sentimentos de revolta e de raiva.
Mesmo quando não se consegue alterar as condições exteriores, a oração age imenso, ainda que seja só para a próxima encarnação.
A maior parte das pessoas ignora porque é que a religião tenta sempre convencer um criminoso ou um ateu a arrepender-se, a pedir perdão ao Senhor, antes de morrer.
É por causa da importância desse momento final: se alguém que foi bom, virtuoso, crente, durante toda a sua vida, se revoltar ou perder a fé no último momento, estará em risco de destruir o bem que fez durante a vida inteira...
Porque é o último minuto que conta.
Como vedes, é importante conhecer as leis e viver em conformidade com elas.
Portanto, se não tiverdes conseguido alterar nada nesta vida, isso não tem uma importância absoluta; se tiverdes vivido bem o último minuto, o vosso destino futuro será mudado, a vossa próxima encarnação será melhor.
Nunca esqueçais isto.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.07.2017

Aprendei a alimentar-vos dos perfumes das flores sem as colher, pois uma flor colhida já está morta.
Deus colocou-a no seu jardim, onde ela é radiante e livre.
Vós quereis a todo o custo levá-la para casa ou metê-la na vossa jarra, para que todos vejam que ela vos pertence.
Porquê?
Não vos basta poder respirar o seu perfume?
Evidentemente, as flores de que eu estou a falar-vos são uma imagem.
Elas representam os seres humanos, homens e mulheres, e os perfumes são as suas emanações, tudo o que de luminoso, de caloroso, de poético, eles emanam ao seu redor.
Ninguém vai condenar-vos por respirardes os seus perfumes, eles são para para todos, e sobretudo para aqueles que sabem apreciá-los.
Mas, se cortardes uma flor para vos apossardes dela, sereis responsáveis se essa flor murchar ou secar por vossa causa.
Ela estava plantada no solo da Divindade.
Por que é que a arrancastes?

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sexta-feira, 21 de julho de 2017

A ORAÇÃO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

I
Continuação - 2

Os humanos habituaram-se a receber tudo do exterior.
Por um lado, é normal, porque eles não poderiam viver sem as numerosas matérias e energias que recebem da água, do ar, do sol e da terra.
Nós somos criaturas e todas as criaturas, toda a Criação é obrigada a receber do exterior aquilo de que necessita para continuar a viver.
Só o Criador escapa a esta lei: Ele não necessita de esperar que O alimentem.
Sim, mas como Ele deixou uma partícula de Si mesmo em cada criatura, uma centelha, um espírito que é da mesma natureza que Ele, graças ao espírito, cada criatura pode tornar-se, ela própria, criadora.
O ser humano, em vez de estar sempre à espera de tudo do exterior, pode agir interiormente através do seu pensamento, da sua vontade, do seu espírito, e captar o maior número de elementos de que necessita para se alimentar física e psiquicamente.
Por isso, o Ensinamento dos Iniciados foi sempre o ensinamento do espírito criador e aqueles que aceitam este Ensinamento serão sempre fortes, independentes, estarão sempre acima das circunstâncias.
Não se deve suportar as situações passivamente, deixar-se ir, mas sim procurar reagir.
Não podereis melhorar tudo, não estais ainda à altura de o fazer, mas a vossa oração é como uma pequena semente que dá frutos imediatos.
Vós pronunciastes algumas palavras, concentraste-vos numa imagem luminosa, e isso foi como que um grito para que venham salvar-vos.
Vós não observais a vida em vosso redor, todavia eu estou sempre a dizer-vos que é daí que deveis tirar lições.
Olhai uma criança: quem a instruiu, quem lhe revelou que a palavra é uma força?
Quando se sente em perigo, ela grita: «Mamã!»
Como é que esta criança aprendeu a servir-se de uma palavra mágica?
Se ela não tivesse gritado, a mãe não teria sabido que se passava qualquer coisa.
Mas ela ouve-a e vai apressadamente salvá-la.
Então, porque não pensais vós em lançar pelo menos um grito ao Céu?
Nunca conseguireis vencer as dificuldades exteriores e interiores enquanto não tiverdes aprendido a virar-vos para um mundo superior, mais belo, mais sublime.
A vontade não chega: para se resistir, é necessária uma protecção, uma ajuda, e essa protecção, essa ajuda, só a obtereis ligando-vos ao mundo divino.
Enquanto não tiverdes criado essa ligação, ficareis à mercê das circunstâncias.
Quando vejo alguém que não tem nenhum amor pelos seres que lhe são superiores, nenhum desejo de se relacionar com eles, posso dizer-lhe: «Tu não tens aliados, não tens amigos.
Mais tarde ou mais cedo, sucumbirás!»
Primeiro que tudo, há que amar as entidades celestes e convidá-las a estar presentes.
Então, sim, sereis fortes, porque tereis acima de vós aliados poderosos.
Logo que começais a orar, as entidades malfeitoras que queriam fazer-vos mal, começam a inquietar-se.
Elas dizem para consigo: «Este ser utiliza a arma mais poderosa que conhecemos», começam a tremer e tratam de fugir.
Quando um homem ora, imediatamente um exército invisível se aproxima, ouve-se logo o frémito das asas angélicas e as entidades tenebrosas apressam-se a desaparecer, porque sabem que serão atormentadas, queimadas.
Elas só têm medo duma coisa: a luz.
Por isso, em todas as horas difíceis, perigosas, o primeiro gesto que deveis fazer é ligar-vos ao Criador e aumentar em vós a luz: enquanto conseguirdes manter-vos neste estado de recolhimento, todos os seres inferiores que vos ameaçam serão neutralizados, paralisados ou expulsos.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.07.2017

