domingo, 31 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. VIII)


 A vida é a água que alimenta, que anima, e se a orientardes para as alturas a fim de alimentardes em vós todos esses seres até aqui anémicos e sonolentos, eles despertarão, retomarão os seus trabalhos e, graças aos seus instrumentos, informar-vos-ão acerca do Universo, da vossa vida interior...
Precisais que vos dê alguns exemplos para vos mostrar como se desperdiça a vida?
Vede o que se passa em relação ao amor.
Quantas pessoas consomem o seu amor com ninharias em vez de alimentarem com ele os habitantes do seu cérebro!
Elas embrutecem e ficam sombrias, porque orientaram a sua vida para os abismos.
Enquanto outros, que procuraram sublimar e transformar essa energia, que a consagraram, tornaram-se génios, instrutores e benfeitores da humanidade.

Se hoje me tiverdes compreendido correctamente, podereis reconstruir o vosso futuro.
Decidi-vos, finalmente, a vivificar os seres  que em vós habitam para que eles possam fazer os seus trabalhos.
Até agora, não tínheis sabido interpretar os fenómenos que se produzem diariamente sob os vossos olhos, não tínheis compreendido que os mesmos fenómenos se produzem no domínio espiritual.
E sobretudo não tínheis visto que a vida é a verdadeira magia, que é ela que há-de trazer-vos a estima, o respeito e o amor dos humanos e de todo o Universo.
Se quiserdes fazer magia, podeis fazê-la, mas sem pronunciar fórmulas, sem traçar círculos nem fazer fumigações ou cerimónias: concentrai-vos apenas em melhorar a vossa vida, em torná-la mais rica, mais dilatada, mais cheia de amor, de abnegação, de pureza, e distribuí-a, projectai-a por todo o Universo.

De hoje em diante, aceitai o que vos digo e não desperdiceis mais a vossa vida.
Perguntar-me-eis: «Mas não devemos trabalhar para ganhar dinheiro, comprar casa, carro, casar, ter filhos?»
Eu nunca disso isso.
Digo apenas que a maioria das pessoas pela maneira como se comportam, cometem excessos e destroem-se.
Se trabalhais para assegurar a vossa vida material e para ter a possibilidade de pensar, de meditar, de amar, está muito bem.
Mas porque se há-de querer devorar tudo?
Quer-se uma coisa, depois outra e mais outra... e gasta-se a vida para as obter.
Não, é preciso trabalhar sensatamente, consagrando esse trabalho a uma ideia divina.
Todas as pessoas que querem tornar-se chefes, presidentes, campeões disto ou daquilo, são obrigadas a ultrapassar certos limites; então, evidentemente, perdem a saúde e o equilíbrio, e muitas vezes acabam em clínicas ou em manicómios.
Todavia, são essas pessoas que o mundo inteiro toma como modelos!

Quanto aos jovens, esses tomam por modelos vedetas do cinema ou da canção, bandidos, drogados ou anarquistas, e dariam tudo para ser parecidos com eles.
A imprensa, o cinema, o teatro, a publicidade, tudo contribui para os orientar para um caminho pernicioso.
Dir-se-ia que todos juraram levar a humanidade à perdição... passando pela sua própria perdição, aliás!
Os humanos precipitam-se para os abismos mas, como esses abismos não se apresentam imediatamente, eles não suspeitam da sua existência e continuam a correr em direcção a eles.
Se pudessem vê-los à distância, poderiam tomar precauções; mas como eles estão longe e camuflados, os humanos correm, correm... e, como já não conseguem parar, caem.
Chega um momento em que é demasiado tarde e, mesmo quando se vê o abismo, já não é possível parar, já não se pode recuar, acabou.
A quanta gente eu ouvi dizer: «Vejo o abismo na minha frente, mas já não consigo evitá-lo!»

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.05.2015

Há qualidades e virtudes que vós desejais especialmente possuir.
Então, concentrai-vos nelas, tentai imaginar essa criatura magnífica que aspirais a ser: sentireis aumentar a vossa força interior, a vossa confiança e a vossa alegria, como se vivêsseis por antecipação essas transformações que acabarão por ocorrer um dia.
Muitos dirão: «Mas nós vemos bem como somos e não será a nossa imaginação que mudará alguma coisa nisso.»
Continuai a pensar assim e, com efeito, nada mudará.

O espiritualista, que conhece o poder do pensamento, sabe até que ponto ele pode ser eficaz.
Nas suas meditações, ele imagina-se rodeado de luz, projectando luz, manifestando todas as qualidades divinas.
Essas imagens ajudam-no a preparar o terreno e, pouco a pouco, ele aproxima-se do objectivo que pretende atingir.


sábado, 30 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. VII)

E por que motivo é que hoje em dia ninguém - mesmo entre os biólogos - sabe o que é a vida?
Eles conhecem muitas coisas, podem pronunciar-se sobre uma quantidade de combinações químicas, mas quando se trata da vida contentam-se em dizer: «É o maior mistério.»
É o maior mistério porque eles nunca compreenderam que é preciso procurar muito mais acima para se descobrir o que ela é.
É no Alto que é possível conhecer a vida, não em baixo; em baixo, é o instinto vital, a vida animal, vegetativa, mineral...
Mas, quando se elevarem às regiões sublimes de onde vem a vida, quando tiverem percepções muito mais espirituais, muito mais subtis, os humanos descobrirão o que a vida é verdadeiramente.

A vida é o próprio Deus.
Fora de Deus não há vida.
Foi Ele que criou e distribuiu a vida, e se os humanos não conseguem conhecê-la é porque, na sua consciência, permanecem separados de Deus.
A vida tem a sua origem em Deus e apenas os que se aproximam da divindade podem conhecê-la.
Só Deus cria a vida e pode ensinar-nos o mistério da vida.
Ao menos hoje, pela primeira vez, compreendei-me e dizei: «Agora vamos orientar a nossa vida noutra direcção, vamos harmonizá-la e santificá-la.»
E tudo passará a ser melhor: a vossa saúde, a sensação que tendes em relação a vós próprios, e tudo o que vier a acontecer-vos, serão de uma outra natureza.
Mas, se teimardes em manter as vossas velhas concepções, tanto pior para vós, continuareis a vegetar ainda por alguns anos e, quando partirdes para o outro lado, ser-vos-á mostrado quão pobre e lamentável foi a vossa existência.
Mesmo que tenhais lido bibliotecas inteiras, mesmo que tenhais estudado em cinco ou seis universidades, dir-vos-ão que vivestes como um animal, e tereis retardado imenso a vossa evolução.

Já vos tenho dito que o essencial é o objectivo que visais, o ideal para o qual trabalhais.
Tudo reside nisso.
Ponde de parte a ideia de que tendes de viver e pensar de determinada maneira para serdes apreciados pelos outros, porque essa não é a verdadeira vida, mas apenas a sua aparência.
Esforçai-vos por viver a vida divina, como a viveram todos os que nunca se amedrontaram e tiveram a audácia e a paciência de continuar a caminhar apesar dos obstáculos e das adversidades, e um dia tereis a força, o poder e a luz.

Evidentemente, a aparência proporcionar-vos-á sempre qualquer coisa para trincar, mas a par disso, quantas tragédias!
Os que se contentam com algumas "trincadelas" não se dão conta de que, entretanto, eles próprios é que são trincados... e de que maneira!
Ao passo que os que não se detiveram nas aparências e escolheram a realidade poderão falar-vos das riquezas e dos esplendores em que vivem.
Confiai neles, segui-os, não vos fiqueis pelos caminhos muito batidos; é claro que estes, como toda a gente passou por eles, são mais seguros, ao passo que os trilhos que conduzem às alturas talvez sejam mais arriscados, mas isso não é razão para não os escolherdes.

