terça-feira, 8 de novembro de 2016

A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL



Conferência Improvisada  -  (notas estenografadas)

Sèvres, 10 de Julho de 1938

Continuação  -  5


Eu não pretendo ser um Mestre.
Por agora, estou a ensinar-vos aquilo que vi e ouvi do meu Mestre e aquilo que eu próprio verifiquei durante vinte anos junto dele.
Mas sobre aquilo que eu próprio ainda não verifiquei, não vos falo.
É-nos sempre possível ajudar, esclarecer e amar os outros, mas dentro do nosso próprio nível e, para isso não é necessário aguardar durante séculos.
Se esperarmos assim tanto, todos terão tempo de morrer antes que tomemos a decisão de ser úteis.
Não devemos dizer, quando vemos os outros a cair no inferno: «Desculpem-me, mas antes de vos ajudar, eu tenho de esperar alguns séculos para estar verdadeiramente preparado.»
Esta linguagem é a dos preguiçosos.
Quanto àqueles que pensam que em alguns meses se tornarão Mestres e transformarão o mundo, esses, são presunçosos.
Não devemos seguir nem uns nem outros.
Preparai os elos que vos unirão à Fraternidade Branca Universal.
Pouco importa que essa Fraternidade exista no plano físico e que aqueles que dela fazem parte se reúnam frequentemente, porque no mundo invisível, a Fraternidade Branca Universal já existe há milhares de anos e, é a ela que nós devemos estar ligados.
É muito grave para nós, não estarmos ligados à Fraternidade Branca Universal, porque nessas condições a corrente não poderá descer em nós para expulsar os elementos nocivos e purificar-nos e, quando essa corrente deixa de descer, os seres inferiores começam a invadir-nos e produzem toda a espécie de fermentações e de odores nauseabundos.
Se não deixarmos descer em nós as influências que vêm dos seres superiores, permitimos a estagnação de enormes quantidades de matérias que vêm das regiões inferiores e que nos envenenam.
Todas as nossas infelicidades se devem à presença dos seres inferiores que habitam em nós, porque a corrente já não desce diariamente em nós, para os expulsar.
Quando o homem se sente invadido por seres que devastam os seus jardins interiores, roubam as suas riquezas, apagam as suas luzes, é porque ele não soube ligar-se à Cadeia da Fraternidade Branca Universal.
E depois, queixa-se: «Não sei o que se passa comigo...
Sinto-me infeliz, inquieto, contraído...» e, para sair desse estado, vai ao médico, procura distrair-se, mas nada feito.
Isto passa-se porque houve entidades inferiores que penetraram nele.
Para lhes escapar, ele não tem outro meio senão entrar em ligação com os seres do mundo sublime, abrir o seu coração, o seu intelecto, a sua alma e o seu espírito, a fim de que a benção do Alto desça nele, o purifique, o alimente e o salve das creaturas nocivas.
Quando a corrente que vem do Alto é muito poderosa, as creaturas inferiores não podem avançar contra ela, são repelidas.
Mas se essas creaturas conseguirem instalar-se em nós, é porque, na realidade, a corrente que vem do Alto não tem força suficiente; é porque nós somos orgulhosos, desconfiados, anárquicos, e não quisemos ligar-nos à Fraternidade Branca Universal, que também tem o nome de Loja Branca, e cuja cabeça é o Cristo.
Antes de se manifestar no plano físico, a Fraternidade deve existir nas nossas almas, e deste modo ela realizar-se-á um dia, obrigatoriamente, no mundo visível.
Eu não pretendo crear unicamente uma Fraternidade física, pois ela poderia limitar-se a uma existência inteiramente superficial.
A Fraternidade deve ser formada pelo impulso espontâneo das almas que se unem.
É por isso que eu não oriento as coisas de forma a reunir-vos imediatamente.
Aguardo o momento em que vós próprios me exprimireis, espontaneamente, o desejo de aprender mais, de cantar em conjunto e de fazer exercícios em conjunto.
Tudo deve ser preparado lentamente.
Nós devemos começar por crear uma Cadeia Viva.
Eu quero que saibais por que razão vindes aqui e que venhais não por mim ou pelos outros, mas por vós mesmos, porque tendes a certeza de que recebereis aqui riquezas espirituais.

Continua


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