Os raios solares são forças que agem por toda a parte onde penetram, pois há entidades vivas que habitam nesses raios.
As suas diferentes manifestações correspondem às diferentes cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, das quais a luz branca é a síntese.
Esses raios, projectados nos seres vivos, agem profundamente em nós.

Os Iniciados servem-se da luz e das cores para ajudar os humanos, e ensinam os seus discípulos a trabalharem eles mesmos com a luz e as cores.
A cada cor corresponde uma virtude; e é por isso que cada falha que se comete enfraquece o poder espiritual que corresponde a uma dessas cores.
Os Iniciados desde sempre trabalharam com a luz, pois só a luz dá o verdadeiro poder, o verdadeiro saber.
Com o laser, a ciência oficial descobre, pouco a pouco, o poder incrível da luz.
Mas os poderes da luz espiritual são ainda muito maiores.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A ORAÇÃO

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

                                                                               I

Qualquer ser possui a faculdade de desejar ardentemente, de reclamar, de insistir.
E isso já é a oração.
Não é preciso ser-se um sábio nem um letrado para se lançar gritos ao Céu, basta ter um sentimento intenso.
Por isso, se alguém hesita em empenhar-se na vida espiritual com o pretexto de que não possui as faculdades e as qualidades necessárias, podemos dizer-lhe: «Quando estás triste, quando sofres, não fazes tudo o que podes para te desembaraçares do teu mal?
Não pedes ajuda?
Pois bem, isso é suficiente!»
Cada um de nós possui a faculdade de se concentrar para gritar e pedir socorro, e é essa faculdade que pode salvar-nos em todas as circunstâncias.
Ficai sabendo que podem esmagar-vos de tal maneira que já nada resta de vós, a não ser um único átomo.
Sim, pelo menos um átomo de vós subsistirá sempre e ele poderá reconstruir para vós o Universo inteiro.
Este átomo é a faculdade de orar, de suplicar.
Foi o maior dom que Deus concedeu ao ser humano.
Sem essa faculdade, ele teria desaparecido há muito tempo.
Esta ideia da existência de um "átomo da oração", de que ninguém fala, pode parecer completamente inaceitável, impossível de acreditar...
Todavia, vós já sabeis que, para a Ciência Iniciática, existe na ponta do coração um átomo cuja função é registar o que o homem pensa, sente e vive ao longo de toda a sua vida.
Esse átomo não tem o poder de intervir para modificar seja o que for, apenas regista.
Na realidade, é uma espécie de bobina microscópica que se desenrola ininterruptamente, do princípio ao fim da existência, e no momento da morte ela pára e separa-se do corpo.
É com esta bobina que o homem se apresenta no outro mundo perante os seus juízes.
Mas existe também um outro átomo graças ao qual o homem tem a possibilidade de pedir ajuda para enfrentar as dificuldades e remediar as situações.
Se esse átomo não estiver desenvolvido porque o homem não ora, tudo se desenrolará para ele exactamente como estava determinado pelo destino.
É claro que esta átomo não pode mudar as grandes linhas da vida - é muito difícil modificá-las -, mas no domínio subtil, etérico, pode produzir mudanças.
Por isso, as pessoas para quem a oração é um movimento natural, têm mais possibilidades de sair triunfantes das provações do que as outras.
Quando lhes aparecem dificuldades, elas sentem menos o desalento, a anarquia, a desolação.
Muitos acontecimentos penosos dizem respeito ao conjunto da colectividade e é impossível evitá-los: uma inundação, um tremor de terra ou uma guerra, por exemplo.
Durante uma guerra, não se pode escapar às provações, às infelicidades, às grandes perdas, mas aquele que ora, que age através da alma e do espírito, transforma interiormente  nele próprio estas provações: ainda que exteriormente os acontecimentos sejam os mesmos, onde os outros fraquejam, perdem a coragem ou até se suicidam, ele encontra em si próprio, forças, um alimento espiritual, um encorajamento.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.07.2017

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Porquê continuar a propagar a crença de que Deus castiga os humanos pelas suas falhas?
Quaisquer que sejam as falhas que os humanos cometam, Deus não se afasta deles, nem tão pouco lhes aplica sanções.
São eles que, pelos seus erros, se afastam d'Ele e, desse modo, só podem encontrar o frio, a escuridão, as limitações de todo o tipo; foram eles, pois, que se meteram nessa triste situação.

