Tudo o que vemos à nossa volta, tudo aquilo de que temos necessidade para viver, tudo o que fazemos, tem um sentido muito profundo.
Mesmo os nossos gestos quotidianos contêm grandes segredos, só que é necessário saber decifrá-los.
O Mestre Peter Deunov dizia: "A Natureza diverte os homens vulgares, ensina os discípulos e, só diante dos sábios é que ela desvenda os seus segredos."
Tudo na Natureza possui uma forma, um conteúdo e um sentido.
A forma é para os homens vulgares, o conteúdo para os discípulos, e o sentido profundo para os sábios, para os Iniciados.
A Natureza é o grande livro que é necessário aprender a ler.
É o grande reservatório cósmico com o qual devemos entrar em ligação.
Como estabelecer esta ligação?
É muito simples: o segredo é o amor.
Se amarmos a Natureza, não para nosso prazer e nossa distracção, mas porque é o grande livro escrito por Deus, brotará em nós uma fonte que lavará todas as nossas impurezas, libertará os canais que estão obstruídos, e far-se-á uma troca graças à qual obteremos a compreensão, o conhecimento.
Logo que o amor se aproxima, os seres e as coisas abrem-se como flores.
Por isso, se amarmos a Natureza, ela falará em nós, pois também nós somos uma parte da Natureza.
Jacob Boehme, um grande místico alemão, era sapateiro...
Um dia - ele merecera sem dúvida tal privilégio numa encarnação anterior - foi subitamente iluminado por uma luz tão intensa que lhe pareceu insuportável: todos os objectos à sua volta se tornaram luminosos.
Aflito, deixou a sua casa e correu para o campo, mas na Natureza foi pior ainda porque as pedras, as árvores, as flores, a erva, tudo era luz e lhe falava através dessa luz!...
Muitos clarividentes e místicos tiveram a mesma experiência e sabem que na Natureza tudo está vivo e cheio de luz.
À medida que alteramos a nossa opinião sobre a Natureza, modificamos o nosso destino.
Se pensarmos que a Natureza é morta, diminuímos a vida em nós; se pensarmos que ela é viva, tudo o que ela contém - pedras, plantas, animais, estrelas - vivifica o nosso ser e aumenta a força do nosso espírito.
terça-feira, 31 de março de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 31.03.2015
O ladrão que se infiltra numa multidão à procura daquilo que possa roubar sente instintivamente quais são as pessoas vigilantes, despertas, e as que estão meio adormecidas.
E qual é o indício para ele?
A luz, pois emana das pessoas despertas uma espécie de claridade e não será a esssas que ele se dirigirá.
Ele procura as que dormitam com os olhos abertos, pois elas, de facto estão mergulhadas numa espécie de escuridão.
Do mesmo modo, as entidades malfazejas do mundo invisível não atacam aqueles em quem sentem luz, pois sabem que serão imediatamente referenciadas e repelidas.
A palavra "vigilância" pertence à mesma família que "velar", "vela", "desperto"*.
Estar desperto significa não dormir.
Mas o que é que nunca deve dormir em nós?
A consciência.
O nosso corpo, esse necessita de sono e não se deve privá-lo dele.
Não dormir é uma coisa e ter a consciência desperta é outra.
Pode-se muito bem não dormir e ter uma consciência sonolenta, assim como se pode dormir mantendo a consciência desperta.
A consciência é como uma lâmpada acesa.
Nos seres muito evoluídos, essa lâmpada nunca se apaga, por isso eles mantêm sempre os espíritos do mal à distância.
*No original, «veiller», «veille», «éveillé».
E qual é o indício para ele?
A luz, pois emana das pessoas despertas uma espécie de claridade e não será a esssas que ele se dirigirá.
Ele procura as que dormitam com os olhos abertos, pois elas, de facto estão mergulhadas numa espécie de escuridão.
Do mesmo modo, as entidades malfazejas do mundo invisível não atacam aqueles em quem sentem luz, pois sabem que serão imediatamente referenciadas e repelidas.
A palavra "vigilância" pertence à mesma família que "velar", "vela", "desperto"*.
Estar desperto significa não dormir.
Mas o que é que nunca deve dormir em nós?
A consciência.
O nosso corpo, esse necessita de sono e não se deve privá-lo dele.
Não dormir é uma coisa e ter a consciência desperta é outra.
Pode-se muito bem não dormir e ter uma consciência sonolenta, assim como se pode dormir mantendo a consciência desperta.
A consciência é como uma lâmpada acesa.
Nos seres muito evoluídos, essa lâmpada nunca se apaga, por isso eles mantêm sempre os espíritos do mal à distância.
*No original, «veiller», «veille», «éveillé».
segunda-feira, 30 de março de 2015
O LIVRO DA NATUREZA (Cont.II)
Um grande Mestre, um grande Iniciado, é um ser que conhece a estrutura do homem e da Natureza, assim como as trocas que deve fazer com ela por intermédio dos seus pensamentos, dos seus sentimentos e dos seus actos.
É por isso que os Orientais dizem que se aprende mais permanecendo cinco minutos junto de um verdadeiro Mestre que frequentando durante vinte anos a melhor Universidade do mundo.
Junto de um Mestre aprende-se a ciência da vida, porque todo o grande Mestre traz em si a verdadeira vida.
A grande diferença entre os estudos que se fazem na Universidade e os que se fazem numa Escola Iniciática está, em que na Universidade aprende-se tudo o que é exterior à vida e, vários anos após esses estudos, continua-se tal e qual como antes, com as mesmas fraquezas, as mesmas imperfeições.
É possível que seja um cientista distinto e célebre, que se tenha aprendido a manipular instrumentos, a fazer citações, a usar correctamente a sua língua e mesmo a ganhar dinheiro, mas as possibilidades de deformar a mentalidade dos outros também aumentaram.
Aqueles que estudam a Ciência Iniciática constatam, pelo contrário, após um certo tempo, uma transformação profunda em si mesmos: o seu discernimento e a sua força moral aumentaram e eles são uma benção para os outros.
Estudar na Universidade é analisar um fruto em laboratório com a ajuda de todos os processos físicos e químicos; é aprender de que elementos se compõem a pele, a polpa, as pevides, o sumo, mas sem provar o fruto, sem nunca o descobrir com a ajuda dos instrumentos naturais que Deus colocou à nossa disposição, sem sentir os seus efeitos.
A Ciência Iniciática talvez não vos ensine nada sobre a composição física do fruto, mas ensinar-vos-á como comê-lo, e pouco depois aperceber-vos-eis de que todos os vossos maquinismos interiores estão em actividade, vivificados, equilibrados.
Nessa altura podereis lançar-vos no estudo do grande livro da Natureza; nele descobrireis os aspectos físicos, químicos, astronómicos, etc., melhor explicados que nas obras dos universitários, e vereis como eles estão relacionados.
É útil aprofundar certas disciplinas, cada uma delas revela-nos um aspecto do Universo e da vida, mas, dada a forma como se estuda actualmente, só se penetra no lado morto das coisas.
Um dia perceber-se-á que é necessário vivificar as ciências, quer dizer, descobri-las em todos os domínios da existência.
Nessa altura, as fórmulas matemáticas, por exemplo, as formas e as propriedades geométricas, falarão uma outra linguagem, e descobrir-se-á que se trata das mesmas leis que regem os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e os nossos actos.
É esta ciência que eu considero a verdadeira ciência.
De momento, conhece-se bastante de astronomia, de anatomia, de matemática... sem ligar estas ciências entre si e sobretudo sem as ligar ao homem, à sua vida.
Dou-vos um exemplo.
Julgais que conheceis as quatro operações: adição, subtracção, multiplicação e divisão.
Mas na realidade, não as conhecereis enquanto não souberdes que o que adiciona em vós é o coração.
O coração só sabe adicionar, ele junta sempre e por vezes mistura tudo.
O que subtrai é o intelecto.
Quanto à multiplicação, ela é a actividade da alma, e a divisão é a do espírito.
Considerai o homem ao longo da sua existência.
Quando é muito pequeno, toca, apanha e leva à boca tudo o que encontra.
A infância é a idade do coração, da primeira operação, a adição.
Quando a criança se torna adolescente, o seu intelecto começa a manifestar-se e começa a rejeitar tudo o que é inútil, pernicioso ou desagradável: subtrai.
Mais tarde, lança-se na multiplicação, é por isso que a sua vida se povoa de mulheres, de crianças, de casas, de sucursais, de aquisições de toda a espécie...
Finalmente, torna-se velho, pensa que brevemente passará para o outro mundo e escreve o seu testamento, onde distribui os seus bens a uns e a outros: divide.
Começa-se por acumular; em seguida, rejeita-se muitas coisas.
O que é bom, deve-se plantá-lo para o multiplicar.
Quem não sabe plantar os pensamentos e os sentimentos não conhece a verdadeira multiplicação, ao passo que quem sabe plantar, em breve vê brotar toda uma colheita e depois pode dividir, quer dizer, distribuir os frutos colhidos.
Na nossa vida somos continuamente colocados perante as quatro operações.
Algo se agita no nosso coração que não conseguimos subtrair; ou o nosso intelecto rejeita um amigo verdadeiro sob o pretexto de que não é um cientista nem tem uma boa posição.
Por vezes multiplicamos o que é mau e pomos de parte o que é bom.
Devemos começar pois, por estudar as quatro operações na própria vida.
Em seguida poder-se-á abordar as potências, as raízes quadradas, os logaritmos... mas actualmente devemos limitar-nos a estudar as quatro operações, pois até ao momento nem sequer aprendemos a adicionar e a subtrair convenientemente.
Por vezes fazemos uma adição com um verdadeiro malfeitor ou subtraímos da nossa cabeça um bom pensamento, um alto ideal, porque a primeira pessoa que aparece diz-nos que com ideias semelhantes é garantido que morreremos de fome.
Continua
É por isso que os Orientais dizem que se aprende mais permanecendo cinco minutos junto de um verdadeiro Mestre que frequentando durante vinte anos a melhor Universidade do mundo.
Junto de um Mestre aprende-se a ciência da vida, porque todo o grande Mestre traz em si a verdadeira vida.
A grande diferença entre os estudos que se fazem na Universidade e os que se fazem numa Escola Iniciática está, em que na Universidade aprende-se tudo o que é exterior à vida e, vários anos após esses estudos, continua-se tal e qual como antes, com as mesmas fraquezas, as mesmas imperfeições.
É possível que seja um cientista distinto e célebre, que se tenha aprendido a manipular instrumentos, a fazer citações, a usar correctamente a sua língua e mesmo a ganhar dinheiro, mas as possibilidades de deformar a mentalidade dos outros também aumentaram.
Aqueles que estudam a Ciência Iniciática constatam, pelo contrário, após um certo tempo, uma transformação profunda em si mesmos: o seu discernimento e a sua força moral aumentaram e eles são uma benção para os outros.
Estudar na Universidade é analisar um fruto em laboratório com a ajuda de todos os processos físicos e químicos; é aprender de que elementos se compõem a pele, a polpa, as pevides, o sumo, mas sem provar o fruto, sem nunca o descobrir com a ajuda dos instrumentos naturais que Deus colocou à nossa disposição, sem sentir os seus efeitos.
A Ciência Iniciática talvez não vos ensine nada sobre a composição física do fruto, mas ensinar-vos-á como comê-lo, e pouco depois aperceber-vos-eis de que todos os vossos maquinismos interiores estão em actividade, vivificados, equilibrados.
Nessa altura podereis lançar-vos no estudo do grande livro da Natureza; nele descobrireis os aspectos físicos, químicos, astronómicos, etc., melhor explicados que nas obras dos universitários, e vereis como eles estão relacionados.
É útil aprofundar certas disciplinas, cada uma delas revela-nos um aspecto do Universo e da vida, mas, dada a forma como se estuda actualmente, só se penetra no lado morto das coisas.
Um dia perceber-se-á que é necessário vivificar as ciências, quer dizer, descobri-las em todos os domínios da existência.
Nessa altura, as fórmulas matemáticas, por exemplo, as formas e as propriedades geométricas, falarão uma outra linguagem, e descobrir-se-á que se trata das mesmas leis que regem os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e os nossos actos.
É esta ciência que eu considero a verdadeira ciência.
De momento, conhece-se bastante de astronomia, de anatomia, de matemática... sem ligar estas ciências entre si e sobretudo sem as ligar ao homem, à sua vida.
Dou-vos um exemplo.
Julgais que conheceis as quatro operações: adição, subtracção, multiplicação e divisão.
Mas na realidade, não as conhecereis enquanto não souberdes que o que adiciona em vós é o coração.
O coração só sabe adicionar, ele junta sempre e por vezes mistura tudo.
O que subtrai é o intelecto.
Quanto à multiplicação, ela é a actividade da alma, e a divisão é a do espírito.
Considerai o homem ao longo da sua existência.
Quando é muito pequeno, toca, apanha e leva à boca tudo o que encontra.
A infância é a idade do coração, da primeira operação, a adição.
Quando a criança se torna adolescente, o seu intelecto começa a manifestar-se e começa a rejeitar tudo o que é inútil, pernicioso ou desagradável: subtrai.
Mais tarde, lança-se na multiplicação, é por isso que a sua vida se povoa de mulheres, de crianças, de casas, de sucursais, de aquisições de toda a espécie...
Finalmente, torna-se velho, pensa que brevemente passará para o outro mundo e escreve o seu testamento, onde distribui os seus bens a uns e a outros: divide.
Começa-se por acumular; em seguida, rejeita-se muitas coisas.
O que é bom, deve-se plantá-lo para o multiplicar.
Quem não sabe plantar os pensamentos e os sentimentos não conhece a verdadeira multiplicação, ao passo que quem sabe plantar, em breve vê brotar toda uma colheita e depois pode dividir, quer dizer, distribuir os frutos colhidos.
Na nossa vida somos continuamente colocados perante as quatro operações.
Algo se agita no nosso coração que não conseguimos subtrair; ou o nosso intelecto rejeita um amigo verdadeiro sob o pretexto de que não é um cientista nem tem uma boa posição.
Por vezes multiplicamos o que é mau e pomos de parte o que é bom.
Devemos começar pois, por estudar as quatro operações na própria vida.
Em seguida poder-se-á abordar as potências, as raízes quadradas, os logaritmos... mas actualmente devemos limitar-nos a estudar as quatro operações, pois até ao momento nem sequer aprendemos a adicionar e a subtrair convenientemente.
