sábado, 28 de fevereiro de 2015

O HOMEM E A MULHER, REFLEXOS DOS DOIS PRINCÍPIOS: MASCULINO E FEMININO (Cont.II)


 Um místico diz que procura Deus.
Na realidade, aquilo a que ele chama Deus é a sua parte complementar com a qual procura unir-se, fundir-se, para se tornar uma entidade acabada, perfeita.
Até esse momento, ele sente-se um ser incompleto, mutilado.
Todos os seres procuram o seu princípio complementar, a que na Ciência Iniciática se chama "alma gémea", para encontrar a plenitude.
Só é diferente a forma como a procuram.
Todo o ser humano tem a sua alma gémea.
No momento em que o homem saiu como uma chispa, uma centelha, do seio do Criador, ele era dois num e essas duas partes complementavam-se perfeitamente; cada uma era o complemento perfeito da outra.
Sim, na origem, o ser humano era ao mesmo tempo, homem e mulher, e a este ser completo é que se deu o nome de "andrógino".
Depois, no decurso da evolução, os dois polos - positivo e negativo - desta unidade dividiram-se; foi então que se deu a separação dos sexos e cada metade evoluiu separadamente.
Estas duas metades só podem reconhecer-se, no decurso da sua evolução, porque cada uma traz a imagem da outra no mais profundo do seu ser: cada uma marcou a outra com o seu selo.
Assim, todo o ser humano possui, dentro de si, a imagem da sua alma gémea.
Esta imagem está muito esbatida, mas existe.
É por isso que cada um vem à terra com a obscura esperança de que encontrará algures uma alma que lhe dará tudo o que ele necessita, e de que entre ele e essa alma haverá uma harmonia e uma fusão indescritíveis.
Todos vós sabeis isto porque nunca deixastes de acreditar que encontraríeis esta alma amada cujo rosto conheceis.
Trazeis essa imagem em vós, mas tão profundamente que não conseguis distingui-la com clareza.
Por vezes, quando encontrais um certo homem ou uma certa mulher, dizeis: «Cá está, encontrei!» como se, de repente, se tivesse produzido uma fusão entre esse ser e a imagem que trazeis em vós; a vossa vida é transformada por ele e fazeis tudo para o encontrar.
Sempre que o encontrais, que lhe falais, tudo se torna maravilhoso, a vida circula em vós, fazeis progressos em todos os domínios.
Mas, depois de um período de intimidade, descobris que esse ser não é, verdadeiramente, aquilo que esperáveis.
Ficais decepcionados e deixai-lo, para recomeçar a busca.
De novo julgais encontrar essa alma gémea num outro ser e jorram a mesma alegria e a mesma inspiração, voltais a amar.
Mas repete-se a mesma história e apercebeis-vos novamente de que não é esse ser que procuráveis.
Isto é tanto verdade para as mulheres como para os homens, ninguém é excepção.
Mas um dia, dar-se-á verdadeiramente o encontro dos dois princípios, porque o amor entre os dois princípios é mais poderoso do que tudo.

Duas almas gémeas são tudo uma para a outra, nenhum outro ser do mundo pode proporcionar-lhes a mesma plenitude.
Portanto, todos os seres que encontrastes desde o começo das vossas múltiplas incarnações, os maridos  ou as mulheres que tivestes, os ou as amantes, todos vos deixaram, porque não eram para vós.
Talvez tenhais estado juntos durante um tempo, mas como uma panela e uma tampa que não se adaptam.
Duas almas que Deus criou juntas são absolutamente feitas uma para a outra, nada pode separá-las e não têm receio nenhum de que as separem.
Quando, num casal, um ou outro tem receio de que venham seduzir o parceiro (e, com efeito, nada pode impedir que isso suceda!), é porque esse parceiro não é o seu verdadeiro bem-amado, a sua alma gémea.
Uma mulher ama um homem, mas ele parte com outra; um homem ama uma mulher, mas ela abandona-o...
As almas gémeas, pelo contrário, reconhecem-se com uma certeza absoluta e nunca mais podem deixar-se.

O ser humano encontra a sua alma gémea doze vezes durante todas as suas encarnações terrestres.
Mas, na maior parte das situações, este encontro provoca a morte, porque as condições de existência na terra se opõem à realização de um amor tão perfeito, tão absoluto.

Continua




PENSAMENTO QUOTIDIANO

Todos os dias vós tendes toda a espécie de ocasiões em que sois perturbados, maltratados, rechaçados; ninguém negará isso; mas, apesar de tudo, podeis salvaguardar ou restabelecer em vós estados de consciência superiores se vos habituardes a viver com atenção, com vigilância.

Logo desde o início do dia, quando despertais, procurai vigiar-vos; aplicai-vos a fazer todos os gestos da vida quotidiana mantendo o vosso pensamento virado para o mundo divino, de onde vos vem a luz.
É nisso que reside a salvação.

Decidi-vos pelo menos a tentar...
Em breve constatareis que nada conseguirá abalar.vos durante muito tempo.
Uma má notícia, uma doença, um acidente, começarão por perturbar-vos, isso é normal.
Mas, se tiverdes adquirido o hábito de manter o vosso pensamento fixo no mundo divino, ultrapassareis muito mais depressa essas provações, pois foi ao espírito que Deus deu a omnipotência.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  28.02.2015

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O HOMEM E A MULHER, REFLEXOS DOS DOIS PRINCÍPIOS: MASCULINO E FEMININO

 Existem no Universo dois princípios fundamentais que se reflectem em todas as manifestações da natureza e da vida.
Toda a Criação é obra destes dois princípios, masculino e feminino.
Para serem fecundos, estes dois princípios devem, obrigatoriamente, trabalhar em conjunto.
Separados, são improdutivos.
É por isso que eles estão sempre à procura um do outro.
Nada é mais essencial a um ser do que encontrar o seu princípio complementar, e pode dizer-se que os maiores problemas dos homens e das mulheres - também eles são uma das manifestações dos dois princípios, masculino e feminino, no mundo - têm por origem um má compreensão desta questão.

Consciente ou inconscientemente, todas as criaturas têm as mesmas reacções perante esta questão dos dois princípios: todas lhe atribuem uma importância absoluta.
Um homem, quando julga ter encontrado numa mulher este princípio complementar de que precisa, está pronto a deixar tudo.
Mesmo que seja rei, é capaz de abandonar o reino com os seus súbditos, o seu exército e os seus tesouros, simplesmente por uma mulher.
Então, o que tem esta mulher para fazer com que, aos seus olhos, uma nação de milhões de súbditos perca toda a importância?...
Na realidade, não é propriamente a mulher que ele procura, é o princípio complementar, porque não há nada mais importante do que isso.
E uma mulher faz o mesmo.
Opor-se-á a toda a sua família, e ao mundo inteiro, se necessário, para ir atrás do homem que ama.
Estará ela errada?
De forma nenhuma.
Foram o Pai Celeste e a Mãe Natureza, sua esposa, que inscreveram esta lei no coração dos humanos.
«Deixarás o teu pai e a tua mãe e seguirás a tua mulher ou o teu marido.»
No fundo de cada ser está escrito que ele deve procurar o seu princípio complementar.
Mas, nem todos estão sempre conscientes disso, porque esta busca assume as formas mais díspares consoante os domínios em que se procura: pode ser na ciência, na filosofia, na arte, na religião...

Por que é que um homem se apaixona por uma mulher, com exclusão de todas as outras?
Porque esta mulher corresponde a qualquer coisa nele próprio e essa coisa é justamente o outro lado do seu ser.
O ser humano está polarizado e é esta polarização que o leva a procurar a outra parte dele próprio através das mulheres ou através dos homens, e até através do Senhor.
Para lá das aparências, é sempre a sua outra parte que ele procura.

Continua
OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em
"O Masculino e o Feminino, princípios da Criação"

Colecção Izvor
Éditions Prosveta
Publicações Maitreya




PENSAMENTO QUOTIDIANO

Os ateus têm orgulho em demonstrar lucidez, lógica, razão: eles, ao menos, pronunciam-se em função daquilo que veem, ouvem, tocam, medem, etc...
Ao passo que os coitados dos crentes estão tão obnubilados pela sua fé que carecem totalmente de objectividade.
Pois bem, qualquer que seja a sua inteligência, quem não aceita a existência de um Criador, a realidade da alma, a imortalidade do espírito, estará sempre privado de um elemento essencial para fazer as suas observações e os seus juízos.
E, estando privado desse elemento, estará limitado, pois fica-se pela forma, pela superfície da existência.

