terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Abençoai todas as manhãs o dia que se abre perante vós.
Tendes nele todas as possibilidades para dar uma nova orientação à vossa vida.
Por que é que o passado e os seus erros haveriam de prolongar-se no futuro?...
Abri os olhos pensando em cada uma das faculdades que possuís e que podeis utilizar para realizar todos os vossos bons projectos.
Não tem valor ser capaz de, em mais um dia, pensar, desejar, ver, ouvir, caminhar...?

Bendizei também as dificuldades que ireis encontrar ao longo dessa jornada...
Dando-vos novos problemas para resolver, o Céu mostra-vos que vos considera capazes não só de trabalhar eficazmente, mas também de reparar os erros que possais ter cometido.

Bendizei a vossa vida quando a aurora surge, mesmo quando as vossas forças declinarem pouco a pouco.
É o momento de abrirdes os vossos olhos interiores para um outro mundo.
E não penseis que ides morrer, pensai antes que ides nascer noutro lugar e que, depois de terdes passado por uma porta estreita, entrareis num espaço de luz.

Se conseguirdes ter uma compreensão correcta de cada etapa da vossa vida, avançareis sempre na luz e na alegria.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  31.12.2013


em  "Pensamentos Quotidianos"


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Mesmo no lugar modesto em que vos encontrais, vós podeis contribuir para o bem da humanidade.
Consagrai todos os dias pelo menos alguns minutos a pensar como, no futuro, ela será uma única e grande família em que todos os membros se compreendem, se amam, se sorriem.
Há tantas coisas boas em que se pode pensar para a felicidade da terra inteira!
Que todos os humanos vão contemplar o nascer do sol...
que eles se encontram para dançar e cantar em coro, hinos de alegria e de reconhecimento ao Criador...
Não é maravilhoso poder formular tais desejos, em vez de se agitar diariamente tantos pensamentos e sentimentos pessimistas, prosaicos, egoístas?

E pensai também em toda essa vida que existe no Céu: os anjos, os arcanjos, as divindades, todas as hierarquias...
Pensai na luz, no amor e na pureza em que eles vivem e desejai que esse esplendor desça à terra.
Assim, vós construís pontes, criais comunicações para que a perfeição, a riqueza e a beleza do alto desçam realmente, um dia, à terra.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  30.12.2013


Éditions Prosveta

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

A terra é como uma fortaleza onde até as entidades divinas não podem instalar a ordem, a justiça e a paz, porque essas entidades não são feitas de matéria física.
Para elas intervirem, têm de ser os humanos a dar-lhes essa possibilidade.
Na terra, os humanos são tão poderosos como todos os exércitos celestes e, se eles quiserem opor-se a esses exércitos, não haverá nada a fazer!
As entidades divinas só poderão penetrar nessa fortaleza se, do interior, alguém lhes abrir pelo menos uma porta.

Há imensos livros e filmes que contam as aventuras de cidades sitiadas que o exército inimigo não conseguia tomar até ao momento em que um "traidor", do interior, acabou por abrir uma passagem.
Pois bem, acontece o mesmo com a terra.
Ela nunca será alvo de uma investida do exterior por parte do exército celeste.
É preciso que, do interior, haja "traidores" que abram brechas nas suas muralhas.
"Traidor"...
Esta palavra soa de um modo um pouco esquisito, mas com a imagem que ela suscita vós compreendereis que não tendes nada de mais importante a fazer do que abrir brechas, com o amor e a luz, para que o exército celeste possa penetrar.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  - 29.12.2013


Éditions Prosveta

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano


Quem compreendeu verdadeiramente o que é a vida espiritual nunca se cansa de ouvir as mesmas verdades, porque de cada vez, escuta-as de forma diferente.
As verdades da ciência espiritual nunca são compreendidas de uma vez por todas, é preciso retomá-las muitas vezes para descobrir sempre nelas novos aspectos.
Vós direis que tendes curiosidade por outras coisas.
Com certeza, mas não é com a curiosidade, essa necessidade de passar com ligeireza, superficialmente, de um assunto a outro, que se progride interiormente.

Quem é que, de entre vós, alguma vez se cansou de ouvir o seu amado ou a sua amada dizer: «Amo-te!»?
E mesmo que seja todos os dias e várias vezes ao dia, essas palavras soam como se fosse a primeira vez e sempre com variantes diferentes.
Então, por que não se há-de ouvir as verdades espirituais, que são o que existe de mais precioso, tal como se ouve as palavras de um ser que vos diz: «Amo-te!»?

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  28.12.2013


em  "Pensamentos Quotidianos"


Éditions Prosveta

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Todas as manifestações da nossa vida emitem sons.
Os pensamentos, os sentimentos e os actos que respeitam as leis da harmonia soam, de certo modo, como música.
E quando nós encontramos também o ritmo certo a dar aos nossos gestos e às nossas palavras, vivemos segundo as leis da música.

Alguém disse um dia que em Deus tudo pode ter descanso excepto os ouvidos...
Sim, mas, certamente Deus fecha os seus ouvidos às algazarras e às revoltas que se elevam da terra, Ele só escuta as preces musicais, as que se elevam da alma dos seus filhos e das suas filhas.
Uma prece que não é musical não é recebida.
Então, preparai as vossas preces segundo as leis da música e sereis atendidos.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  27.12.2013


Éditions Prosveta

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Tudo o que existe no universo está contido no princípio que todos possuímos: a Alma superior.
Esta Alma superior que contacta o Céu, que habita no Céu, é uma emanação do próprio Deus.
Ao encarnarmos na matéria, nós perdemos a consciência da existência dessa Alma em nós, mas, se procurarmos conhecê-la, se nos identificarmos com ela, aproximar-nos-emos do nosso ser verdadeiro: a nossa consciência eleva-se, as suas vibrações tornam-se mais intensas e, um dia, ela funde-se na consciência da Alma Universal, nós passamos a ser um com Deus e toda a criação.

Esta verdade - de que possuímos em nós uma quinta-essência de tudo o que existe no universo - não deve permanecer como uma ideia abstracta, nós devemos vivê-la e, portanto, cabe-nos procurar, ir cada vez mais fundo...
Devemos explorar e trazer à nossa consciência este saber, estes tesouros contidos em nós.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  26.12.2013


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

A morte é uma mudança de estado que nos permite atravessar regiões a que não temos acesso com o nosso corpo físico.
Viver na terra e viver do outro lado são momentos necessários à nossa evolução.
É por isso que nós vimos, depois partimos... e voltamos outra vez...
O desejo de imortalidade que habita nos humanos não é uma quimera, tem um fundamento real, mas, como eles não sabem o que em si é imortal, agarram-se à vida física tanto quanto podem, coitados...
Eles sentir-se-ão imortais no dia em que tiverem aprendido a trabalhar sobre os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus actos, pois a vida eterna é isso.
Aqueles que vivem essa vida, que compreenderam verdadeiramente o que é essa vida, não têm medo da morte.
Eles têm consciência de que as riquezas que acumularam no seu coração, na sua alma, nunca os abandonarão.
Pelo contrário, eles sabem que as encontrarão amplificadas no mundo invisível, pois é no mundo invisível que temos a nossa origem.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  24.12.2013


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Alguma coisa ou alguém vos fez mal e vós caminhais na rua desanimados, acabrunhados.
Mas eis que vos cruzais com alguém que tem um rosto e um olhar tão magníficos que voltais a casa reconfortados, aliviados.
Foi o Céu que vos enviou alguém para vos devolver a coragem.
Não vos enganeis: se vos acontece encontrar tais olhares, não foi a própria pessoa que vo-los dirigiu, foi uma entidade que, por um instante, se introduziu nela para vos ajudar.
Experiências deste tipo fazem-vos tomar consciência de que estais constantemente ligados a milhares de entidades benfeitoras.
Elas vêm ao vosso encontro, nunca estais abandonados.
Por que é que não sentis isso?
Por que é que acrescentais, aos sofrimentos reais que tendes, o de vos julgardes sós, privados de qualquer ajuda?
Num dado momento sentíeis-vos aniquilados e depois, de repente, ganhastes de novo força e coragem.
Então, agradecei a todos esses seres que vieram ao vosso encontro.
Quanto mais consciência tiverdes deles, quanto mais lhes estiverdes reconhecidos, mais atraireis a sua presença.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  23.12.2013


Éditions Prosveta

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domingo, 22 de dezembro de 2013

Natal - breves palavras

A festa do Natal


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Há dois mil anos, Jesus nasceu na Palestina, mas isso é o aspecto histórico do Natal, e, como sabeis, para os Iniciados o aspecto histórico é secundário, porque antes de ser um acontecimento histórico, o nascimento do Cristo é um acontecimento cósmico: é a primeira manifestação da vida na Natureza, o começo de todas as manifestações.
Depois, este nascimento é um acontecimento místico, o que significa que o Cristo deve nascer em cada alma como princípio de luz e de amor divino.
É esse o significado do nascimento de Jesus: enquanto o homem não possuir a luz e o amor, o Menino Jesus não nascerá nele.
Ele pode celebrá-l'O, pode esperá-l'O... jamais acontecerá o que quer que seja.

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Não nego que o nascimento de Jesus foi um acontecimento histórico de uma grande importância, mas o essencial da festa do Natal são os seus aspecto cósmico e místico.
Porque o nascimento do Cristo é não somente um acontecimento que se realiza todos os anos no Universo, mas também algo que a cada instante pode acontecer em nós.

