sexta-feira, 25 de novembro de 2016

A ALMA






Brochura  Nº. 2  -  Continuação (II)

Conferência improvisada


Ora, para explicar o que é a alma é necessário que nos detenhamos ao menos numa divisão.
Se me detiver na divisão em 7, dos Hindus e dos Teósofos, dir-vos-ei então que o homem é feito de 7 corpos: o físico, o etérico, o astral, o mental inferior, o mental superior, o búdico e o átmico.
Poderíamos ainda mencioná-los de uma outra forma e em vez de dizermos "corpo mental inferior", diríamos "corpo astral superior"; isso vai dar ao mesmo.
Nesta divisão, o corpo corresponde ao plano físico e ao plano etérico; a alma, ao plano astral e ao plano mental inferior; o espírito, ao plano mental superior (ou plano causal), ao plano búdico e ao plano àtmico.

ESPÍRITO:
Corpo átmico
Corpo búdico
Corpo mental superior

ALMA:
Corpo mental inferior
Corpo astral

CORPO:
Corpo etérico

Portanto, existem 3 regiões para o espírito, 2 para a alma e também 2 para o corpo.
De acordo com este esquema, a alma é, como vedes, um intermediário, uma ligação entre o mundo físico e o mundo do espírito; ela é um veículo que transporta os elementos do Céu para a Terra e da Terra para o Céu.
Por conseguinte, tudo passa pela alma.
Tomemos agora o exemplo da árvore, porquanto podemos aplicar-lhe a mesma divisão.
No tronco da árvore encontram-se os vasos condutores que enviam a seiva bruta para as folhas, onde ela é elaborada, e os outros vasos que reenviam a seiva elaborada para alimentar a árvore.
Existe, pois, uma circulação da seiva à superfície, na casca, e outra circulação no centro dos ramos e do tronco.
Uma sobe e outra desce, mas estas duas circulações não se misturam.
Ora, elas são exactamente comparáveis às duas correntes, arterial e venosa do corpo humano: o sangue das veias e o sangue das artérias também não se misturam, caso contrário surge a doença azul.
A alma é o veículo, essa região intermediária por onde passam as correntes que vão da Terra para o Céu e do Céu para a Terra.
É a escada de Jacob.
Portanto, como vedes, a escada de Jacob está colocada na alma, quer dizer, no plano astral e no plano mental inferior; por isso existem duas correntes: uma que é o sentimento e a outra que é o pensamento, mas estas correntes não se encontram.
Nada se elabora na alma; esta é um lugar de passagem atravessado por tudo o que desce do Céu, do mundo divino para as criaturas de baixo, e de tudo o que, de baixo sobe em direcção ao Céu.
O espírito trabalha sobre a matéria, mas fá-lo por intermédio da alma.
A alma é, pois, um utensílio para o espírito, uma ferramenta de que ele se serve para atingir o plano físico, porque o espírito em si, não o pode fazer.
Somente a alma tem a possibilidade de se servir da matéria e, portanto, é através da alma que o espírito pode trabalhar sobre aquela, modelá-la, afeiçoá-la, dar-lhe ordens.
Sem a alma, sem as possibilidades da alma, o espírito nada pode fazer sobre a matéria, sobre o corpo físico.
Todas as forças que existem acumuladas no corpo físico, os metais, os cristais, o petróleo, o ouro, as pedras preciosas, não podem ser utilizadas pelo espírito senão através da alma, a qual penetra,  insinua-se no corpo, porque já é mais... não mais material, mas mais próxima da matéria, portanto, ela tem mais possibilidades de a utilizar e dela retirar elementos.
E quando consegue captá-los, envia esses elementos para o espírito.
É isto a alma, mas trata-se de uma coisa muito difícil de explicar.
O que não se disse já sobre este assunto!
Li as teorias mais abracadabrantes e mais obscuras, sobretudo em livros escritos por religiosos.
Isto acontece porque eles não observaram convenientemente a Natureza.
Na Natureza tudo se reflecte, e quando se sabe ver e observar pode-se compreender o que é a alma...
E como é que eu compreendi?
Muito simplesmente tirando conclusões de tudo aquilo que vejo, de tudo o que observo e de tudo o que sinto.
Todos os problemas alquímicos, teúrgicos, mágicos, cabalísticos ou astrológicos, podereis encontrá-los resolvidos nos fenómenos do plano físico.
Não vale a pena ir procurar soluções lá em Cima.
Já deveríeis estar habituados a decifrar certas coisas.
Quantas vezes não vos tenho falado sobre este assunto!
Mas vós achais que isto são imagens poéticas e boas para as crianças, e não ides mais longe.
Se julgais que eu poderei explicar-vos mais claramente o que é a alma, estais enganados.
Não se vo-lo pode explicar mais claramente de que acabo de fazer.
Evidentemente, se tivermos de nos deter sobre todas as possibilidades da alma e as diferentes maneiras como foi representada, há imensas coisas a dizer.
A alma tem possibilidades plásticas e formadoras, não tem limites e pode expandir-se até abarcar todo o Universo...
Já a representaram como a luz astral, o médium universal, etc.
Mas entre todas as representações simbólicas que foram dadas, há uma que permaneceu indecifrável para muitos, que é a da serpente que morde a própria cauda.
Também neste caso se pode assistir a uma divisão em 3: o corpo, a alma e o espírito.
O espírito é a cabeça da serpente, o corpo é a cauda e a alma é tudo o que está entre a cabeça e a cauda.
Mas o que isto quer dizer, não vo-lo posso explicar.
Die-vos-ei simplesmente que este símbolo me deu muito que pensar durante anos...
Eu queria saber o que é que ele representava; quando o soube, isso constituiu para mim uma revelação indescritível e, em seguida fiz todo o possível para realizar o que os Iniciados esconderam nesse símbolo.
Na realidade, é muito simples; quando o Céu vos ajuda a compreender, é muito simples...
Mas eu não tenho o direito de vo-lo revelar.


MESTRE  OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


Continua

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