Os humanos raciocinam como se as acções que cometem fossem exteriores a eles e como se pudessem desligar-se delas depois de as cometerem.
Mas não!
Quer eles pratiquem o bem ou o mal, os seus actos, mesmo que produzam resultados no exterior, deixam marcas sobretudo neles mesmos, e essas marcas são impossíveis de apagar.
Então, se eles querem sentir de novo a benevolência e o amor divinos, só têm uma solução: tomar consciência dos seus erros e esforçar-se por repará-los.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.07.2017



Enquanto os homens e as mulheres não encontrarem o sentido da sublimação da força sexual, sairão desiludidos das suas experiências amorosas.
Quando eles sentem uma atracção recíproca, um desejo, por que é que vão imediatamente satisfazê-lo?
Por que é que não procuram adquirir o autodomínio que poderia fazer deles seres luminosos, poderosos?
É difícil, evidentemente.
Mas, se eles começarem a adquirir o hábito de se dominar, pouco a pouco saberão utilizar esse impulso para desencadear neles forças de uma natureza mais subtil, que abrirão o seu coração e tornarão o seu pensamento mais penetrante; descobrirão então, neles mesmos e em todos os seres, riquezas de cuja existência não tinham a menor ideia.

Os homens e as mulheres que vivem uma relação deveriam limitar-se, pelo menos durante um certo tempo, a maravilhar-se uns com os outros, agradecendo à Mãe Divina e ao Pai Celeste essa energia que lhes é dada.
Conheceriam assim estados de consciência de uma grande poesia, de uma grande elevação, e a existência parecer-lhes-ia muito mais bela e mais rica!


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 18 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 18.07.2017



Pode definir-se o silêncio, o verdadeiro silêncio, como a região mais elevada da nossa alma.
No momento em que atingimos esta região, entramos na luz cósmica.

A luz é a quinta-essência do Universo.
Tudo o que vemos à nossa volta, os seres, a Natureza, os objectos, e mesmo o que não vemos, é atravessado por luz, impregnado de luz.
E o silêncio que nos esforçamos por fazer em nós durante os momentos de concentração, de meditação, de oração, tem um único propósito: a fusão com esta luz, que é viva, que é poderosa... a luz original que penetra toda a Criação.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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segunda-feira, 17 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.07.2017

Todos aqueles que compreenderam o que é, verdadeiramente, a vida espiritual tornam-se como hortas e pomares onde crescem árvores de fruto de todas as espécies.
E os agricultores divinos, as entidades celestes, que vêem visitá-los exclamam: «Oh! Esta melancia, este melão, esta pêra...
Que frutos magníficos!
Prove-mo-los depressa!
Sim, quando eles vêem um ser que despertou, finalmente, para a vida espiritual, ocupam-se dele e deliciam-se com as emanações do seu coração e da sua alma.
Todas as mulheres e todos os homens podem ser visitados por esses agricultores do Céu.

Alguém dirá: «Mas eu não tenho nada para dar, não sou um pomar.
Como é que podem vir procurar alguma coisa em mim?»
Podem, sim.
Na realidade, existe sempre um elemento útil para retirar, mesmo das plantas venenosas, nem que seja para fazer medicamentos com ele.
Por esta razão, mesmo que não tenham consciência disso, os humanos são visitados por criaturas dos outros mundos.
E, se eles insistirem em fabricar venenos, certas entidades virão até eles para recolher elementos com os quais farão vacinas!


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


domingo, 16 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 16.07.2017

É possível escapar à justiça humana, mas é impossível escapar à justiça divina.
Porquê?
Porque estas duas formas de justiça não são da mesma natureza.
A justiça divina pode não atingir exteriormente os humanos, mas atinge-os interiormente.
Há criminosos que conseguiram escapar sempre à justiça humana, mas, interiormente, estão a periclitar: a sua saúde, o seu estado psíquico, tudo se degrada.
Aparentemente, certos elementos ainda se mantêm, mas pouco a pouco, eles irão esboroar-se, pois é o lado interior que alimenta o edifício, que o sustenta; e, se o interior se desmorona, o exterior também se desmoronará um dia.
É assim que se manifesta a justiça divina.
E, mesmo que não sejam imediatamente visíveis, as suas sanções são instantâneas: no momento em que o homem comete uma transgressão, alguma coisa se obscurece, se desarranja nele.
Mesmo que esta degradação só apareça exteriormente ao fim de alguns anos, interiormente ela já começou.

sábado, 15 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 15.07.2017

O casamento não é uma instituição humana, ou melhor, é uma instituição humana que reproduz um fenómeno cósmico: o casamento que se celebra no Alto, nas regiões sublimes, entre o Pai Celeste e a sua esposa, a Mãe Divina.
Como foram criados à imagem de Deus, os humanos repetem este acontecimento cósmico de forma instintiva, mas, infelizmente, também de forma inconsciente.