Por vezes fazemos uma adição com um verdadeiro malfeitor ou subtraímos da nossa cabeça um bom pensamento, um alto ideal, porque a primeira pessoa que aparece diz-nos que com ideias semelhantes é garantido que morreremos de fome.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 30.03.2015
Só um sentimento de gratidão para com o Céu pode salvar-nos no momento das provações.
Mas como convencer os humanos disso, eles que nem sequer agradecem pelas situações felizes que lhes acontecem?
Contudo, aprender a agradecer ao Céu, inclusive pelas dificuldades e pelas infelicidades, é a melhor maneira de as transformar.
Se, perante uma provação, começais a gritar, a revoltar-vos, senti-la-eis como um peso ainda maior.
Mas se disserdes: «Obrigada, Senhor! Há certamente uma razão para isto me acontecer. Eu ainda tenho muitas coisas a aprender, a compreender, e estes acontecimentos vão servir-me para continuar a melhorar-me, a reforçar-me», sentireis imediatamente que algo se aclara em vós.
É como se tivésseis envolvido as vossas dificuldades com uma película de ouro puro, e encará-las-eis de outro modo.
domingo, 29 de março de 2015
O LIVRO DA NATUREZA
Desde tempos imemoriais que o homem é considerado como um resumo do Universo.
Nos templos antigos, ele era representado como a chave capaz de abrir as portas do Palácio do Grande Rei, porque tudo o que existe no Universo, enquanto matéria e energia, se encontra, em menor grau, no homem.
É por isso que ao Universo se chama "macrocosmos" (grande mundo), e ao homem "microcosmos" (pequeno mundo); e Deus é o nome do Espírito sublime que criou o grande mundo e o pequeno mundo, que os vivifica e mantém a sua existência.
Este microcosmos que o homem é, para viver e se desenvolver é obrigado a permanecer em contacto, em ligação permanente com o macrocosmos, a Natureza; deve fazer trocas ininterruptas com ele, e é a estas trocas que se chama "vida".
A vida não é mais que as trocas ininterruptas entre o homem e a Natureza.
Se estas trocas são entravadas, surgem a doença e a morte.
Tudo o que comemos, bebemos e respiramos é a vida do próprio Deus.
Não existe nada no Cosmos que não seja vivificado, animado pelo Espírito Divino.
Tudo vive, tudo respira, tudo palpita e comunica com esta grande corrente que sai de Deus e que inunda o Universo, desde as estrelas às menores partículas.
São Paulo disse: "Vivemos e movemo-nos em Deus, temos n'Ele a nossa existência".
A troca é a chave da vida.
A saúde ou a doença, a beleza ou a fealdade, a riqueza ou a pobreza, a inteligência ou a estupidez, etc... dependem da maneira como o homem faz trocas.
Tudo é nutrição, respiração, trocas sem fim.
Quando comemos, fazemos trocas no mundo astral; quando pensamos, fazemos trocas no mundo mental.
Por causa da maneira como se alimenta, respiram, etc, muitas pessoas obstruem os canais do seu organismo; a troca normal entre eles e a Natureza deixa de se poder fazer correctamente e elas adoecem.
Acontece o mesmo relativamente ao intelecto e ao coração.
Se o intelecto e o coração não recebem correctamente os pensamentos luminosos e os sentimentos calorosos, se não rejeitam os pensamentos e os sentimentos negativos como se rejeita a cinza e os detritos, periclitam.
Para se sentirem felizes, na plenitude, os humanos devem aprender a fazer trocas correctamente e sobretudo a abrir o seu coração à Natureza, a sentir-se ligados a ela, fazendo parte dela.
Aqueles que abrem o seu coração à corrente divina que atravessa o Universo realizam a troca perfeita e desperta neles um novo intelecto que começa a apreender as questões filosóficas mais subtis.
Se lhes perguntarem: "Sabe que o filósofo tal escreveu o que você está a dizer?"
Não, não sabem, mas não é muito necessário que o saibam.
O que eles conhecem verdadeiramente é a troca, porque a vivem e a sentem.
Fica bem dizer que tal pensador escreveu isto e aquilo, mas é melhor dar provas tiradas da sua própria experiência.
Em vez de ler livros, é preferível ligar-se à única fonte verdadeiramente inesgotável e imortal: a Natureza.
De futuro, é do grande livro da Natureza, onde está tudo inscrito, que devemos aprender a tirar as citações, pois todos os homens perecerão e, dada a sua imperfeição, todos se enganaram, mais ou menos, ao passo que a Natureza será eternamente viva e verídica.
Continua
Nos templos antigos, ele era representado como a chave capaz de abrir as portas do Palácio do Grande Rei, porque tudo o que existe no Universo, enquanto matéria e energia, se encontra, em menor grau, no homem.
É por isso que ao Universo se chama "macrocosmos" (grande mundo), e ao homem "microcosmos" (pequeno mundo); e Deus é o nome do Espírito sublime que criou o grande mundo e o pequeno mundo, que os vivifica e mantém a sua existência.
Este microcosmos que o homem é, para viver e se desenvolver é obrigado a permanecer em contacto, em ligação permanente com o macrocosmos, a Natureza; deve fazer trocas ininterruptas com ele, e é a estas trocas que se chama "vida".
A vida não é mais que as trocas ininterruptas entre o homem e a Natureza.
Se estas trocas são entravadas, surgem a doença e a morte.
Tudo o que comemos, bebemos e respiramos é a vida do próprio Deus.
Não existe nada no Cosmos que não seja vivificado, animado pelo Espírito Divino.
Tudo vive, tudo respira, tudo palpita e comunica com esta grande corrente que sai de Deus e que inunda o Universo, desde as estrelas às menores partículas.
São Paulo disse: "Vivemos e movemo-nos em Deus, temos n'Ele a nossa existência".
A troca é a chave da vida.
A saúde ou a doença, a beleza ou a fealdade, a riqueza ou a pobreza, a inteligência ou a estupidez, etc... dependem da maneira como o homem faz trocas.
Tudo é nutrição, respiração, trocas sem fim.
Quando comemos, fazemos trocas no mundo astral; quando pensamos, fazemos trocas no mundo mental.
Por causa da maneira como se alimenta, respiram, etc, muitas pessoas obstruem os canais do seu organismo; a troca normal entre eles e a Natureza deixa de se poder fazer correctamente e elas adoecem.
Acontece o mesmo relativamente ao intelecto e ao coração.
Se o intelecto e o coração não recebem correctamente os pensamentos luminosos e os sentimentos calorosos, se não rejeitam os pensamentos e os sentimentos negativos como se rejeita a cinza e os detritos, periclitam.
Para se sentirem felizes, na plenitude, os humanos devem aprender a fazer trocas correctamente e sobretudo a abrir o seu coração à Natureza, a sentir-se ligados a ela, fazendo parte dela.
Aqueles que abrem o seu coração à corrente divina que atravessa o Universo realizam a troca perfeita e desperta neles um novo intelecto que começa a apreender as questões filosóficas mais subtis.
Se lhes perguntarem: "Sabe que o filósofo tal escreveu o que você está a dizer?"
Não, não sabem, mas não é muito necessário que o saibam.
O que eles conhecem verdadeiramente é a troca, porque a vivem e a sentem.
Fica bem dizer que tal pensador escreveu isto e aquilo, mas é melhor dar provas tiradas da sua própria experiência.
Em vez de ler livros, é preferível ligar-se à única fonte verdadeiramente inesgotável e imortal: a Natureza.
De futuro, é do grande livro da Natureza, onde está tudo inscrito, que devemos aprender a tirar as citações, pois todos os homens perecerão e, dada a sua imperfeição, todos se enganaram, mais ou menos, ao passo que a Natureza será eternamente viva e verídica.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO
Do reino mineral ao reino humano e para além dele, através das hierarquias angélicas até Deus, a vida manifesta-se com uma intensidade e uma subtileza crescentes.
O que diferencia as criaturas entre elas é a intensidade das vibrações que animam as partículas do seu ser.
Por isso se pode dizer que a sua evolução se mede pela intensidade da sua vida.
Enquanto não tiverem compreendido esta verdade, os humanos vivem ao retardador: os seus pulmões, o seu fígado, o seu coração, o seu cérebro, tudo neles está estagnado, e eles continuamente expostos a perturbações físicas e psíquicas.
Assemelham-se a rodas que giram lentamente: a lama vem colar-se a elas.
Quaisquer que sejam o estado e as condições em que vos encontreis, nunca deveis aceitar a inércia.
Mesmo extenuados, deficientes, doentes, tentai pelo menos fazer um gesto, dar um passo.
E se isso vos é verdadeiramente impossível, tendes o pensamento para imaginar que vos deslocais e agis exactamente como antes.
Direis que, quando se está imobilizado, o pensamento não é uma grande ajuda.
Estais enganados: o trabalho do pensamento, da imaginação, desimpede o caminho, cava um sulco, criando assim as condições favoráveis para um retorno possível à actividade.
O que diferencia as criaturas entre elas é a intensidade das vibrações que animam as partículas do seu ser.
Por isso se pode dizer que a sua evolução se mede pela intensidade da sua vida.
Enquanto não tiverem compreendido esta verdade, os humanos vivem ao retardador: os seus pulmões, o seu fígado, o seu coração, o seu cérebro, tudo neles está estagnado, e eles continuamente expostos a perturbações físicas e psíquicas.
Assemelham-se a rodas que giram lentamente: a lama vem colar-se a elas.
Quaisquer que sejam o estado e as condições em que vos encontreis, nunca deveis aceitar a inércia.
Mesmo extenuados, deficientes, doentes, tentai pelo menos fazer um gesto, dar um passo.
E se isso vos é verdadeiramente impossível, tendes o pensamento para imaginar que vos deslocais e agis exactamente como antes.
Direis que, quando se está imobilizado, o pensamento não é uma grande ajuda.
Estais enganados: o trabalho do pensamento, da imaginação, desimpede o caminho, cava um sulco, criando assim as condições favoráveis para um retorno possível à actividade.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 29.03.2015
sábado, 28 de março de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 28.03.2015
Consciente ou inconscientemente, os homens e as mulheres procuram todos a sua alma gémea.
O que eles não sabem é que, na realidade, a sua alma gémea não é uma entidade diferente deles, é o outro polo do seu ser que vive no Alto, junto de Deus, na perfeição e na plenitude.
Em todas as Iniciações se ensinava os discípulos a re-encontrarem esse outro polo do seu ser, que é o seu Eu superior.
Na Índia, o Jani-yoga ensina métodos graças aos quais o yogui consegue unir-se ao seu Eu superior, pois, por esta união ele une-se a Deus.
Na Grécia, encontra-se esta mesma ideia inscrita no frontão do templo de Delfos: «Conhece-te a ti mesmo».
Mas não se deve esquecer que esta frase tem uma sequência: «... e conhecerás o Universo e os deuses.»
O verdadeiro conhecimento é o resultado da fusão dos dois princípios, masculino e feminino.
É o sentido das palavras do Génesis: «Adão conheceu Eva»...
«Conhece-te a ti mesmo» significa, pois: encontra o outro polo em ti, encontra a tua parte complementar para te unires a ela.
Se sois um homem, o outro polo em vós é o princípio feminino; se sois uma mulher, é o princípio masculino, com o qual procurais fundir-vos na pureza e na luz.
No momento em que ocorre essa fusão, encontrais a vossa verdadeira alma gémea.
O que eles não sabem é que, na realidade, a sua alma gémea não é uma entidade diferente deles, é o outro polo do seu ser que vive no Alto, junto de Deus, na perfeição e na plenitude.
Em todas as Iniciações se ensinava os discípulos a re-encontrarem esse outro polo do seu ser, que é o seu Eu superior.
Na Índia, o Jani-yoga ensina métodos graças aos quais o yogui consegue unir-se ao seu Eu superior, pois, por esta união ele une-se a Deus.
Na Grécia, encontra-se esta mesma ideia inscrita no frontão do templo de Delfos: «Conhece-te a ti mesmo».
Mas não se deve esquecer que esta frase tem uma sequência: «... e conhecerás o Universo e os deuses.»
O verdadeiro conhecimento é o resultado da fusão dos dois princípios, masculino e feminino.
É o sentido das palavras do Génesis: «Adão conheceu Eva»...
«Conhece-te a ti mesmo» significa, pois: encontra o outro polo em ti, encontra a tua parte complementar para te unires a ela.
Se sois um homem, o outro polo em vós é o princípio feminino; se sois uma mulher, é o princípio masculino, com o qual procurais fundir-vos na pureza e na luz.
No momento em que ocorre essa fusão, encontrais a vossa verdadeira alma gémea.
sexta-feira, 27 de março de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 27.03.2015
Encontra-se por todo o mundo imensas pessoas que estão sempre a queixar-se de que foram enganadas, de que abusaram delas, de que as desiludiram.
Porquê?
Porque elas ainda não compreenderam que os humanos só podem corresponder à sua confiança na medida daquilo que são.
Não é porque pensais que podeis esperar deles honestidade, fidelidade, que eles saberão ser honestos e fiéis.
Por isso, é preciso reflectir e estudar bem a questão.
Se não souberdes escolher as pessoas às quais quereis confiar-vos, pedir conselho ou associar-vos, não fiqueis surpreendidos se depois tiverdes surpresas desagradáveis.
Sentis-vos enganados, traídos?
Infelizmente, as pessoas até podiam estar de boa fé; elas limitaram-se a agir com as suas faculdades, as suas possibilidades.
Vós é que deveríeis ter sido mais lúcidos e não depositar as vossas esperanças nelas sem antes ter reflectido.
Porquê?
Porque elas ainda não compreenderam que os humanos só podem corresponder à sua confiança na medida daquilo que são.
Não é porque pensais que podeis esperar deles honestidade, fidelidade, que eles saberão ser honestos e fiéis.
Por isso, é preciso reflectir e estudar bem a questão.
Se não souberdes escolher as pessoas às quais quereis confiar-vos, pedir conselho ou associar-vos, não fiqueis surpreendidos se depois tiverdes surpresas desagradáveis.
Sentis-vos enganados, traídos?
Infelizmente, as pessoas até podiam estar de boa fé; elas limitaram-se a agir com as suas faculdades, as suas possibilidades.
Vós é que deveríeis ter sido mais lúcidos e não depositar as vossas esperanças nelas sem antes ter reflectido.
quinta-feira, 26 de março de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 26.03.2015
A tudo o que é sólido, chamaram terra; a tudo o que é líquido, chamaram água; a tudo o que é gasoso, chamaram ar; a tudo o que é ígneo ou seja, o calor, a luz, chamaram fogo.
