sexta-feira, 18 de novembro de 2016
A FESTA DO NATAL
Continuação - 8
E sabeis porque é que existe o costume de fazer um "réveillon" na noite de Natal?
Também é simbólico.
Depois de o Menino ter nascido, deve-se comer, deve-se beber, deve-se cantar, mas sem ultrapassar os limites, é claro.
O Menino também precisa de ser alimentado, e o primeiro alimento de qualquer recém-nascido é o leite da mãe.
Quando trazia o Menino dentro de si, ela alimentava-o com o seu sangue, agora alimenta-o com o seu leite.
Estamos em presença de duas cores, e elas são simbólicas.
Estão presentes já durante a concepção: a mulher fornece o vermelho e o homem o branco.
Mais tarde isto repete-se quando a mulher alimenta a criança durante nove meses com o seu sangue, e depois, com o seu leite.
Aliás, encontramos estas duas cores no próprio sangue: nos glóbulos vermelhos e nos glóbulos brancos.
O vermelho e o branco representam os dois princípios que são a base da existência.
O vermelho, o sangue, é a força vital, o amor e, é graças a este sangue, ao nosso amor, que o Menino Cristo se tornará carne e osso em nós.
Depois do seu nascimento, o Menino é alimentado com leite, quer dizer, com a pureza, com a luz.
É por isso que nós vamos assistir ao nascer-do-sol: para aí captarmos a luz com a qual alimentaremos o Menino.
Do mesmo modo que a mãe não deixa de se ocupar do seu filho após o nascimento, quando o Menino Cristo tiver nascido o trabalho continua, mas sob uma forma diferente.
O nascimento do Cristo é uma questão muito importante, da qual todos os Iniciados devem ocupar-se.
Reparai no que diz São Paulo: «Oh!, meus filhos, a quantos trabalhos me obriguei para fazer nascer o Cristo em vós!»
Também ele tinha compreendido que o Cristo deve nascer em cada alma humana.
Por isso, falava aos seus discípulos, aconselhava-os e "sacudia-os", até para que se purificassem e se pusessem num estado de aceitação, de submissão, de adoração, porque são estas as condições necessárias para receber o gérmen que vem do Alto.
A alma humana é como uma mulher: se a mulher for agressiva, se ela resistir sempre ao seu marido, jamais poderá ter um filho.
O mesmo se passa em relação à alma humana: ela deve tornar-se uma mulher adorável, receptiva, para receber o Espírito Santo, senão tanto pior para ela, não haverá Menino!
O discípulo é obrigado s debruçar-se sobre todos estes grandes mistérios e a reflectir sobre eles e, quando os tiver compreendido, terá ainda que fazê-los descer ao domínio do sentimento e, finalmente, realizá-los no plano físico, o que, evidentemente, é o mais difícil.
Intelectualmente, toda a gente pode compreender, e até muito bem, mas esta compreensão não desceu ainda ao sentimento, e o coração não sente.
É preciso fazer descer esta compreensão até ao coração, e do coração até à vontade, para que se faça a realização no plano físico.
Porque o nascimento do Menino Cristo é um acontecimento que deve produzir-se nos três planos: mental, astral e físico.
Vós direis: «No plano físico?... Mas como?»
Eu posso explicar-vos, mas será que me compreendereis?
O homem não pode fazer nascer Jesus nele se não tiver compreendido a sua mãe, a Terra.
Se não souber o que é a Terra, se não mantiver com ela relações afectuosas, respeitosas, conscientes, o homem não terá nenhuma possibilidade de modificar o seu corpo físico.
O nosso corpo está em relação com a Terra e regressará à Terra, pois foi retirado dela, é um fruto seu, um filho seu.
E se o homem não mantiver uma relação correcta com a Terra, o Cristo não poderá nascer nas suas acções, no seu corpo físico.
A Terra é um ser inteligente, mas nunca se pensa nisso, e ela é estudada apenas do ponto de vista geográfico: o número de habitantes, de mares, de oceanos, de lagos, de montanhas, de rios...
A Terra é a mais desconhecida, a mais desdenhada, a mais desprezada das creaturas, e grandes males daí advêm...
Sim, porque não respeitamos a nossa mãe, que nos deu o seu corpo, o nosso corpo.
Existe uma ciência prodigiosa que trata das relações do homem com a Terra, do comportamento que ele deve ter em relação a ela: como falar-lhe, como agradecer-lhe, como captar forças dela e como confiar-lhe todas as suas impurezas para ela as transformar.
É que a Terra possui, nas suas entranhas, fábricas onde pode transformar tudo e, é o que ela faz incessantemente: transforma todas as impurezas, todos os detritos que lhe são enviados, para produzir frutos, flores e tudo o que é útil e belo.
A Terra é muito inteligente!
Continua
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