Eis uma verdade que os cristãos ainda estão longe de compreender.
Para eles, Deus é unicamente um Pai, um princípio masculino.
Mas não, isso é um erro.
O homem procura uma mulher para se unir a ela e criar precisamente porque reproduz um modelo: Deus também tem uma esposa à qual se une para criar.
Esta esposa é a Mãe Divina, a Natureza, a Matéria Cósmica.
A lei é absoluta: tudo o que está em baixo é como o que está em cima; portanto, tudo o que acontece em baixo é à imagem daquilo que ocorre no Alto.
E a esposa de Deus é uma realidade grandiosa que se situa ao nível dos princípios.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sexta-feira, 14 de julho de 2017

A MORTE E A VIDA NO ALÉM

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

III
Continuação (3)

No mundo psíquico também existem seres criados pelos humanos.
Algumas personagens da literatura, ou mesmo santos, que nunca existiram verdadeiramente, tornaram-se tão célebres e ocuparam tanto o pensamento dos humanos que acabaram por tornar-se uma realidade, não física, é evidente, mas fluídica.
E, aliás, as egrégoras têm a mesma origem.
Uma egrégora é uma entidade colectiva criada pelo pensamento de todos os indivíduos que pertencem a um grupo, a um povo ou a uma religião, por exemplo...
Os seus pensamentos e os seus desejos, que vão todos no mesmo sentido, formam um egrégora impregnada, alimentada, moldada, por essa colectividade.
Também nós, na Fraternidade Branca Universal, temos uma egrégora.
Todas as Igrejas e todos os movimentos espiritualistas têm a sua; os movimentos políticos também.
E, por vezes, essas egrégoras combatem-se no Alto, para ver qual é a mais forte...
Cada egrégora ajuda a comunidade que a formou, pois é um reservatório de forças formidáveis, e possui uma forma simbólica, frequentemente a de um animal: urso, tigre, galo, águia, pomba, etc.
Mas o essencial é compreender como se pode formar uma egrégora poderosa que trabalhe no mundo, que ajude e ilumine as criaturas.
Só que - atenção! - também se pode ser castigado ou fulminado por uma egrégora se se traiu o ideal que ela representa.
Sim, as egrégoras vingam-se dos membros que as traíram.
O plano astral é habitado por criaturas de toda a espécie, de que os humanos não fazem qualquer ideia.
Mas, quer as conheçam, quer não, eles atraem aquelas a que estão ligados pela lei da afinidade.
É assim que, nas sessões espíritas, os participantes atraem presenças do oceano astral, mas raramente são os espíritos dos mortos que eles aguardam.
Vós direis: «Sim, mas como é que essas criaturas conseguiram conhecer o suficiente sobre esse morto para serem capazes de se fazer passar por ele?»
Não é difícil, tudo está inscrito no Akasha Chronica (ou seja, nos arquivos etéricos do Universo), e as entidades podem informar-se muito rapidamente, mas muitas vezes não vêem bem e dão informações erradas.
Tudo depende da pessoa que se dirige ao mundo invisível; se ela for muito pura, muito luminosa, receberá uma resposta exacta, não porque os espíritos tenham descido, mas porque ela subiu até eles para obter a comunicação.
É claro que há casos (já vos falei disto) em que certos espíritos são forçados a deixar a sua região para vir à terra, porque são chamados por mágicos muito poderosos que os obrigam a descer servindo-se de fórmulas mágicas que sabem pronunciar.
Mas isso não é normal, não é natural, é o homem que deve elevar-se pelo pensamento para os contactar na região em que eles se encontram; os mortos não devem ter de descer à terra.

Há duas espécies de magia: uma, pela qual a pessoa se dirige aos seres superiores cujas bênçãos quer obter, que se chama invocação; outra, pela qual se quer fazer regressar as almas dos mortos para que eles se manifestem, e que se chama evocação.
Mas, de uma forma geral, como já vos disse, não se consegue obter realmente a presença desses espíritos que se quis evocar ou invocar: são outras criaturas que tomam a sua forma ou a sua voz, porque têm interesse em enganar os humanos.
Por conseguinte, há que ser muito prudente.
Eu nunca recomendei a ninguém que participasse em sessões espíritas, pelo contrário.
Quando era novo, assisti a algumas, mas rapidamente compreendi que as pessoas que lá se encontravam estavam atoladas na sua sensualidade, nas suas cobiças, nas suas ambições.
Então, sob o pretexto de comunicar com os seus pais ou os seus amigos, atraem criaturas astrais de que não conseguirão desembaraçar-se, porque estas tentarão satisfazer os seus desejos inferiores através delas..
Por isso é que muitos espíritas acabaram bastante mal.
Então, deixai os mortos partir tranquilos lá para onde eles devem ir.
Não vos apegueis aos vossos pais, aos vossos amigos, não os retenhais com os vossos desgostos e as vossas lamentações e, sobretudo, não tenteis chamá-los para comunicar com eles; se o fizerdes, estareis a importuná-los e a impedi-los de se libertarem.
Orai por eles, enviai-lhes o vosso amor, pensai que eles se libertam e se elevam cada vez mais na luz.
Ficai a saber que, se os amais verdadeiramente, um dia estareis com eles.
É verdade!
Quantas vezes eu vos disse: 'Onde estiver o vosso amor, aí estareis um dia!'