Encontramos os quatro elementos nos alimentos que ingerimos todos os dias.
Sim, pois os alimentos apresentam os quatro estados da matéria: sólido, líquido, gasoso e ígneo.
Por isso, cada refeição pode ser uma ocasião para comungar com os Anjos dos quatro elementos: com o Anjo da terra para que ele dê a solidez, a firmeza, ao nosso corpo físico; com o Anjo da água para que ele purifique o nosso coração; com o Anjo do ar para que ele traga a mobilidade, a lucidez, ao nosso intelecto; e, finalmente, com o Anjo do fogo para que ele inflame a nossa alma e o nosso espírito.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
quarta-feira, 25 de março de 2015
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 25.03.2015
Alguém diz: «Como podeis ver, eu estou doente.»
E, com efeito, vê-se que essa pessoa está doente, mas é só uma parte do seu corpo que está afectada.
Se ela falar insistentemente na sua doença, é como se se identificasse com a parte doente e lhe desse a possibilidade de ocupar a totalidade do terreno, não só no plano físico, mas também no plano psíquico.
Uma pessoa que está gravemente doente deve dizer para si própria: «O meu corpo está doente, é certo, mas eu, filho de Deus, centelha divina, não posso estar doente.»
E esta convicção coloca-a acima da sua doença: ela não se identifica com o seu corpo, mas sim com o seu espírito, que vive na luz e na eternidade.
Ao decidir aplicar esta lei da primazia do espírito, ela começará por provocar mudanças na região do pensamento.
Essas mudanças influenciarão depois a região do sentimento, da sensação, que acabarão por se concretizar no plano físico, levando a que haja melhorias e, por vezes, até a cura.
E, com efeito, vê-se que essa pessoa está doente, mas é só uma parte do seu corpo que está afectada.
Se ela falar insistentemente na sua doença, é como se se identificasse com a parte doente e lhe desse a possibilidade de ocupar a totalidade do terreno, não só no plano físico, mas também no plano psíquico.
Uma pessoa que está gravemente doente deve dizer para si própria: «O meu corpo está doente, é certo, mas eu, filho de Deus, centelha divina, não posso estar doente.»
E esta convicção coloca-a acima da sua doença: ela não se identifica com o seu corpo, mas sim com o seu espírito, que vive na luz e na eternidade.
Ao decidir aplicar esta lei da primazia do espírito, ela começará por provocar mudanças na região do pensamento.
Essas mudanças influenciarão depois a região do sentimento, da sensação, que acabarão por se concretizar no plano físico, levando a que haja melhorias e, por vezes, até a cura.
terça-feira, 24 de março de 2015
O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER (Cont.VII)
Então, porque é que os humanos são ainda tão cegos?...
E depois julgam-se fantásticos!
Não, se não conseguem resolver problemas, não têm razões para estar muito orgulhosos.
Pois bem, devem ficar a saber que aquilo que os impede de encontrar a solução é a falta de amor.
Mas eles não acreditam na força do amor.
Crêem na força do intelecto, na força do espírito crítico, e é aí que se enganam, não se deve crer na eficácia dessas coisas, elas até são perigosas.
Que ponham um pouco mais de amor nos seus encontros, nas suas conversas, apenas isso, e imediatamente os problemas serão resolvidos; todos partirão felizes e até admirados por ter sido tão simples.
Já tendes visto duas pessoas a discutir.
Que fazem elas?
Interrompem-se mutuamente, falam ao mesmo tempo e acabam por matar-se.
Sim, porque não se ouviam uma à outra.
Cada uma delas está tão imbuída de si própria que não quer ouvir a outra e, instantes depois, elas enervam-se, não conseguem dominar-se e começam a engalfinhar-se.
Realmente, as pessoas não são psicólogas nem pedagogas.
Se fossem inteligentes, deveriam saber à partida, que seria assim e evitariam chegar a esse ponto.
Um homem inteligente mostra, em primeiro lugar, muito amor, muita benevolência, muita atenção ao que se lhe diz, para despertar na outra pessoa algo de bom, e nessa altura pode resolver-se tudo.
Para terminar, dir-vos-ei que os dirigentes políticos, enquanto não forem instruídos na Ciência Iniciática, cometerão, obrigatoriamente erros.
O público que assiste aos seus debates fica maravilhado e aplaude: «Viu como fulano respondeu ao adversário?
Oh, o que ele lhe disse! Como ele o desancou! Aquilo é que foi magnífico!»
Mas um Iniciado que vê isto não fica maravilhado.
Com cegos tudo pode passar, eles engolem tudo; mas com os Iniciados, não.
Então, não espereis grande coisa da política enquanto os políticos não tiverem estudado a Ciência Iniciática; surgirão cada vez mais dificuldades, choques, mal-emtendidos, para os quais eles não encontrarão soluções.
Sim, sou obrigado a dizer-vos a verdade, ainda que ela não agrade a alguns.
Enquanto não se possuir esta Ciência que diz respeito ao homem, ao Universo e ao Criador, as soluções encontradas serão parciais, momentâneas, passageiras, e produzirão sempre inconvenientes, que não se soube prever.
E depois julgam-se fantásticos!
Não, se não conseguem resolver problemas, não têm razões para estar muito orgulhosos.
Pois bem, devem ficar a saber que aquilo que os impede de encontrar a solução é a falta de amor.
Mas eles não acreditam na força do amor.
Crêem na força do intelecto, na força do espírito crítico, e é aí que se enganam, não se deve crer na eficácia dessas coisas, elas até são perigosas.
Que ponham um pouco mais de amor nos seus encontros, nas suas conversas, apenas isso, e imediatamente os problemas serão resolvidos; todos partirão felizes e até admirados por ter sido tão simples.
Já tendes visto duas pessoas a discutir.
Que fazem elas?
Interrompem-se mutuamente, falam ao mesmo tempo e acabam por matar-se.
Sim, porque não se ouviam uma à outra.
Cada uma delas está tão imbuída de si própria que não quer ouvir a outra e, instantes depois, elas enervam-se, não conseguem dominar-se e começam a engalfinhar-se.
Realmente, as pessoas não são psicólogas nem pedagogas.
Se fossem inteligentes, deveriam saber à partida, que seria assim e evitariam chegar a esse ponto.
Um homem inteligente mostra, em primeiro lugar, muito amor, muita benevolência, muita atenção ao que se lhe diz, para despertar na outra pessoa algo de bom, e nessa altura pode resolver-se tudo.
Para terminar, dir-vos-ei que os dirigentes políticos, enquanto não forem instruídos na Ciência Iniciática, cometerão, obrigatoriamente erros.
O público que assiste aos seus debates fica maravilhado e aplaude: «Viu como fulano respondeu ao adversário?
Oh, o que ele lhe disse! Como ele o desancou! Aquilo é que foi magnífico!»
Mas um Iniciado que vê isto não fica maravilhado.
Com cegos tudo pode passar, eles engolem tudo; mas com os Iniciados, não.
Então, não espereis grande coisa da política enquanto os políticos não tiverem estudado a Ciência Iniciática; surgirão cada vez mais dificuldades, choques, mal-emtendidos, para os quais eles não encontrarão soluções.
Sim, sou obrigado a dizer-vos a verdade, ainda que ela não agrade a alguns.
Enquanto não se possuir esta Ciência que diz respeito ao homem, ao Universo e ao Criador, as soluções encontradas serão parciais, momentâneas, passageiras, e produzirão sempre inconvenientes, que não se soube prever.
PENSAMENTO QUOTIDIANO
Ninguém põe em dúvida que nada é mais belo, mais grandioso, mais essencial do que o amor.
Mas, muitas vezes, misturam-se nele elementos instintivos, passionais, que impedem a sua verdadeira natureza de aparecer.
Já vistes animais recém-nascidos?
Um cãozinho, um vitelinho, um cabritinho, não estão muito limpos, é a mãe que, lambendo-os, os limpa.
E também se dá banho à criança que acabou de nascer.
Pois bem, em relação ao amor deve ser a mesma coisa: o amor é uma criança,, uma criança divina, pois em qualquer forma de amor existe Deus.
Mesmo o amor mais egoísta, mais inferior, mais sensual, contém uma quinta-essência divina.
Se ele está irreconhecível é porque ficou envolvido por demasiados elementos grosseiros, impuros, por causa das regiões pantanosas que o coração do homem o fez atravessar.
Mas purificai-o, reforçai-o, libertai-o, e então sabereis o que é verdadeiramente o amor.
Mas, muitas vezes, misturam-se nele elementos instintivos, passionais, que impedem a sua verdadeira natureza de aparecer.
Já vistes animais recém-nascidos?
Um cãozinho, um vitelinho, um cabritinho, não estão muito limpos, é a mãe que, lambendo-os, os limpa.
E também se dá banho à criança que acabou de nascer.
Pois bem, em relação ao amor deve ser a mesma coisa: o amor é uma criança,, uma criança divina, pois em qualquer forma de amor existe Deus.
Mesmo o amor mais egoísta, mais inferior, mais sensual, contém uma quinta-essência divina.
Se ele está irreconhecível é porque ficou envolvido por demasiados elementos grosseiros, impuros, por causa das regiões pantanosas que o coração do homem o fez atravessar.
Mas purificai-o, reforçai-o, libertai-o, e então sabereis o que é verdadeiramente o amor.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 24.03.2015
segunda-feira, 23 de março de 2015
O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER (Cont.VI)
Todos falam em servir a pátria, mas muitas vezes, isso não passa de palavras; é sobretudo na sua algibeira que pensam, no seu prestígio, no seu poder, e têm botas, unhas e dentes para abrir caminho e chegar ao primeiro lugar.
Ao passo que outros, que são mais competentes mas não têm essas botas nem essas unhas, ficam na sombra.
Eu não sou contra a política, mas para mim a única política válida é a dos Iniciados, que estudaram a natureza humana, as suas forças, as suas fraquezas, as suas necessidades e as condições espirituais, afectivas, morais e económicas em que ela pode expandir-se.
Enquanto não se possuir estes conhecimentos, a política só poderá conduzir a confrontos sangrentos.
E vede: mesmo Karl Marx, que é tão glorificado, tão enaltecido, tão seguido, pois bem, também ele falirá, dentro de algum tempo, com toda a sua companhia.
Sim, porque não se resolve todos os problemas dos humanos pela luta de classes, pela colectivização dos meios de produção, etc.
Lá que Karl Marx foi um génio, é certo, ninguém o pode negar, mas ele não previu tudo, que ele não viveu uma vida divina, que ele não foi um Iniciado, também é certo.
Eu reconheço que é necessário haver pessoas qualificadas em cada domínio da vida económica e social, mas acima de tudo, é necessário que, à cabeça, estejam Iniciados que talvez não saibam nada de tudo isso, mas que conhecem o essencial.
Estais admirados?
Considerai o meu caso, para exemplo.
Não existe na terra um homem que seja tão ignorante como eu no domínio da organização, da economia, das finanças.
Eu não sei nada.
E o que é que sei?
Muito bem, uma coisa.
Uma só, mas essencial: como fazer correr a água, apenas isso.
E depois a água encontrará o seu caminho.
Nessa altura surgirá e desenvolver-se-á toda uma cultura: as plantas, os animais, os homens...
É preciso fazer correr a água, sem se ocupar do resto.
É o que eu faço há anos aqui na Fraternidade: ocupo-me de fazer correr a água, e depois sois vós - sim, vós - que, como as plantas, as aves, as árvores, os animais, os homens, encontrais, cada um, o vosso lugar.
Não me compete a mim encontrar-vos um lugar, não devo ocupar-me disso.
Eu não tenho, pois, qualquer espírito de organização.
Ocupo-me somente da água, porque, se houver água, as coisas organizar-se-ão por elas mesmas.
E esta água é o amor, é a vida!...
Enquanto os homens políticos acreditarem que, para melhorar a situação, basta preparar uma boa organização, criar novas instituições, novas estruturas ou novos postos de trabalho, não chegarão a parte alguma, porque se esqueceram da água!
Tudo o que eles puderem organizar exteriormente revelar-se-á ineficaz enquanto eles não se ocuparem de fazer correr a água.
Por isso, é necessário que haja no topo um ser que possua esta água, este amor, porque nessa altura todos os ramos de todas as actividades saberão como actuar a fim de contribuir para o sucesso do empreendimento.
Pode-se observar muito bem este fenómeno na vida quotidiana!
Vós não sabeis exactamente como agir para concretizar aquilo que tendes a fazer, mas gostais disso, gostais de o fazer, e então conseguis, por causa do vosso amor, porque o vosso amor, esse, sabe desembaraçar-se!
Mas se não tiverdes esse amor, por muito que tenteis, nada feito!
Há mulheres que lêem todos os livros de cozinha e utilizam os melhores ingredientes, mas as refeições que preparam são intragáveis, porque elas não gostam de cozinhar.
Ao passo que outras, sem jamais terem lido uma receita e com alguns ingredientes muito simples, não se sabe como é que elas se arranjaram, mas os seus pratos são suculentos.
Pois bem, é o amor!
É claro que eu não sou propriamente um bebé que não compreende quão complexa deve ser a organização de um país.
Sim, mas para que todo o conjunto funcione, é necessária uma luz, é necessário um amor, é necessário que a água corra, e nessa altura todos serão inspirados e saberão o que devem fazer.
Vede o que se passa numa reunião em que várias pessoas se encontram para decidir sobre um projecto.
Se essas pessoas tiverem amor umas pelas outras, compreender-se-ão, e no fim da reunião tudo estará como deve ser e o projecto realizar-se-á.
Mas se elas vierem sem amor, jamais encontrarão soluções.
É o que acontece frequentemente em muitas assembleias: não há amor, elas reúnem uma vez, duas vezes, três vezes..., dez vezes e, nada sai dessas reuniões, a não ser mal-entendidos, querelas.
Quando se vem verdadeiramente inspirado pelo amor, por vezes bastam cinco minutos para resolver problemas que, sem isso, permanecerão insolúveis durante anos.
Continua
Ao passo que outros, que são mais competentes mas não têm essas botas nem essas unhas, ficam na sombra.
Eu não sou contra a política, mas para mim a única política válida é a dos Iniciados, que estudaram a natureza humana, as suas forças, as suas fraquezas, as suas necessidades e as condições espirituais, afectivas, morais e económicas em que ela pode expandir-se.
Enquanto não se possuir estes conhecimentos, a política só poderá conduzir a confrontos sangrentos.
