quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A ALMA






Brochura  Nº. 2  (Continuação - 6)

Conferência improvisada


Mas voltemos ao assunto.
Estava eu a dizer-vos que na alma existem duas correntes mágicas.
Portanto, quando Jacob viu a tal escada com os anjos que subiam e desciam, ele estava na região do plano astral e do plano mental inferior.
Essas duas correntes, os anjos que subiam e desciam, isto é, a circulação venosa e arterial do Universo, são a alma.
Essa a razão por que os pulmões e o coração estão colocados entre a cabeça e o ventre; nessa região intermediária que é a alma.
E os braços são manifestações da alma numa direcção ou noutra.
Porque é que a Natureza não colocou os braços na cabeça?...
Ou porque é que eles não saem do ventre?...
Como vedes, os braços saem da região da alma.
A inteligência suprema criou tudo segundo correspondências extraordinárias.
Sim, os braços pertencem à região da alma, isso está muito claro.
E os olhos, as orelhas, a boca e o nariz, não estão colocados sob os pés, mas sim no alto, no celeiro, isto é, na região do espírito para observar as coisas, ouvi-las, saboreá-las, vê-las e compreendê-las.
Como vedes, é muito claro, e é isto que convém explicar às crianças.
Nunca se lhes explica porque é que o corpo é construído desta ou daquela maneira, porque é que os olhos estão em tal parte, as pernas noutra...
No entanto, isso poderia esclarecê-las e ajudá-las, mais tarde, a resolver imensos problemas!
Eis o que as educadoras devem ensinar às crianças.
Contanto, é claro, que os inspectores não apareçam nesse momento, pois eles achariam que estas lições não são lá muito católicas.
Evidentemente, tudo isto é o lado teórico.
Para se saber o que é a alma, é preciso ir vê-la.
O que quer que se diga, não basta para explicar o que a alma é; é preciso vê-la.
Será que podemos ver a alma?
Claro que é possível, porque ela é material de uma matéria a tal ponto ténue, a tal ponto subtil, que passa por ser algo invisível, mas na realidade, podemos ver a alma.
Direis vós... «Oh! Contai-nos como é que ela é...
Ela tem contornos?»
Sim, tem contornos, mas ao mesmo tempo não os tem; ela é de uma matéria muito fluídica, que mexe, que respira e, que está de tal modo viva e é a tal ponto mutável, que toma todas as expressões e todas as cores.
E quando podemos ver as almas, podemos classificá-las.
Apesar das suas jóias, dos seus penduricalhos, das suas decorações e maquilhagens, vê-se que determinada pessoa tem uma alma pálida, horrível, e outra, apesar dos seus andrajos e farrapos, que luz!
Que expressão!
Que beleza!...
A alma é uma realidade, meus caros irmãos e irmãs, se bem que aqueles que actualmente estudam a psicologia, isto é, a ciência da alma, não acreditem na sua existência.
Sim, eles fabricaram uma psicologia em que não existe a alma, isto é que é o mais engraçado.
Mas, de uma certa maneira, eles têm razão.
Vós direis que eu me estou a contradizer...
Não, é preciso que me compreendam.
Tudo é verdade, mas é necessário procurar de que modo é verdade.
Se para vós há uma coisa que é verdade, isso é suficiente.
Se dizeis: «Deus não existe», é verdade, não há Deus, posto que para vós Ele não existe.
E se disserdes: «Eu não acredito na alma.»
Pois bem, isso é igualmente verdade, vós não tendes alma, porque se tivésseis uma, senti-la-íeis.
A partir do momento em que a negais, já não a possuís.
Tudo é sempre verdadeiro, o bem e o mal, a existência e a não-existência, isso depende unicamente do ponto de vista em que vos colocardes.
Ora aqui está algo de interessante para vós, os que sois estudantes de filosofia, não é verdade?
E Jesus disse exactamente aquilo que eu acabo de dizer.
Ele disse: «Que te seja concedido de acordo com a tua fé!»
Tudo está contido nesta frase.
Se acreditais que sois perseguidos por bandidos, não há dúvida nenhuma de que sereis perseguidos por bandidos; e, mesmo se não os virdes, os bandidos existirão dentro de vós.
Se acreditardes que falais com os anjos, isso também será verdade; mas qual a categoria dos anjos, isso já é outra questão...
Porque há categorias de anjos que gostam muito de enganar os humanos.
Direis vós: «Mas, isso quer dizer que existem anjos que enganam os humanos?»...
É claro.
Então porque é que eles não haveriam de se divertir um pouco?
Até mesmo os anjos se divertem...
Existem anjos das trevas que se divertem imenso a pregar partidas aos humanos.
Toda a gente convive com os anjos; fala-lhes e tem negócios com eles, só que é preciso saber de que anjos se trata.
Como a história daquele homem que chegou à porta do Paraíso...
Perguntou-lhe S. Pedro: «Mas como é que vieste aqui parar?»
Oh! disse ele; eu ia com a minha mulher de carro e ela disse-me: «Eras um anjo se me deixasses conduzir...»
E eu deixei-a!
E ele tinha-se tornado mesmo num anjo!


Continua

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