terça-feira, 26 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. IV)

 Não desperdiceis, pois, a vossa vida, não a dissipeis por coisa alguma deste mundo, porque nada tem um valor comparável à vida.
Evidentemente, há casos excepcionais, em que certos homens deram a vida para salvar a de outros, para defender certas ideias.
Os profetas, os Iniciados, que perderam a vida por uma ideia, para a glória de Deus, na realidade nada perderam, porque em seguida o Céu deu-lhes uma nova vida, ainda mais rica e mais bela, porque eles tinham-se sacrificado pelo bem.
Não pretendo afirmar que se deve salvaguardar a vida sem restrições; não, há casos que são excepções...
Mas, na generalidade, o discípulo deve preservar, purificar e intensificar a sua própria vida, pois ela é a fonte, o reservatório, o ponto de partida para todos os outros aperfeiçoamentos: intelectual, afectivo, estético, etc. ...

Quando digo que os humanos não se preocupam com avida, não trabalham para a preservar, podereis objectar que não é verdade, que todos trabalham para prolongar a vida.
Sim, para a prolongar, mas não para a espiritualizar, a purificar, a iluminar, a santificar, a divinizar.
Procuram prolongar a vida para melhor poderem afundar-se nos prazeres, nos negócios, nos crimes.
Acreditais que os médicos pensam em prolongar a vida dos humanos para que ela seja consagrada ao serviço da luz ou ao bem do mundo inteiro?...
De modo nenhum!
Logo, eu tenho razão ao dizer que não se ocupam da vida: não se ocupam da verdadeira vida, quer dizer, não são capazes de obter a alegria, a beleza, o poder, a riqueza, a glória, o conhecimento, sem esbanjar a vida.
Façam o que fizerem, é sempre malbaratando a vida.

Ao decidirdes trabalhar exclusivamente no sentido de embelezar a vossa vida, de a intensificar, de a purificar, de a santificar, aumentais todas as vossas faculdades.
Porque a vida, que é pura e harmoniosa, vai influenciar outras regiões onde age sobre muitas outras entidades que depois virão ajudar-vos e inspirar-vos.
Indirectamente, é a vida que se encarrega de vos trazer tudo o resto, mas apenas se for pura e harmoniosa.
No dia em que tiverdes compreendido que o essencial reside no modo de viver, recebereis tudo o que desejais sem sequer precisardes de o pedir.
É por esta razão que tenho vontade de vos dizer exactamente o contrário das palavras de Jesus: «Não peçais e recebereis!...
Não procureis e encontrareis!...
Não batais e abrir-vos-ão!...»
Sim, mas quando?
Quando viverdes uma vida divina.
Isso mesmo!
Assim será escrito um dia no novo Evangelho, porque Jesus assim o pensava, mas não pôde dizê-lo: na época em que ele falava, as pessoas não seriam capazes de compreender.
Hoje, se ele voltasse, diria: «Vivei uma vida divina e não peçais nada. Tereis tudo!»
Porquê?
Porque ao viverdes esta vida divina, vós dais.
Por conseguinte, recebeis.
E ainda que não tenhais expresso qualquer desejo, isso não tem importância, o Céu cumular-vos-á de graças.

Continua


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