E vede: mesmo Karl Marx, que é tão glorificado, tão enaltecido, tão seguido, pois bem, também ele falirá, dentro de algum tempo, com toda a sua companhia.
Sim, porque não se resolve todos os problemas dos humanos pela luta de classes, pela colectivização dos meios de produção, etc.
Lá que Karl Marx foi um génio, é certo, ninguém o pode negar, mas ele não previu tudo, que ele não viveu uma vida divina, que ele não foi um Iniciado, também é certo.
Eu reconheço que é necessário haver pessoas qualificadas em cada domínio da vida económica e social, mas acima de tudo, é necessário que, à cabeça, estejam Iniciados que talvez não saibam nada de tudo isso, mas que conhecem o essencial.
Estais admirados?
Considerai o meu caso, para exemplo.
Não existe na terra um homem que seja tão ignorante como eu no domínio da organização, da economia, das finanças.
Eu não sei nada.
E o que é que sei?
Muito bem, uma coisa.
Uma só, mas essencial: como fazer correr a água, apenas isso.
E depois a água encontrará o seu caminho.
Nessa altura surgirá e desenvolver-se-á toda uma cultura: as plantas, os animais, os homens...
É preciso fazer correr a água, sem se ocupar do resto.
É o que eu faço há anos aqui na Fraternidade: ocupo-me de fazer correr a água, e depois sois vós - sim, vós - que, como as plantas, as aves, as árvores, os animais, os homens, encontrais, cada um, o vosso lugar.
Não me compete a mim encontrar-vos um lugar, não devo ocupar-me disso.
Eu não tenho, pois, qualquer espírito de organização.
Ocupo-me somente da água, porque, se houver água, as coisas organizar-se-ão por elas mesmas.
E esta água é o amor, é a vida!...
Enquanto os homens políticos acreditarem que, para melhorar a situação, basta preparar uma boa organização, criar novas instituições, novas estruturas ou novos postos de trabalho, não chegarão a parte alguma, porque se esqueceram da água!
Tudo o que eles puderem organizar exteriormente revelar-se-á ineficaz enquanto eles não se ocuparem de fazer correr a água.
Por isso, é necessário que haja no topo um ser que possua esta água, este amor, porque nessa altura todos os ramos de todas as actividades saberão como actuar a fim de contribuir para o sucesso do empreendimento.
Pode-se observar muito bem este fenómeno na vida quotidiana!
Vós não sabeis exactamente como agir para concretizar aquilo que tendes a fazer, mas gostais disso, gostais de o fazer, e então conseguis, por causa do vosso amor, porque o vosso amor, esse, sabe desembaraçar-se!
Mas se não tiverdes esse amor, por muito que tenteis, nada feito!
Há mulheres que lêem todos os livros de cozinha e utilizam os melhores ingredientes, mas as refeições que preparam são intragáveis, porque elas não gostam de cozinhar.
Ao passo que outras, sem jamais terem lido uma receita e com alguns ingredientes muito simples, não se sabe como é que elas se arranjaram, mas os seus pratos são suculentos.
Pois bem, é o amor!
É claro que eu não sou propriamente um bebé que não compreende quão complexa deve ser a organização de um país.
Sim, mas para que todo o conjunto funcione, é necessária uma luz, é necessário um amor, é necessário que a água corra, e nessa altura todos serão inspirados e saberão o que devem fazer.
Vede o que se passa numa reunião em que várias pessoas se encontram para decidir sobre um projecto.
Se essas pessoas tiverem amor umas pelas outras, compreender-se-ão, e no fim da reunião tudo estará como deve ser e o projecto realizar-se-á.
Mas se elas vierem sem amor, jamais encontrarão soluções.
É o que acontece frequentemente em muitas assembleias: não há amor, elas reúnem uma vez, duas vezes, três vezes..., dez vezes e, nada sai dessas reuniões, a não ser mal-entendidos, querelas.
Quando se vem verdadeiramente inspirado pelo amor, por vezes bastam cinco minutos para resolver problemas que, sem isso, permanecerão insolúveis durante anos.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 23.03.2015
Tal como o sol que espalha a sua luz e o seu calor pelo universo, vós podeis, por intermédio dos vossos pensamentos e dos vossos sentimentos, chegar a todas as regiões do espaço.
Pelo caminho encontrareis uma multidão de criaturas que saudareis e que retribuirão a vossa saudação.
Tomai consciência de que é isso a verdadeira vida: trocas, uma comunicação ininterrupta com milhões de criaturas.
Tornar-se como o sol...
Alimentai este ideal, e que ele assuma em vós uma tal importância que todo o vosso ser seja inflamado, iluminado por ele: pouco a pouco, sentireis crescer em vós todos os germes da vida divina.
Sem insistir, sem sequer pensar nisso, manifestareis o que há de melhor em vós.
O sol, o sol espiritual - é para ele que todo o vosso ser deve encaminhar-se.
Assim que ele brilhar na vossa alma, tornar-vos-eis como a terra na primavera quando toda a natureza ressuscita.
Pelo caminho encontrareis uma multidão de criaturas que saudareis e que retribuirão a vossa saudação.
Tomai consciência de que é isso a verdadeira vida: trocas, uma comunicação ininterrupta com milhões de criaturas.
Tornar-se como o sol...
Alimentai este ideal, e que ele assuma em vós uma tal importância que todo o vosso ser seja inflamado, iluminado por ele: pouco a pouco, sentireis crescer em vós todos os germes da vida divina.
Sem insistir, sem sequer pensar nisso, manifestareis o que há de melhor em vós.
O sol, o sol espiritual - é para ele que todo o vosso ser deve encaminhar-se.
Assim que ele brilhar na vossa alma, tornar-vos-eis como a terra na primavera quando toda a natureza ressuscita.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
domingo, 22 de março de 2015
O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER (Cont.V)
Ide pôr-vos a falar de política onde quer que seja, na rua, no comboio, e vereis: os jovens, os velhos, todos vos darão o seu ponto de vista.
Meu Deus, vivendo uma vida tão limitada, tão pessoal, que ideias poderão eles ter?
E se escutardes os dirigentes dos partidos políticos ouvireis que cada um acusa o outro de trabalhar para a ruína da nação e a infelicidade dos cidadãos, ao passo que ele só pensa na pátria, vive exclusivamente para a pátria.
Será mesmo sincero o que eles dizem, será verdadeiramente no interesse do país e dos compatriotas que eles falam ou é por eles mesmos, para serem eleitos?
Uma vez eleitos, logo se verá!
Infelizmente, só se verá o que já se viu.
É porque ninguém se entende sobre este "interesse do país" que há tantos partidos, e cada vez há mais.
Mas para que servem todas estas divisões?
É preciso ver o conjunto, um fim único a atingir, um fim definitivo, e não deter-se num ponto particular e bater-se por objectivos que em breve serão substituídos por outros.
Eu não digo que todos estão enganados, não; cada um, do seu ponto de vista, tem razão.
Mas, face ao conjunto, todos cometem erros.
Um egoísta que não presta atenção aos interesses dos outros, arranja as coisas de maneira a satisfazer os seus desejos e as suas cobiças e, fatalmente, os outros censuram-no; e ele não compreende, porque para ele tudo era legal, tudo era perfeito, tudo era lógico.
É o que se passa também com os partidos políticos.
Tudo o que eles dizem é absolutamente verdadeiro, lógico, segundo o seu ponto de vista, mas em relação ao ponto de vista da totalidade, ao ponto de vista universal, não é assim tão verdadeiro.
Quando uma criança quer qualquer coisa, está convencida de que ten razão e fica admirada por os pais se oporem aos seus desejos.
Segundo o grau de compreensão a que a criança chegou, o que ela deseja é absolutamente lógico e legítimo!
Mas eis que ela constacta que outras pessoas, más, incompreensivas, lhe põem obstáculos, e fica revoltada.
É exactamente o que se passa com o mundo inteiro.
Cada um puxa a brasa à sua sardinha: «Na minha opinião é assim, na minha opinião é assado»...
Sim, mas este "na minha opinião" é tão limitado!
É preciso, agora, que cada um alargue a sua inteligência e seja capaz não só de julgar as coisas segundo a sua opinião, segundo o seu ponto de vista e os seus desejos individuais, mas também de se colocar na situação dos outros para modificar ou completar esse ponto de vista.
Nessa altura, descobrir-se-á a verdade e ver-se-á que todos têm razão sem terem razão, isto é, têm razão do ponto de vista da sua compreensão, mas não do ponto de vista da colectividade cósmica.
Enquanto o homem não possuir uma consciência ampla e impessoal, verá as coisas segundo ele mesmo, e a "sua" verdade não passará de um pedaço da verdade.
Portanto, todos os partidos políticos se equivocam, porque cada um só vê as coisas do seu ponto de vista.
Se pudessem ver a realidade, não teriam tanto orgulho em si próprios.
Todos aqueles que não tentam chegar a um ponto de vista universal se enganam e, mais dia menos dia, será a própria vida a mostrar-lhe que estavam enganados.
Eu não sou contra a política, mas compreendo-a de uma maneira diferente.
Se se dá o poder a alguém que não conhece a estrutura do ser humano, nem a maneira como ele está ligado a todas as forças cósmicas, como quereis que esse ser possa trazer algo verdadeiramente bom ao seu país?
Se ele não realizou esta ligação em si próprio, como quereis que a realize para uma nação?
Como é que um ignorante poderia instruir os outros, um fraco suportar as cargas dos outros ou um impuro purificá-los?
É impossível!
Pois bem, também é impossível que os políticos façam a felicidade dos outros se não forem instruídos numa Escola Iniciática: aí, ser-lhes-á ensinado que, para se ser um verdadeiro homem político, é preciso, antes de mais, conhecer profundamente o ser humano e a Natureza, respeitar as leis divinas e não ter qualquer ambição, qualquer paixão pessoal.
Continua
Meu Deus, vivendo uma vida tão limitada, tão pessoal, que ideias poderão eles ter?
E se escutardes os dirigentes dos partidos políticos ouvireis que cada um acusa o outro de trabalhar para a ruína da nação e a infelicidade dos cidadãos, ao passo que ele só pensa na pátria, vive exclusivamente para a pátria.
Será mesmo sincero o que eles dizem, será verdadeiramente no interesse do país e dos compatriotas que eles falam ou é por eles mesmos, para serem eleitos?
Uma vez eleitos, logo se verá!
Infelizmente, só se verá o que já se viu.
É porque ninguém se entende sobre este "interesse do país" que há tantos partidos, e cada vez há mais.
Mas para que servem todas estas divisões?
É preciso ver o conjunto, um fim único a atingir, um fim definitivo, e não deter-se num ponto particular e bater-se por objectivos que em breve serão substituídos por outros.
Eu não digo que todos estão enganados, não; cada um, do seu ponto de vista, tem razão.
Mas, face ao conjunto, todos cometem erros.
Um egoísta que não presta atenção aos interesses dos outros, arranja as coisas de maneira a satisfazer os seus desejos e as suas cobiças e, fatalmente, os outros censuram-no; e ele não compreende, porque para ele tudo era legal, tudo era perfeito, tudo era lógico.
É o que se passa também com os partidos políticos.
Tudo o que eles dizem é absolutamente verdadeiro, lógico, segundo o seu ponto de vista, mas em relação ao ponto de vista da totalidade, ao ponto de vista universal, não é assim tão verdadeiro.
Quando uma criança quer qualquer coisa, está convencida de que ten razão e fica admirada por os pais se oporem aos seus desejos.
Segundo o grau de compreensão a que a criança chegou, o que ela deseja é absolutamente lógico e legítimo!
Mas eis que ela constacta que outras pessoas, más, incompreensivas, lhe põem obstáculos, e fica revoltada.
É exactamente o que se passa com o mundo inteiro.
Cada um puxa a brasa à sua sardinha: «Na minha opinião é assim, na minha opinião é assado»...
Sim, mas este "na minha opinião" é tão limitado!
É preciso, agora, que cada um alargue a sua inteligência e seja capaz não só de julgar as coisas segundo a sua opinião, segundo o seu ponto de vista e os seus desejos individuais, mas também de se colocar na situação dos outros para modificar ou completar esse ponto de vista.
Nessa altura, descobrir-se-á a verdade e ver-se-á que todos têm razão sem terem razão, isto é, têm razão do ponto de vista da sua compreensão, mas não do ponto de vista da colectividade cósmica.
Enquanto o homem não possuir uma consciência ampla e impessoal, verá as coisas segundo ele mesmo, e a "sua" verdade não passará de um pedaço da verdade.
Portanto, todos os partidos políticos se equivocam, porque cada um só vê as coisas do seu ponto de vista.
Se pudessem ver a realidade, não teriam tanto orgulho em si próprios.
Todos aqueles que não tentam chegar a um ponto de vista universal se enganam e, mais dia menos dia, será a própria vida a mostrar-lhe que estavam enganados.
Eu não sou contra a política, mas compreendo-a de uma maneira diferente.
Se se dá o poder a alguém que não conhece a estrutura do ser humano, nem a maneira como ele está ligado a todas as forças cósmicas, como quereis que esse ser possa trazer algo verdadeiramente bom ao seu país?
Se ele não realizou esta ligação em si próprio, como quereis que a realize para uma nação?
Como é que um ignorante poderia instruir os outros, um fraco suportar as cargas dos outros ou um impuro purificá-los?
É impossível!
Pois bem, também é impossível que os políticos façam a felicidade dos outros se não forem instruídos numa Escola Iniciática: aí, ser-lhes-á ensinado que, para se ser um verdadeiro homem político, é preciso, antes de mais, conhecer profundamente o ser humano e a Natureza, respeitar as leis divinas e não ter qualquer ambição, qualquer paixão pessoal.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.03.2015
Vós dizeis que sentis dificuldades em meditar.
Porquê?
Porque ainda não compreendestes bem que cada momento da existência não existe isoladamente, está ligado a todos os que o precederam; por isso, deveis estar atentos e preparar as condições para poderdes fazer, quando chegar o momento, um verdadeiro trabalho pelo pensamento.
Admitamos que discutistes com alguém: no dia seguinte, quando quiserdes meditar, não parareis de ruminar as vossas razões de queixa e de pensar em ajustar contas com essa pessoa.
Em vez de vos sentirdes libertos e conseguirdes elevar-vos até às regiões da alma e do espírito, ficareis fixos no chão, ocupados unicamente em continuar as vossas discussões da véspera.
Uma vez por uma razão, outra vez por outra, a mesma história repetir-se-á interminavelmente e assim nunca sabereis meditar.
