Procurai imaginar, pois, esse estado extraordinário de dilatação, de beleza, de força e, só pelo facto de o imaginardes, já estareis a experimentá-lo, a vê-lo, e para vós ele será uma realidade.
É um exercício formidável, que pode transformar completamente a vossa vida.
Mas os humanos estão longe de pensar assim e as suas vidas decorrem num tom morno, são tristes e infelizes.
Existem duas grandes verdades que deveis conhecer: primeiro, que o pensamento é um poder real; segundo, que através do pensamento podeis transportar-vos no futuro e vivê-lo por antecipação.
Reparai, por exemplo: quando tendes de enfrentar uma situação difícil, como fazer um exame ou comparecer perante um tribunal, vários dias antes já tremeis e vos inquietais: «Como é que as coisas se irão passar?...»
E, quando pensais que ides ter com a pessoa que amais e beijá-la, sentis logo a alegria desses minutos próximos ou longínquos.
Se pensardes que ireis ao teatro, que vos convidaram para jantar fora e que o «menu» vai ser delicioso, também estareis a viver antecipadamente essa noite e gozareis com isso.
Então, se o pensamento pode projectar-vos num futuro próximo, porque não o fará relativamente a um futuro longínquo?
O poder do pensamento é real, tanto para o lado negativo como para o lado positivo, e é necessário utilizá-lo para o lado positivo.
Os Iniciados, que observaram estes factos, descobriram meios extraordinários para melhorar a sua existência, ao passo que os humanos, na sua maioria, nunca se prendem com as experiências da vida quotidiana para delas tirar proveito; vivem de uma forma inconsciente, sempre no domínio negativo, sempre de cara séria, sempre ocupados com o que corre mal, com o que é terrível e catastrófico.
Não lhes aconteceu nenhuma infelicidade, mas como eles estão sempre a pensar nelas, estas acabam por lhes bater à porta; de tanto pensar nas infelicidades, acabam por atraí-las!
Já todos puderam verificar que as pessoas vivem aterrorizadas ou com esperança em relação a um determinado acontecimento mesmo antes de ele se realizar.
Mas porque é que hão-de viver apenas o futuro próximo, aquele que acontece hoje ou amanhã?...
Quando eu falo de futuro, refiro-me ao futuro longínquo da humanidade, que ocorrerá muito mais tarde, provavelmente só daqui a milhões de anos...
Quando vejo as pessoas a pensar no futuro, acho esse futuro tão próximo que para mim já é passado.
Eu considero passado os desgostos, os sofrimentos, as dúvidas, os tormentos e as angústias.
E as pessoas repetem eternamente esse passado, uma vez que o projectam no futuro.
Na sua expectativa de encontrar sofrimentos no futuro, começam a vivê-los hoje, sem saber que o seu pretenso futuro na realidade já é passado.
Continua
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