Sèvres, 6 de Março de 1966

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 14.07.2017

Já todos ouvistes falar dos "agentes duplos", esses homens e mulheres que servem o seu país e, ao mesmo tempo, o país inimigo: eles pensam que, qualquer que seja o evoluir dos acontecimentos, terão sempre um refúgio garantido.
E também se vê, em muitas empresas, empregados que servem, ao mesmo tempo, os interesses do seu patrão e os dos seus concorrentes!
Uma tal bifurcação é muito prejudicial para os países e para as empresas, mas é-o igualmente para a própria pessoa, que corre o risco de acabar por ser rejeitada pelos dois lados.

Na vida espiritual, esta atitude também existe, até é muito comum.
Há imensas pessoas que, sem se aperceberem disso, se põem simultaneamente ao serviço de Deus, das forças do Céu, do espírito, e ao serviço daquele que Jesus, nos Evangelhos, designa por Mammom, isto é, as forças da terra, da matéria!
Cada um deve analisar-se sabendo que uma tal bifurcação é muito perigosa, pois é uma ameaça de morte espiritual.
Por isso Jesus dizia: «Não podeis servir Deus e Mammom.»

quinta-feira, 13 de julho de 2017

A MORTE E A VIDA NO ALÉM

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

III
Continuação

Vós direis: «Mas então, como se explica que os espíritas acreditem que entram em comunicação com certas personagens ilustres do passado?»
Na realidade, não é com elas que comunicam, mas vou dizer-vos o que se passa.
Quando o ser humano se liberta para partir para o outro lado, deixa algumas das suas roupagens.
É claro que não falo das roupas físicas, mas sim das etéricas e das astrais, que flutuam na atmosfera e estão impregnadas com tudo aquilo que o ser viveu.
São como conchas ou invólucros vazios, abandonados pelos seus ocupantes e que podem ser animados, vivificados, pelos fluidos das pessoas reunidas nas sessões espíritas para evocar os mortos.
E como, em geral, essas pessoas não são muito evoluídas, é evidente que só podem libertar fluidos muito inferiores, impregnados de paixões, de sensualidade e de cobiça.
E esses fluidos atraem dos planos astral e etérico toda a espécie de existências flutuantes que ainda não foram absorvidas pelo centro da terra.
O espaço psíquico que rodeia a terra é naturalmente liberto de tudo o que por lá se arrasta e que é enviado para o centro da terra; contudo, há certas entidades, certas criaturas inferiores, a que se chama larvas e elementais, que lá permanecem, e são elas, precisamente, que muitas vezes aparecem nas sessões espíritas para enganar e desorientar os humanos.
E não só os desorientam e os enganam, como também os esgotam, porque, para continuarem a viver durante mais algum tempo, elas absorvem a vitalidade dos humanos.
O espírito mais inferior pode entrar na mente de um médium e falar-vos em nome de quem quiserdes: Moisés, Jesus, Joana d'Arc...
Isso não prova a sua superioridade.
E, de qualquer maneira, não é um punhado de pessoas frívolas, curiosas e sensuais, como se vêem tantas nas sessões espíritas, que vai atrair espíritos evoluídos.
Tudo o que essas pessoas podem atrair é a ralé que povoa o astral inferior - larvas, destroços, sombras...
Mas, em contrapartida, se seres puros, luminosos e desinteressados se reunirem para orar e para enviar luz, poderão manifestar-se entre eles entidades verdadeiramente luminosas, mas não exactamente da maneira como os espíritos se manifestam nos círculos de espiritismo.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 13.07.2017

O facto de terdes acabado por admitir a utilidade das provações não deve fazer com que as procureis.
Podeis estar certos de que elas se encarregarão de vos encontrar, pois nunca se viu na Terra alguém que esteja livre delas.
Sobretudo, não tenteis imitar essas pessoas que procuram realizar actos heróicos, quaisquer que sejam os perigos inerentes a isso, mas não suportam os mínimos inconvenientes da vida quotidiana, que acham indignos delas: tudo o que conseguem é tornar insuportável a existência de todos os que as rodeiam.