Pode-se comparar um ateu a alguém que, perante um ser humano, só considerasse a sua anatomia.
Enquanto se trata de identificar os membros, os órgãos, e de os descrever, a anatomia pode bastar.
Mas ficar só pela anatomia significa estudar um corpo sem ter em conta a vida que o anima.
Só a crença na vida da alma e do espírito, e portanto no mundo divino, onde tudo o que existe tem a sua origem, pode dar-nos a verdadeira dimensão dos seres e das coisas e despertar a nossa sensibilidade para as correntes que circulam neles.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  27.02.2015

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Embora os humanos se mostrem muitas vezes pretensiosos, vaidosos, na realidade eles substimam-se.
Notai: eles minimizam os dons e as faculdades que receberam do Criador, os dons e as faculdades que fazem deles seres superiores, e atribuem o maior valor a tudo o que lhes vem do exterior: os aparelhos, as máquinas, os produtos, os medicamentos...
Mesmo quando seguem um ensinamento espiritual, não sabem adoptar a atitude correcta, pois não têm qualquer ideia do futuro que a Inteligência Cósmica previu para eles.
«E que futuro é esse?», perguntareis vós...
É percorrer todas as regiões do espaço através das estrelas e dos sóis.
Nesta viagem, só podereis levar as riquezas que tiverdes acumulado dentro de vós.

Nada é mais importante do que saber aquilo em que se deve trabalhar e aquilo em que se deve confiar.
Enquanto confiardes nas condições exteriores ou nos objectos materiais, tereis grandes desilusões, pois, mais cedo ou mais tarde, as condições mudam, os objectos escapam-vos...
Só podeis contar realmente com o espírito em vós, que é pura actividade, esforço constante.
Utilizai todos os meios exteriores, se os tiverdes, e agradecei ao Céu por vo-los ter concedido, mas não conteis com eles.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  26.02.2015

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

UM TRANSFORMADOR DA ENERGIA SEXUAL: O ALTO IDEAL

É o amor que é precioso, é o amor que é essencial, mas para o fortalecer, para o proteger e torná-lo durável, é necessário diminuir as suas manifestações físicas.
Mas é preciso saber que é perigoso renunciar a uma alegria sem a substituir por outra alegria, porque isso reflecte-se dolorosamente sobre o sistema nervoso.
Para depois não sofrermos reacções negativas, teremos sempre de substituir um prazer por outro prazer, mas mais espiritual.

Na Ciência Iniciática diz-se que a renúncia não é uma privação, mas uma substituição, uma transposição para um outro mundo.
É a mesma actividade que continua mas com materiais mais puros, mais luminosos.
Quando se diz que é preciso privar-se, renunciar, fazer sacrifícios, isso é apenas uma maneira de dizer.
Na realidade, não é preciso privar-se, não é preciso renunciar, mas somente deslocar-se, isto é, fazer no alto aquilo que se fazia cá em baixo: em lugar de beber água num pântano onde pululam os micróbios, há que beber água de uma fonte pura, cristalina.
Não beber, seria a morte.
Um verdadeiro Mestre não se priva de nada: ele come, bebe, respira, ama, mas em regiões, em estados de consciência desconhecidos para o homem vulgar.

O método que as pessoas adoptam geralmente para deixar de fumar, de beber ou de andar com mulheres - substituir o hábito sem o substituir por alguma coisa - é extremamente perigoso, pois desnorteia-as e mergulha-as no vazio.
É necessária uma compensação, é necessário substituir um desejo inferior por um desejo superior.
Por isso, reflecti bem sempre que desejeis renunciar a uma necessidade que seja muito forte em vós, pois trata-se de uma decisão muito grave.
É preciso substituir essa necessidade.
Assim, para que ela seja satisfeita, continuareis a comer, a beber, a amar ou a viver, mas num grau que não vos exponha aos mesmos perigos.
Se não substituirdes as vossas necessidades, sucumbireis.

Se um Iniciado não encontrasse a alegria e o prazer muito mais alto, nas suas meditações, nas suas contemplações, na sua maneira de viver, no seu amor pelos humanos, jamais poderia vencer, porque os Iniciados são construídos como toda a gente.
Mas é graças ao seu amor formidável por um alto ideal que conseguem sublimar as suas energias.

Nunca luteis contra o instinto sexual unicamente com a vossa vontade.
Para vencer é preciso chamar as forças celestes, isto é, um alto ideal, um amor formidável pela perfeição, pela pureza, pela bondade.
Se não tiverdes um ideal desta natureza, se não amardes a vida divina, a vida perfeita, então não deveis lutar contra a força sexual, pois sereis despedaçados.
O recalcamento não é uma solução para o problema da sexualidade, porque ele não é senão a recusa em dar à força sexual o seu curso normal, sem ter na cabeça uma ideia, um ideal que faça um trabalho nos planos superiores para sublimar essa força.
Podeis ter confiança em mim, eu conheço bem a questão.
Não vos digo coisa alguma que não tenha previamente verificado, e é por ter verificado todas estas grandes leis que tenho o direito de vos falar delas.
Desde há mais de quarenta anos que vos apresento pontos de vista que, se os compreenderdes correctamente, jamais poderáo causar-vos prejuízos.
Toda a minha vida tenho feito experiências em mim próprio para estudar e encontrar os melhores métodos, e é graças a essas experiências que agora posso ser-vos extremamente útil.
Mas se não tiverdes confiança em mim, se tiverdes medo de ser infelizes ao aplicar esses métodos, então não os apliqueis: eu não tenho nada contra, vós é que sofrereis.
Um dia virá em que tomareis consciência de até que ponto haveis sido estúpidos ao agir irreflectidamente, porque não conseguistes sequer discernir onde estava o vosso verdadeiro interesse.

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 Muitas pessoas passam uma parte da sua vida em reuniões em que debatem interminavelmente os mesmos projectos sem nunca conseguirem estar de acordo.
Se eles fossem capazes de manifestar compreensão e amor umas pelas outras, seria mais fácil.
Mas elas chegam sem amor e tudo o que fazem é criticar-se, contradizer-se, opor-se, por isso não encontram solução.

Quando as pessoas se sentam à mesma mesa para tomar decisões e o fazem com o espírito e o coração abertos, por vezes bastam cinco minutos para resolver um problema; mas, sem esta abertura, mesmo ao fim de anos de discussões não se chega a nada.

Se sentis grandes dificuldades em pôr-vos de acordo com os outros, isso não é razão para vos sentirdes orgulhosos.
Reflecti naquilo que vos impede de o conseguir: não será precisamente porque vos fechastes?
Colocai um pouco mais de amor no vosso coração; a vossa compreensão melhorará e surgirá uma solução para os problemas.
Vós partireis todos contentes e até surpreendidos por as coisas se terem passado de uma forma tão simples.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  25.02.2015

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

UM TRANSFORMADOR DA ENERGIA SEXUAL: O ALTO IDEAL (Cont. II)


 Como estais a ver, eu não quero fazer-vos embarcar em aventuras incertas; pretendo, isso sim, apresentar-vos muito claramente a questão.
Se não tendes o desejo de tornar-vos um ser magnífico, um condutor da luz, um benfeitor da humanidade, jamais conseguireis jugular essa força; dai-lhe então uma saída, casai-vos e tende filhos.
Mas se tiverdes esse alto ideal, será um crime abandonar o Céu para ir satisfazer um marido ou uma esposa que, aliás, talvez nunca consigais satisfazer, por muito que vos esforceis nesse sentido.
Bem pelo contrário, vale a pena trabalhar por um ideal formidável, porque essas energias irão alimentar, nutrir e fortalecer esse mesmo ideal.
Sim, se no momento em que sentis um impulso sexual vos concentrardes sobre o vosso ideal, essa energia sobe em vós até ao cérebro para o alimentar, e alguns minutos depois ficareis libertos, tereis a vitória.