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E esta luz, esta estrela que brilhava por cima da estábulo, significa que de cada Iniciado que possui em si o Cristo vivo, sai uma luz, uma luz que acalma, alimenta, reconforta, cura, purifica, vivifica...

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Do mesmo modo que o nascimento de uma criança encerra toda a esperança da vida, o nascimento do Cristo, que acontece todos os anos no Universo, é a esperança de que Deus não abandonou os homens.

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de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV



em  "o Natal e a Páscoa na tradição iniciática"

Colecção Izvor

Éditions Prosveta
Publicações Maitreya

Pensamento Quotidiano

Conheceis a história da camisa do homem feliz?...
Era uma vez um rei que morria de melancolia no seu enorme palácio.
Tinha uma esposa e filhos que eram carinhosos com ele, tinha amigos, criados e imensas riquezas, mas nada lhe aliviava o mal.
Reuniram-se os sábios da corte e um deles disse: «Sei o que pode salvar o nosso rei. Enviemos mensageiros a todo o reino à procura de um homem feliz, verdadeiramente feliz, e eles que tragam a sua camisa. Quando o nosso rei a vestir, ficará curado.»

Encontrar um homem feliz, verdadeiramente feliz, revelou-se tarefa demorada e difícil.
Finalmente, encontraram um... só que ele não tinha camisa!

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  22.12.2013



Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

sábado, 21 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano


Uma mão traz inscritos nela os mistérios da criação, da vontade e da acção divinas.
Só um microscópio de uma potência incrível poderia dar-nos uma ideia do universo que a palma de uma mão representa, pois ele é semelhante ao cosmos, com as suas constelações, as suas nebulosas e todos os corpos celestes.
A linha de Saturno surge-nos como a Via Láctea e descobriremos ainda muitas outras galáxias.

O homem é um resumo do universo e a mão é um resumo do homem.
Então, por seu intermédio nós podemos relacionar-nos com toda a criação.
Devemos tomar consciência disso e preservar as nossas mãos como instrumentos sagrados, preparados para manifestar a vontade de Deus.
Jesus dizia: «Eu sou o alfa e o ómega, o primeiro e o último.»
O sentido desta frase tem uma relação com as mãos.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  21.12.2013


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Antes de decidirdes servir um ideal, vós sois livres, mas, uma vez tomada essa decisão, já não o sois: desencadeastes um movimento e é suposto que vos mantenhais fiéis ao vosso compromisso.
Sabendo isso, alguns pensarão que é preferível para eles não se comprometerem e assim preservarem a sua independência...
Têm esse direito.
Mas devem saber que a independência, tal como eles a compreendem, só lhes trará decepções e provações.
Então é que eles se sentirão verdadeiramente aprisionados.
Outros dirão que a ideia de servir um ideal os enche de entusiasmo, mas sabem que são fracos e receiam tropeçar no caminho.
Responder-lhes-ei que as quedas não são assim tão graves.
Eles levantar-se-ão e procurarão entender por que caíram, e depois, fortalecidos com essa experiência, na próxima vez saberão melhor triunfar sobre as suas fraquezas.
Na medida em que se permanece no bom caminho, mesmo tendo escorregadelas, atinge-se o objectivo.
Imaginai que deveis atravessar uma floresta densa para irdes ter com uns amigos: por certo ireis hesitar aqui e ali, mas, se tiverdes uma bússola para manter a direcção, acabareis por chegar ao fim.
E é preferível hesitar para chegar ao fim do que não empreender nada com medo de ter de fazer esforços.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  20.12.2013


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Vós sentis-vos subitamente visitados por uma alegria, uma inspiração, um pensamento magnífico...
São riquezas que acabais de receber.
Mas como conservá-las?
Pondo-as num banco.
Sim, pois mesmo que as condições da vida quotidiana voltem a mergulhar-vos em dificuldades e preocupações, há um meio de não perder o que essa alegria, essa inspiração ou esse pensamento vos trouxeram.
Tal como em relação a uma soma em dinheiro que pretendeis pôr num sítio protegido, podeis depositar essas riquezas num banco...
Não é porque sois um espiritualista que deveis esquecer que existem bancos.
Sim, do mesmo modo que há bancos terrestres, existem bancos celestes onde os banqueiros são entidades luminosas que velam pela boa gestão das riquezas espirituais.
Então, quando viveis um estado de graça, dirigi-vos a essas entidades e dizei-lhes: «Tenho consciência de que recebi algo muito bom e muito belo que não devo guardar só para mim.
Há no mundo tantos seres infelizes e sofredores que precisam de ajuda!
Eu não sei como proporcionar-lhes essa ajuda, por isso peço-vos que façais com que eles beneficiem das minhas riquezas.»
Aquilo que assim confiais às entidades  celestes, não o perdeis.
Ser-vos-á devolvido mais tarde sob outra forma: saúde, sabedoria, amor...
e tereis também a satisfação de ter podido ajudar aqueles que necessitavam dessa ajuda.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  19.12.2013


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A sala do silêncio

Quando perguntam a um sábio o que é Deus, ele cala-se, responde com o silêncio, porque só o silêncio pode exprimir a essência da Divindade.