Nem toda a gente é feita para um destino heróico.
Mas cada um deve esforçar-se modestamente por aceitar e ultrapassar as dificuldades que lhe surgem em cada dia.
É a única maneira de evitar sofrimentos ainda maiores.
Quando a pessoa não trabalhou para se reforçar interiormente, as mínimas provações tornam-se, de facto, impossíveis de ultrapassar.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
 


quarta-feira, 12 de julho de 2017

A MORTE E A VIDA NO ALÉM

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

                                                                              III

Não são sempre as mesmas almas que vêm encarnar-se na terra.
Pode acontecer que as mesmas voltem muitas vezes ao longo dos milénios, mas não é necessariamente assim.
A terra não é o único sítio onde as criaturas podem fazer estágios e desenvolver-se.
Por todo o Universo há "terras" onde as criaturas se instruem.
Então, tal como há seres que vêm de outros planetas para realizar certas missões na terra e se vão embora depois de as ter cumprido, também há outros seres que deixam a nossa terra para ir a outros planetas.
São os Vinte e Quatro Anciãos que presidem a esta circulação das almas.
Mas, no momento em que o homem morre, as portas da terra fecham-se atrás dele; ele entra noutra corrente e não tem o direito de voltar para trás.
É por isso que não é bom evocar os mortos, pois desse modo impede-se a sua evolução.
Há que orar por eles, há que enviar-lhes luz para que evoluam e se libertem, mas não se deve ficar agarrado a eles para os reter nem, sobretudo, procurar trazê-los de volta à terra.
Nos livros antigos, encontram-se numerosos relatos de evocações de mortos: degolavam-se animais e, com o sangue, atraíam-se as suas almas.
Na Odisseia, há um episódio em que Ulisses faz regressar dos Infernos a sombra do adivinho Tirésias para este lhe predizer o futuro.
E no Antigo Testamento também se pode ler a narração da visita que o rei Saul fez à mágica de En-Dor, para que ela fizesse aparecer a sombra do grande rei Samuel: ele queria que Samuel lhe desse a conhecer o desfecho da guerra que travava contra os Filisteus.
Dá-se a este género de evocação o nome de "necromância", pois trata-se de uma predição do futuro (mância) por intermédio dos mortos (necro).
Mas recordai-vos do que Samuel disse quando apareceu a Saul: «Porque me importunaste, chamando-me?»
Sim, pois os mortos que viveram na terra como grandes espíritos não gostam de ser importunados para satisfazer a curiosidade dos vivos; eles sentem-se tão longe das suas preocupações mesquinhas e limitadas!
É claro que não os esqueceram, que aceitam ajudá-los, mas de outro modo.*
É evidente que a maioria dos humanos quando deixam a terra, não ficam imediatamente libertos dos laços terrenos: continuam ligados aos pais e outros familiares, a amigos (ou inimigos!), a locais, a bens e, se não são já evoluídos, se não têm no coração e na alma o desejo de descobrir outros espaços e de ir para Deus, ficam rondando à volta desses seres, dessas casas e desses objectos.
São almas errantes que sofrem e não podem ainda libertar-se, mesmo que espíritos luminosos venham ajudá-las.
Ao passo que aqueles que, na terra, já viveram no amor e na luz, aqueles que já cultivaram as virtudes, deixam muito rapidamente o seu corpo e voam para as regiões sublimes, onde nadam na felicidade e na alegria.
De lá podem enviar correntes benéficas a todos aqueles que deixaram em baixo, para os ajudar e os proteger, mas nunca voltam para eles, não voltam a descer, como muita gente imagina.
Quando morrem, vão para muito longe da terra e não voltam.

*  Noutra conferência, Omraam Mikhaël Aïvanhov disse o seguinte: 
«Quando, no momento da transfiguração no Monte Tabor, Jesus apareceu aos seus discípulos, estava tão luminoso e radiante que eles não puderam suportar essa luz e caíram por terra.
Esta transfiguração era uma irrupção do seu corpo espiritual, o seu corpo de glória, no plano físico.
Ainda não tinha chegado o momento de Jesus desligar o seu corpo glorioso do corpo físico para viver nele definitivamente, mas este já podia aparecer na plenitude da sua manifestação.
Algumas pessoas puderam ver o corpo glorioso de certos Iniciados quando estes se encontravam em estados de deslumbramento e de êxtase: o seu rosto irradiava, a luz jorrava de todo o seu ser.
É graças a esse corpo que os Iniciados podem viajar para o espaço, atravessar montanhas e até penetrar no centro da terra, pois nenhum obstáculo material pode detê-lo.
Sim, e mesmo que o seu corpo físico esteja muito maltratado, um Iniciado pode sempre trabalhar e enviar auxílio, pois o seu corpo físico e o corpo de glória são duas realidades totalmente diferentes.
Mesmo que um Iniciado esteja a morrer, mesmo que esteja morto, o seu corpo de glória está vivo, irradiante, e pode contactar com as criaturas no espaço para as instruir, as aconselhar, as consolar e lhes transmitir as suas bençãos.»