Continua


O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. VI)

Muitos dizem: «Mas eu vivo, eu vivo...
Como, bebo, faço negócios.»
Não, eles não vivem, contentam-se em vegetar, não sabem ainda o que é viver.
Porque a vida tem graus, milhares de graus.
Por isso Jesus dizia: «Eu vim para que eles tenham a vida e para que a tenham em abundância.»
A que vida se referia ele?
Os seus discípulos estavam vivos!...
Que vida pedia Jesus para eles?
Na realidade, falava de uma outra vida, de um grau de vida tão subtil, tão espiritual, tão luminoso, tão divino, que permite ver, ouvir, cheirar, saborear, tocar aquilo a que não se pode ter acesso com uma vida puramente física, animal.
Eis como Jesus compreendia a vida e pedia ao Céu que desse aos seus discípulos esta vida espiritual, pois só ela permite compreender e respirar nas regiões celestes.

Vós conheceis aquele cântico do Mestre Peter Deunov que diz: «Siné moï pazi jivota...(Meu filho, preserva a vida, centelha escondida em ti...)»
Isto prova que o Mestre Peter Deunov entendia a importância da vida do mesmo modo.
Sim, e agora são necessários instrutores e pedagogos que esclareçam esta questão essencial: a vida.


Vós plantais uma semente e, um dia, ela torna-se uma árvore com raízes, tronco, ramos, folhas, flores e frutos.
Como é que a semente foi capaz de produzir uma tão grande riqueza?
Foi a vida que se encarregou disso.
A vida tem todas as possibilidades, simplesmente é preciso direccioná-la, é preciso orientá-la como se orienta a água.
Se não se orientar a água para que passe exactamente onde crescem os legumes e os frutos, ela não poderá regá-los e eles murcharão.
O agricultor, que sabe isso, primeiro cava os sulcos e depois faz passar a água, que segue um caminho traçado para alimentar todas as plantas.
Porque é que não reflectistes nisto?
Teríeis compreendido que, primeiro que tudo, deveis trabalhar sobre a vida, quer dizer, encontrar a água, e em seguida canalizá-la.
E, para o ser humano, canalizá-la é dirigi-la para o Alto, como se faz nos edifícios de vinte, cinquenta ou cem andares.

O ser humano é comparável a um arranha-céus, mas não de cento e cinquenta andares; são milhares os andares que existem no homem e é preciso alimentar todos os seus habitantes até ao último andar, isto é, até ao cérebro.
Mas, em vez disso, que fazem os humanos?
Deixam a água correr para baixo, para onde estão os instintos, as paixões, os desejos mais baixos, e não lhes sobra nenhuma para alimentarem as células espirituais.
Então, os habitantes das regiões superiores adormecem, ficam entorpecidos, paralisados, e não podem produzir nada.
Sim, no cérebro vivem entidades cuja missão é fazer pesquisas, observações, enviar ou captar mensagens, mas elas estão anémicas - falta de água! - e não conseguem fazer os seus trabalhos nem desempenhar as suas funções.

Se o homem não evolui é porque não pensa em orientar a sua vida para as regiões sublimes.
A vida é o que se expande, o que frutifica.
Algum tempo depois de terdes lançado uma semente à terra, vedes a vida começar a manifestar-se.
É essa a sua linguagem: o aparecimento de pequenas raízes, de folhinhas...
A vida é isso: um embelezamento, um enriquecimento, uma expansão!
O mesmo pode acontecer convosco: se começardes a ocupar-vos da vossa vida, se a plantardes, se a regardes, se a orientardes para o Alto, ela expandir-se-á e, ao expandir-se, despertará células e faculdades de cuja existência nem sequer suspeitáveis.
Como vedes, a nutrição explica tudo.
Ao comerdes, introduzis a vida em vós, e essa vida, se souberdes dirigi-la, encarrega-se de se infiltrar por todo o lado e de vos trazer alegrias e estados de consciência duma riqueza e dum esplendor incalculáveis.
Nem os poetas nem os músicos são capazes de exprimir todas as formas, cores, expressões e melodias pelas quais a vida pode manifestar-se.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 30.05.2015


 As pessoas gostam de receber flores e de as oferecer, põem-nas nas suas casas, plantam-nas nos seus jardins, vão apreciá-las nos parques ou na Natureza, maravilham-se com as suas formas, as suas cores, os seus perfumes.
Mas consideram-nas acima de tudo como elementos de decoração que contribuem para tornar a existência mais agradável; este interesse pelas flores é apenas superficial e não se recebe grande coisa com a sua presença.

Mas o que são as flores, na realidade?
Seres vivos com os quais se pode estabelecer relação...
Sim, uma flor não é apenas uma parcela de matéria colorida e perfumada, é a morada de uma entidade que vem falar-nos da terra e do céu.
E se se souber como olhá-la, como se ligar a ela, entra-se em contacto com as forças da Natureza, com as entidades que trabalham para fazer dela uma presença tão vivificante e poética.


sexta-feira, 29 de maio de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 29.05.2015


 O amor não é unicamente esse sentimento que os humanos sentem uns pelos outros.
O amor é uma energia que vem de muito alto e que é da mesma quinta-essência que o sol.
Os homens e as mulheres têm a tarefa de receber essa energia e de a fazer circular neles de tal modo que ela depois volta para as alturas de onde veio.

Se a circulação não se faz correctamente é porque houve muitas impurezas que se acumularam neles, porque eles não fazem esforços suficientes para dominar os seus instintos, as suas paixões.
Então, em vez de voltar  ao Alto, essa energia desce, mergulha nas regiões do plano astral inferior, onde se perde.

Quando o ser humano tiver trabalhado para se purificar, quando ele for senhor de si mesmo, a energia que desce todos os dias da Fonte divina retomará, através dele, o seu caminho para o Alto, pois no Universo, tal como ele foi pensado e construído pelo Criador, o ponto de partida do amor é o Céu e o seu ponto de chegada é também o Céu.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.05.2015

Quando Jesus dizia: «O meu Pai trabalha e eu trabalho com Ele», o que queria ele fazer-nos compreender?

Muito simplesmente que também nós devemos pôr-nos a trabalhar.
Mas, em vez disso, os humanos deixam Jesus trabalhar com o seu Pai e eles, pelo seu lado, ocupam-se é dos seus assuntos pessoais, dos seus interesses, das suas distracções.

Vós direis: «Mas há uma distância tão grande entre nós e Jesus! Ele é o Filho de Deus, ele é perfeito, ao passo que nós...! É orgulho imaginar que podemos fazer o mesmo trabalho que ele.»
Bom, pensai o que quiserdes, mas ficai a saber que Jesus pensava de outra forma.
Se ele também disse: «Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito», ou ainda: «Aquele que crê em mim fará as mesmas obras que eu faço e fará até obras maiores», foi porque sabia que o ser humano é capaz das maiores realizações.
Mas os cristãos são preguiçosos.
Embora afirmem que é por humildade que não se envolvem na única actividade que realmente vale a pena
 - participar no trabalho de Deus pondo-se ao seu serviço -, de facto isso não é humildade, é preguiça!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. V)

II

Só quando tiverdes aprendido como emanar a vida, para que ela vos faça revelações e vos abra as portas, é que sabereis o que ela é verdadeiramente.
Por isso, doravante, deveis trabalhar para intensificar e para fazer frutificar esta vida, que pode produzir fenómenos da mais elevada magia nos corações, nas almas, nas inteligências, nas entidades e nas forças da Natureza, e até nos objectos do mundo físico.
Sim, é chegado o momento em que todos devem compreender como é miserável desperdiçarem uma eternidade de esplendor por causa de uma existência medíocre, passada a comer, a beber, a dormir e a correr de um lado para o outro para satisfazerem as suas ambições.
Dizei-me com franqueza: será isso próprio de pessoas inteligentes?

Os Iniciados só conseguiram obter o equilíbrio, a paz e todas as bençãos porque se ocuparam da vida, porque compreenderam que a magia mais poderosa que existe se encontra apenas na vida e em nada mais além dela.
Sim, a vida, poder insuflar a vida!...
Não existe maior magia: animar os seres, estimulá-los, exaltá-los, ressuscitá-los.
Quem não tiver compreendido esta verdade irá destruindo as raízes da sua existência, nunca saberá o que é a verdadeira vida!

