sábado, 25 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont. VII)

...


II

Ao ler a vida de muitos Santos, Profetas ou Iniciados, algumas pessoas dizem: «Eles sofreram, foram martirizados...
Como é que foi possível isso acontecer?
Eles não o mereciam...»
Sim, mereciam, e poderemos encontrar a razão nas suas vidas passadas, porque o facto de já se ter conseguido restabelecer em si próprio uma ordem divina não significa que se tenha pago tudo e que o passado esteja todo liquidado.
Não, o passado continua lá e ainda não deixa um campo de actividade inteiramente livre.
Há que pagar a dívida até ao último centavo.

Observai como as coisas se passaram com os discípulos de Jesus: estavam com ele, seguiam um Ensinamento divino, viviam na luz, não praticavam mal algum; então, porque é que foram massacrados ou lançados às feras?
Porque é que Jesus não os ajudou?
Foi porque ainda não tinham liquidado as dívidas do passado.
Nas outras encarnações, tinham cometido algumas faltas que não souberam reparar antes de partir para o outro lado.
Por isso foi dito (mas as pessoas não compreenderam o sentido desses conselhos): «Que o sol não se ponha sobre a tua cólera», ou então: «Antes que o sol se ponha, vai reconciliar-te com o teu irmão».
Se tomarmos esta expressão à letra, o prazo é muito curto... sobretudo se for no Inverno, quando o sol desaparece muito cedo!
Na realidade, não se trata do pôr-do-sol no plano físico.
Na linguagem simbólica dos Iniciados, o pôr-do-sol representa a morte do homem, a sua partida para o outro mundo.
É-lhe concedido, pois, um prazo suficientemente longo, de numerosos anos.
Mas, uma vez esgotado esse tempo, se ele não pensou em pagar as suas dívidas ou se não soube fazê-lo,, uma vez «o sol posto», a lei do karma aplica-se!
Tudo está inscrito, porque tudo deixa uma marca que endurece e se cristaliza, e um dia é preciso pagar.
É impossível fazer um «arranjinho amigável», como se costuma dizer; se não se resolveu a questão antes do «pôr-do-sol», tem de se pagar até ao último centavo.

E a vós, que seguis um Ensinamento espiritual, que viveis na luz, podem também acontecer, de tempos a tempos, alguns acidentes ou alguns infortúnios.
Lá porque se está numa Escola Iniciática não se fica ao abrigo de tudo.
Para que nada de mau vos aconteça, é preciso que tenhais liquidado todas as dívidas do passado.
Se ainda as trazeis convosco, quer sigais quer não o Ensinamento, quer estejais quer não na luz, não há nada a fazer, tendes de pagá-las.
Como vedes, a questão torna-se mais clara: vós estais num Ensinamento divino, de acordo, mas é preciso que saibais que esse bem dará resultados no futuro e não no imediato.
Portanto, quando atravessais dificuldades deveis aceitá-las e dizer: «Senhor Deus, isto não pode destruir o bom trabalho que eu tenho feito.
Tanto melhor se me surgem estes aborrecimentos, pois eles significam que estou a libertar-me, e isso é bom.
Agora eu sei porque é que tal me acontece, não me revoltarei mais, não voltarei a pedir para ser poupado.»

Vós direis: «Mas será que também o próprio Jesus tinha ainda um karma a pagar quando foi crucificado?
Não, o caso dele é completamente diferente e insere-se na questão essencial do sacrifício.
Existem seres que aceitam sacrificar a sua vida e passar por grandes sofrimentos quando já não têm nada a pagar.
São excepções.
Quando as pessoas não conhecem em pormenor esta questão da reencarnação correm o risco de se pronunciar de uma maneira errada.

.../...

Sem comentários:

Enviar um comentário