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 12.07.2017

O ideal seria fazermos todas as manhãs os nossos exercícios de ginástica e de respiração na Natureza, para beneficiarmos de uma grande pureza do ar, pois é no ar que nós podemos recolher essa quintaessência muito preciosa a que os yoguis da Índia chamaram prâna.
O prâna é uma energia de vida espalhada por toda a terra pela água, pelo ar e pelo fogo; mas é principalmente transportada pelos raios do Sol, e é de manhã, muito cedo, que ele é mais abundante.
Cada uma das suas partículas é como uma gotícula cristalina, uma pequena esfera luminosa em suspensão cheia de uma essência espiritual e, pela respiração, nós absorvemos algumas gotas de luz.

Ao fazermos passar o ar pelas narinas conscientemente, pomos em marcha os nossos centros subtis, que trabalham para extrair dele a sua quintaessência.
Depois de captada, essa quintaessência começa a circular; ela é como um fogo que corre ao longo das ramificações nervosas situadas de ambos os lados da coluna vertebral.
Assim como o sangue circula pelas veias, pelas artérias e pelos vasos capilares, o prâna circula no nosso sistema nervoso.
Depende, pois, da nossa maneira de respirar, não só a nossa saúde física, mas também a aquisição das faculdades espirituais, o despertar dos chacras.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

terça-feira, 11 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 11.07.2017

Todos os progressos da ciência, seja em que domínio for, só são possíveis porque os humanos descobriram que o mundo físico obedece a leis.
Mas, relativamente ao mundo psíquico, ao mundo moral, eles gostariam que este fosse o lugar da maior confusão, da maior anarquia: nenhuma lei para conhecer, nenhuma regra para respeitar!...
Pois bem, isso não é possível, e se, pela sua ligeireza, pela sua inconsciência, o homem desregula esse mecanismo extraordinário que é o seu organismo psíquico, provoca danos irreparáveis.

Nada é estável nem fiável quando não se respeita as leis que constituem a estrutura do Universo - do universo psíquico e do universo físico.
O maior erro está em não reconhecer estas leis.
Age-se como se elas fossem uma invenção humana, portanto, como se elas estivessem assentes em alicerces arbitrários, discutíveis, e pudessem ser transgredidas facilmente.
Não!
Nada nem ninguém poderá isentar de consequências aqueles que transgridem as leis do mundo psíquico e do mundo espiritual.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


segunda-feira, 10 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 10.07.2017


 Por que é tão necessário viver em harmonia?
Porque é um estado que desencadeia uma série de reacções físicas e químicas no organismo, e todos os processos fisiológicos se desenrolam então mais correctamente.
Viver em harmonia significa que a pessoa se decide a experimentar os poderes do espírito, da alma, do pensamento e do sentimento sobre o corpo físico.

Há tantas pessoas que se desequilibram por alimentarem constantemente nelas pensamentos e sentimentos caóticos!
Elas ignoram que são forças maléficas que estão a destruí-las e continuam a procurar fora a causa das suas doenças.
Como se há-de fazê-las compreender que, frequentemente, são os seus pensamentos e os seus sentimentos que as tornam doentes?
Se deixarem de alimentá-los e se exercitarem a introduzir nelas a harmonia, a respirá-la, a impregnar-se dela, a sua saúde melhorará imediatamente.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

sábado, 8 de julho de 2017

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 09.07.2017

A verdade nunca virá apresentar-se como uma evidência que se impõe a nós, e ainda menor é a possibilidade de a impormos aos outros.
Somos nós que, com uma vida psíquica ordenada, sensata, nos tornamos capazes de nos aproximar da verdade.
Talvez nunca a atinjamos, mas ao procurarmos aperfeiçoar-nos todos os dias, aproxima-mo-nos dela.

Quando certos crentes se gabam de que pertencem à única religião verdadeira, isso não quer dizer que eles próprios vivem em verdade.
Um certificado de baptismo não é uma garantia de que eles vivem em verdade.
O essencial são os esforços que eles fazem todos os dias para superarem as suas fraquezas: esse é o único sinal de que eles pertencem à verdadeira religião.


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 08.07.2017

 O que existe de mais esplendoroso do que o Sol?
Mas, se mantiverdes fechadas as portadas das vossas janelas, nem sequer sabereis que ele existe.
Se quiserdes vê-lo, tereis de abrir pelo menos uma janela, pois não será o Sol que procurará impor-se, atravessando as vossas paredes e as vossas portadas.
Do mesmo modo, para descobrirdes a presença de Deus, deveis abrir, pelo menos, um pequeno postigo.
Vós é que deveis fazer qualquer coisa, não é Deus.

