segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A REENCARNAÇÂO (Cont.VIII)

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Do ponto de vista da reencarnação, podemos classificar os seres em quatro categorias.
A primeira é composta por criaturas cuja falta de luz, de ciência, de consciência. de moralidade, as leva frequentemente a cometer crimes.
Portanto, elas transgridem as leis, carregam-se de pesadas dívidas e, quando voltam a encarnar, vêm à terra em condições que as obrigam a sofrer para pagar e reparar; é por isso que a sua vida não é lá muito feliz.

A segunda categoria compreende seres mais evoluídos que procuram desenvolver certas qualidades e virtudes para poderem libertar-se.
Mas como não conseguem restabelecer tudo no trabalho de uma única encarnação, têm de voltar para acabar a tarefa.
Serão então colocados em melhores condições, que lhes permitirão ter actividades mais úteis e mais elevadas.
Mas, apesar de tudo, deverão voltar para liquidar ainda certas dívidas do passado, até à sua libertação total.

Na terceira categoria, encontram-se seres ainda mais evoluídos, que vieram à terra apenas para acabar certas tarefas.
Eles tinham muito poucas coisas para resolver e distinguem-se, nesta vida, pelo facto de possuírem grandes virtudes e uma consciência alargada, e por consagrarem o seu tempo a fazer o bem.
Quando esses seres partirem, terão terminado a sua missão e não voltarão mais.

No entanto, alguns deles, em vez de permanecerem nesse estado de felicidade, de alegria, de liberdade infinita, de que usufruem no seio do Eterno, tomados de piedade e de compaixão para com os seres humanos, deixam esse estado maravilhoso e descem voluntariamente para ajudá-los; e chegam mesmo a aceitar ser massacrados e mortos.
E outros, que desejam continuar um trabalho espiritual começado, mesmo sem se reencarnar, podem introduzir-se num ser muito evoluído para se manifestar através dele.
Aliás, Jesus mencionou essa possibilidade quando disse: «Naquele que cumprir os mandamentos, o meu Pai Celeste e eu viremos habitar e faremos dele a nossa morada.»
Esses seres não são, pois, obrigados a reencarnar-se: sem tomar um corpo físico separado, eles podem entrar num homem vivo e atravessar com ele todas as etapas - a gestação, a infância, a juventude e a maturidade - para trabalhar com ele e nele.

Muitas pessoas querem libertar-se, mas compreendem mal a libertação: fazem tudo para escapar às suas obrigações, para fugir aos seus deveres, para cortar todos os elos, e crêem-se livres.
Não, ninguém se liberta desta forma.
A verdadeira libertação consiste em pagar todas as dívidas.
Quantos não há que querem libertar-se da sua mulher, dos seus filhos, do seu patrão, da sociedade ou da própria vida, suicidando-se!
Mas não haverá para vós libertação possível, meus caros irmãos e irmãs, enquanto não tiverdes pago todas as vossas dívidas, todo o vosso karma.
Devemos querer libertar-nos sim, mas de acordo com as regras divinas, e é raro encontrar seres que saibam fazê-lo.
Mesmo aqui, na Fraternidade, há quem não ponha a questão desta maneira, há os que querem, a todo o custo, ser independentes escapando aos seus deveres.
É como se, depois de se terem regalado à mesa de um restaurante, quisessem ir embora sem pagar.
Isso é desonesto, é uma falta de nobreza, e os espíritos luminosos, do outro lado, não aceitam tal atitude.
As pessoas imaginam muitas vezes que se libertam pelo facto de terem conseguido ver-se livres do seu antigo patrão ou da sua ex-mulher, mas nessa altura, novos aborrecimentos, novas armadilhas as esperam para lhes mostrar que estão enganadas; é aquilo a que se chama «sair da lama para se meter num atoleiro».

O melhor caminho, o melhor método para a libertação é o amor; o pior é o egoísmo, a avareza, as manhas, os calculismos.
Através da generosidade, do sacrifício, da bondade, em todos os gestos que fazemos para dar, trabalhamos sempre para a nossa libertação.
É por essa razão que, em vez de vos agarrardes ao que possuís, de usar subterfúgios, calculismos, deveis dar!...
Reparai como as pessoas agem no momento de uma separação, de um divórcio!
Com que obstinação se agarram aos seus interesses!...
Sim, mas elas não sabem que, por causa dessa atitude, deverão voltar a encontrar-se e a suportar-se nas encarnações futuras.
São o amor, a generosidade, a bondade, a clemência, a misericórdia, que colocam o discípulo no caminho da libertação.
Bem entendido, se fordes falar de bondade e de sacrifício às pessoas comuns, passareis por ser os maiores imbecis, porque elas não têm essa luz e não conhecem o valor da generosidade.
Mas um Iniciado sabe que vale verdadeiramente a pena, dar, ajudar, ser aberto e generoso, porque é assim que as pessoas se libertam.
Dai, pois, dai mesmo mais do que aquilo que a justiça exige, porque desse modo libertar-vos-eis mais rapidamente.

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