Não tenteis agir sobre a matéria com o pensamento, pois não conseguireis.
O pensamento serve sobretudo para o homem conhecer, compreender e se orientar, mas não pode agir sobre a matéria se o coração não se meter pelo meio.
Enquanto o desejo e o sentimento não estiverem despertos em vós, nada fareis.
Talvez ajais por qualquer razão, mas sem convicção, sem gosto.
Certas pessoas não têm nenhum sentimento, mas agem na mesma, como autómatos.
Mas quando o sentimento existe...
Bom, evidentemente, isso não quer dizer que elas se comportem melhor.
Frequentemente, até é pior, pois ignoram completamente porque agem.
Mas ao menos sabem que são impelidas e correm direito ao seu objectivo.
Eu deixei de lado muitos pormenores, detive-me apenas no essencial para que tudo se torne mais claro.
Fixai, pois, que o pensamento é uma força, mas é necessário compreender essa força de maneira correcta.
Não julgueis que os vossos pensamentos se realizarão enquanto não tiverdes preparado o instrumento, o intermediário, a alavanca, o braço; eles permanecerão no alto, no plano mental, a flutuar.
É claro que se registarão, mas não produzirão resultados na matéria.
Porém, se os fizerdes descer ao sentimento eles produzirão sempre resultados.
Analisemos agora a questão do hipnotismo.
Vós dais, por exemplo, um pedaço de papel a alguém dizendo-lhe: «Toma, é uma rosa, cheira-a; como é o seu perfume?»
E essa pessoa descreve-vos o perfume delicioso daquela rosa.
Isso acontece porque ela está num estado hipnótico, no qual o pensamento se realiza instantaneamente, não no plano físico, mas no plano mental.
A pessoa captou o vosso pensamento.
Este, com as palavras que pronunciastes, formou a rosa no plano mental; e como a pessoa já não se encontra no plano físico, respira com um olfacto mais subtil, no plano mental
Portanto, ela cheira o perfume da rosa, não está enganada.
Também podeis dar água a alguém, dizendo-lhe: «Toma, é conhaque, vais embebedar-te.»
A pessoas bebe e fica mesmo bêbeda.
O que se passou?
Também neste caso ela está noutra região, e nessa região aquela água já não é água, é álcool.
Isto prova que a força do pensamento é absoluta e imediata, mas onde?
No plano mental.
Sabendo isto, vós podeis construir tudo, realizar tudo de imediato, mas no Alto, não na matéria.
Quereis castelos, parques, jardins, carros, mulheres que dançam, pássaros que cantam?...
Imediatamente eles aparecerão.
Se fosseis um pouco clarividentes, já estaríeis a vê-los, pois eles são uma realidade.
Vós direis: «Mas não há nada, eu não lhes toco.»
Lá isso, meu velho... para poder tocá-los talvez tenhas de esperar séculos!
Eis como se deve compreender esta questão.
Continua
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