Deus está presente, irradia, e isso deve bastar-nos.
Cabe-nos a nós fazer o que é necessário para sentirmos a sua presença.
Aquele que chegou a um grau de consciência superior está sempre a ter revelações sobre o sentido e a beleza do mundo e, sendo assim, como não sentiria ele a presença divina?
Deus é isso, uma presença, e nós descobrimo-l'O à medida que vamos sentindo como a vida é rica e plena de sentido.

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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sexta-feira, 7 de julho de 2017

A MORTE E A VIDA NO ALÉM

MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

II

Quando um homem morre, a sua alma separa-se do corpo físico; mas, enquanto ele ainda está vivo, a sua alma também pode deixar o corpo, em qualquer altura, para viajar no espaço, instruir-se ou visitar amigos que vivem muito longe, noutros locais, para os ajudar, os consolar e lhes fazer revelações.
A maioria das pessoas não são capazes de se desdobrar.
Mesmo durante a noite, enquanto dormem, a sua alma fica às voltas junto do corpo físico, sem aprender o que quer que seja nem fazer qualquer trabalho; então, ainda menos serão capazes de deixar o seu corpo conscientemente durante o dia, para viajar no espaço e depois regressar e retomar a sua actividade quotidiana.
Vós direis que desejais prender rapidamente o que é preciso fazer para vos desdobrardes.
Não tenhais tanta pressa; se não estiverdes suficientemente preparados, ficareis sujeitos a grandes perigos psíquicos (obsessão, possessão, loucura) e até perigos mortais.
Se não começardes por purificar-vos, a fim de vos tornardes senhores de vós mesmos, dos vossos pensamentos, dos vossos sentimentos e das vossas inclinações, será muito perigoso sairdes do corpo físico e deixá-lo sem protecção, à mercê de qualquer entidade, pois nessa altura poderão ocorrer fenómenos deploráveis.
Por isso é que eu ainda não vos disse muita coisa acerca do desdobramento; isso será para mais tarde, quando estiverdes preparados.
Aqueles que têm pressa de folhear livros ocultos sobre este assunto são livres de o fazer, mas previno-os de que correm sérios riscos.
Se uma pessoa se preparar durante anos, cuidando sobretudo da pureza (nos alimentos, nos pensamentos e nos sentimentos), praticando numerosos exercícios para adquirir o autodomínio, para se controlar, um dia a sua alma poderá desligar-se do corpo físico como ela quiser, sem qualquer perigo.
É assim que os verdadeiros Iniciados viajam no espaço; lá, eles vêem e aprendem muitas coisas, de que se lembram quando se reintegram no seu corpo físico, e isso é também muito importante.
Em certas circunstâncias particulares, pode acontecer a algumas pessoas desdobrarem-se involuntariamente - isso manifesta-se, por exemplo, por um súbito adormecimento a meio do dia - mas quando regressam não se recordam de nada do que viram, ouviram e fizeram, o que é pena.
Por conseguinte, a questão está em ser capaz de se desdobrar conscientemente, mas não há que ter pressa; primeiro é necessário pensar em purificar-se, por exemplo, trabalhando com os anjos dos quatro elementos, como vos ensinei.
Uma pessoa não pode desdobrar-se verdadeiramente se não aprendeu a desapegar-se... até ao desapego último: a morte.
Quantas pessoas não há que, como nunca aprenderam a desapegar-se, não conseguem, nem mesmo no momento da morte, desligar-se do corpo físico!
Existem laços poderosos que as retêm.
Enquanto estavam vivas, só pensavam nas questões materiais, no dinheiro, nos prazeres; então, como é que elas podem aceitar abandonar tudo isso?
Assim, durante muito tempo ficam vagueando em redor do corpo, pelos lugares onde viveram, perto dos seres que conheceram, e sofrem terrivelmente, até que servidores de Deus venham ajudá-las a libertarem-se.
Outras, pelo contrário, deixam de imediato o corpo físico, como quem despe a camisa, tranquilamente, numa alegria maravilhosa.
Por essa razão é que nas Escolas Iniciáticas sempre se ensinou os discípulos a cultivarem o desapego.
«Então - direis vós -, para nos desapegarmos temos de nos afastar do mundo, temos de deixar de nos dar com os humanos?»
Não.
Certos ascetas, certos eremitas, que compreenderam assim o desapego, fecharam-se num buraco, numa gruta da montanha...
Eles pensavam que se tinham desapegado realmente, mas o seu desapego era apenas exterior.
Na maior solidão, de repente eram assaltados por toda a espécie de desejos e de cobiças.
Graças à sua solidão, o Diabo podia visitá-los à vontade!
A literatura está cheia de histórias que contam as tentações dos santos, dos eremitas...
Não, não se trata de abandonar tudo, mas sim de compreender que o verdadeiro desapego é interior e que só a pureza pode conduzir-nos a ele.

Sèvres, 13 de Abril de 1969