Porque é que comeis três vezes ao dia ou mesmo quatro?
Comeis, bebeis, e em seguida trabalhais, ledes, etc.
Mas porque é que, antes de tudo, comeis?
E, ao comer, será que vos instruís, será que trabalhais?
Não, mas introduzis a vida em vós e esta, quando começa a infiltrar-se, vai regar as células dos braços, das pernas, dos ouvidos, da boca, do cérebro, etc. ..., que recebem energias.
Então, as pernas podem correr e vós obtendes o primeiro prémio na corrida, os braços podem bater, sois boxeur ou qualquer outra coisa, e eis outro prémio!
Em seguida, falais, a vossa língua é uma metralhadora... e lá conseguis mais uma vitória!|
E assim por diante em relação aos ouvidos, ao cérebro, a tudo.
Mas, se não tiverdes comido, não podereis correr, nem dar pancadas, nem falar.
Portanto, quando a introduzis em vós, a vida encarrega-se de visitar as vossas células, de as reforçar, de as estimular, e todas as vossas faculdades despertam.
Na base está, pois, a vida que anima e alimenta todo o organismo.

É desta maneira que a vida pode pôr-nos em contacto com o mundo divino.
Tirei esta conclusão precisamente a partir do que se passa na vida quotidiana.
Eu não invento nada; vós é que não sabeis observar.
Os vossos olhos podem ver e os vossos ouvidos podem ouvir, porque comestes.
Ficai sem comer durante vários dias e não conseguireis ver nem ouvir tão bem.
Quando falta a vida, tudo o resto falta...
Mas, quando conseguirdes tornar a vida luminosa, pura, espiritual, ela abrir-vos-á outros ouvidos, outros olhos: então, começareis a ouvir e a ver no plano invisível, vereis leis, verdades, correspondências...
Os verdadeiros Iniciados não estudam em livros, descobrem no mundo invisível, realidades ainda desconhecidas dos filósofos e dos cientistas; apercebem-se delas porque têm a vida superior que anima os seus corpos subtis.
É ela que se encarrega de lhes fazer revelações.
A questão está, simplesmente, em possuir esta vida.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.05.2015

Todos estão de acordo em reconhecer a importância da alimentação, a sua qualidade, a sua frescura, mas quantas pessoas sabem que é ainda mais importante saber como comer?
A maioria passa as suas refeições a gesticular e em discussões no meio das quais, de vez em quando, põem qualquer coisa na boca.
E elas não vêem nisso nada de anormal, crêem que, seja em que circunstâncias for, o seu organismo se encarregará de receber e fazer a triagem dos elementos necessários ao seu bom funcionamento.
Pois bem, estão enganadas: as condições em que elas estão habituadas a comer provocam todo o tipo de problemas no fígado, no estômago, nos intestinos ou no sistema nervoso.
Alguém dirá: «Mas eu tenho sempre uma digestão excelente!»
Ainda bem!
Mas será que vai continuar a ser assim?...

E também é necessário saber que os alimentos contêm forças e elementos subtis que só uma nutrição consciente nos permite receber.
Esses elementos, que pertencem ao plano etérico, ao plano astral e até ao plano mental, podem ajudar-nos a melhorar os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, todo o nosso comportamento.
Mas na condição de se associar a consciência ao acto de comer.
 

terça-feira, 26 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. IV)

 Não desperdiceis, pois, a vossa vida, não a dissipeis por coisa alguma deste mundo, porque nada tem um valor comparável à vida.
Evidentemente, há casos excepcionais, em que certos homens deram a vida para salvar a de outros, para defender certas ideias.
Os profetas, os Iniciados, que perderam a vida por uma ideia, para a glória de Deus, na realidade nada perderam, porque em seguida o Céu deu-lhes uma nova vida, ainda mais rica e mais bela, porque eles tinham-se sacrificado pelo bem.
Não pretendo afirmar que se deve salvaguardar a vida sem restrições; não, há casos que são excepções...
Mas, na generalidade, o discípulo deve preservar, purificar e intensificar a sua própria vida, pois ela é a fonte, o reservatório, o ponto de partida para todos os outros aperfeiçoamentos: intelectual, afectivo, estético, etc. ...

Quando digo que os humanos não se preocupam com avida, não trabalham para a preservar, podereis objectar que não é verdade, que todos trabalham para prolongar a vida.
Sim, para a prolongar, mas não para a espiritualizar, a purificar, a iluminar, a santificar, a divinizar.
Procuram prolongar a vida para melhor poderem afundar-se nos prazeres, nos negócios, nos crimes.
Acreditais que os médicos pensam em prolongar a vida dos humanos para que ela seja consagrada ao serviço da luz ou ao bem do mundo inteiro?...
De modo nenhum!
Logo, eu tenho razão ao dizer que não se ocupam da vida: não se ocupam da verdadeira vida, quer dizer, não são capazes de obter a alegria, a beleza, o poder, a riqueza, a glória, o conhecimento, sem esbanjar a vida.
Façam o que fizerem, é sempre malbaratando a vida.

Ao decidirdes trabalhar exclusivamente no sentido de embelezar a vossa vida, de a intensificar, de a purificar, de a santificar, aumentais todas as vossas faculdades.
Porque a vida, que é pura e harmoniosa, vai influenciar outras regiões onde age sobre muitas outras entidades que depois virão ajudar-vos e inspirar-vos.
Indirectamente, é a vida que se encarrega de vos trazer tudo o resto, mas apenas se for pura e harmoniosa.
No dia em que tiverdes compreendido que o essencial reside no modo de viver, recebereis tudo o que desejais sem sequer precisardes de o pedir.
É por esta razão que tenho vontade de vos dizer exactamente o contrário das palavras de Jesus: «Não peçais e recebereis!...
Não procureis e encontrareis!...
Não batais e abrir-vos-ão!...»
Sim, mas quando?
Quando viverdes uma vida divina.
Isso mesmo!
Assim será escrito um dia no novo Evangelho, porque Jesus assim o pensava, mas não pôde dizê-lo: na época em que ele falava, as pessoas não seriam capazes de compreender.
Hoje, se ele voltasse, diria: «Vivei uma vida divina e não peçais nada. Tereis tudo!»
Porquê?
Porque ao viverdes esta vida divina, vós dais.
Por conseguinte, recebeis.
E ainda que não tenhais expresso qualquer desejo, isso não tem importância, o Céu cumular-vos-á de graças.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.05.2015

O intelecto é uma faculdade que nos permite conhecer o mundo físico e um pouquinho do mundo psíquico, mas não mais do que isso.
Por si só, ele não pode revelar-nos a verdadeira vida.

Consideremos o exemplo muito simples de uma rosa.
Conhecer uma rosa não é unicamente perceber a sua forma, a sua cor, o seu perfume.
Uma rosa é também uma emanação subtil, uma presença que não se pode captar pelo intelecto.
Conhecer a rosa é sentir todo o conjunto de elementos que fazem dela uma rosa e não outra coisa.
Isso é ainda mais verdade relativamente ao ser humano: conhecer um ser humano supõe que se consiga reunir, sintetizar, todos os elementos que o constituem, desde o seu espírito ao seu corpo físico.
Antes de conseguir isso, ninguém pode afirmar que o conhece e que detém a verdade sobre ele.
Ora, a verdade de um ser, a sua verdade definitiva, absoluta, reside no seu espírito e só pode ser conhecida pelo espírito.



segunda-feira, 25 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont. III)


 Decidis, por exemplo, não trabalhar para vós, mas para a colectividade...
Sim, mas como estais ligados a essa colectividade, como sois uma parte dela, quando ela melhora, quando ela se embeleza, isso reflecte-se sobre cada um dos indivíduos que a constitui, logo, também sobre vós.
Vós ganhais porque colocastes o vosso capital num banco chamado "família", "colectividade", "humanidade", "fraternidade universal", de que sois uma parte.
Ao passo que, quando trabalhais para vós próprios, quer dizer, para o vosso "euzinho" medíocre, as vossas energias perdem-se e nada de bom daí vos advém.
Dir-me-eis: «Vem, sim, porque eu trabalhei para mim.»
Não, porque o vosso eu pessoal, separado, egoísta, é um sorvedouro e, ao trabalhardes para ele, lançastes tudo nesse sorvedouro.
Não é desse modo que se deve trabalhar.
Os individualistas, os egoístas, não vêem tudo o que poderiam adquirir se trabalhassem para a colectividade; eles dizem: «Eu não sou burro, trabalho para mim, desenrasco-me...» e é precisamente com esta atitude que perdem todo o seu capital.

