sábado, 21 de fevereiro de 2015

O DRAGÃO ALADO

Em todas as tradições populares, nos contos e mitologias, encontra-se a imagem da serpente ou do dragão, cujo simbolismo é quase idêntico em todas as culturas.
Histórias sem conta falam de um dragão que raptou uma bela princesa inocente e pura, e a guarda prisioneira num castelo.
A pobre princesa chora, padece e suplica ao Céu que lhe mande um salvador.
Mas, uns após outros, os cavaleiros que se apresentam para a libertar acabam por ser vencidos pelo dragão, o qual se apodera das suas riquezas que vai empilhando nos subterrâneos do castelo.
Até que um dia aparece um cavaleiro mais nobre, mais belo e mais puro do que os outros, ao qual um mago tinha revelado o segredo para vencer o dragão: qual o seu ponto fraco, em que momento e de que maneira poderia ser encurralado e ferido...
E eis que este príncipe privilegiado, bem armado e bem instruído, consegue a vitória: liberta a princesa, e que doces beijos eles trocam!
E todos os tesouros guardados desde há séculos no castelo, pertencem agora a este cavaleiro, a este belo príncipe que saíu vitorioso do combate, gaças aos seus conhecimentos e à sua pureza.
Por fim, ambos montados sobre o dragão, que o príncipe conduz, voam pelo espaço e percorrem o mundo.

Estas histórias que, em regra geral, são consideradas como contos para crianças, na realidade são contos iniciáticos, mas, para se poder interpretá-los, é necessário conhecer a ciência dos símbolos.

O dragão não é outra coisa senão a força sexual.
O castelo é o corpo do homem.
No castelo, suspira a princesa, isto é, a alma, que a força sexual mal controlada mantém prisioneira.
O cavaleiro é o ego, o espírito do homem.
As armas de que este se serve para vencer o dragão representam os meios de que o espírito dispõe: a vontade, a ciência para dominar essa força e poder utilizá-la.
Assim, uma vez dominado, o dragão torna-se um servidor do homem, servindo-lhe de montada para viajar no espaço.
É que o dragão tem asas.
É representado com uma cauda de serpente - símbolo das forças subterrâneas - e tem também asas.
Deste modo, tudo se torna claro e simples - é a linguagem dos símbolos.

Existe uma variante desta aventura na história de Teseu, o qual, graças ao fio que Ariana lhe tinha dado, conseguiu orientar-se dentro do labirinto, matar o Minotauro e encontrar a saída.
O MInotauro é uma outra representação da força sexual, o touro potente e prolífico, ou seja, a natureza inferior que tem de ser jungida ao arado para que trabalhe a terra como um boi.
O labirinto tem o mesmo significado que o castelo, é o corpo físico, e Ariana representa a alma superior que conduz o homem a caminho da vitória.

Nas tradições judaicas e cristãs, o dragão é assimilado ao diabo, e o diabo como é costume dizer-se, cheira a enxofre.
Todos esses produtos inflamáveis como a gasolina, o petróleo a pólvora, ou essas misturas de gases que produzem chamas e detonações, tudo isso é justamente, na Natureza, o Dragão que cospe fogo.
Este drgão, que existe também dentro do homem, é comparável a um combustível.
Se o homem souber servir-se dele, será impulsionado para o Alto, mas se não souber, por ser ignorante, negligente ou fraco, será queimado, reduzido a cinzas ou precipitado no abismo.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em
"A força sexual ou o dragão alado"

Colecção Izvor
www.prosveta.com
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