Portanto, que isto fique bem claro: podeis realizar muitas coisas pelo pensamento, mas só se tomardes consciência de que, como cada momento da vossa vida está ligado àqueles que o precederam, o trabalho do pensamento, como todos os outros, tem de ser preparado.
Porquê?
Porque ainda não compreendestes bem que cada momento da existência não existe isoladamente, está ligado a todos os que o precederam; por isso, deveis estar atentos e preparar as condições para poderdes fazer, quando chegar o momento, um verdadeiro trabalho pelo pensamento.
Admitamos que discutistes com alguém: no dia seguinte, quando quiserdes meditar, não parareis de ruminar as vossas razões de queixa e de pensar em ajustar contas com essa pessoa.
Em vez de vos sentirdes libertos e conseguirdes elevar-vos até às regiões da alma e do espírito, ficareis fixos no chão, ocupados unicamente em continuar as vossas discussões da véspera.
Uma vez por uma razão, outra vez por outra, a mesma história repetir-se-á interminavelmente e assim nunca sabereis meditar.
Portanto, que isto fique bem claro: podeis realizar muitas coisas pelo pensamento, mas só se tomardes consciência de que, como cada momento da vossa vida está ligado àqueles que o precederam, o trabalho do pensamento, como todos os outros, tem de ser preparado.
sábado, 21 de março de 2015
O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER (Cont.IV)
II
Evidentemente, quando se escuta as minhas conferências e se está ao corrente de todos os acontecimentos que se dão actualmente no mundo, acha-se que os assuntos de que eu falo não têm qualquer relação com a actualidade.
As pessoas pensam: «Mas o que é que ele está para ali a dizer?! Se ele soubesse o que se passa na Polónia ou no Líbano ou mesmo em França, não nos falaria de coisas tão insignificantes.»
Ora aí está, ninguém compreende nada porque aquilo de que eu vos falo, pelo contrário, está na base de tudo: são métodos, meios, chaves, para resolver todos os problemas da existência.
Se eu me pusesse a falar-vos dos acontecimentos, de que serviria isso?
Já há tanta gente que fala deles, sem que isso traga soluções!
São apenas constatações, estatísticas, notícias, que jamais servirão para mudar alguma coisa, e só Deus sabe se são exactas!
Por isso, eu deixo todas essas questões para os outros e ocupo-me do essencial, daquilo que será válido eternamente.
O ser humano tem um corpo físico, uma vontade, um coração, um intelecto, uma alma e um espírito, e a questão é esta: como é que ele deve trabalhar com estes elementos com os quais terá sempre de se haver?
Sim, sejam quais forem os acontecimentos, o ser humano será eternamente colocado diante dos mesmos problemas: como pensar, sentir, agir, amar, criar...
Eu escolhi pois, o assunto mais importante: o ser humano.
Os outros não vêem esta importância; perdem tempo e energias com histórias que todos esqueceram pouco tempo depois.
Sim, é extraordinária esta tendência que as pessoas têm para se interessarem sempre por coisas efémeras!
Um novo governo, por exemplo: eis algo de que se ocupam com paixão...
Mas quanto tempo vai durar esse governo?
Alguns meses depois será substituído e eles terão de ocupar-se de um outro.
E os partidos políticos... alguns aparecem e outros desaparecem ou mudam de nome e, se não conhecerdes os seus nomes e os daqueles que estão à sua frente, ficareis muito mal vistos.
Lá que não conheçais nada do mundo divino, isso não tem a menor importância, mas não estar a par das zangas entre os dirigentes políticos, do que eles dizem na televisão, isso é grave...
Mas é miserável, é lamentável, o que é que essas histórias podem realmente trazer aos humanos, para o seu verdadeiro futuro, isto é, para a sua paz, para a sua luz, para a sua imortalidade?
Vós direis: «Mas nós queremos ajudar o nosso país!»
Não podeis ajudá-lo dessa maneira, jamais se pôde ajudar os humanos desse modo.
Imagina-se que se lhes dá alguma ajuda...
Não, não são estas discussões e estas zangas políticas que podem ajudá-los.
Tudo isso jamais trouxe coisa alguma, salvo descontentamentos, fúrias, greves, revoluções.
O que é que a política melhorou?
Os hospitais estão cheios de doentes, os tribunais cheios de processos, e muito em breve será preciso um polícia por habitante.
Encontrareis milhares de pessoas no mundo que colocam a política acima de tudo.
Dia e noite, elas não se ocupam de outra coisa, mas que soluções encontraram elas?
Nenhuma, excepto a de pertencerem a um partido.
Pertencer a um partido, isso sim, é glorioso, é fantástico, toda a glória reside nisso.
Mas esse partido irá realmente resolver os problemas?
Será que ele está no bom caminho, no caminho da verdade?
Ninguém se preocupa com isso.
Uma vez inscrita nesse partido, a pessoa sente-se inchada, forte, segura de si.
Mas muitas vezes este orgulho não dura muito, porque se o partido não alcança a vitória, lá começam os seus membros a desinchar.
Toda a sua glória não passa de uma bola de sabão.
Será que estais de acordo comigo?
Não, não creio.
Bom, como quiserdes.
Mas ficai sabendo que todas estas tendências que se vê manifestarem-se neste momento, são mais ou menos, tendências para a anarquia.
Se as pessoas pudessem dar-se conta do quanto estão afastadas da verdade!
Mas elas gostam de se enganar, de ter ilusões, mesmo que isso não sirva para nada; elas agitam-se para darem a si próprias a impressão de que fazem alguma coisa.
Pelo menos mexem-se, não ficam inactivas.
Há que estar activo, é claro, mas elas que escolham a melhor actividade!
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 21.03.2015
A Primavera é a estação da renovação, o momento em que as energias concentradas na semente se libertam.
Mas, para se libertar, a semente deve primeiro morrer.
Esta morte é a condição para que o germe possa sair e tornar-se raízes, caule, ramos, folhas, flores, frutos...
Até então, a semente é uma criatura inerte, como que congelada,, aguardando boas condições para perpetuar a vida e produzir frutos que, por sua vez, darão novas sementes.
Tal como um cadáver abandonado num túmulo, durante um certo tempo a semente parece definitivamente morta.
Mas na Primavera, com o regresso do calor, por toda a parte onde existem sementes acontece a ressurreição; cada pequeno túmulo abre-se, a pedra é retirada e o germe aparece.
É o sol, com a sua luz e o seu calor a causa dessa ressurreição.
E também para o ser humano que se expôs durante muito tempo à luz e ao calor do sol espiritual, chega, um dia, o momento da ressurreição.
Mas, para se libertar, a semente deve primeiro morrer.
Esta morte é a condição para que o germe possa sair e tornar-se raízes, caule, ramos, folhas, flores, frutos...
Até então, a semente é uma criatura inerte, como que congelada,, aguardando boas condições para perpetuar a vida e produzir frutos que, por sua vez, darão novas sementes.
Tal como um cadáver abandonado num túmulo, durante um certo tempo a semente parece definitivamente morta.
Mas na Primavera, com o regresso do calor, por toda a parte onde existem sementes acontece a ressurreição; cada pequeno túmulo abre-se, a pedra é retirada e o germe aparece.
É o sol, com a sua luz e o seu calor a causa dessa ressurreição.
E também para o ser humano que se expôs durante muito tempo à luz e ao calor do sol espiritual, chega, um dia, o momento da ressurreição.
sexta-feira, 20 de março de 2015
O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER (Cont.III)
Os anais da Ciência Iniciática referem que muitas humanidades desapareceram e que algumas, como por exemplo, a raça dos Atlantes, tinham uma cultura e uma técnica muito mais avançadas do que as nossas.
Elas desapareceram por causa desta tendência da personalidade que impele os seres a quererem dominar e subjugar tudo pela violência.
E, o que é um péssimo presságio para o futuro da humanidade, vê-se esta tendência manifestar-se cada vez mais no mundo actual..
Por toda a parte há Estados ou partidos que querem dominar e esmagar os outros, por toda a parte se fabricam armas cada vez mais numerosas e mortíferas.
Se existe uma indústria onde não há falta de trabalho é justamente a das armas: todos os países as fabricam para seu próprio uso e para as vender aos outros.
Presentemente, a África está cheia de armas que outros países lhe venderam; estes países estão contentes, enriqueceram, mas como é possível eles não pensarem que um dia sofrerão as consequências catastróficas destas vendas de armas?
A Inteligência Cósmica, que vive na eternidade, não se preocupa com mais uma humanidade ou menos uma humanidade.
Já desapareceram tantas outras que, se esta também desaparecer por sua própria culpa, isso não a perturbará muito: com os poucos indivíduos que ficarem, ela preparará uma nova.
Cabe-nos a nós não nos destruirmos.
Se, obstinadamente, tudo fizermos para ser destruídos, a Inteligência Cósmica ficará imperturbável, não intervirá, deixar-nos-á agir nesse sentido.
A humanidade chegou a um grau de desenvolvimento muito elevado, é evidente, e este desenvolvimento deve-o ao intelecto.
Por si mesmo, o intelecto é neutro, não é bem nem mal orientado, mas quando ele é dirigido pela personalidade - o que acontece na maioria dos casos - esta tem nele o meio mais eficaz de realizar os seus projectos mais perniciosos.
Graças ao desenvolvimento extraordinário das faculdades intelectuais, a personalidade conseguiu manifestar cada vez melhor as suas piores tendências: querer açambarcar tudo e suprimir aquilo que lhe resiste.
E quando eu ouço os discursos de alguns representantes dos partidos políticos ou dos sindicatos, digo para comigo: «Meu Deus, mas o que é que eles imaginam! Jamais as suas actividades darão resultados. Porquê? Porque não são exemplos, não são modelos, têm ambições, ideias preconcebidas, neles é a personalidade que governa.»
Vós direis que eles são muito inteligentes, que sabem falar...
É certo, mas isso não basta.
Eles conhecem a política, a História, a economia, mas são dirigidos pela personalidade.
Quando a individualidade vier comandar, então sim, poderão realizar alguma coisa.
Mas terão eles sequer a ideia de que existe neles uma natureza superior que deve tomar tudo em mãos?
Nenhum homem pode tornar-se um bom chefe de governo enquanto tiver impulsos, projectos ditados pela ambição, pelo interesse, pela vaidade ou pelo desejo de vingança...
Nestas condições, jamais ele poderá trazer a felicidade ao seu povo.
Oh! Claro, para deitar poeira nos olhos, a fim de que não se veja os seus verdadeiros motivos, todos encontram frases magníficas, como a questão da salvação da pátria, a felicidade dos homens, uma verdadeira justiça, e assim por diante.
Mas a realidade, eles não podem dizê-la: se eles se apresentassem sinceramente, tal como são, com as suas cobiças, a sua vontade de dominar, ninguém os aceitaria.
Eles sabem-no, e é por isso que intrujam, mentem, enganam.
No passado, sim, homens como Gengis Khan, Átila, Tamerlão, podiam obter tudo o que queriam, mesmo mostrando-se exactamente como eram.
Eram outras épocas, outras mentalidades, e quanto mais um chefe se mostrava cruel, injusto, implacável, mais hipóteses tinha de triunfar.
Mas agora não se pode.
Há que dissimular-se por detrás de objectivos aceitáveis, razoáveis, generosos até, senão está-se perdido.
É por isso que, actualmente, se trabalha para adquirir maneiras convenientes a fim de produzir um bom efeito diante do público, a fim de atrair melhor as vítimas e, uma vez atraídas, hop!, engoli-las.
É fácil: estas vítimas não têm intuição, nem inteligência, nem conhecimentos.
Com alguns métodos e tempo, mesmo um desonesto pode convencer quase seja quem for, com a condição de não mostrar as suas verdadeiras intenções.
Para encontrar seres que tenham objectivos verdadeiramente desinteressados, há que dirigir-se a grandes Iniciados que deram provas, que se purificaram, que sofreram, mas que venceram e triunfaram.
Se não for o caso, mais vale desconfiar um pouco.
Se, num homem, a natureza superior venceu a natureza inferior, podeis ter confiança nele, mas nunca antes.
Antes, o que quer que ele vos diga, desconfiai!
E também em relação a mim, não vos digo que tenhais confiança, que acrediteis, que me sigais.
Digo-vos somente: «Vinde viver comigo, vinde verificar...»
E se, depois de me terdes observado durante meses ou anos, pensardes que podeis confiar, então sereis livres de me seguir.
Mas eu, desde o primeiro dia, jamais vos pedi que me seguísseis.
Continua
Elas desapareceram por causa desta tendência da personalidade que impele os seres a quererem dominar e subjugar tudo pela violência.
E, o que é um péssimo presságio para o futuro da humanidade, vê-se esta tendência manifestar-se cada vez mais no mundo actual..
Por toda a parte há Estados ou partidos que querem dominar e esmagar os outros, por toda a parte se fabricam armas cada vez mais numerosas e mortíferas.
Se existe uma indústria onde não há falta de trabalho é justamente a das armas: todos os países as fabricam para seu próprio uso e para as vender aos outros.
Presentemente, a África está cheia de armas que outros países lhe venderam; estes países estão contentes, enriqueceram, mas como é possível eles não pensarem que um dia sofrerão as consequências catastróficas destas vendas de armas?
A Inteligência Cósmica, que vive na eternidade, não se preocupa com mais uma humanidade ou menos uma humanidade.
Já desapareceram tantas outras que, se esta também desaparecer por sua própria culpa, isso não a perturbará muito: com os poucos indivíduos que ficarem, ela preparará uma nova.
Cabe-nos a nós não nos destruirmos.
Se, obstinadamente, tudo fizermos para ser destruídos, a Inteligência Cósmica ficará imperturbável, não intervirá, deixar-nos-á agir nesse sentido.
A humanidade chegou a um grau de desenvolvimento muito elevado, é evidente, e este desenvolvimento deve-o ao intelecto.
Por si mesmo, o intelecto é neutro, não é bem nem mal orientado, mas quando ele é dirigido pela personalidade - o que acontece na maioria dos casos - esta tem nele o meio mais eficaz de realizar os seus projectos mais perniciosos.
Graças ao desenvolvimento extraordinário das faculdades intelectuais, a personalidade conseguiu manifestar cada vez melhor as suas piores tendências: querer açambarcar tudo e suprimir aquilo que lhe resiste.
E quando eu ouço os discursos de alguns representantes dos partidos políticos ou dos sindicatos, digo para comigo: «Meu Deus, mas o que é que eles imaginam! Jamais as suas actividades darão resultados. Porquê? Porque não são exemplos, não são modelos, têm ambições, ideias preconcebidas, neles é a personalidade que governa.»