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O ser humano possui centros subtis, a que a tradição hindu chama chacras, lótus, graças aos quais ele tem a possibilidade de entrar em relação com o mundo espiritual.
Mas estes centros não podem despertar e funcionar no meio da agitação e do barulho da vida quotidiana.

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Com efeito, o verdadeiro silêncio não é unicamente a ausência de barulho.
O verdadeiro silêncio está acima da sabedoria, acima da música, é o mundo mais luminoso, mais poderoso, mais belo, o centro donde jorram todas as criações.
Este silêncio é o próprio Deus.

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Entrar no silêncio é, pois, uma actividade que se situa para além dos cinco sentidos, para além do sentimento e até do pensamento.
Quando alguém atinge esta região do silêncio, nada num oceano de luz, vive a verdadeira vida, intensa, abundante.

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Alguns dirão: «Mas esse silêncio de que nos fala, esses mundos para lá dos pensamentos e dos sentimentos, tudo isso é o vazio, é como se nos pedisse que nos lançássemos no vazio... é assustador!»
De certo modo, sim, podemos chamar a isso o vazio, mas não tenhais medo; eu nunca vos disse que devíeis lançar-vos de qualquer maneira, sem estar preparados.

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Aliás, o vazio não é um fim em si.
Fazer o vazio é aprendermos a desembaraçar-nos de todos os elementos estranhos que nos impedem de entrar em contacto com o mundo divino e de receber as suas bênçãos.

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Portanto, é verdade que fazer o silêncio é, de algum modo, fazer em nós o vazio, e é nesse vazio que recebemos a plenitude.
Sim, porque, na realidade, o vazio não existe.
Se retirardes a água dum recipiente, entrará o ar; se retirardes o ar, entrará o éter...
Quando se tenta fazer o vazio, a matéria vai sendo substituída por uma matéria cada vez mais subtil.
Da mesma maneira, quando se consegue rejeitar os pensamentos, os sentimentos e os desejos inferiores, é a luz do espírito que irrompe: nessa altura, vê-se, sabe-se.
O silêncio é a região mais elevada da nossa alma e, no momento em que atingimos essa região, entramos na luz cósmica.
A luz cósmica é a quinta-essência do Universo, tudo o que vemos à nossa volta, e mesmo o que não vemos, é atravessado pela luz e está impregnado por ela.
E o objectivo do silêncio é justamente a fusão com essa luz que é viva, que é poderosa e que penetra toda a Criação.

Se puderdes, procurai ter na vossa casa uma sala, por mais pequenina que seja, reservada precisamente ao silêncio; uma sala com belas cores, decorada com alguns quadros simbólicos ou místicos. Consagrai-a ao Pai Celeste, à Mãe Divina, ao Espírito Santo, aos anjos e arcanjos; não deixeis que ninguém lá entre nem entreis vós mesmos senão quando fordes capazes de fazer o silêncio em vós, a fim de ouvirdes as vozes do Céu.
Dareis assim ao vosso espírito e à vossa alma possibilidades de se expandirem e de atraírem as bênçãos que podereis depois distribuir por todas as criaturas que vos cercam

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de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em  "A via do silêncio"

Colecção Izvor
Éditions Prosveta
Publicações Maitreya

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano


Há quem diga: «Nós sentimos bem que temos necessidade de ser guiados, mas há tantas pessoas que tentam fazer-se passar por Mestres espirituais e que não passam de charlatães, de desequilibrados!»
É verdade, mas se tiverdes receio de ser enganados, abusados, por um guia vivo, ninguém vos impede de vos virardes para aqueles que há muito tempo deixaram a terra.
As obras de todos os Iniciados e grandes Mestres da humanidade estão à vossa disposição, as prateleiras das bibliotecas estão cheias delas, e, sob diferentes formas, eles ensinam as mesmas verdades.
Então, esforçai-vos por sintonizar os vossos pensamentos e os vossos sentimentos com os deles: nenhuma força natural ou sobrenatural poderá impedir o encontro.

