domingo, 8 de fevereiro de 2015

O MODELO SOLAR (Cont.II)


 Se quiserdes ter uma influência benéfica nos humanos, entrai todos os dias em contacto com o Sol para dele receberdes algumas partículas que comunicareis aos outros.
O Sol é o único que pode pôr-vos nas melhores disposições relativamente aos humanos.
Enquanto não se tiver este modelo de calor e de luz, cair-se-á em manifestações inferiores.
Reparai no que se passa no mundo: só se vê gente que quer aproveitar-se dos outros, escravizá-los, destruí-los.
Isso não tem nada de glorioso!
Ao passo que o Sol dá-vos a imagem dum ser resplandecente, generoso, e sois influenciados por ela.
Mesmo admitindo que ele não é uma creatura inteligente e razoável no sentido em que habitualmente usamos estes termos, o contacto com a sua luz e o seu calor só pode inspirar-vos pensamentos mais amplos, sentimentos mais fraternais.
É certo que sempre existiram seres excepcionais que se podem tomar como modelos pela sua pureza, bondade, inteligência e honestidade.
Mas a perfeição é outra coisa.
A perfeição supõe o desenvolvimento ideal dos três factores, intelecto, coração e vontade, o que é muito raro.
Existem pessoas extraordinariamente inteligentes e instruídas que não têm nenhum amor pelos outros.
E outras que são plenas de amor, mas não possuem nenhuma vontade, e assim sucessivamente.
A vida não pára de mostrar-nos seres absolutamente notáveis em certos domínios, mas incapazes noutros.
Ao passo que o Sol dá-nos a imagem ideal da perfeição: a sua luz ensina-nos que ele conhece tudo, o seu calor fala-nos do seu amor, e a vida que propaga no Universo revela-nos a sua omnipotência.
Quando o homem quer adquirir conhecimentos, aprender um ofício - tanoeiro ou barbeiro, por exemplo - vai à loja de alguém que exerça essas profissões para ver como é que ele faz os toneis ou como corta a barba.
Mas se quiser aprender como tornar-se imortal, como ter a vida eterna, é aos mortos que vai perguntar!
É assim a inteligência dos humanos: é nos livros dos mortos que vão aprender a vida, não vão junto do Sol!
O Sol serve-lhes somente para se iluminarem, para se aquecerem e, agora, sobretudo para explorar a sua energia, pô-la em garrafas e vendê-la.
Ide dizer a todos esses físicos, a todos esses engenheiros que tomem o Sol por modelo, e eles rir-se-ão na vossa cara!
Porém, vós, se me escutardes, se colocardes o Sol acima de todas as vossas preocupações, vereis como ele pode iluminar-vos, estimular-vos, melhorar-vos.
Mas eu falo, falo, e sei que muitos continuarão a ter como modelo um peralvilhosito ou uma rapariguinha insignificante.
«Mas, então - direis vós -, não devemos amar alguém?»
É claro que sim, mas nesse vosso amor, é precisamente o Sol que deveis tomar como modelo.
Ide junto do Sol, enchei-vos de luz, e depois abraçai, então, o vosso namorado ou a vossa namorada; vereis como será diferente...
Na verdade, seria preferível não o abraçar, mas enfim, se não resistirdes, ao menos fazei-o depois de vos terdes enchido de luz, de calor, de pureza.
Eu nunca vos aconselhei a tomar-me como modelo.
Sempre vos disse que era apenas um mastro indicador.
Eu olho para o Sol e é na direcção do Sol que aponto, para que vos dirijais para ele.
Porque é o Sol que tudo vos dará; quanto a mim, que posso dar-vos?
Posso unicamente conduzir-vos para o Sol, a melhor imagem da perfeição.

Continua

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV
em
"Rumo a uma Civilização Solar"

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