Quantas vezes vos tenho falado da importância de ter um alto ideal!
Pois bem, eis hoje mais uma aplicação inesperada do alto ideal, desta vez no domínio sexual.
Fazei convergir todas as vossas energias para uma ideia sublime e não apenas para o vosso prazer: elas é que vos servirão e contribuirão para a realização desta ideia.
Apesar de eu já vos ter falado bastante do alto ideal, ainda não vos apercebestes de que ele representa um poderoso transformador de energias.
A única questão é a de saber como se pode ter esse alto ideal, como se pode fazê-lo nascer e alimentá-lo.

Na realidade, é simples.
Quereis tornar-vos melhores, ser mais sábios, mais radiosos, mais puros, mais fortes?...
Deveis consagrar algum tempo a desejar e a visualizar essas qualidades.
Imaginai que estais circundados de luz, que irradiais amor para o mundo inteiro.
Pouco a pouco as imagens dessas qualidades que formais tornam-se vivas, agem sobre vós, e acabam por transformar-vos, pois trabalham no sentido de atraír do Universo os elementos apropriados para depois os infundir em vós.
É claro que são necessários muito tempo e muito trabalho para se chegar a um resultado, mas quando o resultado vier não podereis duvidar: sentireis que há sobre vós uma entidade viva que vos protege, vos instrui, vos ilumina e que, nos casos difíceis, vos traz os elementos de que necessitais.
Mas é preciso começar por formar esta perfeição pelo menos no mundo mental e, em seguida, ela descerá para se concretizar na matéria.

Compreendei-me bem; eu não tenho ideias tão limitadas nem sou tão fanático como podereis pensar.
Tenho ideias amplas, muito amplas.
Simplesmente, dada a minha missão de instrutor, tenho para convosco o dever de vos mostrar o que é melhor.
«Sim, mas nós não podemos seguir-vos!»
Não tem importância, consegui-lo-eis numa próxima encarnação; não vale a pena ninguém suicidar-se com o pretexto de não conseguir obter os resultados que deseja.
O meu dever é mostrar-vos novas possibilidades, novos caminhos, dizer-vos como podereis lá chegar; mas se, de momento, não o conseguirdes, não vou torcer-vos o pescoço por isso.
A minha missão é a de dar-vos explicações, e cabe depois a cada um escolher, segundo a sua própria natureza, segundo o seu temperamento, segundo o seu grau de evolução.

Se o Céu me deu este trabalho para fazer convosco, é porque sabe que tenho ideias amplas e não vos induzirei em erro.
Agora se houver alguém que não é capaz, que não é dotado, isso não é culpa minha, é porque essa pessoa não tinha ainda trabalhado nas encarnações passadas, e agora, claro, encontra enormes dificuldades.
Mas aos que já estão prontos, devo facultar os meios de irem mais longe.
Se não for eu a dá-los, quem vo-los dará?

Continua




PENSAMENTO QUOTIDIANO

A religião e a sociedade fixaram regras de moral sexual sem se questionarem sobre se os humanos seriam capazes de as aplicar.
E é por isso que muitos deles, que quiseram obedecer a essas regras, só o conseguiram à custa de grandes sofrimentos e perturbações psíquicas, que a psicanálise designou por "recalcamento".
Ora, o recalcamento não pode ser uma solução para o problema da sexualidade.
É perigoso recusar à força sexual a sua saída natural se não se tiver um móbil poderoso, aspirações, um ideal superior capaz de fazer um trabalho nos planos da alma e do espírito para canalizar e transformar esta força.

A continência é uma renúncia, é certo; contudo, esta renùncia não deve ser uma privação, mas uma transposição para um plano superior.
Não há que privar-se, não há que renunciar, mas unicamente subir a um plano mais elevado.

É isto que é preciso explicar aos homens e às mulheres quando se lhes fala do controlo da força sexual.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  24.02.2015

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

UM TRANSFORMADOR DA ENERGIA SEXUAL: O ALTO IDEAL

Perguntam-me muitas vezes se é preferível viver em castidade ou pelo contrário, ter relações sexuais.
Na realidade, não é desta maneira que a questão deve ser posta; é impossível dizer de um modo geral o que é bom e o que é mau...
Tudo depende da pessoa.
Viver em castidade, em abstinência, pode dar muito maus resultados, mas também pode dá-los muito bons.
A abstinência pode tornar algumas pessoas histéricas, nervosas, doentes, e outras, fortes, equilibradas e saudáveis.
E dar livre curso ao instinto sexual pode fazer muito bem a uns e muito mal a outros.
Não se pode, pois, classificar as coisas, dizendo: «Isto é bom... aquilo é mau».
O bem e o mal dependem de um outro factor: como se utilizam as forças, como se dirigem as forças.
Nada é bom ou mau, mas tudo se torna bom ou mau.

A questão está em saber primeiro qual é o vosso ideal, aquilo em que desejais tornar-vos.
Se quereis fazer grandes descobertas no mundo espiritual, é evidente que tereis de reduzir o número de certos prazeres ou até renunciar a eles completamente, a fim de aprender a sublimar a vossa força sexual.
Mas se não tiverdes esse alto ideal, então será idiota absterdes-vos, serdes castos e virgens, e se o fizerdes até ficareis doentes, porque os vossos esforços não levarão a nada.
Neste domínio, não é razoável dar a todos os mesmos conselhos e as mesmas regras.

Alguém vem ter comigo e diz-me: «Mestre, penso que não será bom para mim casar-me e ter filhos, pois é a espiritualidade que me atrai».
E quando eu olho para a sua constituição, a sua estrutura, respondo-lhe: «Não, não, é melhor que se case, pois caso contrário será infeliz e acabará por importunar toda a gente».
E a outro que deseja casar-se, acontece por vezes, eu dizer: «Case-se, se quiser, mas devo dizer-lhe que não é construído para o casamento e que vai sofrer».

Muitas raparigas e rapazes não se conhecem a si próprios e, por isso, não sabem o que devem fazer.
Cada um vem à terra com um programa a cumprir. Não é ele, quem pode decidir acerca das suas tendências e dos seus instintos.

Explicai, por exemplo, a um gato que deve tornar-se vegetariano e parar de comer ratos; ele escutar-vos-á e responderá: «Miau!», quer dizer: de acordo, entendi, está prometido.
Mas, ainda vós não acabastes de falar, eis que ele ouve um pequeno ruído que vem de algures: é um rato que rói...
De repente o gato desobedece-vos e, sem quaisquer remorsos, lança-se sobre o rato.
Contudo, ele tinha-vos escutado atentamente, até vos tinha feito uma promessa...
E eis que ele regressa, lambendo os bigodes, e de novo diz: »Miau!», quer dizer: é mais forte do que eu (sim, tradução literal!), não posso modificar a minha natureza de um dia para o outro.
Portanto, enquanto ainda se for gato, comer-se-á ratos.

Porém, isto não significa que não deveis fazer esforços no sentido de sublimar a força sexual.
Mas, como já vos expliquei, não podeis lutar contra ela; se o tentardes, será ela que vos triturará.
Eis, pois, como deveis proceder: deveis ter um sócio muito poderoso a quem possais enviar essa força, e ele, graças ao seu saber alquímico, conseguirá transformá-la em saúde, em beleza, em luz, em amor divino.
Esse sócio é um alto ideal, uma ideia fundamental com a qual viveis, que amais, que alimentais, e é ela que transformará essa energia, não vós mesmos.
Essa a razão por que aquele que não tem um ideal espiritual nunca conseguirá essa transformação, e a esse apenas se pode dar este conselho: encontra depressa alguém e casa-te, senão serás um perigo público, vais incomodar o mundo inteiro.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 O ser humano foi criado à imagem do Universo e, por isso, tem uma estrutura idêntica à do Universo.
Observamos essa estrutura, por exemplo, nos seus diferentes níveis de consciência, que correspondem aos diferentes reinos da Natureza.
Assim, a inconsciência corresponde aos minerais, a subconsciência aos vegetais, a consciência aos animais, a autoconsciência aos humanos e a supraconsciência aos superhomens e aos Iniciados.

