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Agora, para aqueles que querem verdadeiramente defender e proteger a família, posso dizer o seguinte: enquanto os pais nada fizerem para viver uma vida mais bela, mais inteligente, mais nobre, mais vasta, e para ser modelos de perfeição perante os seus filhos, estes continuarão a querer deixá-los o mais depressa possível.
Não basta alimentar um filho, vesti-lo, mandá-lo à escola.
É necessário dar algo mais ao seu coração, à sua alma...
Trabalhai com a ideia de universalidade; é desse modo que beneficiareis a vossa família.
E, além disso, todos os seres que tiverdes esclarecido e aproximado do Senhor virão até vós nas próximas encarnações para vos recompensar.
Com efeito, não penseis que viveremos eternamente com os membros da nossa família actual; isso é apenas durante uma encarnação e só Deus sabe para onde eles irão depois!
Então, valerá a pena sacrificar coisas eternas por uma família que teremos só durante uma existência?...
O que vale a pena é ter uma família para a eternidade.
Eu trabalho precisamente para ter uma família para a eternidade... e tê-la-ei.
Quanto mais quiserdes guardar a vossa família para vós próprios, porque isso vos dá prazer, mais a perdereis: todos vos abandonarão e nunca mais virão reencarnar-se perto de vós, pois terão de vós péssimas recordações!
Ao passo que eu, trabalhando como procuro fazê-lo, isto é, desinteressadamente, ter-vos-ei a todos comigo mesmo nas outras encarnações.
Devido a tudo o que vos dou, procurar-me-eis, até noutros planetas, para me agradecer.
Com efeito, o que eu procuro dar-vos é muito mais do que aquilo que pode dar-vos uma família vulgar.
Se lerdes os Evangelhos vereis que Jesus tinha sobre a família, a mesma concepção que eu.
«Um dia, narra o Evangelho, como Jesus continuava a falar à multidão, sua mãe e seus irmãos que estavam lá fora, procuraram falar-lhe.
Alguém lhe disse: 'A tua mãe e os teus irmãos estão ali e querem falar-te'.
Mas Jesus respondeu àquele que falou: 'Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?'
Depois, apontando para os seus discípulos, disse:'Eis a minha mãe e os meus irmãos. Na verdade, todo aquele que está nos céus, esse é meu irmão e minha irmã e minha mãe'»
Portanto, como vedes, para Jesus a verdadeira família são os filhos de Deus, os filhos e filhas de Deus que constituem uma gigantesca família na terra e até nos outros planetas.
Por esta razão, também eu sou pela Grande Família.
A pequena família, não me faleis dela!
É demasiado possessiva.
Sabeis porque é que as pessoas se agarram tanto à sua própria família?
Direis: «Claro que é por amor, por afeição.»
Não, não acredito nisso.
As pessoas pensam é em si próprias, procuram assegurar a sua velhice, querem sentir-se amparadas, amadas...
Que egoísmo!
Reparai nos animais: logo que a cria é capaz de se desembaraçar sozinha, ala!, a mãe enxota-a.
Os animais são mais desinteressados que os humanos: não procuram monopolizar os seus filhos sob o pretexto de que os amam!
Por vezes não há nenhum amor nesses pais, pensam apenas em si próprios.
A sua dedicação é apenas egoísmo ou medo.
Agora, à luz destas poucas palavras, analisai-vos e tentai perceber como é que encarais a vossa família, quais são os vossos sentimentos, as vossas motivações, os vossos projectos...
Procurai ver se não vos será vantajoso ultrapassar o aspecto individual, pessoal, da família, para a encarar na sua dimensão universal.
Com efeito, a pequena família não é nada sem a outra, a Grande Família.
Bem sei que isto contradiz as convicções e os hábitos de certas pessoas, mas nada posso fazer contra isso, o meu dever é revelar-vos a verdade para vos conduzir a uma mais ampla consciência das coisas.
Quantos assuntos ainda por esclarecer, por corrigir, por assentar em novos moldes!
Quantas concepções erradas se acumularam desde há milhares de anos e impedem a humanidade de ser feliz!
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