Quando eu falo em colectividade, não pretendo referir-me apenas à humanidade, mas também ao Universo, a todas as criaturas do Universo, ao próprio Deus.
Esta colectividade, esta imensidão para a qual trabalhais, e como um banco, e tudo o que fizerdes por ela recairá um dia, aumentado, sobre vós.
Como esse banco, o Universo, faz sempre negócios formidáveis e enriquece-se incessantemente com novas constelações, novas nebulosas, novas galáxias, todas as suas riquezas reverterão a vosso favor.
Os que apenas trabalham para si próprios, em vez de trabalharem para a imensidão, empobrecem; e depois ninguém pensa neles, ninguém gosta deles - nem mesmo a própria família -, porque são demasiado egocêntricos.
Se nunca pensaram nos outros, porque é que alguém pensaria neles?
E acabam mergulhados em decepções, amarguras, desgostos.
Contudo, nunca lhes passará pela cabeça que talvez a sua filosofia estivesse errada...
Ah! não, não, eles tinham razão e os outros é que foram injustos e maus.
Eles, claro, mereciam ser amados, ajudados...
Merecer, merecer... mas o que fizeram eles de bom para merecerem fosse o que fosse?
Ao passo que em relação aos seres cheios de amor, de bondade, de abnegação, ainda que a princípio usem e abusem deles por os acharem ingénuos, simplórios e estúpidos, as pessoas sentirão, com o correr do tempo, que eles são verdadeiramente excepcionais, e um dia todos virão recompensá-los, acarinhá-los, manifestar-lhes o seu amor.
Trabalharam para o Universo inteiro e um dia terão a recompensa...
Mas não de imediato, evidentemente.

Quando colocais determinada quantia num banco, não é logo no dia seguinte que recebeis juros, é preciso esperar, e quanto mais se esperais mais elevados são os juros.
No domínio espiritual existe exactamente a mesma lei.
Trabalhais com muito amor, muita paciência, muita confiança, e não obtendes qualquer resultado imediato... Não vos desencorajeis; se perderdes a coragem, é porque não soubestes interpretar as leis que regem a vossa vida quotidiana.
Sim, deveis conhecer as leis da banca e da gestão!
Se as conhecerdes, compreendereis que é necessário esperar.
Em seguida, as riquezas surgirão de todos os lados e, mesmo que tenteis escapar-lhes, não conseguireis!...
O Universo inteiro fará chover sobre vós riquezas extraordinárias, porque fostes vós que as provocastes.
É a justiça!

Vedes como a filosofia egocêntrica é estúpida?
Ela fia-se nas aparências, mas as aparências são enganadoras...
Quantas vezes eu já vos disse isto!
Para se descobrir a verdade, é necessário procurar para além das aparências; aquilo que se considera proveitoso e útil num dado momento, muitas vezes vem a revelar-se prejudicial.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.05.2015



Por que é que a justiça humana é tâo imperfeita?
Porque só se pronuncia sobre as falhas cometidas no plano físico, material.
Quando um homem fez estragos no terreno do vizinho, ou não lhe pegou o que lhe devia, ou lhe bateu e o injuriou, todas as leis estão contra ele e ele é condenado.
Mas se, por intermédio de coisas que escreve ou diz, ou pelo seu exemplo, ele faz perder a fé, a esperança e o amor a milhares de pessoas, se ele as incitou a viver na devassidão ou a ser violentas, na maioria dos casos a justiça humana deixa-o tranquilo.

Presentemente, admite-se que cada um é livre de exprimir os seus pensamentos e os seus desejos, mesmo os mais escabrosos, sem se preocupar com as consequências que isso terá no destino de certos seres mais fracos, mais influenciáveis.
Joias roubadas, vidros partidos, isso sim, é importante, mas almas e espíritos mergulhados na dúvida, na revolta, no desequilibrío, não é lá muito grave.
E, assim, muitas vezes os maiores criminosos passeiam em liberdade.
Mas eles devem saber que, um dia, a justiça divina os punirá muito severamente.


domingo, 24 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA (Cont.II)

...
Tomemos um exemplo: um jovem com um pai muito rico faz os seus estudos, trabalha, e o pai dá-lhe uma mesada.
Mas eis que o filho começa a fazer asneiras e a desperdiçar, em toda a espécie de divertimentos, o dinheiro que o pai lhe dá; então, este corta-lhe a mesada, não lhe dá mais nada...
Qual foi o erro do filho?
Cometeu o maior dos erros, que é o de comprometer a sua própria vida, quer dizer, as condições, as energias e as correntes cujo símbolo, neste caso, é o dinheiro.
E nós, se procedermos da mesma maneira, usando e abusando da nossa existência como muito bem entendermos, permitindo-nos transgredir todas as leis, esgotaremos as nossas reservas, caíremos na miséria; não talvez na miséria material, física,, mas na miséria interior.
A vida é a única riqueza que existe, e seja qual for o nome que se lhe dê - riquezas, mesada, azeite, energias, quinta-essência -, vai dar ao mesmo, porque a palavra "vida" pode ser substituída por qualquer destes termos.

Mas os humanos passam o tempo a malbaratar esta vida, correndo atrás de aquisições que não são tão importantes como a vida em si mesma.
Trabalham anos a fio para satisfazer as suas ambições e um dia dão consigo tão esgotados, tão nas "lonas" que, se se puser na balança o que ganharam e o que perderam, perceber-se-á que perderam tudo para ganhar muito pouco.
Mas as pessoas são assim: estão dispostas a perder tudo, porque nunca lhes ensinaram que é mais importante terem saúde e alegria - ainda que não tenham mais nada - do que obterem riquezas de que não poderão servir-se, porque se esgotaram para as conseguir.
Diz um provérbio: «Antes burro vivo que sábio morto.»
Mas muitos preferem ser sábios mortos...

 O que falta é, pois, a verdadeira filosofia.
Dever-se-ia ensinar aos humanos, desde a infância, a não desperdiçarem a vida para poderem consagrá-la a um fim sublime, pois é desse modo que a vida se enriquece, que ela aumenta em força e intensidade, exactamente como um capital que se põe a render.
Colocastes esse capital num banco do Alto e, então, em vez de ser malbaratado, dissipado, ele aumenta e vós, uma vez que estais mais ricos, tendes a possibilidade de vos instruir melhor, de trabalhar melhor.
Ao passo que, se vos abandonardes aos prazeres, às emoções, às paixões, malbaratareis a vossa vida, porque tereis de pagar tudo o que obtiverdes, e é com a vossa vida que o pagareis.

Nunca se obtém o que quer que seja sem se sacrificar algo.
Como se diz am França: não se fazem omoletas sem ovos.
Mas eu digo-vos que sim, que podeis fazer uma omoleta sem ovos.
Eu conheço o segredo: colocai o vosso capital num banco do Alto e, quanto mais trabalhardes, mais fortes e poderosos vos tornareis.
Sim, em vez de vos enfraquecerdes, reforçar-vos-eis, porque novos elementos virão introduzir-se incessantemente em vós, substituindo os que perdestes.
Mas para isso é necessário que coloqueis o vosso "dinheiro", o vosso "capital", num banco celeste...
Eis por que é tão importante saberdes para que fim e para quem trabalhais, porque as vossas energias tomam rumos consoante os casos.
Se aquele para quem trabalhais é o vosso pai, simbolicamente falando, não só não perdeis nada, como ainda ganhais.
Logo, o mais importante é saber a quem consagrais as vossas forças, em que sentido trabalhais, porque disso depende o vosso futuro: ou vos tornais mais pobres ou enriqueceis-vos.
Sem o saber, a maioria das pessoas trabalham para um inimigo oculto nelas próprias e que as despoja e empobrece.
Um verdadeiro espiritualista é mais inteligente, trabalha e aplica todas as suas energias a favor de alguém que é ele próprio, e é ele que fica a ganhar.
Ser inteligente é isso: saber enriquecer-se, e não, deixar-se empobrecer.
Não é uma atitude egoísta, pelo contrário.