A subconsciência, que corresponde ao reino vegetal, está muito próxima do mundo mineral e, portanto, da concretização.
Por isso, uma das chaves da realização é conseguir fazer descer os seus projectos e os seus desejos do plano da consciência ao da subconsciência.
Existem exercícios muito simples para isso.
Desejais, por exemplo, melhorar qualquer coisa no vosso comportamento?
Antes de adormecer, concentrai-vos numa imagem ou num objecto preciso que estejam relacionados com esse desejo: as forças subconsciêntes que entram em acção durante o sono ajudar-vos-ão a realizá-lo.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  23.02.2015

domingo, 22 de fevereiro de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO

O homem come, todas as criaturas comem, mas porquê?
Vós direis que é para receber energias.
Sim, mas, como as nossas actividades não têm só um objectivo, se nós comemos não é apenas para termos saúde...

O que fazem os vermes?
Engolem a terra e depois eliminam-na.
Deste modo, fazendo-a passar através deles, tornam-na mais rica, mais fértil.
O ser humano faz o mesmo com os alimentos, pois eles são terra que ele come, uma terra mais elaborada, sob a forma de legumes e de frutos, mas é terra.
Ele absorve esta terra, digere-a e depois elimina-a...
Absorve-a de novo, digere-a e elimina-a...
Mas não se trata somente de um processo mecânico.
Ao penetrar nele, esta matéria dá-lhe os elementos que possui e recebe em troca, algo dele, dos seus sentimentos, dos seus pensamentos, das suas aspirações.
Pelas suas faculdades psíquicas, espirituais, o ser humano pertence a um grau de evolução muito superior ao da matéria que absorve; portanto, ao fazê-la passar através de si, ele transforma-a, enriquece-a, espiritualiza-a.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  22.02.2015

sábado, 21 de fevereiro de 2015

O DRAGÃO ALADO

Em todas as tradições populares, nos contos e mitologias, encontra-se a imagem da serpente ou do dragão, cujo simbolismo é quase idêntico em todas as culturas.
Histórias sem conta falam de um dragão que raptou uma bela princesa inocente e pura, e a guarda prisioneira num castelo.
A pobre princesa chora, padece e suplica ao Céu que lhe mande um salvador.
Mas, uns após outros, os cavaleiros que se apresentam para a libertar acabam por ser vencidos pelo dragão, o qual se apodera das suas riquezas que vai empilhando nos subterrâneos do castelo.
Até que um dia aparece um cavaleiro mais nobre, mais belo e mais puro do que os outros, ao qual um mago tinha revelado o segredo para vencer o dragão: qual o seu ponto fraco, em que momento e de que maneira poderia ser encurralado e ferido...
E eis que este príncipe privilegiado, bem armado e bem instruído, consegue a vitória: liberta a princesa, e que doces beijos eles trocam!
E todos os tesouros guardados desde há séculos no castelo, pertencem agora a este cavaleiro, a este belo príncipe que saíu vitorioso do combate, gaças aos seus conhecimentos e à sua pureza.
Por fim, ambos montados sobre o dragão, que o príncipe conduz, voam pelo espaço e percorrem o mundo.

Estas histórias que, em regra geral, são consideradas como contos para crianças, na realidade são contos iniciáticos, mas, para se poder interpretá-los, é necessário conhecer a ciência dos símbolos.

O dragão não é outra coisa senão a força sexual.
O castelo é o corpo do homem.
No castelo, suspira a princesa, isto é, a alma, que a força sexual mal controlada mantém prisioneira.
O cavaleiro é o ego, o espírito do homem.
As armas de que este se serve para vencer o dragão representam os meios de que o espírito dispõe: a vontade, a ciência para dominar essa força e poder utilizá-la.
Assim, uma vez dominado, o dragão torna-se um servidor do homem, servindo-lhe de montada para viajar no espaço.
É que o dragão tem asas.
É representado com uma cauda de serpente - símbolo das forças subterrâneas - e tem também asas.
Deste modo, tudo se torna claro e simples - é a linguagem dos símbolos.

Existe uma variante desta aventura na história de Teseu, o qual, graças ao fio que Ariana lhe tinha dado, conseguiu orientar-se dentro do labirinto, matar o Minotauro e encontrar a saída.
O MInotauro é uma outra representação da força sexual, o touro potente e prolífico, ou seja, a natureza inferior que tem de ser jungida ao arado para que trabalhe a terra como um boi.
O labirinto tem o mesmo significado que o castelo, é o corpo físico, e Ariana representa a alma superior que conduz o homem a caminho da vitória.

Nas tradições judaicas e cristãs, o dragão é assimilado ao diabo, e o diabo como é costume dizer-se, cheira a enxofre.
Todos esses produtos inflamáveis como a gasolina, o petróleo a pólvora, ou essas misturas de gases que produzem chamas e detonações, tudo isso é justamente, na Natureza, o Dragão que cospe fogo.
Este drgão, que existe também dentro do homem, é comparável a um combustível.
Se o homem souber servir-se dele, será impulsionado para o Alto, mas se não souber, por ser ignorante, negligente ou fraco, será queimado, reduzido a cinzas ou precipitado no abismo.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em
"A força sexual ou o dragão alado"

Colecção Izvor
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PENSAMENTO QUOTIDIANO

OMRAAM  MIKHAËL AÏVANHOV  -  21.02.2015

Por que é que deveis sempre vigiar os vossos pensamentos, os vossos sentimentos e os vossos actos?
Porque sois habitados por todo um povo de células que reproduz as vossas atitudes, o vosso comportamento.
Sempre que vos permitis cometer uma transgressão, esse povo regista isso e imita-vos.
Então, se depois sentis tensões interiores, mal-estares, não fiqueis surpreendidos.
Fostes vós que, com o vosso exemplo, educastes mal as vossas células, e muitas desordens, muitas perturbações físicas e psíquicas, são consequência desta má educação.

Vós trabalhais resmungando, contrariados, deslocais as cadeiras de forma brusca, fechais as portas com um pontapé, embateis nos móveis, atirais objectos...
Pouco tempo depois, sentis que alguma coisa não está bem em vós e não entendeis o que se passa.
É inútil irdes procurar muito longe: acontece simplesmente que pequenas criaturas em vós, as vossas células, que vos viram agir, estão a imitar-vos: elas resmungam, enervam-se, dão pontapés...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O SENTIDO DA BENÇÃO (Cont.II)

 Quando duas pessoas se encontram, as suas vibrações são tão diferentes que nem sempre é fácil elas harmonizarem-se para se compreenderem.
Mas o tempo passa, fazem-se algumas trocas entre elas, dá-se uma espécie de osmose, e começam a vibrar em uníssono.
Em relação aos alimentos, passa-se a mesma coisa; se os comermos sem fazer previamente uma preparação interior, eles manter-se-ão uma matéria estranha e não agirão da mesma maneira que agiriam se tivésseis tentado entrar em relação com eles.
Já me tendes visto muitas vezes segurar um fruto na mão, antes de o comer: deste modo, eu transformo o corpo etérico do fruto, pedindo-lhe que se abra para mim.

Pode-se sorrir aos alimentos como a um animal que se quer domesticar.
Os animais, as plantas, os seres, têm necessidade de sentir o amor para se deixarem controlar.
O mesmo acontece com a comida... e até com os medicamentos.
Para que um medicamento seja verdadeiramente aceite pelo vosso organismo e aja eficazmente sobre ele, deveis trabalhar sobre a sua matéria etérica.
Mesmo uma pedra que segurais na mão pode vibrar ou não amigavelmente em relação a vós.
Se souberdes como torná-la favorável, ela pode proteger-.vos, curar-vos.
Encontramos esta lei em todos os domínios da existência.

Reparai igualmente naquilo que se passa com os rapazes e as raparigas: ao princípio, eles são estranhos um ao outro; a rapariga está quieta, sentada, com as costas direitas, honesta, íntegra; é formidável!
Mas o rapaz oferece-lhe de beber, põe um disco de música sentimental, e ela entrega-se, aceita, torna-se «amiga».

Quando tendes de calçar um par de sapatos pela primeira vez, sentis-vos apertados, incomodados, achais que eles são tesos, duros; depois, pouco a pouco, eles tornam-se suaves, habituam-se a vós, por assim dizer.
Também quando vos instalais num novo quarto ou numa casa nova, ao princípio sentis-vos desorientados, o lugar é-vos estranho. Mas algum tempo depois sentis-vos ambientados e estais felizes por aí estar, porque esse lugar vibra com a vida que vós levais.