Vós direis que eles são muito inteligentes, que sabem falar...
É certo, mas isso não basta.
Eles conhecem a política, a História, a economia, mas são dirigidos pela personalidade.
Quando a individualidade vier comandar, então sim, poderão realizar alguma coisa.
Mas terão eles sequer a ideia de que existe neles uma natureza superior que deve tomar tudo em mãos?
Nenhum homem pode tornar-se um bom chefe de governo enquanto tiver impulsos, projectos ditados pela ambição, pelo interesse, pela vaidade ou pelo desejo de vingança...
Nestas condições, jamais ele poderá trazer a felicidade ao seu povo.
Oh! Claro, para deitar poeira nos olhos, a fim de que não se veja os seus verdadeiros motivos, todos encontram frases magníficas, como a questão da salvação da pátria, a felicidade dos homens, uma verdadeira justiça, e assim por diante.
Mas a realidade, eles não podem dizê-la: se eles se apresentassem sinceramente, tal como são, com as suas cobiças, a sua vontade de dominar, ninguém os aceitaria.
Eles sabem-no, e é por isso que intrujam, mentem, enganam.
No passado, sim, homens como Gengis Khan, Átila, Tamerlão, podiam obter tudo o que queriam, mesmo mostrando-se exactamente como eram.
Eram outras épocas, outras mentalidades, e quanto mais um chefe se mostrava cruel, injusto, implacável, mais hipóteses tinha de triunfar.
Mas agora não se pode.
Há que dissimular-se por detrás de objectivos aceitáveis, razoáveis, generosos até, senão está-se perdido.
É por isso que, actualmente, se trabalha para adquirir maneiras convenientes a fim de produzir um bom efeito diante do público, a fim de atrair melhor as vítimas e, uma vez atraídas, hop!, engoli-las.
É fácil: estas vítimas não têm intuição, nem inteligência, nem conhecimentos.
Com alguns métodos e tempo, mesmo um desonesto pode convencer quase seja quem for, com a condição de não mostrar as suas verdadeiras intenções.
Para encontrar seres que tenham objectivos verdadeiramente desinteressados, há que dirigir-se a grandes Iniciados que deram provas, que se purificaram, que sofreram, mas que venceram e triunfaram.
Se não for o caso, mais vale desconfiar um pouco.
Se, num homem, a natureza superior venceu a natureza inferior, podeis ter confiança nele, mas nunca antes.
Antes, o que quer que ele vos diga, desconfiai!
E também em relação a mim, não vos digo que tenhais confiança, que acrediteis, que me sigais.
Digo-vos somente: «Vinde viver comigo, vinde verificar...»
E se, depois de me terdes observado durante meses ou anos, pensardes que podeis confiar, então sereis livres de me seguir.
Mas eu, desde o primeiro dia, jamais vos pedi que me seguísseis.
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PENSAMENTO QUOTIDIANO - 20.03.2015
Os humanos creem que têm um grande poder sobre eles mesmos: farão qualquer asneira, mas isso não terá qualquer consequência, bastar-lhes-á - pensam eles - um esforço da vontade para ficarem com a consciência tranquila.
Coitados, depressa terão de constactar até onde vai o seu poder!
Se agiram mal, façam o que fizerem, algo neles irá obscurecer-se, esboroar-se, cada vez mais.
Quem quer avançar na vida com segurança deve submeter os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus actos às leis da rectidão, da integridade, do desapego.
Assim que uma destas leis é transgredida, ele perde os seus poderes e só os recupera se reparar os erros que cometeu e retomar o caminho certo.
Reconhece-se um verdadeiro espiritualista porque ele não só toma rapidamente consciência dos seus erros, mas também se apressa a corrigi-los.
É nisto que reside o seu poder: no facto de admitir que se enganou e nos seus esforços para reparar logo que possível a situação.
quinta-feira, 19 de março de 2015
O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER (Cont.II)
O que é triste é que, durante a sua adolescência, muitos têm o desejo de trabalhar para um ideal, de fazer grandes sacrifícios, de se conduzir como cavaleiros: mas, ao fim de algum tempo, pelo contacto com a realidade, sob a pressão daqueles que os rodeiam e que os aconselham a ser "racionais", "inteligentes", eles renunciam, nivelam-se, tornam-se como os outros.
Vê-se isso por toda a parte: as pessoas têm bons desejos, bons impulsos, só que não encontram instrutores, modelos, para as apoiar, as aconselhar e as impedir de voltar atrás, e então, por causa de todos os pequenos inconvenientes, por causa das troças, das zombarias, ao fim de algum tempo tornam-se como as feras que os rodeiam.
Mas suponde que, no futuro, venham a existir criaturas que lutam, que sacrificam tudo para conseguir realizar um ideal sublime; vereis como depois elas serão procuradas, apreciadas, amadas.
E é assim que o Reino de Deus poderá vir à terra.
Se Ele ainda não veio é porque a maioria daqueles que governam no mundo não têm um alto ideal.
Eles não querem fazer figura de estúpidos nem de loucos, alimentando objectivos tão sublimes, percebeis?
Preferem aproveitar-se da situação.
Mas se, um dia, alguns se decidirem a realizar este ideal aconteça o que acontecer, então acreditai, será o verdadeiro poder, a verdadeira luz, a verdadeira beleza.
Só os sábios, os Iniciados, os grandes Mestres que subjugaram a sua personalidade puderam deixar a sua natureza divina manifestar-se e legar à humanidade uma obra inolvidável, eterna, indelével.
Tais seres sempre existiram - a História recorda-no-los -, mas eles são demasiado poucos em comparação com todas essas personalidades que povoam a terra e dão livre curso aos seus instintos inferiores: a cupidez, a hostilidade, a vingança.
Quando semelhantes seres têm responsabilidades políticas num país, não podem deixar de fazer vítimas.
É por causa dessa filosofia da personalidade que as guerras nunca acabarão.
Enquanto os humanos não mudarem de filosofia, jamais poderão ocorrer verdadeiras melhorias: haverá sempre, em alguma parte do mundo, guerras e miséria.
Se o Reino de Deus ainda não veio à terra, é porque todos trabalham para uma política inspirada pela personalidade.
Sim, quando eu analiso os objectivos da política, verifico que eles são sempre medíocres.
Ah! evidentemente, são apresentados com uns quantos adornos, uns quantos ornamentos, para impressionar o grande público.
Mas, na realidade, muitas vezes isso equivale a dizer: «Levanta-te, para eu me sentar no teu lugar!»
São todos iguais!
Mas, pouco a pouco, as pessoas compreenderão que não se pode fazer violinos com qualquer madeira, é preciso encontrar a madeira conveniente.
Sim, os homens políticos devem ser preparados, instruídos nas Escolas Iniciáticas, senão continuarão a arrastar os povos para a catástrofe.
Quais são, realmente, as intenções ocultas de todos esses indivíduos que aparecem em público, que falam, que gesticulam, que fazem discursos retumbantes?
As pessoas atropelam-se para os ouvir e, como não têm qualquer clarividência, ficam embaladas, aplaudem, seguem-nos.
É assim que os cegos são guiados por outros cegos.
Mas vós sabeis o que se diz: «Com cegos a conduzir outros cegos, caem todos no precipício.»
Infelizmente, é sempre demasiado tarde, quando as catástrofes já aconteceram, que se dá conta desta cegueira geral.
Vede o caso de Hitler, de Estaline, e de tantos outros: que carrascos, que montros!
E houve multidões que os seguiram e os aclamaram...
Eu também trabalho para uma política, mas uma política que não é inspirada pela personalidade.
O que é triste é que ainda há muito pouca gente preparada para apreender estas ideias.
Ide falar às pessoas de uma política inspirada pela individualidade, pela generosidade, pelo desinteresse, pela luz: ninguém vos seguirá.
Mas falai-lhes em destruir, em incendiar, e imediatamente isso irá agradar a milhares de pessoas.
Por isso - desculpai que o diga -, os humanos ainda precisam de sofrer.
Sim, não há outra explicação: os humanos ainda precisam de sofrer, e um dia, por causa destes sofrimentos, encontrarão o caminho.
Pensais que eu sou cruel?
Não, sinto-me triste ao dizê-lo, mas os humanos têm necessidade de sofrer para compreender.
A prova está em que, quando se apresenta um enviado do Céu que pode esclarecê-los e ajudá-los, eles não o escutam!
E não só não o escutam, mas ainda o encarceram, o queimam ou o crucificam.
Mas quando se trata de um monstro que vai fazê-los sofrer acolhem-no de braços abertos, aclamam-no e dão-lhe todos os poderes para os destruir.
Estudai a História e vereis que os humanos procuram aqueles que os fazem sofrer.
Continua
Vê-se isso por toda a parte: as pessoas têm bons desejos, bons impulsos, só que não encontram instrutores, modelos, para as apoiar, as aconselhar e as impedir de voltar atrás, e então, por causa de todos os pequenos inconvenientes, por causa das troças, das zombarias, ao fim de algum tempo tornam-se como as feras que os rodeiam.
Mas suponde que, no futuro, venham a existir criaturas que lutam, que sacrificam tudo para conseguir realizar um ideal sublime; vereis como depois elas serão procuradas, apreciadas, amadas.
E é assim que o Reino de Deus poderá vir à terra.
Se Ele ainda não veio é porque a maioria daqueles que governam no mundo não têm um alto ideal.
Eles não querem fazer figura de estúpidos nem de loucos, alimentando objectivos tão sublimes, percebeis?
Preferem aproveitar-se da situação.
Mas se, um dia, alguns se decidirem a realizar este ideal aconteça o que acontecer, então acreditai, será o verdadeiro poder, a verdadeira luz, a verdadeira beleza.
Só os sábios, os Iniciados, os grandes Mestres que subjugaram a sua personalidade puderam deixar a sua natureza divina manifestar-se e legar à humanidade uma obra inolvidável, eterna, indelével.
Tais seres sempre existiram - a História recorda-no-los -, mas eles são demasiado poucos em comparação com todas essas personalidades que povoam a terra e dão livre curso aos seus instintos inferiores: a cupidez, a hostilidade, a vingança.
Quando semelhantes seres têm responsabilidades políticas num país, não podem deixar de fazer vítimas.
É por causa dessa filosofia da personalidade que as guerras nunca acabarão.
Enquanto os humanos não mudarem de filosofia, jamais poderão ocorrer verdadeiras melhorias: haverá sempre, em alguma parte do mundo, guerras e miséria.
Se o Reino de Deus ainda não veio à terra, é porque todos trabalham para uma política inspirada pela personalidade.
Sim, quando eu analiso os objectivos da política, verifico que eles são sempre medíocres.
Ah! evidentemente, são apresentados com uns quantos adornos, uns quantos ornamentos, para impressionar o grande público.
Mas, na realidade, muitas vezes isso equivale a dizer: «Levanta-te, para eu me sentar no teu lugar!»
São todos iguais!
Mas, pouco a pouco, as pessoas compreenderão que não se pode fazer violinos com qualquer madeira, é preciso encontrar a madeira conveniente.
Sim, os homens políticos devem ser preparados, instruídos nas Escolas Iniciáticas, senão continuarão a arrastar os povos para a catástrofe.
Quais são, realmente, as intenções ocultas de todos esses indivíduos que aparecem em público, que falam, que gesticulam, que fazem discursos retumbantes?
As pessoas atropelam-se para os ouvir e, como não têm qualquer clarividência, ficam embaladas, aplaudem, seguem-nos.
É assim que os cegos são guiados por outros cegos.
Mas vós sabeis o que se diz: «Com cegos a conduzir outros cegos, caem todos no precipício.»
Infelizmente, é sempre demasiado tarde, quando as catástrofes já aconteceram, que se dá conta desta cegueira geral.
Vede o caso de Hitler, de Estaline, e de tantos outros: que carrascos, que montros!
E houve multidões que os seguiram e os aclamaram...
Eu também trabalho para uma política, mas uma política que não é inspirada pela personalidade.
O que é triste é que ainda há muito pouca gente preparada para apreender estas ideias.
Ide falar às pessoas de uma política inspirada pela individualidade, pela generosidade, pelo desinteresse, pela luz: ninguém vos seguirá.
Mas falai-lhes em destruir, em incendiar, e imediatamente isso irá agradar a milhares de pessoas.
Por isso - desculpai que o diga -, os humanos ainda precisam de sofrer.
Sim, não há outra explicação: os humanos ainda precisam de sofrer, e um dia, por causa destes sofrimentos, encontrarão o caminho.
Pensais que eu sou cruel?
Não, sinto-me triste ao dizê-lo, mas os humanos têm necessidade de sofrer para compreender.
A prova está em que, quando se apresenta um enviado do Céu que pode esclarecê-los e ajudá-los, eles não o escutam!
E não só não o escutam, mas ainda o encarceram, o queimam ou o crucificam.
Mas quando se trata de um monstro que vai fazê-los sofrer acolhem-no de braços abertos, aclamam-no e dão-lhe todos os poderes para os destruir.
Estudai a História e vereis que os humanos procuram aqueles que os fazem sofrer.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 19.03.2015
Há pessoas que creem que Deus ou certos espíritos celestes lhes falam e apressam-se a ir referir isso a toda a gente.
É claro que se pode sempre ir contar o que se quer, mas há critérios irrefutáveis para reconhecer se a voz que eles dizem ter ouvido vinha verdadeiramente do Céu ou se se trata somente de elucubrações.
E eu vou dizer-vos quais são esses critérios.
Primeiro, conseguir distinguir claramente o caminho a seguir e avançar firmemente por esse caminho.
Depois estar cada vez mais aberto aos outros para os compreender, para os amar, para os ajudar, e sentir-se a cada instante, pleno de reconhecimento para com o Senhor.
Finalmente, ter uma vontade livre para realizar, sem entraves, tudo o que é justo, bom e belo.
Aquele que preenche estas três condições pode estar certo de que, com efeito, a voz que ele ouviu (enfim, digamos assim...) vinha realmente do Céu.
Mas por que é que ele há-de ir falar disso por toda a parte?
Não é necessário.
É claro que se pode sempre ir contar o que se quer, mas há critérios irrefutáveis para reconhecer se a voz que eles dizem ter ouvido vinha verdadeiramente do Céu ou se se trata somente de elucubrações.
E eu vou dizer-vos quais são esses critérios.
Primeiro, conseguir distinguir claramente o caminho a seguir e avançar firmemente por esse caminho.
