segunda-feira, 25 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. III)


 Decidis, por exemplo, não trabalhar para vós, mas para a colectividade...
Sim, mas como estais ligados a essa colectividade, como sois uma parte dela, quando ela melhora, quando ela se embeleza, isso reflecte-se sobre cada um dos indivíduos que a constitui, logo, também sobre vós.
Vós ganhais porque colocastes o vosso capital num banco chamado "família", "colectividade", "humanidade", "fraternidade universal", de que sois uma parte.
Ao passo que, quando trabalhais para vós próprios, quer dizer, para o vosso "euzinho" medíocre, as vossas energias perdem-se e nada de bom daí vos advém.
Dir-me-eis: «Vem, sim, porque eu trabalhei para mim.»
Não, porque o vosso eu pessoal, separado, egoísta, é um sorvedouro e, ao trabalhardes para ele, lançastes tudo nesse sorvedouro.
Não é desse modo que se deve trabalhar.
Os individualistas, os egoístas, não vêem tudo o que poderiam adquirir se trabalhassem para a colectividade; eles dizem: «Eu não sou burro, trabalho para mim, desenrasco-me...» e é precisamente com esta atitude que perdem todo o seu capital.

Quando eu falo em colectividade, não pretendo referir-me apenas à humanidade, mas também ao Universo, a todas as criaturas do Universo, ao próprio Deus.
Esta colectividade, esta imensidão para a qual trabalhais, e como um banco, e tudo o que fizerdes por ela recairá um dia, aumentado, sobre vós.
Como esse banco, o Universo, faz sempre negócios formidáveis e enriquece-se incessantemente com novas constelações, novas nebulosas, novas galáxias, todas as suas riquezas reverterão a vosso favor.
Os que apenas trabalham para si próprios, em vez de trabalharem para a imensidão, empobrecem; e depois ninguém pensa neles, ninguém gosta deles - nem mesmo a própria família -, porque são demasiado egocêntricos.
Se nunca pensaram nos outros, porque é que alguém pensaria neles?
E acabam mergulhados em decepções, amarguras, desgostos.
Contudo, nunca lhes passará pela cabeça que talvez a sua filosofia estivesse errada...
Ah! não, não, eles tinham razão e os outros é que foram injustos e maus.
Eles, claro, mereciam ser amados, ajudados...
Merecer, merecer... mas o que fizeram eles de bom para merecerem fosse o que fosse?
Ao passo que em relação aos seres cheios de amor, de bondade, de abnegação, ainda que a princípio usem e abusem deles por os acharem ingénuos, simplórios e estúpidos, as pessoas sentirão, com o correr do tempo, que eles são verdadeiramente excepcionais, e um dia todos virão recompensá-los, acarinhá-los, manifestar-lhes o seu amor.
Trabalharam para o Universo inteiro e um dia terão a recompensa...
Mas não de imediato, evidentemente.

Quando colocais determinada quantia num banco, não é logo no dia seguinte que recebeis juros, é preciso esperar, e quanto mais se esperais mais elevados são os juros.
No domínio espiritual existe exactamente a mesma lei.
Trabalhais com muito amor, muita paciência, muita confiança, e não obtendes qualquer resultado imediato... Não vos desencorajeis; se perderdes a coragem, é porque não soubestes interpretar as leis que regem a vossa vida quotidiana.
Sim, deveis conhecer as leis da banca e da gestão!
Se as conhecerdes, compreendereis que é necessário esperar.
Em seguida, as riquezas surgirão de todos os lados e, mesmo que tenteis escapar-lhes, não conseguireis!...
O Universo inteiro fará chover sobre vós riquezas extraordinárias, porque fostes vós que as provocastes.
É a justiça!

Vedes como a filosofia egocêntrica é estúpida?
Ela fia-se nas aparências, mas as aparências são enganadoras...
Quantas vezes eu já vos disse isto!
Para se descobrir a verdade, é necessário procurar para além das aparências; aquilo que se considera proveitoso e útil num dado momento, muitas vezes vem a revelar-se prejudicial.

Continua


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