Ademais, quem pode negar também que as hóstias são fabricadas com materiais dados pelo Sol?
E nem sequer se agradece ao Sol.
Aproveita-se tudo o que ele produz - o trigo, a uva - e esquece-se que há que agradecer.
Nem sequer se tem em conta que sem ele não se poderia fazer uma única hóstia, uma única gota de vinho.
Porque é que os humanos foram desviados do caminho da verdade?
Porque se quis esconder-lhes a importância do Sol e fazer-lhes crer que é com hóstias e vinho que encontrarão Deus?
Podem encontrá-l'O, mas para isso há que explicar-lhes, pelo menos, o sentido destes símbolos.
A origem da comunhão foi a última refeição que Jesus fez com os seus discípulos, na qual ele tomou o pão e o vinho, dizendo: «Comei, porque isto é a minha carne; bebei, porque isto é o meu sangue...
Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna.»
Na verdade, o pão e o vinho são dois símbolos de grande significado que eram conhecidos muito antes de Jesus.
Quando se lê a Bíblia, vê-se que foi Melkhitsédek quem primeiro instituiu a comunhão, quando levou a Abraão o pão e o vinho.
Melkhitsédek era o rei da Justiça (em hebraico «mélek» significa rei, e «tsédek» justiça), habitava no reino de Salem (nome que tem a mesma origem da palavra Shalom: a paz), e é por essa razão que se chama rei de justiça e de paz a Melkhitsédek.
Ele levou o pão e o vinho a Abraão para o recompensar da sua vitória sobre os sete reis sinistros de Edon, que representam os sete pecados capitais.
Sim, porque não vamos acreditar que Melkhitsédek o maior dos Iniciados, se deslocou para recompensar Abraão por este ter vencido, numa batalha, algumas centenas ou milhares de inimigos.
Abraão vivia em Ur, na Caldeia (Ur significa luz).
Ele praticava a magia, evocava os espíritos, e foi para completar a sua iniciação que, a conselho dos espíritos que o serviam, se deslocou para o Egipto.
Melkhitsédek levou pois, a Abraão, o pão e o vinho, e pode pensar-se que isso não é lá grande recompensa, a não ser que se compreenda o seu valor simbólico.
Com efeito, o pão e o vinho representam toda a Ciência Iniciática, que se fundamenta nos dois princípios cósmicos - o princípio masculino (simbolizado pelo pão) e o princípio feminino (simbolizado pelo vinho) - que trabalham conjuntamente em todas as regiões do Universo.
O pão e o vinho são dois símbolos solares.
Não se trata, portanto, nem do pão físico nem do vinho físico, mas das duas propriedades do Sol - o seu calor e a sua luz, que cream a vida.
Ora, o seu calor é o amor e a sua luz é a sabedoria.
Por conseguinte, Jesus queria dizer: «Se comerdes a minha carne - a sabedoria - e beberdes o meu sangue - o amor -, tereis a vida eterna.»
Desde há dois mil anos, os cristãos têm engolido vagões de hóstias e bebido toneis de vinho sem nunca alcançarem a vida eterna e até, infelizmente, sem se melhorarem sequer um mínimo.
É que o único meio de obter a vida eterna é o de comer a luz e o calor do Cristo, que é o espírito do Sol.
Continua
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