Ninguém vos reprovará por terdes percorrido o mundo em busca de um Mestre vivo.
Mas nada pode servir-vos de justificação se ficardes estagnados na mediocridade e no erro, com o pretexto de que nunca encontrastes alguém capaz de vos guiar.
Quem é sincero, quem procura realmente a luz, encontra-a.
O Céu nunca deixou que alguém que procura sinceramente progredir se perca.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  17.12.2013



em  "Pensamentos  Quotidianos"


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Voz do silêncio, voz de Deus

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Vós deveis compreender o silêncio como a condição absoluta para a verdadeira palavra, as verdadeiras revelações.
No silêncio, sentis pouco a pouco as mensagens que vos chegam, uma voz que começa a falar-vos.
É ela que vos avisa, vos dirige, vos protege...
Se não a ouvis, é porque fazeis demasiado barulho, não apenas no plano físico mas também nos vossos pensamentos e sentimentos.
Para que esta voz vos fale, deveis instalar o silêncio em vós.
Por vezes chama-se a esta voz "a voz do silêncio".
É mesmo este o título de alguns livros da sabedoria oriental.
Quando o iogui consegue apaziguar tudo nele e até deter o pensamento - porque, no seu movimento, também o pensamento faz barulho - ele ouve então esta voz do silêncio que é a voz do próprio Deus.

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Se estivésseis mais atentos, se tivésseis mais discernimento, sentiríeis que, antes de cada empreendimento importante da vossa vida (uma viagem, um trabalho, uma decisão a tomar), há uma voz suave que vos aconselha.

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A voz do Céu é extremamente doce, terna, melodiosa e breve, e existem critérios para a reconhecer.
Sim a voz de Deus manifesta-se de três maneiras: por uma luz que ela faz nascer em nós, por uma dilatação, um calor, um amor que sentimos no coração e, finalmente por uma sensação de liberdade que experimentamos e a decisão de realizar actos nobres e desinteressados.
Portanto, estai atentos...

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O silêncio, a paz, a harmonia, são a expressão duma mesma realidade.
Não penseis que o silêncio é vazio e mudo, não, o silêncio é vivo, vibrante, e fala e canta.
Mas nós só o ouvimos quando em nós os bombos param de bater.
Graças à contemplação, à prece, à meditação, um dia conseguiremos ouvir a voz do silêncio.

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de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em  "A via do silêncio"

Colecção Izvor
Edições Prosveta

Pensamento Quotidiano


Uma pessoa entra em casa à noite e queixa-se de que está esgotada porque teve um dia penoso: dificuldades no trabalho, uma discussão que acabou mal, etc. Em função disso, aconselham-na a ir descansar, mas como é que ela vai descansar?...
Como ignora que a primeira coisa a fazer é esquecer aquilo que a contrariou, vai estender-se na cama e ficar às voltas, para a esquerda e para a direita, ruminando a sua irritação, o seu desalento...
Então, mesmo que passe mais de uma hora estendida, não só não descansará, como ficará ainda mais cansada, pois não terá deixado de ter no pensamento precisamente aquilo que deveria esquecer.

Quereis repousar verdadeiramente?
Começai por agir sobre o vosso sistema nervoso.
Por um momento, deixai tudo de lado, para dardes às forças que em vós habitam a possibilidade de virem de novo ao de cima.
Para recomeçar a circular harmoniosamente no vosso organismo, o influxo nervoso necessita de que vós fiqueis num estado de paz, de harmonia, de silêncio interior.
E aí sim, a fadiga desaparecerá.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  16.12.2013


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domingo, 15 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano


Pode-se achar que as belas obras-primas da arte têm, apesar de tudo, algumas imperfeições; e mesmo os maiores artistas raramente ficam satisfeitos com as suas obras.
Contudo, existem certos monumentos que, pelas suas proporções, pela pureza das suas linhas, pelos materiais que serviram para a sua construção, se tornam uma espécie de alimento para a nossa alma.
Ao contemplá-los, sentimos em nós algo que começa a fazer suas a beleza e a harmonia dessas obras, ao ponto de se identificar com elas, e isso é o começo de todo um trabalho interior.

Há muitos monumentos que podem estimular em nós o gosto por este trabalho e acompanhá-lo!
Alguns foram mesmo especialmente concebidos com este propósito por Iniciados que os carregavam de irradiação e de energia.
Todos aqueles que contemplam tais obras-primas da arte sentem essa beleza como um alimento para a sua vida espiritual.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  15.12.2013


Éditions Prosveta

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sábado, 14 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano


A fome não é unicamente uma sensação experienciada pelo corpo físico. Pode-se ter comido até ficar saciado e continuar com fome!
Porquê?
Porque, mesmo que o corpo físico esteja satisfeito, o corpo astral continua a desejar.
Em princípio, existe uma harmonia entre os dois; normalmente, se o corpo físico está satisfeito, o corpo astral também está. Mas pode ocorrer um desequilíbrio: o corpo físico tem ainda necessidade de alimento e o corpo astral já está saciado; ou então o corpo físico está saciado e o corpo astral deseja comer mais.
Pode existir este mesmo desequilíbrio no domínio da sexualidade.
Há seres que, mesmo que o seu corpo físico esteja satisfeito, continuam a ter fome no plano astral, e isso é terrível: o seu corpo físico já não aguenta, mas o seu corpo astral, que continua a desejar, a reclamar, nunca se dando por satisfeito, fá-los viver os tormentos do inferno.
Esta falta de correspondência entre os planos físico e astral acaba por destruir a sua saúde, pois eles esgotam o seu corpo físico, mas este desequilíbrio pode mesmo acabar por atingir o plano mental e desencadear aí graves perturbações: perversões, a loucura.

de OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  - 14.12.2013


Éditions Prosveta

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O Verbo e a palavra

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A palavra é muito limitada; a maior parte das palavras da língua foram forjadas por humanos vulgares para necessidades comuns.

