«Mas, direis vós, como é que entraremos em contacto com o mundo do espírito?»
Falei-vos há pouco de antenas que captam as ondas, as vibrações.
O homem possui essas antenas, antenas espirituais.
Mas enquanto as antenas materiais, de rádio, de televisão... permanecem fixas, as antenas espirituais são móveis, porque são vivas.
Podemos comparar essas antenas a uma série de diapasões que, consoante o tamanho dos seus braços, vibram em certos comprimentos de onda com os quais estão em ressonância, em afinidade.
Podeis fazer uma experiência: colocai num suporte vários diapasões, de tamanhos desiguais, e tocai várias notas no piano: dó... mi... lá...
A cada nota ouvireis uma diapasão, aquele que se encontra em perfeita afinidade com a onda que chega até ele.
Passa-se o mesmo com o homem.
Se quiser captar ondas do Céu, ele terá de encolher as suas antenas; quanto mais as alongar, mais receberá as ondas de baixo, até ao mundo infernal.
Depende do homem, pois, pôr-se em contacto e vibrar neste ou naquele comprimento de onda, consoante o comprimento das suas antenas.
Eu digo «alongar» ou «encolher» as antenas, mas isto é uma maneira de dizer; podemos empregar outras expressões que signifiquem que o homem se materializa ou se espiritualiza.
Quanto mais ele se materializar, mais receberá comunicações das regiões infernais; quanto mais se afinar e se espiritualizar, mais a sua vida se tornará intensa e mais ele captará as ondas do Céu.
Isso depende dele, pois interiormente possui todas as possibilidades.
Eis um campo imenso para todos aqueles que querem tornar-se verdadeiros criadores.
Fixai, pois, que o pensamento é omnipotente, mas na sua região, quer dizer, no plano mental, pois como é feito de uma matéria extremamente subtil só pode agir instantaneamente, para a moldar, sobre uma matéria tão subtil como a sua.
Se quiserdes um palácio, uma montanha, um rio, um filho ou uma flor, esse pensamento realizar-se-á, materializar-se-á imediatamente, mas na sua própria região.
Para poder concretizar-se é necessário que ele desça.
E como o pensamento, efectivamente, tem sempre a tendência para se materializar, desce ao plano astral, veste-se com roupas um pouco mais espessas e trabalha aí.
Passado algum tempo, desce ao plano etérico e torna-se ainda mais denso, até ao dia em que se realiza no plano físico.
Este funcionamento da nossa vida psíquica é expresso idealmente pela imagem do sol que só pode agir sobre a terra e moldá-la por intermédio do ar e da água.
Se conseguirdes compreender este processo, sereis capazes de fazer maravilhas.
Toda a ciência da magia branca e da teúrgia está contida nesta imagem dos quatro elementos: o sol, o ar, a água e a terra.
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