Mas, é curioso!
Em relação aos alimentos ninguém acha que há algo a fazer.
No entanto, antes de chegarem à vossa mesa, eles passaram por toda a espécie de lugares, foram empacotados, transportados; eles não têm, pois, nenhuma ligação convosco, são-vos estranhos.
Mas pegai num fruto, segurai-o com respeito, olhai-o com amor: ele torna-se vosso amigo, vibra de outro modo.
É como uma flor que se abre e que vos dá o seu perfume.
O segredo para que os alimentos se abram consiste em aquecê-los, e o calor é o amor.
Por isso, se não gostais de determinados alimentos, não os comais, pois se o fizerdes eles tornar-se-ão inimigos no vosso organismo.
Não comais nunca aquilo de que não gostais!

Experimentai, agora, fazer este exercício: antes de comer um fruto, segurai-o na mão, falai-lhe com gentileza, pelo menos através do pensamento; e, desse modo, algo será transformado nesse fruto: ele terá uma disposição muito melhor para convosco e, quando o comerdes, ele começará a trabalhar para vós.

Aprendei a despertar todas as forças que estão adormecidas em vós por séculos de inércia e de estagnação.

Concentrai-vos, meditai, orai, fazei exercícios.
Tende sempre o desejo de acrescentar mais alguma coisa à vossa existência, algo de mais puro e de mais subtil.




O SENTIDO DA BENÇÃO

Hoje em dia, a maioria dos alimentos estão envenenados por toda a espécie de produtos químicos, já não se encontra nada puro nem fresco; os frutos e os legumes são cultivados com adubos nocivos, e os peixes são pescados em rios ou mares poluídos...
Em breve, será impossível viver na Terra.
Desde que façam os seus negócios e realizem dinheiro, a maior parte das pessoas não se importam com o facto de os outros poderem morrer envenenados!
No entanto, depende muito de nós que os alimentos sejam aceites pelo nosso organismo, e as orações e bençãos antes das refeições servem justamente para influenciá-los de modo favorável e prepará-los para serem assimilados convenientemente.
Essas fórmulas, essas orações, não podem acrescentar-lhes a mínima parcela de vida, pois Deus já colocou a vida nos alimentos por intermédio dos seus servidores: o Sol, o vento, as estrelas, a terra, a água.
Se fosse possível introduzir a vida divina através de uma simples benção humana, por que é que não haveríamos de benzer pedaços de madeira, de pedra, de metal, a fim de os comermos?
Ao benzer uma pedra, um pedaço de madeira ou de metal, intrduz-se neles uma espécie de vida, é certo, mas essa vida não pode alimentar os humanos; ela pode ter outra utilidade, mas não pode servir para al.imentá-los.

«Portanto, na vossa opinião, benzer os alimentos não serve para nada?»
Sim, eu já vos disse que as palavras e os gestos abençoadores envolvem os alimentos de emanações e de fluidos que os preparam para entrar em harmonia com aqueles que vão consumi-los; deste modo cria-se, nos corpos subtis destes, um estado de adaptação que lhes permite receber melhor a riqueza contida nesses alimentos.

A questão da benção dos alimentos não foi bem compreendida, e os próprios sacerdotes não sabem porque é que devem abençoar o vinho e as hóstias...
Aqueles que, no passado, tinham instaurado essas práticas, estavam conscientes do seu significado mágico, mas esse significado perdeu-se.
A benção tem por função familiarizar os alimentos connosco. Pois temos que compreender que eles têm a sua vida própria e que as suas vibrações nem sempre estão em harmonia com as nossas.
Por isso, devemos magnetizar os alimentos, dar-lhes algumas partículas do nosso ser para modificar o movimento das suas partículas e torná-los amigos.
Então, eles abrir-se-ão e derramarão em nós todas as riquezas que contêm.

Continua

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Vós confiais numa pessoa, considerai-la como um amigo fiel ou um bom colaborador, mas eis que um dia, por acaso, descobris que, na realidade, ela vos trai, finge e age contra vós...
Evidentemente, é uma grande decepção, mas se tiverdes sabedoria e força suficientes para isso, e sobretudo se compreendestes o que é o amor verdadeiro, não corteis relações com ela, não a censureis, não lhe mostreis sequer que descobristes a sua hipocrisia.
Estai atentos para que ela não abuse de vós, mas continuai a agir normalmente em relação a ela, como fazíeis antes.

Não se ganha nada em cortar brutalmente as pontes com uma pessoa próxima ou um colaborador cuja falsidade se acabou de descobrir. Pelo contrário, até se pode ganhar muito tendo uma atitude que talvez lhe permita reconhecer e até reparar os seus erros.
A questão está sempre em saber se se quer realmente resolver um assunto delicado de forma duradoura ou somente acertar contas a nível pessoal.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  20.02.2015

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O VEGETARIANISMO (Cont. IV)

Aparentemente, a guerra entre os homens deve-se a questões económicas ou políticas, mas na realidade ela é o resultado de todo este massacre de animais que nós fazemos.

A lei da justiça é implacável: ela obriga os humanos a pagar, vertendo a mesma quantidade de sangue que eles fizeram verter aos animais.
Quantos milhões de litros de sangue espalhados sobre a terra que clamam vingança ao Céu!
A vaporização desse sangue atrai não só os micróbios mas também biliões de larvas e de entidades inferiores do mundo invisível.
Eis verdades que não se conhecem e que talvez não sejam aceites, mas que, quer o sejam ou não, eu sou obrigado a revelar-vos.

Nós matamos os animais, mas a Natureza é um organismo, e ao matar os animais é como se afectássemos certas glândulas desse organismo: então, as funções alteram-se, gera-se um desequilíbrio e não é de admirar que algum tempo depois a guerra estale entre os homens.
Sim, têm-se massacrado milhões de animais para comer, sem se saber que no mundo invisível eles estavam ligados a homens e que esses homens devem, pois, morrer com eles.

Ao matar os animais, são os homens que se massacram.

Todos dizem que se deve finalmente fazer reinar a paz no mundo, que não devem existir mais guerras...

Mas a guerra continuará enquanto nós continuarmos a matar os animais, porque ao matá-los é a nós mesmos que estamos a destruir.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em
"O  Yoga da Alimentação"

Colecção Izvor
Edições Prosveta

O VEGETARIANISMO (Cont.III)

No que diz respeito aos peixes, a questão apresenta-se de maneira diferente.
Os peixes vivem há milhões de anos em péssimas condições de evolução; isso vê-se quando estudamos a estrutura do seu organismo: o seu sistema nervoso manteve-se muito rudimentar. Por isso, é permitido comê-los, o que os faz evoluir.
Por outro lado, existe nos peises um elemento especialmente adequado para a época actual: o iodo.

Os alimentos que absorvemos vão para o nosso sangue e, de lá, atraem as entidades que lhes correspondem.
Está escrito nos Evangelhos: »Aonde existem cadáveres, aí se reunem os abutres.»
Isto é verdadeiro para os três mundos - físico, astral e mental.
Portanto, se quereis ter saúde nos três planos, não deveis atrair os abutres com cadáveres.
O Céu não se manifesta através de gente que se deixa invadir por impurezas físicas, astrais e mentais.

A carne corresponde a um elemento especial nos pensamentos, nos sentimentos e nos actos.
Se, por exemplo, sonhais que estais a comer carne, deveis ficar atentos, vigilantes, pois isso indica que ireis ser expostos a certas tentações bem determinadas: cometer actos de violência, deixar-vos arrastar para desejos sensuais ou ter pensamentos egoístas e injustos.
Porque a carne representa tudo isso: a violência no plano físico, a sensualidade no plano astral e o egoísmo no plano mental.

Diz a tradição que antes da queda, Adão tinha um rosto resplandecente e todos os animais o amavam, o respeitavam e lhe obedeciam.
Depois da queda, Adão perdeu esse rosto e os animais tornaram-se seus inimigos.
Se os animais terrestres já não têm confiança no homem, se as aves levantam voo quando ele se aproxima e toda a creação o considera como um inimigo, há uma razão para isso: é que ele caíu das alturas espirituais onde se encontrava.
Deve agora reencontrar o esplendor que antes possuía, submetendo-se às leis do amor e da sabedoria; reconciliar-se-á, então, com todos os reinos da creação e isso será o despertar do Reino de Deus sobre a terra.

