quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÃO (Cont.V)

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Observai a bolota de um carvalho; ela é uma imagem do seu pai, o carvalho, isto é, contém as mesmas possibilidades, mas não se lhe assemelha, não é ainda como o carvalho, só virá a sê-lo depois de plantada.
O homem foi criado à imagem de Deus, isto é, possui a sabedoria, o amor e o poder, mas num grau tão minúsculo em comparação com a sabedoria, o amor e o poder do Criador!
Porém, um dia, quando se desenvolver - com o tempo - o homem será semelhante a Ele, possuirá as Suas virtudes em plenitude.
Por conseguinte, como vedes, esse desenvolvimento, essa passagem da imagem à semelhança, pressupõe a reencarnação.
Deus disse: «Criemos o homem à nossa imagem e à nossa semelhança», mas não o fez.
«Deus criou o homem à Sua imagem, à Sua imagem o criou»; foi na ausência da palavra semelhança e na repetição da palavra imagem que Moisés escondeu a ideia de reencarnação.

Mas as pessoas não sabem ler os livros... e muito menos o grande livro da natureza viva, onde também está inscrita a reencarnação.
Tomemos a imagem da árvore.
Só os cabalistas compreenderam verdadeiramente a imagem da árvore, da qual fizeram um símbolo do Universo: todas as criaturas têm lugar em alguma parte  desta árvore, seja como raízes, seja como casca ou folhas ou flores ou frutos.
Segundo a sua ciência imensa, todas as existências, todas as actividades, todas as regiões têm o seu lugar na Árvore da Vida.
Em diferentes épocas do ano, as folhas, as flores e os frutos caem da árvore: depois, decompõem-se e transformam-se em adubo, que é absorvido pelas raízes da árvore.
E o mesmo acontece com os seres.
Quando um homem morre, é de novo absorvido pelas raízes da Árvore Cósmica, mas em breve reaparece sob uma outra forma: ramo, flor, folha...
Nada se perde, os seres desaparecem e reaparecem incessantemente nesta árvore formidável que é a Árvore da Vida.
Como vedes, a reencarnação está inscrita por toda a parte.
E em que outros fenómenos?
Na evaporação da água, por exemplo; a água do oceano evapora-se e sobe no ar, para voltar a cair mais longe sob a forma de neve ou chuva, e regressa ao oceano.
A gota de água não desaparece, faz uma enorme viagem para explorar o mundo: sobe para o céu, cai sobre as montanhas, desce para os vales e infiltra-se nas camadas subterrâneas onde toma cor: amarelo, vermelho, verde...
A água que sobe e desce, eis mais um fenómeno onde está inscrita a lei da reencarnação: como gota de água, cada espírito viaja para se aperfeiçoar e se instruir.

Quereis outro argumento?
Bom...
À noite, para vos deitardes, vós despis-vos.
Uma a uma, tirais as vossas peças de roupa: o casaco, a camisola, a camisa...
O ir para a cama, à noite, é o símbolo da morte; todas essas peças de vestuário que abandonais representam os diferentes corpos de que deveis libertar-vos, uns após os outros: primeiramente, o corpo físico, depois, algum tempo mais tarde - uma semana ou duas -, o corpo etérico, em seguida o corpo astral, e aí levais muito mais tempo, porque no plano astral estão acumuladas as paixões, as cobiças, todos os sentimentos inferiores.
É isso o Inferno: o plano astral e o plano mental inferior, onde devemos ficar algum tempo para nos purificarmos...
Em seguida, libertais-vos do corpo mental, e é aí que começa o Paraíso, com o primeiro céu, o segundo céu, o terceiro céu...
Diz a tradição que existem sete.
Só depois de se ter largado todas as peles é que se entra, completamente nu, no sétimo céu; «completamente nu» significa purificado, sem entraves.
E de manhã é o regresso do homem à terra, o nascimento da criança.
Voltamos a vestir as roupas: a camisa, a camisola, a casaco, etc. ...
Quando a criança vem à terra, começa por vestir os seus corpos subtis (átmico, búdico, causal), depois os seus corpos mental, astral, etérico e, finalmente, o corpo físico.

Como vedes, todas as noites  nos despimos e todas as manhãs voltamos a vestir-nos; as pessoas fazem isto durante anos e anos, mas nunca se detêm para reflectir sobre esses gestos e ver que eles correspondem aos processos da encarnação e da desencarnação, do nascimento e da morte.
No entanto, se soubessem interpretar esses actos quotidianos, esses gestos, esses trabalhos, esses comportamentos, os mecanismos da alimentação, da respiração, etc. ... fariam grandes descobertas, porque todos os mistérios do Universo estão reflectidos nos nossos gestos, nas nossas palavras, em todos os actos da nossa vida; simplesmente, para os decifrar é necessário ter estudado numa Escola Iniciática.

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