Depois estar cada vez mais aberto aos outros para os compreender, para os amar, para os ajudar, e sentir-se a cada instante, pleno de reconhecimento para com o Senhor.
Finalmente, ter uma vontade livre para realizar, sem entraves, tudo o que é justo, bom e belo.
Aquele que preenche estas três condições pode estar certo de que, com efeito, a voz que ele ouviu (enfim, digamos assim...) vinha realmente do Céu.
Mas por que é que ele há-de ir falar disso por toda a parte?
Não é necessário.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
www.prosveta.com
www.publicacoesmaitreya.pt
quarta-feira, 18 de março de 2015
O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER
I
O ser humano é feito de duas naturezas (digamos assim, para simplificar): uma natureza inferior, a que chamámos "personalidade", e uma natureza superior, a que chamámos "individualidade".
Quando a individualidade domina nele, o homem pode fazer um bem imenso ao mundo inteiro, ao passo que se ele se deixa conduzir pela personalidade, que é egocêntrica, ávida, cruel, não pode deixar de prejudicar os outros.
Infelizmente, por toda a parte é a personalidade que ocupa o primeiro lugar: nas famílias, onde se vê a mulher a puxar sempre a brasa à sua sardinha e o marido a fazer outro tanto... na sociedade, onde cada um procura a brir caminho a despeito dos outros...
Na política, na economia, na arte, por toda a parte, é a personalidade que se exprime, que se impõe, que fulmina.
Mas os humanos não têm critérios suficientes para analisar a origem das suas exigências e das suas reivindicações.
Quantas vezes eles têm experimentado mudanças e até revoluções!
Mas a situação não melhorou.
E porque é que não melhorou?
Porque estas revoluções não foram feitas por pessoas com vontade de se separar das suas tendências inferiores.
E enquanto não houver uma melhoria nas suas mentalidades, quaisquer que sejam as reformas que elas encarem, nenhuma situação poderá realmente melhorar.
Só quando elas saírem do pequeno círculo dos seus apetites e das suas cobiças é que as mudanças que fizerem serão verdadeiras melhorias.
Até lá, ainda que todos os homens políticos utilizem cada vez mais a palavra "mudança", continuar-se-á a assistir aos mesmos esforços encarniçados de uma quantidade de ambiciosos para disputar os lugares que lhes darão mais poderes e mais dinheiro.
Eles não se preparam para assumir a tarefa grandiosa que lhes cabe, não trabalham para se tornar mais desinteressados, mais nobres, mais senhores de si... modelos!
Isso não lhes interessa.
Para que serviria melhorarem-se?
Não é disso que eles sentem necessidade.
Eles sentem necessidade de lugares para terem poderes, para saciarem as suas paixões, os seus desejos de conquista, de domínio, de vingança.
Por isso é que o mundo nunca mais encontra paz!
Na realidade, a sociedade actual é tão pouco esclarecida que encoraja todas as tendências inferiores dos seus membros.
Mesmo os pais são tão ignorantes que julgam que educam os filhos incentivando-os a obter favores e privilégios por meios mais ou menos ilícitos.
Para eles, a educação é isso.
Em vez de lhes dizerem: «Prepara-te! Se um dia tiveres responsabilidades, deverás mostrar-te à altura do teu cargo e jamais te comprometer», não, eles dão-lhes os conselhos mais desonestos e regozijam-se com os seus sucessos, mesmo que eles não os mereçam.
As pessoas pretendem sempre triunfar no plano material, e como para lá chegar são obrigadas a empregar os calculismos, a astúcia, a violência, acabam por destruir tudo o que tinham de bom no seu carácter.
Vós direis: «Sim, mas se nos conduzirmos segundo os seus conselhos, se nos formos preparar assim para nos tornarmos um modelo, as condições no mundo são tais que ficaremos por aí, desconhecidos, obscuros, no mais baixo da escala.»
Que sabeis vós das grandes leis espirituais, para tirardes semelhantes conclusões?
Quando vos tornardes verdadeiramente um modelo, um sol, ainda que não o queirais, ainda que o recuseis, os outros virão pegar em vós à força e colocar-vos-ão no topo para os dirigirdes e os guiardes!...
Se isso não acontece, é porque não o mereceis: não estais em condições; portanto, não tendes razões para protestar.
Os humanos aspiram à verdadeira luz, à verdadeira ciência, ao verdadeiro poder, têm necessidade disso, procuram isso, mas como todos aqueles com quem convivem não são modelos lá muito impecáveis, eles recorrem à desonestidade e à violência para triunfar a todo o custo.
Interiormente, todos aspiram ao que é nobre, sublime, mas como não o encontram e se vêem rodeados de malfeitores e de gananciosos, perdem a coragem e começam a imitá-los, adaptando esta filosofia tão difundida: «Fazei o bem e pagar-vos-ão com o mal»...
«Se se é honesto, morre-se de fome»...
«O homem é um lobo para o homem»...
Então, cada vez mais, todos se nivelam, todos se afinizam com as criaturas mais inferiores.
Continua
PENSAMENTO QUOTIDIANO
Num casal, mesmo que o homem e a mulher tenham o desejo de progredir espiritualmente, é raro ambos conseguirem caminhar exactamente ao mesmo ritmo.
Portanto, para equilibrar a situação, aquele ou aquela que caminha mais depressa deve mostrar paciência e bondade, diminuindo um pouco o seu grande desejo de avançar, para não perder o outro pelo caminho.
Ninguém se deve esquecer do companheiro ou da companheira que tem dificuldades em o seguir e também não serve de nada criticá-lo.
Era antes de se ter ligado a esse ser que se deveria ter tido a preocupação de perceber quais eram as suas possibilidades, as suas aspirações, e não se comprometer com ele se não se sentisse em sintonia.
Agora é demasiado tarde para pôr tudo em questão.
Só há um caso em que tendes o direito de avançar livremente, é quando, durante muito tempo, destes provas da vossa bondade, da vossa paciência, quando fizestes sacrifícios para que o vosso parceiro (ou a vossa parceira) possa seguir-vos, mas ele (ou ela) não tem isso em conta.
Nesse caso, não sois obrigados a abrandar o vosso movimento.
Mas se ele (ou ela) faz esforços, não tendes o direito de o (ou a) abandonar pelo caminho.
OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV - 18.03.2015
terça-feira, 17 de março de 2015
PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DA PAZ (Cont. V)
A maior parte dos humanos só se interessa pelo que é passageiro, ilusório, e lhes trará decepções e desgostos.
Mas é-lhes difícil compreender isso.
Para o compreender é necessário sofrer, sofrer, ficar decepcionado...
É necessário chegar bem ao fundo, ao desespero, para se compreender que aquilo que se desejava, não trazia nem a paz, nem a plenitude, nem a glória, nem o poder. nada.
Mas é impossível explicar isto a todos os que são ainda muito jovens.
É preciso ser idoso, muito idoso interiormente ou exteriormente, para se ligar somente às riquezas eternas.
Os que são jovens ainda brincam com as bonecas, os soldados de chumbo e os castelos de areia; a sua idade não lhes permite preocuparem-se com questões sérias, mas quando amadurecem, abandonarão tudo por realizações grandiosas e conhecerão a paz.
A paz apenas se instala quando todas as células se puserem a vibrar em uníssono com uma ideia sublime e desinteressada.
É por isso que os sábios têm razão ao dizer que não podeis conhecer a paz enquanto não introduzirdes nas vossas células, em todo o vosso ser, pensamentos de amor, isto é, a misericórdia, a generosidade, o perdão, a abnegação.
Não podeis, porque só estes pensamentos trazem a paz.
Quando tendes alguma coisa a censurar ao vosso vizinho, quando não conseguis perdoar-lhe e matais a cabeça tentando descobrir um modo de vos vingardes... ou então, se alguém vos pediu dinheiro emprestado e estais sempre a pensar que ele tem de vo-lo devolver, não podeis ter paz; estes pensamentos são demasiado pessoais, demasiado egoístas.
E mesmo que estejais tranquilos por alguns minutos, por algumas horas, isso não é ainda a paz, é um pouco de repouso, uma acalmia (mesmo os maus podem ter esta paz), e em seguida sois novamente surpreendidos pelos vossos tormentos e angústias.
A verdadeira paz é um estado espiritual que não se pode perder depois de se o ter obtido.
Quando tendes o desejo de cumprir a vontade de Deus, isto é, de vos tornardes um benfeitor da humanidade, de amar todos os homens, de os servir, de lhes perdoar, esta ideia faz vibrar em uníssono todas as partículas do vosso ser e nesse momento podeis experimentar a paz.
E essa paz, quando conseguirdes obtê-la, seguir-vos-á por toda a parte: havei-la sentido ontem, hoje ela mantém-se todo o dia... e no dia seguinte, logo ao despertar, de novo ela vos espera.
Ficais admirados ao constactar que nem sequer tendes necessidade de fazer esforços para a encontrar.
Antes, para vos acalmar, éreis obrigados a concentrar-vos durante muito tempo, a orar, a cantar ou até a tomar alguns tranquilizantes; agora isso já não é necessário, a paz está sempre presente em vós.
Trabalhai pois, durante muito tempo sobre esta ideia de amar, de fazer o bem, de tudo perdoar... até ela se tornar tão poderosa que impregne todas as vossas células, que começarão a vibrar em uníssono com ela.
Então, a paz não vos deixará mais, e mesmo que alguns acontecimentos venham perturbar-vos, olhando para dentro de vós descobrireis que a paz ainda lá se encontra, apesar de tudo.
Porque já não é como antes, um apaziguamento, uma calma fabricada, imposta, que só dura o tempo dos vossos esforços para a manter...
É um estado que, por assim dizer, faz parte de vós.
Já vistes as feras?
Enquanto o domador está ali, elas fingem que se entendem, mas logo que ele se afasta, lançam-se novamente umas contra as outras para se despedaçar!
E as crianças numa sala de aula?
Enquanto o professor está lá, elas estão sossegadamente nos seus lugares, mas logo que este sai, as crianças agitam-se, gritam e brigam.
Acontece o mesmo com as células do organismo: enquanto fazeis esforços para as dominar, elas aceitam acalmar-se um pouco, mas se vos ausentardes, isto é, se estiverdes a pensar noutra coisa qualquer, os problemas recomeçarão.
É necessário, pois, ocupar-se delas, torná-las sensatas, lavá-las, alimentá-las, como se fossem crianças vossas alunas.
Sim, e quando tiverdes conseguido instruí-las, quando elas souberem fazer muito bem o seu trabalho sem querelas nem discussões, então a paz estará instalada.
Em qualquer caso, não penseis que, pelo facto de mudardes de apartamento, de amigos, de profissão, de livros, de país, de religião... ou de mulher, tereis a paz.
A paz não depende dessas mudanças.
Uma pequenina tranquilidade, umas tréguas, sim, mas logo a seguir, lá onde estiverdes, outros tormentos virão assaltar-vos, porque não compreendestes que a paz depende unicamente de uma mudança na maneira de pensar, de sentir e de agir.
Mudai isso e, ainda que permaneçais nos mesmos lugares, com as mesmas dificuldades, tereis paz.
Porque a paz não depende exclusivamente das condições exteriores, ela vem de dentro e jorra, invade-vos, apesar das turbulências e das trepidações do mundo inteiro.
É como um rio que vem de cima.
E quando possuís esta paz sois capazes de a derramar, de a espalhar, como algo real, vivo; fazeis um trabalho sobre o mundo inteiro, transmitindo esta paz aos outros.
Actualmente há tantas pessoas que dizem que trabalham para a paz no mundo!
Mas, na realidade, elas nada fazem para que esta paz se instale verdadeiramente.
Não passam de palavras...
Criam associações a favor da paz, mas é para se evidenciarem, para serem convidadas, para receberem condecorações; a sua vida não é uma vida para a paz.
Elas nunca pensaram que, em primeiro lugar, são todas as células do seu corpo, todas as partículas do seu ser físico e psíquico, que devem viver segundo as leis da paz e da harmonia a fim de emanarem essa paz para a qual elas dizem que pretendem trabalhar.
Enquanto escrevem sobre a paz, enquanto se reúnem para falar de paz, continuam a alimentar guerra em si próprias, porque estão constantemente prontas a lutar contra uma coisa ou outra.
Que paz podem elas trazer, afinal?
A paz, o homem deve instalá-la primeiro em si próprio, nos seus actos, nos seus sentimentos, nos seus pensamentos.
Só então ele trabalha verdadeiramente para a paz.
Mas é-lhes difícil compreender isso.
Para o compreender é necessário sofrer, sofrer, ficar decepcionado...
É necessário chegar bem ao fundo, ao desespero, para se compreender que aquilo que se desejava, não trazia nem a paz, nem a plenitude, nem a glória, nem o poder. nada.
Mas é impossível explicar isto a todos os que são ainda muito jovens.
É preciso ser idoso, muito idoso interiormente ou exteriormente, para se ligar somente às riquezas eternas.
Os que são jovens ainda brincam com as bonecas, os soldados de chumbo e os castelos de areia; a sua idade não lhes permite preocuparem-se com questões sérias, mas quando amadurecem, abandonarão tudo por realizações grandiosas e conhecerão a paz.
A paz apenas se instala quando todas as células se puserem a vibrar em uníssono com uma ideia sublime e desinteressada.
É por isso que os sábios têm razão ao dizer que não podeis conhecer a paz enquanto não introduzirdes nas vossas células, em todo o vosso ser, pensamentos de amor, isto é, a misericórdia, a generosidade, o perdão, a abnegação.
Não podeis, porque só estes pensamentos trazem a paz.
Quando tendes alguma coisa a censurar ao vosso vizinho, quando não conseguis perdoar-lhe e matais a cabeça tentando descobrir um modo de vos vingardes... ou então, se alguém vos pediu dinheiro emprestado e estais sempre a pensar que ele tem de vo-lo devolver, não podeis ter paz; estes pensamentos são demasiado pessoais, demasiado egoístas.
E mesmo que estejais tranquilos por alguns minutos, por algumas horas, isso não é ainda a paz, é um pouco de repouso, uma acalmia (mesmo os maus podem ter esta paz), e em seguida sois novamente surpreendidos pelos vossos tormentos e angústias.
A verdadeira paz é um estado espiritual que não se pode perder depois de se o ter obtido.
Quando tendes o desejo de cumprir a vontade de Deus, isto é, de vos tornardes um benfeitor da humanidade, de amar todos os homens, de os servir, de lhes perdoar, esta ideia faz vibrar em uníssono todas as partículas do vosso ser e nesse momento podeis experimentar a paz.
