Na realidade, as pessoas, em geral, nem sequer sabem o que significa a palavra "novo".
Consideremos um rio; o seu nome permanece o mesmo - Danúbio, Sena ou Tamisa -, mas a água que corre não é sempre nova?
E também o Sol, que é o mesmo todos os dias, é sempre novo, pois as suas emanações, as suas radiações, são diferentes a cada instante.
O que é novo é a vida, o conteúdo.
Se fordes capazes de ir suficientemente longe, suficientemente alto, além de tudo o que é o continente, para entrar no conteúdo, na vida, descobrireis que tudo é incessantemente novo, tanto o Céu como a Terra.
Portanto, "o novo Céu e a nova Terra" significa que o nível de consciência dos humanos se elevará até onde eles descobrirão o que sempre existiu, mas que eles ainda não tinham visto.
O Sol está aí desde sempre,, mas a maioria ainda não tem consciência disso.
Se não se regozijam, se não o contemplam, se não o sentem como um ser vivo e inteligente, com o qual podem relacionar-se, e não desejam tornar-se como ele, não o descobrirão e ainda estão no antigo Céu, velho, carunchoso, bafiento.
Mas não imagineis agora que deveis esperar por convulsões cósmicas para conhecer o novo Céu.
Podeis habitá-lo a partir de hoje.
Sempre que alimentais pensamentos e sentimentos puros, que decidis trabalhar para o Alto ideal, estais já no novo Céu e esse novo Céu traz obrigatoriamente uma nova Terra, pois aquele que abraça uma filosofia sublime é obrigado a mudar o seu comportamento, a sua maneira de agir.
Todos os métodos que estais a aprender aqui, relativamente à nutrição, à respiração, ao trabalho, à geração e educação dos filhos, às relações com os humanos e todo o Universo, é isso a nova Terra.
Então, o que esperais para entrar nela?
Infelizmente, parece que não há muitos candidatos e que as coisas devem passar-se como sucedeu com os bois da anedota.
Dois irmãos tinham herdado uma quinta do pai que acabara de morrer e começaram a dividi-la entre eles.
O mais jovem, que era tolo, tinha sempre ideias um pouco bizarras que julgava muito sábias e, quando chegou o momento de dividir o rebanho o rebanho de bois, disse ao irmão mais velho: «Ora bem, como daqui em diante haverá dois rebanhos, vamos construir um novo estábulo.
Quando ele estiver construído, deixaremos os bois escolherem por si: os que forem para o velho estábulo serão para ti e os que forem para o novo serão para mim.»
Sim, um referendo aos bois.
O mais velho aceitou e, quando o novo estábulo ficou construído, fez-se como fora combinado.
Mas todos os bois foram para o velho estábulo... pois estavam habituados a isso.
Um só boi, um velho boi zarolho, entrou no novo edifício.
Eu nem vos falo do ar despeitado do irmão mais jovem...
Pois bem, a alguns pode suceder o mesmo com o novo Céu e a nova Terra.
Continua
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