Continua



PENSAMENTO QUOTIDIANO - 24.05.2015


 Está escrito nos Evangelhos que, quando Jesus recebeu o baptismo nas águas do Jordão, viu-se o Espírito Santo descer sobre ele na forma de uma pomba.
E os Actos dos Apóstolos relatam que, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu na casa onde todos os discípulos estavam reunidos e pousou sobre cada um deles como uma língua de fogo.

Sob diferentes formas, esta descida do Espírito Santo no homem é um símbolo que se encontra em todas as tradições espirituais.
Mas, pelo facto de se dizer que o Espírito Santo "desce" no homem não se deve pensar que ele é uma entidade exterior ao homem: é o seu Eu superior que se manifesta, a quinta-essência divina que nele foi depositada pelo Criador.
Dizer que o homem recebe o Espírito Santo significa que ele conseguiu fazer a ligação com o seu próprio espírito, o seu Eu superior.
O Espírito Santo é um princípio cósmico, uma pura emanação da Divindade, e o nosso Eu superior é da mesma natureza que ele.
É como uma gota de água no oceano, como uma centelha no fogo, é feita da mesma quinta-essência divina.


sábado, 23 de maio de 2015

O ESSENCIAL: A VIDA

I

Primeiramente, há a vida.
Observai as criaturas: o que primeiro se manifesta nelas é a vida, e só depois bem mais tarde começam a sentir, a pensar e a agir eficazmente.
A vida... esta palavra resume todas as riquezas do Universo que aguardam, indeferenciadas, inorganizadas, que uma força venha ordená-las e activá-las.
Assim, na palavra "vida" estão incluídos todos os desenvolvimentos futuros.
Numa célula estão já potencialmente contidos todos os órgãos que um dia deverão surgir, tal como numa semente que é necessário plantar, regar e cuidar para que dê frutos.
Assim, após um determinado tempo - tal como acontece com a semente -, tudo começa a sair e a tomar forma a partir desse magma, desse caos, dessa realidade indeterminada que é a vida.

Foi deste modo que surgiram os órgãos que hoje possuímos; e muitos outros aparecerão futuramente...
Dado que o corpo físico é feito à imagem do corpo astral, o corpo astral à imagem do corpo mental e assim sucessivamente até ao plano divino, assim como possuímos cinco sentidos no plano físico, possuímos também cinco sentidos o  tacto, o paladar, o olfacto, a audição e a visão - no plano astral e no plano mental...
Estes órgãos ainda não estão desenvolvidos nos outros planos, mas existem e esperam o momento de se manifestar.
Quando eles estiverem formados, os seres humanos terão possibilidades espantosas de ver, sentir, ouvir, saborear, agir e deslocar-se.
A vida, o ser vivo, a célula viva, o microrganismo, contém todas as possibilidades de desenvolvimento, mas serão necessários milhares de anos para que possam manifestar-se na sua plenitude.
Aí reside o mistério, o esplendor da vida.

Observai os humanos: eles trabalham, divertem-se, correm de um lado para o outro, dedicam-se a toda a espécie de ocupações, e entretanto a sua vida enfraquece, periclita, porque eles não cuidam dela minimamente.
Pensam que, uma vez que a possuem, podem servir-se dela para obter tudo o que desejam: riqueza, prazeres, saber, glória...
Então, esbanjam, esbanjam... e, quando já não lhes resta nada, vêem-se obrigados a suspender todas as actividades.
Não faz qualquer sentido agir deste modo, porque, se se perde a vida, perde-se tudo.
O essencial é a vida; é, pois, necessário protegê-la, purificá-la, santificá-la, eliminar tudo o que a entrava ou bloqueia, porque depois, graças a ela, obtém-se a saúde, a força, a beleza, o poder, a inteligência.

Na conferência sobre as cinco virgens sensatas e as cinco virgens loucas*, expliquei-vos que o azeite de que Jesus falava é o símbolo da vida.
Quando o homem já não tem uma gota de vida, a sua candeia apaga-se e ele morre.
O azeite tem correspondências em todos os domínios: para as plantas, é a água; para todas as criaturas terrestres, é o ar; mas, para o ser humano, é mais especialmente o sangue; para os negócios, é o ouro ou o dinheiro; para um carro, a gasolina; etc. ...

A vida é a matéria primordial, o reservatório donde brotam diariamente novas criações que se ramificam até ao infinito.
A partir desta vida indiferenciada e sem expressão, que existe como uma simples possibilidade, o espírito cria incessantemente novos elementos, novas formas...
Mas as pessoas ocupam-se de tudo menos da vida; se em primeiro lugar pensassem na vida, em guardá-la, em protegê-la, em conservá-la na maior pureza, teriam cada vez mais possibilidades de obter o que desejam, porque é esta vida luminosa, intensa, que pode dar-lhes tudo.
Como não possuem esta filosofia, esbanjam a vida, pensam que, porque estão vivos, tudo lhes é permitido.
Cada um diz para consigo: «Uma vez que tenho vida, devo aproveitá-la...»
Mas quantos é que conseguem realizar o que desejam?
Muito poucos, a maioria devastou tudo.
De ora em diante, torna-se necessário ter outra filosofia, saber que o modo como pensais age sobre a vossa vida, sobre as suas reservas, sobre a quinta-essência do vosso ser, e que, se pensardes erradamente, desperdiçareis tudo.

* "A parábola das cinco virgens sensatas e das cinco virgens loucas",
    cap.IX de Nova luz sobre os Evangelhos (nº. 217 desta Colecção)

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.05.2015

 Para se conseguir permanecer activo durante todo o dia sem sentir fadiga é indispensável ter, de vez em quando, um momento de descontracção.
Mas duas ou três vezes não bastam...
É dez, quinze, vinte vezes por dia que deveis parar o movimento interior que vos arrasta, para vos recarregardes com uma energia nova.
E. nessas ciscunstâncias, um minuto de cada vez pode ser suficiente.

Assim que tiverdes um momento, não importa onde, em vez de ficardes crispados com uma dificuldade, de vos impacientardes porque sois forçados a esperar, etc., dizei: «Obrigada, Senhor! Eis mais uma ocasião que me é dada para eu me acalmar, para eu recuperar o equilíbrio.»
Apelai para a luz, concentrai-vos numa cor, pronunciai uma fórmula.
Em seguida, retomareis as vossas actividades com novas forças, um novo impulso e ideias mais claras.
E não tenhais medo de estar a perder o vosso tempo: recuperá-lo-eis depois amplamente.





sexta-feira, 22 de maio de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.05.2015


 Ao considerarem as suas igrejas e os seus templos como as únicas moradas da Divindade, os humanos empobrecem a sua compreensão do sagrado.
Existe um só templo que seja, construído pelos humanos, que se compare ao grande templo que Deus criou, o Universo?
Pode existir um lugar mais sagrado do que um lugar criado pelo próprio Deus?
Como é possível imaginar que um edifício feito de materiais que se vão desfazendo é mais importante do que essa obra de Deus que jamais alguém conseguirá destruir?
Deve-se respeitar esses lugares de oração e de recolhimento que são os templos e as igrejas, mas também é preciso compreender que se pode adorar Deus no seu templo, a Natureza, e em particular na paz e na limpidez da manhã.
Aí, o Sol que se ergue sobre o mundo é o sacerdote que distribui as suas bençãos a todas as criaturas: a luz, o calor e a vida.

