domingo, 29 de março de 2015

O LIVRO DA NATUREZA


 Desde tempos imemoriais que o homem é considerado como um resumo do Universo.
Nos templos antigos, ele era representado como a chave capaz de abrir as portas do Palácio do Grande Rei, porque tudo o que existe no Universo, enquanto matéria e energia, se encontra, em menor grau, no homem.
É por isso que ao Universo se chama "macrocosmos" (grande mundo), e ao homem "microcosmos" (pequeno mundo); e Deus é o nome do Espírito sublime que criou o grande mundo e o pequeno mundo, que os vivifica e mantém a sua existência.

Este microcosmos que o homem é, para viver e se desenvolver é obrigado a permanecer em contacto, em ligação permanente com o macrocosmos, a Natureza; deve fazer trocas ininterruptas com ele, e é a estas trocas que se chama "vida".
A vida não é mais que as trocas ininterruptas entre o homem e a Natureza.
Se estas trocas são entravadas, surgem a doença e a morte.
Tudo o que comemos, bebemos e respiramos é a vida do próprio Deus.
Não existe nada no Cosmos que não seja vivificado, animado pelo Espírito Divino.
Tudo vive, tudo respira, tudo palpita e comunica com esta grande corrente que sai de Deus e que inunda o Universo, desde as estrelas às menores partículas.
São Paulo disse: "Vivemos e movemo-nos em Deus, temos n'Ele a nossa existência".

A troca é a chave da vida.
A saúde ou a doença, a beleza ou a fealdade, a riqueza ou a pobreza, a inteligência ou a estupidez, etc... dependem da maneira como o homem faz trocas.
Tudo é nutrição, respiração, trocas sem fim.
Quando comemos, fazemos trocas no mundo astral; quando pensamos, fazemos trocas no mundo mental.
Por causa da maneira como se alimenta, respiram, etc, muitas pessoas obstruem os canais do seu organismo; a troca normal entre eles e a Natureza deixa de se poder fazer correctamente e elas adoecem.
Acontece o mesmo relativamente ao intelecto e ao coração.
Se o intelecto e o coração não recebem correctamente os pensamentos luminosos e os sentimentos calorosos, se não rejeitam os pensamentos e os sentimentos negativos como se rejeita a cinza e os detritos, periclitam.
Para se sentirem felizes, na plenitude, os humanos devem aprender a fazer trocas correctamente e sobretudo a abrir o seu coração à Natureza, a sentir-se ligados a ela, fazendo parte dela.
Aqueles que abrem o seu coração à corrente divina que atravessa o Universo realizam a troca perfeita e desperta neles um novo intelecto que começa a apreender as questões filosóficas mais subtis.
Se lhes perguntarem: "Sabe que o filósofo tal escreveu o que você está a dizer?"
Não, não sabem, mas não é muito necessário que o saibam.
O que eles conhecem verdadeiramente é a troca, porque a vivem e a sentem.
Fica bem dizer que tal pensador escreveu isto e aquilo, mas é melhor dar provas tiradas da sua própria experiência.
Em vez de ler livros, é preferível ligar-se à única fonte verdadeiramente inesgotável e imortal: a Natureza.
De futuro, é do grande livro da Natureza, onde está tudo inscrito, que devemos aprender a tirar as citações, pois todos os homens perecerão e, dada a sua imperfeição, todos se enganaram, mais ou menos, ao passo que a Natureza será eternamente viva e verídica.

Continua

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