Muitos dizem: «Mas eu vivo, eu vivo...
Como, bebo, faço negócios.»
Não, eles não vivem, contentam-se em vegetar, não sabem ainda o que é viver.
Porque a vida tem graus, milhares de graus.
Por isso Jesus dizia: «Eu vim para que eles tenham a vida e para que a tenham em abundância.»
A que vida se referia ele?
Os seus discípulos estavam vivos!...
Que vida pedia Jesus para eles?
Na realidade, falava de uma outra vida, de um grau de vida tão subtil, tão espiritual, tão luminoso, tão divino, que permite ver, ouvir, cheirar, saborear, tocar aquilo a que não se pode ter acesso com uma vida puramente física, animal.
Eis como Jesus compreendia a vida e pedia ao Céu que desse aos seus discípulos esta vida espiritual, pois só ela permite compreender e respirar nas regiões celestes.
Vós conheceis aquele cântico do Mestre Peter Deunov que diz: «Siné moï pazi jivota...(Meu filho, preserva a vida, centelha escondida em ti...)»
Isto prova que o Mestre Peter Deunov entendia a importância da vida do mesmo modo.
Sim, e agora são necessários instrutores e pedagogos que esclareçam esta questão essencial: a vida.
Vós plantais uma semente e, um dia, ela torna-se uma árvore com raízes, tronco, ramos, folhas, flores e frutos.
Como é que a semente foi capaz de produzir uma tão grande riqueza?
Foi a vida que se encarregou disso.
A vida tem todas as possibilidades, simplesmente é preciso direccioná-la, é preciso orientá-la como se orienta a água.
Se não se orientar a água para que passe exactamente onde crescem os legumes e os frutos, ela não poderá regá-los e eles murcharão.
O agricultor, que sabe isso, primeiro cava os sulcos e depois faz passar a água, que segue um caminho traçado para alimentar todas as plantas.
Porque é que não reflectistes nisto?
Teríeis compreendido que, primeiro que tudo, deveis trabalhar sobre a vida, quer dizer, encontrar a água, e em seguida canalizá-la.
E, para o ser humano, canalizá-la é dirigi-la para o Alto, como se faz nos edifícios de vinte, cinquenta ou cem andares.
O ser humano é comparável a um arranha-céus, mas não de cento e cinquenta andares; são milhares os andares que existem no homem e é preciso alimentar todos os seus habitantes até ao último andar, isto é, até ao cérebro.
Mas, em vez disso, que fazem os humanos?
Deixam a água correr para baixo, para onde estão os instintos, as paixões, os desejos mais baixos, e não lhes sobra nenhuma para alimentarem as células espirituais.
Então, os habitantes das regiões superiores adormecem, ficam entorpecidos, paralisados, e não podem produzir nada.
Sim, no cérebro vivem entidades cuja missão é fazer pesquisas, observações, enviar ou captar mensagens, mas elas estão anémicas - falta de água! - e não conseguem fazer os seus trabalhos nem desempenhar as suas funções.
Se o homem não evolui é porque não pensa em orientar a sua vida para as regiões sublimes.
A vida é o que se expande, o que frutifica.
Algum tempo depois de terdes lançado uma semente à terra, vedes a vida começar a manifestar-se.
É essa a sua linguagem: o aparecimento de pequenas raízes, de folhinhas...
A vida é isso: um embelezamento, um enriquecimento, uma expansão!
O mesmo pode acontecer convosco: se começardes a ocupar-vos da vossa vida, se a plantardes, se a regardes, se a orientardes para o Alto, ela expandir-se-á e, ao expandir-se, despertará células e faculdades de cuja existência nem sequer suspeitáveis.
Como vedes, a nutrição explica tudo.
Ao comerdes, introduzis a vida em vós, e essa vida, se souberdes dirigi-la, encarrega-se de se infiltrar por todo o lado e de vos trazer alegrias e estados de consciência duma riqueza e dum esplendor incalculáveis.
Nem os poetas nem os músicos são capazes de exprimir todas as formas, cores, expressões e melodias pelas quais a vida pode manifestar-se.
Continua
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