Onde quer que estajais na terra, o sol brilha acima da vossa cabeça.
Não precisais de viajar ou de ir em peregrinação para contactar com ele.
Ele é o símbolo da omnipresença de Deus.
A sua luz, o seu calor e a sua vida valem mais do que todas as imagens santas e todos os sacramentos.





quinta-feira, 21 de maio de 2015

PERSONALIDADE E INDIVIDUALIDADE (Cont. V)

OS  LIMITES  DO  MUNDO  INFERIOR,
O  INFINITO  DO  MUNDO  SUPERIOR


Conferência improvisada

 Ninguém pode negar que existe algo de perfeito no Universo.
A perfeição existe e ela mais não é do que aquilo que é ilimitado e perfeito, o próprio Deus.
Eis para mim, uma das melhores definições de Deus: a Divindade está presente onde não existem limites.
O Senhor encontra-se unicamente naquilo que é ilimitado, imortal, eterno, infinito.
Tudo o que é limitado, perecível, não O pode representar.
Eu já vo-lo disse, para o bem não há limites, acontece o mesmo que com o calor: pode atimgir milhões e milhões de graus, ainda não se sabe até onde pode ir.
O ano passado, quando eu estava na exposição mundial de Montreal, filmei uma máquina formidável, no pavilhão russo, uma máquina que podia produzir milhões de graus de temperatura para se fazerem trabalhos em metais, trabalhos com o plasma, etc. ...

Sim, meus queridos irmãos e irmãs, as pessoas não reflectem acerca destas coisas, não têm tempo, estão presas com ocupações pretensamente mais importantes e sérias.
Se raciocinassem correctamente, teriam chegado à mesma conclusão: se a própria Natureza estabeleceu uma escala de valores com as qualidades superiores e inferiores, isso é a prova de que existem duas direcções em que nos podemos alongar; mas o mal detem-se num certo grau, ao passo que o bem pode ser ampliado indefinidamente, nunca pára.
Não se soube reflectir e tirar conclusões acerca do calor e do frio.
Não se sabe ler a linguagem da Natureza.
Tudo se reflecte, tudo o que é divino se reflecte sobre a Terra.
Então, se vós raciocinardes convenientemente...
Sim, mas é necessário conseguir habituar o vosso cérebro a raciocinar bem, quer dizer, a restaurar as deformações que o mundo, a família, a instrução, imprimiram em vós, como aliás aconteceu comigo.
Mas eu trabalhei para me desembaraçar disso, e também vós, se conseguirdes libertar-vos de todas essas deformações, tereis a minha maneira de raciocinar e fareis as mesmas descobertas que eu fiz.
Todos os dias ficais espantados com o meu raciocínio: revelo-vos verdades que não podeis negar e não fui eu que as inventei, elas existem aí à vista de todos, mas as pessoas não as vêem porque se deixaram deformar pela cultura actual.
Portanto, é cada vez mais necessário afastarmo-nos, despojarmo-nos dela, senão passaremos a vida inteira sem descobrir coisa nenhuma.
E eu, nado nessas verdades noite e dia, só que ainda não vo-las posso comunicar todas.
Enquanto não vos despojardes de tudo o que haveis recebido que não é verídico, não as compreendereis, não as aceitareis.

Deformaram-nos.
Tal como eu vos dizia numa outra conferência, imaginai que fazemos dois desenhos num mesmo papel, um a tinta vermelha e outro a tinta verde.
Se vos derem uns óculos vermelhos, vós olhais e não vedes o desenho vermelho, mas apenas o verde, porque com o vermelho sobre vermelho as cores confundem-se.
E admitamos que esse desenho verde é perfeitamente banal ou até mesmo feio; no entanto, vós não vereis senão este.
Agora, dão-vos uns óculos verdes; vós olhais para o outro desenho, que é vermelho, ficais espantados e gritais para convosco: «Oh! Mas ele estava aí!»
Ah pois, estava lá mas vós não o havíeis visto, porque os óculos que vos deram desde o nascimento vos impediam de o ver.
E, noo entanto, ele estava lá!
Ora, quando vós vedes as árvores, as estrelas, as montanhas, isso é já uma das duas imagens, mas existe uma outra por detrás que vós ainda não vedes.
E agora, eu dar-vos-ei outros óculos para que a possais ver.
Talvez até aconteça que comeceis a deixar de ver a primeira... tanto melhor!
Está tão vista que não vale a pena sobrecarregarmo-nos eternamente com ela.
A Natureza fez dois desenhos e agora há que ver o outro.
Mas será que ela só fez dois?
Eu falo em dois para facilitar a compreensão, mas na realidade existem milhares!
Ora aí está, é simples, é claro: é necessário conhecer as duas direcções que em nós existem, e saber que se tomarmos o caminho que conduz para baixo, passaremos a estar numa rua sem saída, num beco, comparável ao zero absoluto, ao qual, aliás, nunca se conseguiu chegar e onde as moléculas já não se movem.

A personalidade comunica com o mundo subterrâneo, de onde continuamente vêm visitantes comer, beber, roubar-vos e viver à vossa custa.
Vós julgais que haveis aproveitado, mas nem pensar nisso, foram eles que se arranjaram, e vós ficais enfraquecidos a tal ponto que precisais de vos tratar.
Ao passo que se tomardes o caminho que sobe, jamais encontrareis o fim, porque ele mergulha no infinito.
E quantos tesouros estão amontoados ao longo desse caminho!
Se escutardes a individualidade, essa parte celeste e imortal que está dentro de vós e que comunica com a imensidão, tereis todas as revelações, porque ela sabe tudo, vê tudo.
É o infinito, é o esplendor infinito.

Muitas pessoas há que estão adormecidas.
Não pensam senão em comer, beber, ter alguns prazeres, jogar às cartas, ao futebol...
Têm uma casa, uma mulher, uma capoeira, e estão contentes, não precisam de mais nada; e quando ouvem ideias novas como as nossas, dizem: «Mas esse homenzinho está a incomodar-nos! Sentíamo-nos muito melhor como estávamos!»
Ah pois, desde os tempos pré-históricos que estão habituados a viver assim e eis que chego eu e os aborreço, não os deixo mais tranquilos e então eles soltam berros; sim, até aqui, na Fraternidade!
Mas não há nada a fazer, incumbiram-me desta tarefa e eu devo cumpri-la, quer isso vos agrade ou não.
Sou obrigado a não vos deixar tranquilos, e quando vos lamentais aqui em baixo, lá em cima, no mundo divino, há outros que aplaudem e se alegram!
Eu bem sei que segundo a opinião dos humanos o meu modo de proceder convosco não é nenhuma maravilha, mas lá em cima, eles acham que os meus métodos facilitam imenso a vossa evolução.

Bonfin, 3 de Setembro de 1968


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.05.2015

Num dado momento da sua vida, na adolescência ou mais tarde, muitos homens e mulheres têm tendência para se revoltar contra os seus pais e o seu meio familiar.
E aproveitam a primeira ocasião para cortar relações com eles, convencidos de que encontrarão melhor algures.
Pode não se ter muitas afinidades com o seu meio familiar e não é interdito abandoná-lo.
Mas cada um que está na terra deve saber que, se o seu destino o fez incarnar em determinada família e não noutra, há uma razão para isso.
Há nessas condições qualquer coisa para aprender, para compreender, há certas experiências a fazer para evoluir.

