quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O MODELO SOLAR (Cont. V)

Para melhor conhecer a filosofia do Sol, tive um dia um encontro com ele.
Sim, encontrámo-nos... num bar, encomendámos uns aperitivos e, depois eu disse-lhe: «Caro Sol, há algo que eu queria perguntar-te, porque não está ainda muito claro no meu coração.
O que se passa para que sejas tão luminoso? - É que eu ardo de amor, respondeu ele, e o amor faz eclodir a luz. - Mas, explica-me como fazes para continuar a amar e a iluminar os humanos, se tu, melhor que ninguém, vês quanto são perversos?
- Oh, sabes, há muito que decidi não me preocupar em saber como são.
Preocupo-me apenas comigo, e como me agrada derramar o calor do meu amor, continuo, e sou eu que me deleito.
Que os humanos me apreciem ou não, tanto me faz, e aconselho-te a fazer o mesmo, pois se começares  a ter em conta aquilo que os humanos são, nunca conseguirás estar ao pé deles.»
Decidi, então, imitar o Sol e, por essa razão, posso continuar o meu trabalho.
Pois se acreditais que há muitas pessoas que me apreciam e estão aqui para me ajudar, enganais-vos.
Há muitas a quem eu incomodo e que gostariam de desembaraçar-se de mim.
E asseguro-vos que, ao ver quanto alguns são velhacos, maus, interesseiros, ingratos, acho, por vezes, que há razão, realmente, para pegar no chapéu e não me preocupar mais com os humanos.
Mas, felizmente que o Sol lá está e me segreda: «Lembra-te da nossa conversa no bar. - Ah, sim, sim!»
digo eu, e continuo...
E vós, porque não havereis também de imitar o Sol?

É verdade que a ciência já calculou a data da sua morte e, segundo alguns cientistas americanos, ele até já estaria doente!
Na verdade, o Sol possui o segredo de prolongar a sua vida tanto tempo quanto quiser, até à perfeição de toda a sua família.
Sim, porque o Sol tem uma família, uma família que precisa de educar e alimentar: todos os planetas que giram à sua volta são seus filhos, e ele não pode morrer antes de os seus filhos terem atingido a perfeição, quer dizer, antes de eles se terem tornado sóis como ele.
OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em
"Rumo a uma Civilização Solar"

Colecção Izvor
Edições Prosveta



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