Continua
      

PENSAMENTO QUOTIDIANO

O desalento é um dos estados mais destruídores que um ser humano pode sentir, pois ele priva-o da maior parte das suas energias.
No entanto, mesmo nos piores momentos, o desalento contém elementos que, se se souber como captá-los e utilizá-los, podem servir para recuperar o ânimo.
O desalento priva-vos das vossas energias, é verdade, mas ele mesmo possui forças formidáveis.
Eis a prova: se ele é capaz de destruir todo um reino - vós mesmos, com todas as riquezas e possibilidades acumuladas no vosso corpo físico, no vosso coração, no vosso intelecto, na vossa alma e no vosso
espírito -, é porque é realmente muito poderoso.
Então, por que não procurais apropriar-vos desse poder para o orientar num sentido positivo?

Esforçai-vos por tomar consciência de todas as possibilidades que estão em vós.
Mesmo quando vos sentis completamente extenuados, no limite das vossas forças e da vossa resistência, na verdade ainda vos restam recursos formidáveis que vos permitirão retomar o caminho.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 Esaú, esfomeado, cedendo o seu direito de progenitura ao irmãos Jacob em troca de um prato de lentilhas - vós conheceis certamente este episódio do Antigo Testamento.
Evidentemente, trata-se de um relato simbólico que é preciso interpretar.

Esaú representa o ser humano pronto a sacrificar essa dignidade, simbolizada pelo direito de progenitura, que lhe atribui uma enorme importância aos olhos do seu Pai Celeste, em troca de prazeres imediatos - o prato de lentilhas -, pois a fome simboliza todos os apetites, todas as cobiças.
Há tantas outras fomes além da física que exigem ser satisfeitas e fazem os humanos perder o seu direito de progenitura, a sua dignidade de filhos de Deus!
Sempre que um ser cede a um instinto, não só à gula, mas também à sensualidade, à cólera, ao ciúme, à ambição, ao ódio... vende o seu direito de progenitura, a sua realeza interior, por um prato de lentilhas, e fica mais pobre, submete-se, torna-se escravo.

Em troca de qualquer coisa que não vale a pena, abandona um bem extremamente precioso nele: a vida divina.

OMRAAM  MIKHAËL AÏVANHOV  -  18.02.2015

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O VEGETARIANISMO (Cont.)


 A diferença entre a alimentação carnívora e a alimentação vegetariana reside na quantidade de raios solares que elas contêm.
Os frutos e os legumes estão tão impregnados de luz solar que podemos dizer que eles são uma condensação de luz.
Quando se come um fruto ou um legume, absorve-se, pois, de forma directa, luz solar que deixa muito poucos resíduos em nós.
Ao passo que a carne é muito mais pobre em luz solar, e é por isso que ela se putrefaz rapidamente; ora, tudo o que se putrefaz rapidamente é nocivo para a saúde.

A nocividade da carne tem ainda outra causa.
Quando os animais são conduzidos ao matadouro, estes adivinham o perigo, sentem aquilo que os espera, ficam desnorteados.
Este estado de medo provoca um desregulamento no funcionamento das suas glândulas, que segregam, então, um veneno.
Não há nada que possa eliminar esse veneno; ele introduz-se no organismo do homem que come a carne e, evidentemente, esta presença não é favorável à sua saúde nem à sua longevidade.
Dir-me-eis: «Sim, mas a carne é deliciosa.»
Talvez, mas vós estais sempre a pensar no vosso prazer, na vossa satisfação.
Só o prazer do momento conta para vós, mesmo se tiverdes que pagá-lo com a morte de inúmeros animais e com a vossa própria ruína.

Além disso, deveis ficar a saber que todos os alimentos que absorvemos tornam-se, dentro de nós, antenas que captam ondas bem determinadas.
Assim, a carne liga-nos ao mundo astral.
Nas regiões inferiores do mundo astral fervilham seres que se devoram entre si tal como as feras e, assim, quando se come carne, está-se em contacto quotidiano com o medo, a crueldade e a sensualidade dos animais.
Aquele que come carne mantém uma ligação invisível entre o seu corpo e o mundo dos animais e ficaria apavorado se visse a cor da sua aura.

Finalmente, tirar a vida aos animais é uma grande responsabilidade; é uma transgressão da Lei: «Não matarás.»
Aliás, no Génesis, quando, antes da queda, Deus explicou ao homem qual deveria ser o seu alimento, Ele simplesmente disse: «Eu vos dou toda a erva portadora de semente e toda a árvore que tenha em si fruto de árvore e seja portadora de semente: esse será o vosso alimento.»

Ao matar os animais para os comer, não é só a vida que se lhes tira, mas também as possibilidades de evolução que a Natureza lhes tinha dado nesta existência.
Por essa razão, no invisível, cada homem é acompanhado por todas as almas dos animais cuja carne comeu; essas almas vêm reclamar-lhe indemnizações, dizendo: «Privaste-nos da possibilidade de evoluir e de nos instruírmos, portanto é a ti que cabe, doravante, ocupares-te da nossa educação.»

Ainda que a alma dos animais não seja semelhante à dos humanos, eles têm uma alma, e aquele que tiver comido a carne de um animal é obrigado a suportar em si a presença da alma desse animal.
Essa presença manifesta-se por estados que pertencem ao mundo animal; por isso, quando o homem quer desenvolver o seu ser superior, encontra dificuldades, as células animais não obedecem ao seu desejo, elas têm uma vontade própria dirigida contra a sua.
Assim se explica que muitas manifestações dos humanos não pertençam, na realidade, ao reino humano, mas ao reino animal.

Continua
OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO

Os humanos vivem o amor como um sentimento, uma paixão ou até, por vezes, como um delírio, uma doença... e uma doença incurável!
O verdadeiro amor não é nada disso: é um estado de consciência ao qual se chega depois de ter andado muito no caminho do aperfeiçoamento interior.

O verdadeiro amor é a recompensa dada àquele que compreendeu que, para ser plenamente feliz, deve aproximar-se mais, em cada dia, do mundo da pureza, da harmonia, da luz... o mundo do próprio Deus.
E como Deus é a fonte do amor, ao esforçar-se por se elevar até Deus ele recebe o maior presente que pode existir: sente que se torna capaz de estender o seu amor ao mundo inteiro, a todas as criaturas, a toda a Criação.
Ele já não concentra a sua atenção numa única criatura humana, esperando que ela satisfaça os seus desejos e as suas necessidades, o que traz necessariamente sofrimentos e decepções.
Ele aproxima-se diariamente do amor divino, o único que pode preencher o seu coração e a sua alma.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  17.02.2015

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O VEGETARIANISMO


A questão da alimentação é muito vasta, pois não está limitada unicamente à comida e às bebidas que ingerimos durante as refeições.
Nós alimentamo-nos também de sons, de perfumes, de cores.
Os seres do mundo invisível, em particular, alimentam-se de odores.
O hábito de queimar incenso nas igrejas, por exemplo, vem deste conhecimento muito antigo, de que os espíritos luminosos são atraídos pelos odores puros, como o incenso, ao passo que os espíritos infernais são atraídos pelos cheiros nauseabundos.
Mas não há apenas os odores: os sons e as cores são também um alimento para os espíritos invisíveis e podem servir para atraí-los. 
É por isso que os pintores representam muitas vezes os anjos tocando música e usando vestes de cores cintilantes.

Pode ler-se nas Escrituras: «Vós sois templos do Deus Vivo.»
Não devemos, pois, manchar esses templos introduzindo neles elementos impuros.
Se os humanos conhecessem as oficinas celestes em que foram creados, dariam muito mais atenção ao alimento que entra na construção desse templo onde Deus deve vir habitar.
Infelizmente, ao comer carne, a maioria deles assemelha-se mais a cemitérios do que a templos.