E essa paz, quando conseguirdes obtê-la, seguir-vos-á por toda a parte: havei-la sentido ontem, hoje ela mantém-se todo o dia... e no dia seguinte, logo ao despertar, de novo ela vos espera.
Ficais admirados ao constactar que nem sequer tendes necessidade de fazer esforços para a encontrar.
Antes, para vos acalmar, éreis obrigados a concentrar-vos durante muito tempo, a orar, a cantar ou até a tomar alguns tranquilizantes; agora isso já não é necessário, a paz está sempre presente em vós.
Trabalhai pois, durante muito tempo sobre esta ideia de amar, de fazer o bem, de tudo perdoar... até ela se tornar tão poderosa que impregne todas as vossas células, que começarão a vibrar em uníssono com ela.
Então, a paz não vos deixará mais, e mesmo que alguns acontecimentos venham perturbar-vos, olhando para dentro de vós descobrireis que a paz ainda lá se encontra, apesar de tudo.
Porque já não é como antes, um apaziguamento, uma calma fabricada, imposta, que só dura o tempo dos vossos esforços para a manter...
É um estado que, por assim dizer, faz parte de vós.
Já vistes as feras?
Enquanto o domador está ali, elas fingem que se entendem, mas logo que ele se afasta, lançam-se novamente umas contra as outras para se despedaçar!
E as crianças numa sala de aula?
Enquanto o professor está lá, elas estão sossegadamente nos seus lugares, mas logo que este sai, as crianças agitam-se, gritam e brigam.
Acontece o mesmo com as células do organismo: enquanto fazeis esforços para as dominar, elas aceitam acalmar-se um pouco, mas se vos ausentardes, isto é, se estiverdes a pensar noutra coisa qualquer, os problemas recomeçarão.
É necessário, pois, ocupar-se delas, torná-las sensatas, lavá-las, alimentá-las, como se fossem crianças vossas alunas.
Sim, e quando tiverdes conseguido instruí-las, quando elas souberem fazer muito bem o seu trabalho sem querelas nem discussões, então a paz estará instalada.
Em qualquer caso, não penseis que, pelo facto de mudardes de apartamento, de amigos, de profissão, de livros, de país, de religião... ou de mulher, tereis a paz.
A paz não depende dessas mudanças.
Uma pequenina tranquilidade, umas tréguas, sim, mas logo a seguir, lá onde estiverdes, outros tormentos virão assaltar-vos, porque não compreendestes que a paz depende unicamente de uma mudança na maneira de pensar, de sentir e de agir.
Mudai isso e, ainda que permaneçais nos mesmos lugares, com as mesmas dificuldades, tereis paz.
Porque a paz não depende exclusivamente das condições exteriores, ela vem de dentro e jorra, invade-vos, apesar das turbulências e das trepidações do mundo inteiro.
É como um rio que vem de cima.
E quando possuís esta paz sois capazes de a derramar, de a espalhar, como algo real, vivo; fazeis um trabalho sobre o mundo inteiro, transmitindo esta paz aos outros.
Actualmente há tantas pessoas que dizem que trabalham para a paz no mundo!
Mas, na realidade, elas nada fazem para que esta paz se instale verdadeiramente.
Não passam de palavras...
Criam associações a favor da paz, mas é para se evidenciarem, para serem convidadas, para receberem condecorações; a sua vida não é uma vida para a paz.
Elas nunca pensaram que, em primeiro lugar, são todas as células do seu corpo, todas as partículas do seu ser físico e psíquico, que devem viver segundo as leis da paz e da harmonia a fim de emanarem essa paz para a qual elas dizem que pretendem trabalhar.
Enquanto escrevem sobre a paz, enquanto se reúnem para falar de paz, continuam a alimentar guerra em si próprias, porque estão constantemente prontas a lutar contra uma coisa ou outra.
Que paz podem elas trazer, afinal?
A paz, o homem deve instalá-la primeiro em si próprio, nos seus actos, nos seus sentimentos, nos seus pensamentos.
Só então ele trabalha verdadeiramente para a paz.
PENSAMENTO QUOTIDIANO - 17.03.2015
Pegai num punhado de terra, deixai-a ficar por uns momentos na vossa mão e pensai em todos os elementos que foram depositados nela pelo Criador para que a imensidão de plantas e, através delas, todas as criaturas vivas, aí encontrassem a sua subsistência.
Hoje em dia, infelizmente, a maior parte dos frutos e legumes que nós comemos estão impregnados de influências negativas - mesmo sem falarmos dos adubos e dos pesticidas!
Com o tempo, a terra tornou-se um imenso cemitério regado com o sangue dos humanos, impregnado com os seus crimes.
E, inclusivamente, aqueles que a cultivam fazem-no, muitas vezes, sem respeito, sem amor ou até num estado de revolta interior, e os seus pensamentos e sentimentos entram nas sementes e envenenam-nas.
Por ignorância, a humanidade não pára de criar para si própria condições de vida malsãs.
Como seria útil reaprender a arte da agricultura segundo as regras iniciáticas!
Estas regras eram conhecidas e respeitadas em certas civilizações do passado e, actualmente, talvez ainda o sejam um pouco algures no mundo.
Aqueles que procediam segundo essas regras sabiam trabalhar com as energias cósmicas de modo a que as sementes lançadas à terra captassem essas energias e dessem aos legumes e aos frutos o máximo de virtudes nutritivas e curativas.
Hoje em dia, infelizmente, a maior parte dos frutos e legumes que nós comemos estão impregnados de influências negativas - mesmo sem falarmos dos adubos e dos pesticidas!
Com o tempo, a terra tornou-se um imenso cemitério regado com o sangue dos humanos, impregnado com os seus crimes.
E, inclusivamente, aqueles que a cultivam fazem-no, muitas vezes, sem respeito, sem amor ou até num estado de revolta interior, e os seus pensamentos e sentimentos entram nas sementes e envenenam-nas.
Por ignorância, a humanidade não pára de criar para si própria condições de vida malsãs.
Como seria útil reaprender a arte da agricultura segundo as regras iniciáticas!
Estas regras eram conhecidas e respeitadas em certas civilizações do passado e, actualmente, talvez ainda o sejam um pouco algures no mundo.
Aqueles que procediam segundo essas regras sabiam trabalhar com as energias cósmicas de modo a que as sementes lançadas à terra captassem essas energias e dessem aos legumes e aos frutos o máximo de virtudes nutritivas e curativas.
segunda-feira, 16 de março de 2015
PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DA PAZ (Cont.IV)
A paz, a verdadeira paz, é impossível perdê-la.
Podem surgir de tempos a tempos algumas agitações, mas não passam de movimentos superficiais: interiormente, profundamente, a paz está lá.
É como o oceano cuja superfície está sempre agitada pelas vagas e pela espuma, mas longe da superfície, nas profundezas, reina a paz.
Quando conseguirdes introduzir a verdadeira paz em vós, as perturbações que possam ocorrer no exterior já não vos perturbarão, porque vos sentireis protegidos como se estivésseis numa fortaleza.
O Salmo 91 diz: «Pois Tu és o meu refúgio, ó Eterno! Tu fazes do Altíssimo o teu retiro.»
Este alto retiro é o Eu superior.
É quando conseguis atingir este ponto, o cume do vosso ser, que conheceis a paz.
Esta paz é uma sensação divina, inexprimível.
Mas, antes de chegar a este estado, quantas vitórias tereis de alcançar sobre as vossas tendências inferiores!
A paz provém, pois, de uma harmonia, de uma consciência absoluta entre todos os factores e todos os elementos que constituem o ser humano.
Mas acrescentarei ainda isto: esta harmonia só poderá existir quando todos esses elementos estiverem purificados.
Se eles não se harmonizarem é porque neles se introduziram impurezas.
Quando um homem tomou um alimento que não lhe era conveniente, não se sente bem, fica irritável; mas. se ele tomar uma purga, a coisa melhorará muito!
As impurezas destroem a paz.
Por isso, para se obter a paz, a primeira coisa a fazer é trabalhar para se purificar, para eliminar todos os materiais que entravam o bom funcionamento do intelecto, do coração e da vontade.
Um verdadeiro Iniciado compreendeu uma única coisa: que o essencial é tornar-se puro, puro como um lago da montanha, puro como o céu azul, puro como o cristal, puro como a luz do sol...
Com esta pureza ele poderá obter tudo o resto.
É evidente que não se pode realizar tão facilmente a pureza, mas pelo menos, é preciso compreendê-la, em seguida amá-la e desejá-la com todas as fibras do seu ser e, finalmente, tentar realizá-la.
Ficai sabendo que, quando se produzem desordens no vosso corpo físico, no vosso coração ou no vosso pensamento, isso acontece porque absorvestes elementos impuros, e "impuros" pode significar muito simplesmente: estranhos.
As impurezas são materiais indesejáveis, porque são estranhos ao organismo humano.
Estes materiais talvez não sejam impuros em si, mas são considerados impuros porque a sua presença no organismo provoca perturbações.
São, pois, nocivos e, deveis desembaraçar-vos deles.
Se estais doentes ou atormentados é porque permitistes que uma impureza se introduzisse em vós, sob a forma de um pensamento, de um sentimento ou de qualquer outra coisa.
Cada impureza, seja no plano mental, no plano astral ou no plano físico, traz perturbações; e quando digo "perturbações" refiro-me ainda ao mal menor, porque as impurezas podem introduzir também o envenenamento, a intoxicação e até a morte.
É necessário pois, purificar-se em todos os planos: no plano físico pelos banhos, pelas purgas, pelas lavagens, pelo jejum, etc., e no plano psíquico pela oração, pela meditação e outros exercícios espirituais.
Só assim obtereis a verdadeira paz.
Só quando conseguir ter a capacidade de vigilância necessária para manter intacto o seu reino, esse reino que ele próprio representa, é que o homem obterá uma paz estável e duradoura.
E o que será esta paz?
Uma felicidade indescritível, uma sinfonia ininterrupta, um estado de consciência sublime em que todas as células estão banhadas num oceano de luz, nadam nas águas vivas e alimentam-se de ambrósia...
Ele vive então numa tal harmonia que todo o Céu se reflecte nele, e começa a ver todos os esplendores que nunca vira antes, porque estava demasiado perturbado, demasiado agitado, e o seu olhar interior, e mesmo o exterior, não se fixavam nas coisas para as ver.
Só a paz permite ver e compreender a presença das realidades subtis, e é por isso que os Iniciados, que conseguiram experimentar a paz verdadeira, descobrem as maravilhas do Universo
Continua
Podem surgir de tempos a tempos algumas agitações, mas não passam de movimentos superficiais: interiormente, profundamente, a paz está lá.
É como o oceano cuja superfície está sempre agitada pelas vagas e pela espuma, mas longe da superfície, nas profundezas, reina a paz.
Quando conseguirdes introduzir a verdadeira paz em vós, as perturbações que possam ocorrer no exterior já não vos perturbarão, porque vos sentireis protegidos como se estivésseis numa fortaleza.
O Salmo 91 diz: «Pois Tu és o meu refúgio, ó Eterno! Tu fazes do Altíssimo o teu retiro.»
Este alto retiro é o Eu superior.
É quando conseguis atingir este ponto, o cume do vosso ser, que conheceis a paz.
Esta paz é uma sensação divina, inexprimível.
Mas, antes de chegar a este estado, quantas vitórias tereis de alcançar sobre as vossas tendências inferiores!
A paz provém, pois, de uma harmonia, de uma consciência absoluta entre todos os factores e todos os elementos que constituem o ser humano.
Mas acrescentarei ainda isto: esta harmonia só poderá existir quando todos esses elementos estiverem purificados.
Se eles não se harmonizarem é porque neles se introduziram impurezas.
Quando um homem tomou um alimento que não lhe era conveniente, não se sente bem, fica irritável; mas. se ele tomar uma purga, a coisa melhorará muito!
As impurezas destroem a paz.
Por isso, para se obter a paz, a primeira coisa a fazer é trabalhar para se purificar, para eliminar todos os materiais que entravam o bom funcionamento do intelecto, do coração e da vontade.
Um verdadeiro Iniciado compreendeu uma única coisa: que o essencial é tornar-se puro, puro como um lago da montanha, puro como o céu azul, puro como o cristal, puro como a luz do sol...
Com esta pureza ele poderá obter tudo o resto.
É evidente que não se pode realizar tão facilmente a pureza, mas pelo menos, é preciso compreendê-la, em seguida amá-la e desejá-la com todas as fibras do seu ser e, finalmente, tentar realizá-la.
Ficai sabendo que, quando se produzem desordens no vosso corpo físico, no vosso coração ou no vosso pensamento, isso acontece porque absorvestes elementos impuros, e "impuros" pode significar muito simplesmente: estranhos.
As impurezas são materiais indesejáveis, porque são estranhos ao organismo humano.
Estes materiais talvez não sejam impuros em si, mas são considerados impuros porque a sua presença no organismo provoca perturbações.
São, pois, nocivos e, deveis desembaraçar-vos deles.
Se estais doentes ou atormentados é porque permitistes que uma impureza se introduzisse em vós, sob a forma de um pensamento, de um sentimento ou de qualquer outra coisa.
Cada impureza, seja no plano mental, no plano astral ou no plano físico, traz perturbações; e quando digo "perturbações" refiro-me ainda ao mal menor, porque as impurezas podem introduzir também o envenenamento, a intoxicação e até a morte.
É necessário pois, purificar-se em todos os planos: no plano físico pelos banhos, pelas purgas, pelas lavagens, pelo jejum, etc., e no plano psíquico pela oração, pela meditação e outros exercícios espirituais.
Só assim obtereis a verdadeira paz.
Só quando conseguir ter a capacidade de vigilância necessária para manter intacto o seu reino, esse reino que ele próprio representa, é que o homem obterá uma paz estável e duradoura.
E o que será esta paz?
Uma felicidade indescritível, uma sinfonia ininterrupta, um estado de consciência sublime em que todas as células estão banhadas num oceano de luz, nadam nas águas vivas e alimentam-se de ambrósia...
Ele vive então numa tal harmonia que todo o Céu se reflecte nele, e começa a ver todos os esplendores que nunca vira antes, porque estava demasiado perturbado, demasiado agitado, e o seu olhar interior, e mesmo o exterior, não se fixavam nas coisas para as ver.
Só a paz permite ver e compreender a presença das realidades subtis, e é por isso que os Iniciados, que conseguiram experimentar a paz verdadeira, descobrem as maravilhas do Universo
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