Existe no Universo uma justiça, uma inteligência absoluta que determina exactamente, consoante os seus méritos, em que condições os humanos devem incarnar, em que época, em que país, em que família...
E queixar-se ou revoltar-se é inútil, não mudará nada.
Eles devem aceitar essa situação e trabalhar, a fim de merecerem melhores condições de existência na sua próxima incarnação.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

PERSONALIDADE E INDIVIDUALIDADE (Cont. IV)

OS  LIMITES  DO  MUNDO  INFERIOR,
O  INFINITO  DO  MUNDO  SUPERIOR

                                  Conferência improvisada

...
Como vedes, há ainda muitas coisas a dizer a propósito da personalidade.
O ponto mais importante, convém saber, é que a personalidade está muito estreitamente ligada ao mundo subterrâneo: está próxima dele, convive e entra muito frequentemente em contacto com ele.
E neste mundo subterrâneo, bem entendido, existem sres magníficos que lá habitam, excelentes operários, e até devas, mas na sua maioria são creaturas pouco evoluídas, obscuras e egoístas, e como a personalidade está em contacto com elas, as pessoas que seguem os seus conselhos e satisfazem os seus caprichos recebem as más influências destas creaturas.
Aí está porque não se deve seguir a personalidade: porque o que ela nos sugere nunca é nobre, desinteressado, generoso; ela é sempre calculista, puxa sempre para o seu lado.
Todos os que adoptam a filosofia ditada pela personalidade, não podem enaltecer-se, não podem libertar-se para se lançarem no espaço infinito: são como prisioneiros carregados de pesos e de grilhões.
Sim, muito simplesmente porque eles tomaram a personalidade como guia.
Não conhecem outro.
E, no entanto, existe um outro guia dentro deles.
Enquanto o homem seguir os conselhos da personalidade - tomar para si, receber sempre, sem nunca dar -, ele carrega-se de grilhões, e mesmo se um dia os grandes Mestres, os maiores Iniciados, se apresentarem para o convidar a segui-los, ele dirá: «Não posso, não posso, estou demasiado preso, agarrado, enredado!» e não os seguirá, permanecerá escravo até ao dia em que desaparecerá da circulação para se tornar em adubo químico.

Devo agora, acrescentar que nós não devemos anular a personalidade sob pretexto de nos libertarmos.
Ela existe para nos dar as matérias necessárias ao nosso trabalho sobre a Terra; ela é, se preferis, uma velha avó muito rica, e nós podemos usufruir dos seus tesouros, mas sem seguir os seus conselhos nem tomá-la como guia.
Deveis pô-la a trabalhar: como operária ela fará grandes coisas, porque é ela que possui a chave dos armários, da dispensa, etc. ...
Não devemos matá-la, devemos dominá-la, torná-la obediente.
O homem ignora que está sob um regime de escravatura, imagina que é ele quem manda; não, está enganado, é a personalidade que manda e ele é seu escravo.
Mas como ele não é ainda capaz de fazer esta análise, continua a enterrar-se cada vez mais e acha-se limitado e acorrentado.
Quantas vezes não constatei eu tudo isto!
Até o estudei sobre a minha pessoa...
Sim, donde pensais vós que eu extraio todos estes conhecimentos a não ser de mim próprio, graças ao hábito que possuo de decifrar, de analisar, de observar até ao mínimo pormenor aquilo que se passa em mim?...
Mas, para se aprender alguma coisa não vale a pena ir fazer, como toda a gente, experiências bastante arrojadas em certos domínios, porque arriscamo-nos a perder-nos e a descobrir as regiões subterrâneas, o Inferno.
A juventude não pensa senão em empreender as experiências mais custosas e menos belas, quando existem outras tão magníficas!
Mas onde estão os candidatos para estas experiências?

Aquilo que é negativo, pernicioso, viciante, impúdico, toda a gente está de acordo em o ir verificar.
Mas se ao menos o verificassem de longe, tocando-o ao de leve e contentando-se com este pouco para extrair as suas conclusões, eu compreenderia...
Mas não, levam a experiência a fundo e não uma única vez, mas dez, cem vezes, sem pensar que nada mais lhes restará para o dia em que quiserem tentar outras experiências.
Pois, admiti que alguém, após ter entrado em toda a espécie de folias, se decide a tentar experiências celestes, admiti que esse alguém quer conhecer a imensidão, o esplendor, a beleza, a luz...
Pois bem, nada a fazer; ele já não terá nem condições, nem meios, nem possibilidades, porque foi tudo gasto, está tudo estragado, já não há forças e a pessoa deve preparar-se para partir para o outro lado.
Uma vez que tudo tenha sido esbanjado, meus queridos irmãos e irmãs, não se poderão fazer experiências divinas.
Imaginar que é possível, equivale a não conhecer nada de psicologia, de biologia, da vida.
Está-se na falência, na bancarrota, e ainda se imagina que se pode ir fazer experiências celestes com a mesma frescura, a mesma intensidade, a mesma força, a mesma flexibilidade!
Está-se completamente sujo, podre e pensa-se ir percorrer os céus?
Mas que ignorância!
Nunca ninguém o conseguiu e somente aqueles que apenas tocaram ao de leve esse mundo subterrâneo e que não se enterraram completamente, só esses, sim, é que podem restabelecer a corrente, voltar a subir a encosta e reparar os seus erros.
Mas àqueles que querem ir até ao fundo das experiências mais grosseiras, eu costumo dizer: «Ide, se quiserdes! Tenho curiosidade em ver o que é que fareis depois.»
Nada!
Eles nada poderão fazer; para eles estará tudo acabado, tudo perdido.

Continua


PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.05.2015


 O amor tem vibrações tão poderosas que elas podem agir até sobre as pedras.
Pegai numa pedra, segurai-a na mão durante algum tempo com muito amor, e ela impregnar-se-á com novas vibrações.
É assim que a Ciência Iniciática explica o poder dos talismãs.

Tendes um objecto que vos é estranho: como ele não vibra em sintonia convosco, não pode fazer-vos bem.
Mas, se tentardes conciliar-vos com ele, mudar as suas vibrações, dando-lhe muito amor e muita luz, rodeá-lo-eis de camadas fluídicas formadas pelas vossas emanações.
Então, esse objecto torna-se para vós um talismã, um amigo que agirá favoravelmente sobre os vossos pensamentos, os vossos sentimentos e até sobre a vossa saúde.



terça-feira, 19 de maio de 2015

PERSONALIDADE E INDIVIDUALIDADE (Cont. III)

OS  LIMITES  DO  MUNDO  INFERIOR,
O  INFINITO  DO  MUNDO  SUPERIOR


Conferência improvisada
Se não me acreditais, ide lá verificar as minhas palavras, empenhai-vos nesse caminho e vereis!
É claro, não deveis ficar à espera até ser completamente esmagados, mas experimentai durante uma semana, isso será suficiente: começai, uma semana apenas, a viver em estados desordenados, caóticos, observai-vos bem, e vereis o que se passa!
Constatareis que todas as forças benéficas, luminosas, vos vão deixando progressivamente e que outras completamente opostas se insinuam em vós...
As infelicidades só mais tarde advirão, mas na altura começareis a sentir que algo em vós se torna pesado, que algo entorpece as vossas faculdades, fica turvo, se coagula, que a inspiração vos abandona...
Todas estas sensações são já um aviso de que o espaço se torna mais estreito.

Quando estais retidos no seio de uma multidão, no comboio ou no metropolitano, vós ficais impossibilitados de vos mover, sentis-vos sufocados...
É uma sensação horrível!
Mas depois, quando saís, ah! soltais um suspiro de alívio.
Que alegria respirar livremente!
Pois bem, é necessário ter observado estes factos para descobrir que eles têm a sua correspondência no domínio espiritual.
Toda a gente teve experiências semelhantes, mas quem é que se sabe servir delas para extrair uma conclusão?
Portanto, a partir do momento em que sentis em vós uma espécie de sufocação, algo que vos está a encerrar, deveis interpretá-lo imediatamente e dizer: «Oh! Oh! Estou em vias de me perder, de me afundar, não tomei de facto a direcção conveniente.»
Retomai então o caminho, senão a vida irá perdendo o ritmo a pouco e pouco...
E, após alguns anos, em que é que vos transformais?
É indispensável saber ler estes avisos, decifrar a linguagem da Natureza, observar-se e escolher sempre o que é melhor.
Estou a falar-vos desta maneira porque todos vós já haveis passado por estados deste género, não é verdade?
Pelo menos durante algumas horas, alguns dias, algumas semanas... ou alguns anos.
Sim, todos, mas entre vós poucos há que se tenham apercebido dessa linguagem e a tenham compreendido.
No entanto, ela era clara e precisa, só que não havia intérpretes, porque os pais, os professores, nunca dão este género de instrução.
Só na ciência esotérica, no Ensinamento da Fraternidade Branca Universal se revelam as verdades que vos ajudam a forjar o vosso futuro.
Ide então, analisai-vos, analisai-vos e vereis!
Quantas vezes não haveis tido este género de sensações!
E isso não aconteceu por acaso.
Não havia uma multidão de pessoas no vosso quarto, não estáveis no metropolitano, e no entanto sentíeis-vos arrasados, mortiços, ou então assaltados por uma aflição desconhecida, insólita, ou ainda atingidos por uma fraqueza, sim, uma lassidão quase mortal.
Eis então, a razão de tudo isto: vós deixasteis-vos arrastar...

É sempre possível recuperar, retomar o bom caminho, restabelecer a boa corrente, mas quando a pessoa é muito, muito ignorante, e durante anos faz orelhas moucas a tais advertências, a situação vai piorando pouco a pouco, ela continua a andar para trás, a enterrar-se, e em seguida é como se tivesse caído em areias movediças: quanto mais a pessoa se esforça para sair mais se enterra, porque deixa de ter bases sólidas sob os seus pés.
Se vos aventurais a entrar num pântano infestado de vespas, moscas e mosquitos, todos esses animais se lançarão sobre vós e vos picarão.
É precisamente o que acontece no plano astral, no domínio psíquico: quantos insectos, quanta bicharada não vos vem picar!
E vós nem sequer sabeis encontrar o caminho para fugir a eles.
Não é conveniente entrar nessas regiões.
Qual é o interesse de nos irmos aí meter?
Essas creaturas estão em sua casa, têm o direito de se sublevar e de vos gritar: «Então?! Importuno! O que vens aqui cheirar? Isto aqui é o nosso reino!»
Elas perseguem-vos e picam-vos interiormente; e vós já não sabeis onde refugiar-vos.

Devemos encontrar a explicação das dificuldades, dos desalentos, das decepções, das amarguras, no facto de não estarmos a seguir o bom caminho.
Se estivéssemos a ir bem, de acordo com todas as regras, só minúsculas dificuldades poderiam surgir e seria fácil ultrapassá-las.
Mas se nos afastarmos, se perdermos o rumo, para nos ocuparmos de coisas supostamente mais importantes, eis que surgem os dramas e as tragédias.
Portanto, a sabedoria consiste em procurar e encontrar o erro, a imprudência que cometemos.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.05.2015


Quando vos pronunciais sobre alguém, deveis fazê-lo com respeito, com delicadeza, para não prejudicar esse ser ou fazer mal à sua alma, pois uma alma é uma entidade rica e profunda que Deus criou com uma imensa sabedoria e, quando não se tem consideração por ela, age-se como um malfeitor.

Todos aqueles que imaginam que podem impunemente e a propósito de tudo e de nada, pôr o dedo nas fraquezas dos outros para os ridicularizar, só revelam a sua própria miséria interior.
Como é que eles não se apercebem dos efeitos negativos dessa atitude em todo o resto do seu comportamento e até na sua compreensão da existência?
Desse modo, cortam a sua ligação com as correntes harmoniosas da vida e, pouco a pouco, toda a Natureza se fecha para eles.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt

segunda-feira, 18 de maio de 2015

PERSONALIDADE E INDIVIDUALIDADE (Cont.II)

OS  LIMITES  DO  MUNDO  INFERIOR,
O  INFINITO  DO  MUNDO  SUPERIOR

Conferência improvisada
Se as pessoas ao menos soubessem o que é o mundo invisível!
Isto também não quer dizer que todas as creaturas que lá vivem sejam desta natureza, não, somente uma parte delas são assim; existem lá diversas nacionalidades, povos ou tribos, e alguns encarniçam-se com certos homens, tal como os homens se lançam obstinadamente sobre certos animais, para os fazer trabalhar, para os vender ou arrancar~lhe a pele: é a mesma coisa.
Eis uma nova luz que mais tarde será dada a toda a humanidade; neste momento sois vós que beneficiais dela e começais a compreender.
Mas deveis analisar-vos sem cessar e verificar os vossos desejos, os vossos projectos, os vossos pensamentos, as vossas intenções, tal como um joalheiro examina as pedras preciosas autênticas, as extrai e as separa dos simples pedaços de vidro.

Aliás, em certos domínios, os homens agem como se fossem muito sábios...
Toda a gente sabe que na vida existem coisas boas e outras menos boas, uma qualidade superior e uma qualidade inferior: quer se trate de alimentos, de roupa, de flores, de frutos, de objectos ou até de homens.
Agora se há pessoas que acham a pobreza melhor do que a riqueza, que preferem as mulheres feias às bonitas ou que escolhem vestir-se de trapos, é outra coisa; mas eu falo de um modo geral, e em todos os domínios, verifico que as pessoas estabelecem uma distinção entre os graus superiores e os graus inferiores.
Eis porque os Iniciados, baseando-se nesta constatação tão simples, vos dirão que de degrau em degrau se pode ir sucessivamente mais alto e encontrar sempre uma qualidade superior, porque nessa direcção não existem limites.
Quando encontrais um homem inteligente, não podeis dizer-lhe: «Ah! eis o limite supremo da inteligência e do saber», porque podereis sempre encontrar, mais tarde, uma pessoa ainda mais inteligente.
Não podemos estabelecer um limite nem para a inteligência, nem para a beleza, nem para a bondade, nem para o amor: não tem limite, podemos amplificá-los até ao infinito.

E quando nos dirigimos para o pólo oposto, poderemos ir até ao infinito?
Neste caso não, e ireis ver a diferença.
Se quiserdes descer em fealdade, em miséria ou na doença, encontrareis um limite, porque tudo o que é inferior tem um limite.
Pensai, por exemplo, no calor e no frio: grau após grau, pode-se elevar a temperatura de 0ºC até ao infinito, mas não se pode descer abaixo dos -273º.
Como é que isto se explica?
É que as partículas submetidas ao frio encolhem, diminuem, comprimem-se umas contra as outras e não se podem mexer mais, e quando o movimento cessa, é atingido o limite do frio.
Pelo contrário, o calor distende, alarga, dilata as partículas, dá-lhes espaço, deixa-as estender-se, passear, agitar-se: rarefeita, a matéria começa a animar-se de um movimento mais intenso.
Como o espaço é infinito, em parte alguma podemos estabelecer limites.
Se nós vemos limites, é porque ainda não fomos ver e estudar domínios que nos ultrapassam, e então dizemos: «Como vêem, isto é limitado.»
Não, para "cima" não encontraremos limites.
Por isso, eu tirei a seguinte conclusão: o mal não só é limitado quanto ao espaço, mas também quanto ao tempo, pois Deus não lhe concedeu uma duração eterna; ao passo que o bem é ilimitado no tempo e no espaço.
Eis uma diferença que os homens ignoram: eles imaginam que as potências do bem e do mal estão equilibradas.
De modo nenhum!
Se desejais uma conclusão mais justa, ei-la: quando nos elevamos rumo ao pólo positivo, entramos no espaço e no tempo ilimitados, no infinito e na eternidade, e é precisamente esta imensidão que é Deus.
Só Deus é ilimitado, tudo o resto é limitado.
Por conseguinte, não há igualdade de forças entre o Céu e o Inferno, isso é impossível: o mal (ou o diabo) não pode ser posto em paralelo com o bem.

Então que conclusões podemos nós daqui tirar, do ponto de vista moral?
Que todos aqueles que escolheram o caminho descendente da personalidade, das fraquezas, das desordens, escolheram a destruição e a morte.
Pouco a pouco vão desaparecendo, porque estão amarrados, tão apertados no fundo do cone invertido, que já não conseguem mover-se nem respirar.
Ao passo que se seguirem na direcção da individualidade, pelo contrário, tornar-se-ão cada vez maiores, cada vez mais amplos.
Os seres verdadeiramente inteligentes escolhem esta direcção, porque ao subirem, encontram o espaço, a liberdade e um grande número de soluções, o que evita que eles vão de encontro a obstáculos e se quebrem; vivem na alegria, na felicidade, na paz, na poesia.
Enquanto aqueles que se dirigem para baixo se sentem cada vez mais limitados e começam a combater entre si e a extreminar-se para poderem ter um pouco de espaço vital.

Continua