sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

OS ESPÍRITOS DAS SETE LUZES (Cont.IV)

A cor vermelha é a mais próxima da terra, e é por esta razão que o chão da nossa sala de refeições e da maior parte das nossas construções está pintado de vermelho, ao passo que a parte superior está pintada de azul.
O céu é azul e a terra é vermelha.
Reparai na relação existente entre as seguintes palavras da língua hebraica: Adam, o primeiro homem; Éden, o lugar onde ele habitava; Adamah, a Terra, e Adom, a cor vermelha.
Portanto, em hebraico, a cor vermelha, a Terra, o homem e o Éden são palavras formadas a partir da mesma raíz.
Eis porque na cabala se dá a Adão o nome de homem vermelho.
Mas o velho Adão deve morrer e ceder o lugar ao homem novo, o Cristo, simbolizado pela cor azul.

Transformar o vermelho em azul, era precisamente esse o trabalho dos alquimistas.
Isso significa que tudo o que no homem é grosseiro, violento e animal, deve ser transformado, sublimado.
O vermelho e o azul são dois polos opostos e, se quiserdes passar de um para outro, perguntai aos alquimistas e eles responder-vos-ão que é preciso trabalhar com o ácido e a base.
Se souberdes trabalhar com estes dois princípios, o masculino e o feminino, podereis mudar as cores, isto é, fazer o azul mudar para vermelho e o vermelho para azul, pondo algumas gotas de ácido ou de base...
A química esclarece, pois, os preceitos da religião, mas os religiosos não o sabem.
E os químicos também não.
Para eles, são fenómenos puramente materiais que não tentam interpretar.
A ciência limita-se a constactar os factos, não procurando nem a sua razão de ser nem o seu significado.
Mas a mim agrada-me interpretar-vo-los.

Somos, portanto, o Adão vermelho que deve dar lugar ao Cristo.
Esta transformação é possível, é o objectivo da religião.
O velho homem, Adão, submetido às paixões (o vermelho), deve dar lugar ao Cristo, ao homem novo (o azul), que vive em verdade, na paz e na harmonia.
Bem-aventurados os que compreendem!
Bem-aventurados os que seguem a luz!

Vou terminar citando-vos de novo estas palavras do Zohar de que gosto muito.
Pronuncio-as muitas vezes interiormente:

«Sete luzes existem no Altíssimo,
e é lá que habita o Ancião dos Anciãos,
o Misterioso dos Misteriosos,
o Oculto dos Ocultos: Ain Soph»...

É magnífico!
Também vós podeis repetir para vós próprios estas palavras, e que se faça luz!
Que todos trabalhem agora sobre a luz, com a luz e para a luz!

OMRAAM  MIKHAËL AÏVANHOV

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