Cada creatura, animal ou humana, é impelida a escolher mais certos alimentos do que outros, e esta escolha é sempre muito significativa.
Se quiserdes saber quais são os resultados da alimentação à base de carne, ide visitar um jardim zoológico, observai os animais carnívoros e ficareis imediatamente informados.
Aliás, nem sequer é necessário ir aos jardins zoológicos para fazer esta constatação.
Durante a nossa existência, encontramos exemplares humanos de todas as espécies de animais, e até daqueles que não figuram nos parques, como os mamutes, os dinossauros e outros montros pré-históricos!
Mas sejamos caridosos e fiquemos pelos parques zoológicos: podeis constatar aí que os maiores carnívoros são animais medonhos que espalham à sua volta odores extremamente fortes, e que os herbívoros têm, em geral, hábitos muito mais pacíficos.
O alimento que absorvem não os torna violentos nem agressivos, ao passo que a carne torna os carnívoros irritáveis.
Do mesmo modo, os humanos que comem carne são mais impelidos para uma actividade brutal e destruidora.

Continua















PENSAMENTO QUOTIDIANO

Aprendei a considerar as vossas dificuldades como uma matéria bruta sobre a qual deveis trabalhar.

A partir do momento em que adoptais este ponto de vista, há todo um processo que se desencadeia em vós, aparelhos que entram em funcionamento e que começam a moer essa matéria bruta para a transformar.
Evidentemente, é difícil.
Mas tentai, pelo menos por curiosidade; fazei a experiência somente durante uma semana.
Dizei para vós próprios: «Esta maneira de ver as coisas é tão nova para mim que não sei como fazer; mas, apesar disso, vou experimentar.»

A cada contrariedade, a cada dificuldade que se apresenta, em vez de ficardes atormentados, de vos lamentardes e de importunardes o céu e a terra, fazei um trabalho pelo pensamento.
E, para pordes todas as hipóteses de sucesso do vosso lado, procurai sobretudo estar vigilantes: no momento em que tomardes consciência de que correis o risco de vos deixar levar pelo mau humor, o desânimo ou a irritação, etc, reagi!
Alguém que começou a deixar-se levar tem mais dificuldade em voltar atrás.
Cultivai, pois, esta vigilância que evita que sejais surpreendidos e começai a trabalhar.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  16.02.2015

domingo, 15 de fevereiro de 2015

HRANI-YOGA (Cont. IV)



 Futuramente, a alimentação será considerada como um dos melhores yogas que existem, ainda que ele nunca tenha sido mencionado em parte alguma.
Todos os outros yogas - Radja, Karma, Hatha, Jnani, Kriya, Agni - são magníficos, mas exigem anos para se obter um pequeno resultado.
Ao passo que com o Hrani-yoga* (é assim que eu lhe chamo) os resultados são muito mais rápidos.
É o mais fácil, o mais acessível dos yogas; é praticado por todas as creaturas sem excepção, ainda que, por enquanto, inconscientemente.
Toda a alquimia e toda a magia estão contidas neste yoga que até hoje é o mais desconhecido e o mais mal compreendido.
Como tal, mesmo que estejais a transbordar de trabalho, não vos refugieis nessa desculpa para não terdes nenhuma actividade no domínio espiritual.
Pelo menos três vezes por dia, podeis dispor das condições ideais para vos ligardes ao Céu, ao Senhor, visto que toda a gente é obrigada a comer três vezes por dia.
Mesmo que não se tenha tempo para orar, nem para ler, nem para meditar, é-se obrigado a consagrar pelo menos alguns minutos à alimentação.
Então, porque é que não haveis de aproveitar esse momento para vos aperfeiçoardes, para vos ligardes ao Senhor, para Lhe enviardes um pensamento de gratidão e de amor?

Que as refeições sejam para vós, de hoje para o futuro, uma ocasião para fazer este trabalho espiritual tão indispensável.
Muitas pessoas julgam-se perfeitas porque vivem segundo as leis da sociedade.
Não fazem mal a ninguém, cumprem conscenciosamente as suas tarefas profissionais e familiares.
Mas, apesar disso, o mundo invisível está-lhes vedado, e elas não sentem a alegria, a felicidade e a plenitude, nem possuem a luz, que são proporcionadas pela vida divina.
Julgam-se perfeitas, sim, mas qual é o seu modelo de perfeição?
Estranha perfeição essa em que nunca há tempo para a alma e para o espírito?
Bem entendido, todos têm que trabalhar para prover às suas necessidades e não ser um fardo para ninguém, mas também é preciso arranjar alguns minutos para alimentar a alma e o espírito!
Descemos à terra para cumprir uma missão, mas muitos esqueceram-se disso para pensar apenas no seu êxito social, e julgam que são modelos de perfeição!
Mas que modelos?
Deles não sai nenhuma luz, não consagraram um único minuto à vida espiritual, ao seu aperfeiçoamento.
Viestes à terra por muito pouco tempo e quando partires não levareis para o outro lado, os vossos carros e as vossas casas.
Tudo isso ficará aqui, e partireis apenas com as vossas aquisições interiores, as únicas que não vos abandonarão.
Ainda não compreendestes verdadeiramente isto, e é por essa razão que estais continuamente mergulhados em actividades materiais.
Mas qual é o proveito que tirais disso?
Quando deixardes a terra, tereis que abandonar tudo e partireis nus, pobres e miseráveis.
Aproveitai ao menos as refeições para fazer um trabalho espiritual.
Mesmo que não se veja ninguém fazer isso, mesmo que ninguém aprecie essas coisas, vamos!, começai a juntar riquezas e a desenvolver em vós as melhores qualidades.

Quando regressardes, na próxima encarnação, o Céu conceder-vos-á as condições mais favoráveis ao vosso desenvolvimento pelo facto de já terdes começado a fazer o verdadeiro trabalho.

Eis uma página da Ciência divina que deveis conhecer, pois apesar de ainda não ter sido aceite, será ela que triunfará, que vos iluminará, que vos salvará.

*Hrani, em búlgaro, significa alimento.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO

 Calculai o tempo que passais todos os dias a comer, a dormir - o que, evidentemente, é útil,
 indispensável -, mas também a falar indiscriminadamente, a ocupar-vos com futilidades.

Os anos passam, assim, longe da verdadeira vida, a vida da alma e do espírito.
Que bagunça, que desperdício!
E é por isso que, no dia em que tiverdes de partir para o outro mundo, estareis pobres e nus.

Impregnai-vos da ideia de que, ao deixardes este mundo, as únicas pedras preciosas que levareis serão as vossas virtudes, o único ouro será o vosso saber e as únicas vestes serão os ornamentos da vossa alma.
No momento da morte, fica-se como aquelas pessoas que, por serem expulsas, têm de deixar as suas terras, as suas casas, os seus móveis: elas apressam-se a ir aos seus cofres para levar o ouro e as jóias, que são os únicos objectos de valor graças aos quais, trocando-os por dinheiro, poderão sobreviver.
Quando a morte chega, só se pode levar as suas qualidades e virtudes, tem de se abandonar tudo o resto.
Então, perguntai a vós próprios, a partir de hoje, quanto ouro e pedras preciosas possuís.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  15.02.2015

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sábado, 14 de fevereiro de 2015

HRANI-YOGA (Cont. III)

 Para desenvolver o vosso coração, evitai fazer barulho e perturbar os outros, que também têm necessidade de se acalmar, de se concentrar, de meditar.
Muitos pensam: «Os outros? Mas em que é que isso me beneficia?»
E é por causa desta atitude que toda a gente periclita: porque ninguém pensa nos outros.
Os humanos são incapazes de viver juntos porque não têm nenhum respeito, nenhuma atenção uns pelos outros.
A refeição em conjunto é, pois, uma ocasião magnífica para se desenvolver e alargar a consciência.

Aquilo que assinala que um ser humano é evoluído, é a consciência que ele possui de pertencer a um todo muito mais vasto do que ele, cuja harmonia se esforça por não perturbar com a sua actividade, os seus pensamentos, os seus sentimentos, o seu barulho interior.
Vós direis: «O barulho interior?
Como assim?»
Sim, todo o barulho é o resultado de uma dissonância, e o barulho que nós fazemos interiormente com os nossos tormentos, as nossas revoltas, perturba a amosfera psíquica.
Aquele que faz esse barulho não sabe que isso é muito mau, tanto para os outros como para ele, e que um dia esse barulho aparecerá no seu organismo sob a forma de doença psíquica ou mesmo física.