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Perguntareis: «Mas então a palavra é ineficaz?»
Quando consegue confundir-se com o Verbo, isto é, quando se torna viva, impregnada da vida do espírito, a palavra é poderosa e actuante, mas até lá, na verdade, ela não serve para grande coisa, é como um recipiente vazio.
O Verbo pertence ao mundo do espírito, do pensamento criador.
Aquele que pensa, cria.
No momento em que pensais, já estais a falar, por assim dizer, e esta palavra silenciosa é activa, mágica: é o Verbo.
O Verbo é, pois, uma palavra que ainda não desceu ao plano físico; ela está lá, é real, viva, mas inaudível, manifesta-se no mundo invisível por cores, formas e sons inteligíveis para todos, ao passo que a palavra que se exprime no plano físico por palavras próprias de uma língua particular só pode ser compreendida por aqueles que falam essa língua. Então, surgem as dificuldades!

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Existem seres muito evoluídos, muito sensíveis, que apreendem um pensamento no momento em que ele é formado. Aliás, os espíritos luminosos, os anjos, não falam entre si e também não falam connosco: emitem ondas, e são essas ondas que nós traduzimos por palavras.

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Um dia, os humanos não comunicarão mais por palavras mas com luz, com cores, com sons que emanarão deles e compreender-se-ão imediatamente.

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Habituai-vos, pois, a servir-vos da palavra.
Quando sentirdes que conseguistes entrar em contacto, pelo pensamento, com as energias mais puras do mundo invisível, não vos detenhais aí, há ainda um trabalho a fazer. Pronunciai em voz alta fórmulas como: «Que seja na terra como no Céu», ou então: «Que o Reino de Deus e a Sua Justiça se realizem na terra!»
Assim, dareis uma orientação a essas energias e fareis um trabalho benéfico para o mundo inteiro.
O conhecimento destas leis é a base do trabalho espiritual.

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Antes de falarmos, devemos ligar-nos ao Verbo Divino que é amor e poder.

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de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em  "A via do silêncio"

Colecção Izvor
Edições Prosveta

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

A vossa existência actual é, em grande parte, determinada pela natureza das ligações que tecestes ao longo das vossas existências anteriores.
Sim, as dificuldades e os tormentos, tal como as satisfações e os sucessos que agora encontrais, tanto na vossa vida física como na vossa vida psíquica, vêm de todos esses laços visíveis e invisíveis que tecestes no passado.
Sabendo isso, deveis mostrar-vos vigilantes e ter muito cuidado com as ligações que estais a estabelecer no presente, pois, conscientemente ou não, todos os dias, sem parar, cada pessoa entra em relação não só com seres humanos, mas também com entidades invisíveis, com a natureza, com todo o universo.
E pensai em rever também as relações que já estabelecestes nesta vida: identificai as que são boas, para as manterdes, as reforçardes, e aquelas que são más, para as cortardes.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  13.12.2013


Éditions Prosveta

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Acontece com as nações, os países e os povos o mesmo que com cada criatura que nasce, cresce, depois envelhece e deve dar o lugar a outros.
Eles dão o que devem dar e depois extinguem-se; dir-se-ia que repousam para um dia poderem despertar de novo e dar novas riquezas.
Viu-se isso com todas as civilizações e é também esse o destino das religiões.
Surge no mundo uma nova religião: ela começa a expandir-se, alarga pouco a pouco a sua influência, atinge um ponto culminante e depois cristaliza, fica esclerosada e perde as grandes chaves da vida.
Mesmo os Mistérios, mesmo os templos do antigo Egipto, que possuíam o saber, os poderes, o que resta deles?
Onde estão aqueles hierofantes?
O que é feito daquelas ciências?
Todos seguiram as leis imutáveis da vida, pois o que nasce deve morrer e ceder o lugar.
Só o que não tem começo não tem fim.
Cada religião, cada filosofia, cada ciência é, de algum modo, uma forma, e nenhuma forma é duradoura: após algum tempo, ela deve apagar-se para dar lugar a outra.
Mas o princípio, o Espírito, é eterno, e é ele que se encarna sucessivamente em novas formas.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  12.12.2013



Éditions Prosveta
Publicações Maitreya

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano

Eu sou uma espécie de joalheiro e, quando vos dou um diamante ou uma pérola preciosa, digo-vos: «Isto vale milhões.»
Pensais que é vaidade?
É-me indiferente.
O que direis vós de um joalheiro que, para ser modesto, distribuísse pedras preciosas dizendo que se tratava de simples pedaços de vidro ou calhaus?
Como eu sou um bom joalheiro e sei o valor daquilo que vos dou. digo-vos: estas verdades não têm preço.

