OS LIMITES DO MUNDO INFERIOR,
O INFINITO DO MUNDO SUPERIOR
Conferência improvisada
Se não me acreditais, ide lá verificar as minhas palavras, empenhai-vos nesse caminho e vereis!
É claro, não deveis ficar à espera até ser completamente esmagados, mas experimentai durante uma semana, isso será suficiente: começai, uma semana apenas, a viver em estados desordenados, caóticos, observai-vos bem, e vereis o que se passa!
Constatareis que todas as forças benéficas, luminosas, vos vão deixando progressivamente e que outras completamente opostas se insinuam em vós...
As infelicidades só mais tarde advirão, mas na altura começareis a sentir que algo em vós se torna pesado, que algo entorpece as vossas faculdades, fica turvo, se coagula, que a inspiração vos abandona...
Todas estas sensações são já um aviso de que o espaço se torna mais estreito.
Quando estais retidos no seio de uma multidão, no comboio ou no metropolitano, vós ficais impossibilitados de vos mover, sentis-vos sufocados...
É uma sensação horrível!
Mas depois, quando saís, ah! soltais um suspiro de alívio.
Que alegria respirar livremente!
Pois bem, é necessário ter observado estes factos para descobrir que eles têm a sua correspondência no domínio espiritual.
Toda a gente teve experiências semelhantes, mas quem é que se sabe servir delas para extrair uma conclusão?
Portanto, a partir do momento em que sentis em vós uma espécie de sufocação, algo que vos está a encerrar, deveis interpretá-lo imediatamente e dizer: «Oh! Oh! Estou em vias de me perder, de me afundar, não tomei de facto a direcção conveniente.»
Retomai então o caminho, senão a vida irá perdendo o ritmo a pouco e pouco...
E, após alguns anos, em que é que vos transformais?
É indispensável saber ler estes avisos, decifrar a linguagem da Natureza, observar-se e escolher sempre o que é melhor.
Estou a falar-vos desta maneira porque todos vós já haveis passado por estados deste género, não é verdade?
Pelo menos durante algumas horas, alguns dias, algumas semanas... ou alguns anos.
Sim, todos, mas entre vós poucos há que se tenham apercebido dessa linguagem e a tenham compreendido.
No entanto, ela era clara e precisa, só que não havia intérpretes, porque os pais, os professores, nunca dão este género de instrução.
Só na ciência esotérica, no Ensinamento da Fraternidade Branca Universal se revelam as verdades que vos ajudam a forjar o vosso futuro.
Ide então, analisai-vos, analisai-vos e vereis!
Quantas vezes não haveis tido este género de sensações!
E isso não aconteceu por acaso.
Não havia uma multidão de pessoas no vosso quarto, não estáveis no metropolitano, e no entanto sentíeis-vos arrasados, mortiços, ou então assaltados por uma aflição desconhecida, insólita, ou ainda atingidos por uma fraqueza, sim, uma lassidão quase mortal.
Eis então, a razão de tudo isto: vós deixasteis-vos arrastar...
É sempre possível recuperar, retomar o bom caminho, restabelecer a boa corrente, mas quando a pessoa é muito, muito ignorante, e durante anos faz orelhas moucas a tais advertências, a situação vai piorando pouco a pouco, ela continua a andar para trás, a enterrar-se, e em seguida é como se tivesse caído em areias movediças: quanto mais a pessoa se esforça para sair mais se enterra, porque deixa de ter bases sólidas sob os seus pés.
Se vos aventurais a entrar num pântano infestado de vespas, moscas e mosquitos, todos esses animais se lançarão sobre vós e vos picarão.
É precisamente o que acontece no plano astral, no domínio psíquico: quantos insectos, quanta bicharada não vos vem picar!
E vós nem sequer sabeis encontrar o caminho para fugir a eles.
Não é conveniente entrar nessas regiões.
Qual é o interesse de nos irmos aí meter?
Essas creaturas estão em sua casa, têm o direito de se sublevar e de vos gritar: «Então?! Importuno! O que vens aqui cheirar? Isto aqui é o nosso reino!»
Elas perseguem-vos e picam-vos interiormente; e vós já não sabeis onde refugiar-vos.
Devemos encontrar a explicação das dificuldades, dos desalentos, das decepções, das amarguras, no facto de não estarmos a seguir o bom caminho.
Se estivéssemos a ir bem, de acordo com todas as regras, só minúsculas dificuldades poderiam surgir e seria fácil ultrapassá-las.
Mas se nos afastarmos, se perdermos o rumo, para nos ocuparmos de coisas supostamente mais importantes, eis que surgem os dramas e as tragédias.
Portanto, a sabedoria consiste em procurar e encontrar o erro, a imprudência que cometemos.
Continua
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