segunda-feira, 28 de novembro de 2016
A ALMA
Brochura Nº.2 (Continuação - 4)
Conferência improvisada
Nas escolas iniciáticas do mundo inteiro, todos os discípulos, os verdadeiros, sempre têm trabalhado exclusivamente para isto: reencontrar-se, conhecer-se.
Mas o homem, para se conhecer, deve antes do mais abandonar tudo o que é inferior, todos os caprichos, todas as paixões, para poder vibrar em uníssono com esse espírito que é ele próprio.
Nesse momento, ele passa a ser detentor de todas as qualidades e poderes do espírito, de todo o conhecimento do espírito.
Presentemente, o homem identifica-se ao seu ventre, às suas pernas, aos seus braços, à sua cabeça...
Não, o homem não é isto.
O homem é uma divindade, e esta fusão com o seu Eu, é a fusão com Deus.
Reencontrar-se, conhecer-se, é o fundir-se com a divindade, tomando consciência de que essa centelha, esse espírito que existe no homem jamais está separado de Deus: ao procurar-se, ao encontrar-se, o homem atinge a consciência suprema de viver e respirar em Deus.
Meus queridos irmãos e irmãs, esta filosofia é imensa, grandiosa...
Como ela tem sido compreendida, não faço ideia, mas pela minha parte tentarei todos os meios para vo-lo fazer compreender, para a partilhar convosco.
Para mim é muito claro, muito simples, está tudo resumido no símbolo da serpente que morde a própria cauda.
E, justamente, aquilo que é mais extraordinário nos Iniciados, é que eles têm a faculdade de resumir, de condensar toda uma ciência vertiginosa num símbolo aparentemente insignificante.
Então, se agora me perguntardes porque é que se devem unir as duas extremidades da serpente, também não vos responderei...
Dir-vos-ei somente, que se o homem permanece como uma linha recta ou sinuosa, as suas energias dispersam-se e ele enfraquece-se.
Ao passo que se ele reúne as duas extremidades, os dois pólos ficam ligados e há uma força formidável que se acumula no círculo, no seu centro.
Enquanto os humanos não se encontrarem, todas as suas forças se perderão no vazio, mas quando eles se reencontrarem as suas forças estarão presentes, reunidas, condensadas e conservadas para o trabalho.
Sim, a cabeça e a cauda...
É mister a pessoa conhecer-se, mas os humanos querem sempre conhecer-se através dos outros.
O homem procura sempre uma mulher para se fundir ou vice-versa; mas eles nunca se encontram, porque exteriormente ninguém se encontra, e assim se perdem, se desperdiçam as forças.
A pessoa nunca se encontra a si própria através de outrem, isso é um esforço inútil.
É certo que se têm algumas sensaçõezinhas, algumas satisfaçõezinhas, mas no fim as pessoas afastam-se, ficam de novo separadas e a tal ponto desunidas que até começam a esbofetear-se.
Elas querem soldar-se, unir-se, mas nada a fazer!
São sempre duas pessoas separadas, duas pessoas diferentes.
As pessoas não se encontram a si próprias senão a partir do momento em que deixarem de procurar fora, através dos outros, para procurarem dentro e realizarem o símbolo da serpente que morde a própria cauda.
Então, as forças acumulam-se, a luz aumenta e, é a plenitude.
Mas, mais uma vez, isto é apenas um dos aspectos.
Nada mais vos direi a não ser que o outro lado... digamos, da serpente, está polarizado diferentemente.
Se vós sois um homem, o outro lado é um princípio feminino e se sois uma mulher, é um princípio masculino.
É por esta razão que a sua junção produz a plenitude.
Ao passo que jamais estaremos seguros de que um homem exterior ou uma mulher exterior sejam precisamente o lado complementar.
Se sois um homem, com certeza uma mulher tem todo o aspecto de ser o outro pólo, mas talvez seja um homem disfarçado... e isso faz faísca!
E o inverso também é verdade.
Ao passo que a outra parte de vós mesmos é absolutamente complementar e a fusão que vós realizais com ela é a única verdadeira.
É claro que é possível encontrardes no exterior o vosso ser complementar, mas é muito raro.
Isso só acontece quando encontrais a vossa alma-gémea, porque só ela é perfeitamente polarizável convosco.
Sim, mas... o homem só a encontra 12 vezes no decurso da sua evolução!
Se não é com a vossa alma-gémea que vos fundis, podeis estar certos de que essa fusão não durará muito tempo.
Continua
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