Procurai, pois, compreender a importância de todas as verdades que aqui recebeis, pois elas valem mais do que pedras preciosas.
São talismãs carregados de poderes mágicos.
Graças a eles, podeis obter tudo aquilo a que aspirais.
Por que não os utilizais?
Levai também a sério todos os métodos e todos os exercícios que eu vos indico: as bençãos que recebereis por seu intermédio acompanhar-vos-ão eternamente.

de  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  11.12.2013


Éditions Prosveta

Publicações Maitreya

A harmonia, condição para o silêncio interior

Não conseguireis realizar verdadeiramente o silêncio em vós se não começardes por trabalhar sobre a harmonia.
Todos os dias, várias vezes por dia, parai para observar o que se passa em vós e, logo que noteis o menor problema, a menor dissonância, esforçai-vos por remediá-los.
Senão, no momento em que quiserdes meditar e entrar em silêncio, não o conseguireis, sentireis sempre alguns rangidos, alguns tumultos.
O silêncio interior é um estado tão difícil de atingir!
É durante todo o dia que é preciso a pessoa esforçar-se para lhe preparar as condições, e a primeira condição é justamente a harmonia.

...
A harmonia é a chave que vos abre as portas da região do silêncio: harmonia no plano físico, harmonia nos sentimentos, harmonia nos pensamentos.

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Imaginai que soprais violentamente um ramo florido: todas as pétalas voam em todas as direcções; não fica nada da ordem e da disposição que lhe davam a sua beleza.
Pois bem, é o que fazeis também em vós quando vos deixais tomar pela cólera, pelo ciúme, pela cupidez, pela sensualidade: produzis um sopro, uma corrente, que perturba a disposição dos vossos átomos e electrões, e é a perturbação desta organização interior que está na origem das doenças psíquicas ou mesmo físicas e que vos separa do mundo espiritual.

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O Ensinamento da Fraternidade Branca Universal existe para alargar os nossos horizontes, a nossa visão do mundo, e para nos apresentar actividades novas, susceptíveis de nos tornarem melhores, mais saudáveis, mais felizes, e de nos fazer viver em paz.

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A primeira condição para haver fraternidade consiste em respeitar a harmonia e até contribuir para ela, a fim de que os outros tenham as melhores condições para evoluir.

...
O ser humano vive no organismo cósmico, faz parte dele, é uma célula deste corpo gigantesco que é o corpo do Universo, Adam Kadmon, como lhe chama a Cabala e, quer queira, quer não, faça o que fizer, não pode separar-se dele.
É dele que o homem recebe a vida e todos os elementos que lhe permitem subsistir: os alimentos, a água, o ar, a luz.
Se a sua consciência não participar nesta realidade, com certeza que ele, de certo modo, se separa deste organismo e se priva desta vida, deste sustentáculo.
Mas vejamos o que é certamente novo para a maior parte de vós.
Há séculos e séculos que se educa tão mal os humanos que nunca lhes foi ensinado qual devia ser a sua atitude em relação à Natureza, a este corpo cósmico do qual fazemos parte.
Os humanos mostram-se negligentes, grosseiros, não estão atentos aos seus actos, nem aos seus sentimentos, nem aos seus pensamentos; deste modo, introduzem a desarmonia no organismo cósmico, e este procura defender-se dando-lhes umas boas lições.
Sim, se alguém não manifestar sabedoria, nem amor, nem respeito, se perturbar alguma coisa no funcionamento do corpo universal, é como um tumor em alguma parte desse corpo.
E o que se faz a um tumor?
O cirurgião retira-o.
No dia em que o homem parar de danificar o corpo do Universo - não só o seu corpo físico, mas também os seus corpos etérico e astral -, ele terá saúde, beleza, força, riqueza, felicidade.

de  OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV

em  "A via do silêncio"

Colecção Izvor
Edições Prosveta

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Os habitantes do silêncio


Nós temos necessidade do silêncio e particularmente do silêncio da Natureza, porque é na Natureza que temos as nossas raízes.
Quando uma pessoa se encontra sozinha na floresta, na montanha, pode acontecer-lhe sentir-se transportada a um passado longínquo, à época em que os humanos viviam em comunhão com as forças e os espíritos da Natureza.
E mesmo que então se ouça, de repente, o canto de uma ave ou o ruído de uma cascata, sente-se que esses sons participam no silêncio, não o destroem, pelo contrário, acentuam-no.
Por vezes, não se está consciente do silêncio, não se lhe presta atenção.
É preciso um ruído como o estalar dum ramo, o grito duma ave ou a queda duma pedra para, de repente, se viver intensamente a sensação do silêncio.
Mesmo o estrondo surdo das vagas não destrói o profundo silêncio do mar ou do oceano.
Muitas pessoas confundem o silêncio com a solidão, por isso têm medo do silêncio: têm medo de ficar sós.
Na realidade, o silêncio é um lugar habitado.
Se não quiserdes ser pobres nem estar sós, procurai o silêncio, porque o verdadeiro silêncio é povoado por inúmeros seres.
O Criador colocou habitantes por toda a parte: nas florestas, nos lagos, nos oceanos, nas montanhas, e também debaixo da terra.
E até o fogo é habitado; o éter, as estrelas, tudo é habitado.
Infelizmente, os barulhos da vida civilizada que, pouco a pouco, acabam por invadir tudo, e a existência cada vez mais materialista e vulgar dos humanos, criaram condições contrárias à permanência entre eles das entidades do mundo invisível, que se refugiam longe dos lugares que eles ocupam.
Não é que elas não gostem dos humanos, mas como podem elas permanecer em lugares que eles não param de perturbar e de devastar com a sua falta de respeito, a sua grosseria e a sua violência?... Elas retiram-se cada vez mais para regiões que são inacessíveis aos humanos.
Eu verifiquei isso.
Nos Estados Unidos, no parque de Yosemite, vi árvores magníficas, com cerca de 4 000 anos, mas que já não estavam habitadas: os devas tinham partido, porque havia demasiados visitantes, demasiado barulho, demasiada agitação; eles tinham deixado aquela região tão bela.
Em quase todas as árvores vive uma criatura, mas neste parque essas árvores gigantescas já não estavam propriamente vivas nem eram expressivas, pois já não estavam habitadas.
Tal como os sábios que se isolam nos desertos, no cimo das montanhas ou nas grutas, para escapar ao barulho e à agitação dos humanos inconscientes, os espíritos luminosos da Natureza vão refugiar-se em lugares que os humanos ainda não puderam sujar e perturbar.
Podeis dizer: «Mas eles não conseguem suportar nada, são muito fracos!»
Pensai o que quiserdes.
Na maior parte das mitologias, a montanha é apresentada como a morada dos deuses.
Isso pode ser considerado como um símbolo, mas também é uma realidade: os altos cumes das montanhas são como antenas graças às quais a terra contacta o Céu, e é por isso que eles são habitados por entidades muito puras e muito poderosas.
Quanto mais o homem se eleva nas montanhas, mais ele encontra o silêncio, e nesse silêncio descobre a origem das coisas e une-se à Causa Primeira, entra no oceano da luz divina.
Infelizmente, nos nossos dias, com o aperfeiçoamento dos meios de transporte, vemos as pessoas irem cada vez mais à montanha; tornou-se mesmo uma moda: vão aos desportos de inverno para se distrair, para se divertir e depois contar que desceram tal encosta, escalaram tal cume... E em vez de respeitar o silêncio da montanha, de se deixar influenciar por ele para descobrir os estados de consciência superiores, comportam-se como em todos os outros lugares: levam o vinho, o presunto, os cigarros, a música cacofónica, e gritam, brincam, discutem... Como se não houvesse outros lugares onde festejar e fazer barulho!
E deste modo incomodam imenso os habitantes dessas regiões.

...
Subir é desfazermo-nos, à medida que subimos, de tudo o que nos embaraça, nos sobrecarrega até encontrarmos o silêncio, a pureza, a luz, a imensidão, e sentirmos a ordem divina introduzir-se em nós...

...
Então, doravante, aprendei a amar esse silêncio, pensai em criar por toda a parte, à vossa volta, uma atmosfera espiritual de silêncio e de harmonia, a fim de preparardes a vinda dos seres luminosos e poderosos,

de OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em  "A via do silêncio"
Colecção Izvor
Edições Prosveta


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Pensamento Quotidiano


Vós ides à mercearia comprar um quilo de cerejas.
O merceeiro pesa-as e lá está um quilo... mas ele acrescenta mais um punhado.
O que é um punhado de cerejas?
Quase nada, mas isso dá-vos prazer.
O que vos agrada não é tanto aquelas poucas cerejas a mais, mas o sentimento amigável que se manifesta através daquele gesto.

Isto é apenas um pequeno exemplo.
Mas, ao observar os humanos, constata-se que muitos não sabem ter este tipo de gesto.
Contudo, eles não vivem com necessidades - muitas vezes, até possuem muito mais do que precisam -, mas, interiormente há algo que os retém: eles não conseguem dar, não conseguem ter esse gesto para com os outros.
E depois queixam-se de que não têm amigos.
Como se há-de fazê-los compreender que bastariam uns pequenos gestos, desses gestos que não custam quase nada mas que abrem os corações?

de  OMRAAM  MIKHAËL AÏVANHOV  -  09.12.2013


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