segunda-feira, 7 de novembro de 2016
A CADEIA VIVA DA FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL
Conferência Improvisada (notas estenografadas)
Sèvres, 10 de Julho de 1938
Continuação - 4
Vós ireis ver as bençãos que a presença de uma Fraternidade aqui vai atrair.
Sentir-vos-eis todos mais felizes e mais fortes.
Será como que uma corrente magnética ao longo da qual correrá a água viva que alimenta todos os seres.
Todos os nossos desgostos, as nossas tristezas e as nossas infelicidades provêm do facto de nos termos separado desta cadeia viva.
Por isso, de hoje para o futuro, pelo menos durante alguns minutos em cada dia, pensemos nessa cadeia e, deste modo, inserir-nos-emos nas vibrações harmoniosas da Fraternidade Branca Universal.
Nesse instante, tudo aquilo que os Iniciados estão a viver: a liberdade, o encantamento e o êxtase, tudo aquilo que eles possuem como tesouros e pedras preciosas nos será transmitido.
Porque os Iniciados e os grandes Mestres não guardam para eles as suas riquezas, enviam-nas imediatamente para outros seres, e, se nós não as recebemos, é porque não estamos ligados à cadeia ou porque não estamos preparados para as receber.
Aquele que se liga a esta cadeia, recebe todas as manhãs, ao acordar, um precioso presente.
Ele abre-o e encontra conselhos, alimento e tesouros.
Depois, levanta-se, vai para o trabalho, e como recebeu esses tesouros, sente que tudo está bem.
Aquele que não recebe nada, sente-se triste, mas a culpa é sua.
Se ele não encontra nada para si, ao acordar, é porque não fez a assinatura do "jornal diário" do mundo invisível, que contém conselhos, avisos e encorajamentos para ele.
Se o homem quiser conhecer a felicidade, a alegria, a luz, deve assinar esse jornal; mas, para isso, tem que pagar alguma coisa.
Claro, é isso que é muito difícil de aceitar, não é verdade?
Quando se fala em pagar, toda a gente se esconde.
Se se fala em receber gratuitamente, todos se precipitam, mas pagar... ah não, impossível!
Pois bem, é precisamente isso que deveis ficar a saber: no mundo invisível, tudo se passa como aqui em baixo, na terra; a única diferença é que não temos que pagar com dinheiro, mas com pensamentos de confiança, de paciência, de humildade, de amor, de esperança.
Nós devemos dar toda a nossa atenção, todo o nosso amor e toda a nossa boa vontade ao Mestre da Grande Fraternidade Branca Universal e, ele enviar-nos-á forças, conselhos, ajuda, sem jamais se enganar no endereço.
Mas se não dermos nada, nada receberemos, porque para receber é preciso dar, e quanto mais se dá, mais se recebe.
Se quereis obter tudo sem fazer esforços, sem ter pensamentos luminosos e um amor desinteressado, jamais conseguireis estar satisfeitos, porque mesmo se possuirdes todos os bens materiais, com semelhantes processos nunca conhecereis o sentido da vida, nunca tereis nem a felicidade, nem a luz, nem a liberdade.
Quando eu vos falo de dar, também quero dizer com isso, agradecer.
Sim, porque o Céu e os seres do mundo divino não cessam de vos dar e vós nem sequer agradeceis...
De qualquer modo, não deveis pensar que se podem obter grandes coisas sem fazer um intenso trabalho.
Inconscientemente, fazem-se cálculos, procuram-se caminhos rápidos para conseguir grandes resultados sem esforço; e, procura-se mais recorrer à astúcia do que aceitar uma tarefa difícil.
Infelizmente, esses cálculos chocam com a verdadeira realidade das coisas, porque os seres superiores vêm dizer-nos que o nosso método é absolutamente ineficaz.
No mundo invisível, existe tudo aquilo que existe na terra; há armazéns e, nesses armazéns os comerciantes são muito amáveis, dão-vos aquilo que quiserdes, mas depois estendem a mão e, se responderdes pretendendo que é grátis, eles recolhem tudo novamente...
Bem entendido, isto é uma maneira de falar, porque na realidade não é o mundo invisível que é construído como o mundo visível, mas, pelo contrário, é o mundo visível que está construído segundo as leis do mundo invisível, e essas leis existem em todos os planos e em todos os domínios.
Quanto mais amor vós dais, mais recebeis.
Por vezes, até recebeis tanto que quase não conseguis suportá-lo...
Fazei esforços, trabalhai para ajudar, para libertar os outros, para que o mundo invisível vos liberte a vós mesmos e vos dê as forças que vos permitirão caminhar até ao ponto culminante.
O caminho é muito longo e muito difícil, não crieis ilusões.
Aqueles que imaginam que se consegue atingir o cume, de repente, num mês, em três meses, enganam-se e enganam os outros.
Certas pessoas pensam que ao fim de alguns meses são já grandes Iniciados, que podem instruir os outros, que sabem tudo, que são Mestres!...
É impossível.
Para se estar capacitado a instruir os outros, para vir a ser um Mestre, é preciso estudar, fazer numerosas experiências e exercitar-se durante muito tempo.
Aquele que ainda não estiver preparado, deve aguardar durante séculos antes de ele próprio poder ensinar.
Vós direis: «Mas acabais de nos pedir para ajudar os outros, para os libertar... estais a contradizer-vos!»
Não, qualquer que seja o nível que se tenha atingido, pode-se sempre ensinar aquilo que já se sabe.
O que nunca devemos fazer é ensinar aquilo que nós próprios não sabemos e que ainda não somos capazes de realizar.
Dois cegos que querem dirigir-se mutuamente, caem nos precipícios.
Eu já constatei isso várias vezes.
Continua
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário