É necessário retomar continuamente esta questão do pensamento: o que é, como trabalha, como se realiza na matéria e quais são as condições necessárias para que se realize.
Muitas coisas na vida, dependem de uma compreensão correcta desta questão.
Se ela não estiver bem clara, um grande número de problemas ficará sem solução.
Alguns espiritualistas, tendo lido algures que o pensamento é uma força omnipotente, sem ter estudado bem em que casos é que isso é verdadeiro e em que casos é que não o é, põem-se a fazer exercícios de concentração para obter resultados no plano físico e, como não os obtêm, ficam desiludidos.
Mas, mesmo que se concentrem durante anos e anos, não chegarão a lado nenhum, pois não estudaram bem a questão.
É verdade que o pensamento é omnipotente, mas para compreender em que consiste o seu poder é preciso saber em que região e com que materiais ele trabalha, como influencia outras regiões, e depois outras ainda, até descer à matéria.
A Natureza estabeleceu leis.
Então porque é que o homem há-de perder tanto tempo e tantas forças a infringir essas leis?
Se quiserdes que um torrão de açúcar vá do açucareiro até à vossa boca, por muito que vos concentreis ele não se mexerá... e vós ficareis desencorajados, desiludidos.
Então, pegai nele com a mão, metei-o na boca, e pronto já está!
A Natureza deu-nos mãos para pegarmos nos objectos.
Vós direis: «Mas então o que é que devemos fazer com o pensamento?»
Com o pensamento podemos realizar coisas muito mais importantes, mas é necessário conhecer a sua natureza, o seu mecanismo, e saber como ele trabalha.
O pensamento é uma força, uma energia, mas é também uma matéria muito subtil, que trabalha numa região muito afastada do plano físico.
Tomemos o exemplo das antenas.
Vós já vistes antenas de rádio ou de televisão por aí, em cima de um telhado ou no alto de uma torre, e sabeis que elas servem para captar ondas, vibrações.
Será que desde que lá foram postas elas se cobriram de alguma matéria, ficaram com algum depósito daquilo que captaram?
Não, não mudaram nem de peso nem de volume; elas receberam algo, é certo, mas algo que não é material.
É necessário sempre um ponto de partida material para produzir as ondas, mas estas não são materiais.
Portanto, as antenas captam vibrações, captam certos comprimentos de onda, e depois transmitem-nos a diversos aparelhos que, por sua vez, transmitem esses movimentos a outros aparelhos, os quais desencadeiam então, fenómenos físicos.
Ou então, suponde que está uma bola no chão; eu bato-lhe com a mão ou com a ajuda de um objecto, e deste modo, comunico-lhe uma energia.
Não lhe comuniquei nada de material, mas a bola começou a rebolar porque houve transmissão de uma energia que a pôs em movimento até que essa energia se esgote ou a bola encontre um obstáculo.
Estes exemplos podem fazer-vos compreender como os pensamentos que nós formamos não estão ainda em contacto com a matéria densa, visível; eles só contactam e fazem vibrar aquilo que se aproxima mais da sua natureza, ou seja, os elementos mais subtis que existem em nós e nos outros.
Portanto, o nosso pensamento comunica-se exactamente como a energia motora se comunica à bola!
Continua
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