quarta-feira, 11 de março de 2015

AS VANTAGENS DA UNIÃO DOS POVOS

Quantos países grandes, que formam agora uma unidade, eram compostos, ainda não há muito tempo, por Estados separados que se guerreavam!
Um dia compreenderam que era perferível a unidade e, depois de a terem feito, tornaram-se verdadeiras potências.
Mas esta é uma etapa ainda insuficiente, porque cada um destes países, por mais que represente uma potência real, sente que o vizinho lhe faz concorrência: fica inquieto, o outro também, e ambos preparam os seus armamentos.
Então, como quereis que isto acabe?
Eles destruir-se-ão mutuamente.

Todos os países devem compreender pois, que chegou o momento de fazerem uma unidade muito mais vasta, muito mais larga: todos os Estados da terra devem unir-se, e esta unificação, como no organismo humano, produzirá a saúde, o bem-estar, a força.
A humanidade não conseguiu ainda estar bem de saúde.
Ela está doente, está cancerosa, porque a filosofia da separatividade reina por toda a parte.
Cada um trata de trabalhar apenas para o seu país, para a sua família, para si próprio.
Pois bem, esta tendência criará eternamente complicações e guerras, porque nesta divisão haverá sempre interesses de uns ou de outros que serão lesados.
Torna-se agora necessário simplificar as coisas, conseguir convencer os países do mundo inteiro de que, se aceitarem unir-se, todos os humanos viverão muito melhor: ninguém terá falta de nada, todos viverão na abundância e serão livres de viajar, de se encontrar, de se amar, de se regozijar, de criar.

No passado, quando o homem não era capaz de alargar o seu campo de consciência para além dos interesses da sua casta, da sua tribo ou da sua nação, as ideias de separatividade tinham a sua razão de ser.
Mesmo grandes Iniciados, como Moisés, por exemplo, sustentaram a ideia de que era preciso lutar contra os povos estrangeiros, e o próprio Moisés tomava parte nessas guerras.
Naquela época era impossível fazer compreender o amor fraternal e a necessidade de uma família universal.
Mas agora é diferente e, com a rapidez dos meios de comunicação e de informação, a terra tornou-se de repente tão pequena que é altura de os humanos compreenderem que devem suprimir as fronteiras e unir-se para que o mundo inteiro se torne uma só família.
As pessoas combatem-se, mas para defender o quê?
Reparai como todos se encarniçam a defender um estado de coisas que está destinado a desaparecer!
Em breve sentirão vergonha ao descobrir como o seu ponto de vista era limitado.
Todavia, é notório que está a ocorrer nas consciências um imenso trabalho, e ele vai intensificar-se; se não for graças aos adultos, será graças aos jovens.
Porque já se vê como os jovens obrigam os adultos a alargar os seus conceitos, a renunciar ao racismo, ao nacionalismo, à intolerância: eles não podem suportar mais as ideias mesquinhas que estão na origem de todas as guerras.
Sim, vem aí uma juventude que vai revolver tudo no mundo: tanto na Rússia como na América, ela fará uma revolução formidável.
Os dirigentes políticos imaginam, muitas vezes, que o destino de um país está nas suas mãos.
Talvez possam ter essa ilusão durante algum tempo, mas ela não durará muito.
Todos os que acreditaram que tudo dependia deles acabaram mal.
Os tiranos acabam sempre mal: fazem rolar algumas cabeças, mas, depois, um dia, é a deles que acaba por rolar, de uma maneira ou de outra, pois na realidade não são os humanos - por muito poderosos que sejam - que dirigem o destino da humanidade, mas altíssimas Entidades invisíveis que observam e controlam o desenrolar dos acontecimentos.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em
"RUMO  AO  REINO  DA  PAZ"

Colecção Izvor
Edições Prosveta

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