Quando tocais nos alimentos, pensai também em enviar-lhes o vosso amor; se o fizerdes, eles abrir-se-ão para vos dar todos os seus tesouros.
Reparai nas flores: quando o Sol as aquece, elas abrem-se, e quando ele desaparece, fecham-se.
E os alimentos?
Se não os amardes, eles não vos darão quase nada, fechar-se-ão.
Mas amai-os, comei-os com amor, e eles abrir-se-ão e exalarão o seu perfume, dar-vos-ão todas as suas partículas etéricas.
Estais habituados a comer automaticamente, sem amor, só para preencher o vazio.
Mas procurai comer com amor, e vereis em que estado maravilhoso ireis sentir-vos.
Sei muito bem que é inútil falar de amor à maioria dos humanos, eles não sabem o que é o amor: saudar com amor, caminhar com amor, falar com amor, olhar com amor, trabalhar com amor... não sabem!
Se eles soubessem amar verdadeiramente, todo o Céu estaria com eles.

Portanto, durante as refeições desenvolveis o vosso intelecto e o vosso coração, mas também a vossa vontade, pois ganhais o hábito de controlar os vossos gestos, de calculá-los, de torná-los harmoniosos... E o gesto pertence ao domínio da vontade.
Nos dias em que vos sentis nervosos, considerai as refeições como uma ocasião para aprender a ficar calmo; mastigai lentamente, tomai atenção aos vossos gestos: alguns minutos depois, tereis recuperado a calma.
Existem remédios muito simples contra o nervosismo.
Se estiverdes agitados quando começais a falar ou a trabalhar e não fizerdes nada para vos acalmar, continuareis agitados durante o dia inteiro e todas as vossas energias se esgotarão porque  vos haveis esquecido de «fechar as torneiras»...
Neste caso, detei-vos durante um minuto, não faleis, deixai-vos estar quietos... depois, recomeçai com um novo ritmo, com uma nova orientação.
É durante as refeições que se deve começar a aprender o auto-controle, o auto-domínio.
Portanto, exercitai-vos vigiando os gestos que fazeis ao comer, para que não façais barulho absolutamente nenhum.
Eu sei que aquilo que estou a pedir-vos é quase o que há de mais irrealizável, mas vós consegui-lo-eis e todos aqueles que vierem aqui ficarão estupefactos.
Dirão:«É impossível, não acredito naquilo que os meus olhos vêem!»
E eu responderei: «Pois bem, pelo menos acreditai nos vossos ouvidos!»

Uma vez que tenhais comido em silêncio e em paz, mantereis esse estado durante o resto do dia.
Mesmo que tenhais de andar a correr a torto e a direito, basta um simples momento de paragem para que sintais que a vossa paz interior se mantém.
Sim, porque comestes correctamente.
De outro modo, podeis fazer o que quiserdes: repousar, tentar falar calmamente... continuareis agitados, perturbados, trémulos.

Continua
OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV


PENSAMENTO QUOTIDIANO

 Cada gesto que vós impregnais com uma ideia divina inscreve-se nos arquivos da vossa consciência superior, de onde jorrarão energias benéficas.
Sempre que empreendeis uma tarefa, por mais modesta que ela seja, com a convicção de que estais a contribuir para a ordem correcta das coisas, para a harmonia que deve reinar na terra e no Céu, ela fortalece-vos.

Mesmo na vida quotidiana, o que enfraquece os humanos é que eles não sabem em que estado de espírito devem realizar certas tarefas.
Ou o que têm de fazer não lhes agrada e fazem-no resmungando, ou pensam que deveriam ser outros a encarregar-se dessas tarefas e que estão a abusar deles, etc.
Nestas condições, evidentemente, a menor obrigação torna-se um fardo insuportável..
Este estado de espírito, que influencia muito negativamente o seu psíquismo, também diminui a sua resistência física e eles ficam rapidamente fatigados.
Mas, no dia em que se puserem a trabalhar com a convicção de que estão a contribuir para o bom funcionamento do conjunto a que pertencem, os seus esforços já não serão um peso para eles.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  14.02.2015

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

HRANI-YOGA (Cont.II)

Quando vos preparais para tomar uma refeição, deveis pôr tudo para trás das costas, mesmo os afazeres mais importantes, porque o mais importante é que vos alimenteis segundo as regras divinas.
Se tiverdes comido correctamente, o resto regularizar-se-á com grande rapidez.
Comer correctamente permite, pois, ganhar muito tempo e fazer uma grande economia da forças.
Não imagineis que podereis resolver os problemas mais facilmente e mais rapidamente se estiverdes num estado de febrilidade e de tensão; pelo contrário, deixais escapar os objectos das vossas mãos, dizeis palavras irreflectidas, implicais com as pessoas e depois tendes que passar dias inteiros a reparar os estragos.

A maior parte dos humanos não vêem que mesmo as actividades mais simples da vida quotidiana têm um significado importante; como é que se há-de levá-los a compreender que as refeições podem ser, para eles, uma boa ocasião para desenvolver a inteligência, o amor e a vontade?
Todos pensam que a inteligência se desenvolve com o estudo ou, em rigor, através das dificuldades e das provas (quando estais em apuros, desperta finalmente em vós uma faculdade que vos leva a reflectir e a encontrar a maneira de sair deles...), e quanto ao coração, julgam que é quando se tem mulher e filhos que é necessário proteger, ajudar.
Mas aqui, durante as refeições, desenvolver o coração?
Nem pensar nisso!...
E em relação à vontade, todos pensam que ela se desenvolve quando se fazem esforços físicos, desporto, etc.
Não, as pessoas que raciocinam deste modo ainda não compreenderam nada.

É durante as refeições que devemos começar a ocupar-nos do essencial, isto é, desenvolver o coração, o intelecto e a vontade.
Sim, porque não é garantido que toda a gente possa frequentar as bibliotecas ou a universidade, que se case e tenha filhos, ou que encontre muitas ocasiões para fazer esforços físicos.
Mas comer, todos são obrigados a fazê-lo.
Então, reparai: quereis desenvolver o vosso intelecto?
Pois bem, tendes uma oportunidade para fazê-lo sempre que quereis servir-vos dos objectos que estão sobre a mesa.
Procurai pegar-lhes e pousá-los sem fazer barulho, sem tocar em nada que esteja ao lado deles; eis um bom exercício para a atenção, para a antevisão.
Quando eu vejo como as pessoas batem com os talheres ou os deixam cair, fico logo a conhecer os defeitos da sua inteligência.
Por muitos diplomas que tenham, mesmo de várias universidades, eu acho que ainda possuem grandes lacunas intelectuais.
Sim, de que servem os diplomas se ainda não se sabe avaliar as distâncias?
Supunhamos que uma pessoa quer mudar um copo de um lugar, mas não viu a que distância ele se encontrava, diante ou por detrás de um outro objecto, e zás! leva o copo de encontro a esse objecto.
É um detalhe mínimo, mas revela um defeito que vai manifestar-se com muito maior amplitude na sua vida.
Estas pequenas faltas de jeito que as pessoas revelam durante as refeições indicam que, na vida corrente, elas farão grandes asneiras.
São o indício de que lhes falta uma certa atenção interior e por aqui se pode ver desde logo, em pequena escala, o que elas farão nos acontecimentos importantes da existência: comem, falam e agem sem atenção, dando encontrões nos outros, melindrando-os, e depois demorarão anos a reparar os seus erros e a sofrer.

Notai: quando eu pego nesta garrafa que veio do frigorífico, antes de servir-me dela devo pensar que está húmida e que, se não a limpar, ela pode escorregar das minhas mãos e partir o copo ou o prato. Portanto, se quiser agarrá-la bem e estar seguro de que não vai escapar-me, tenho que limpá-la.
E o mesmo se passa em relação a todas as outras coisas, à mesa como na vida...
Se um objecto escapa à vossa visão, à vossa consciência, deixais de ser senhores dele e ele não vos obedece.
Para dominar um objecto, deveis controlá-lo primeiro através do pensamento; se ele vos escapar, nunca sereis senhores dele.
Antes de vos sentardes à mesa, procurai também ver se não vos falta nada, para não terdes que levantar-vos várias vezes durante a refeição a fim de ir buscar uma faca, o prato, o sal...
É uma coisa que observei repetidas vezes quando me convidavam: a dona da casa era obrigada a levantar-se vinte vezes, porque tinha-se esquecido disto e daquilo...
No entanto as pessoas sabem muito bem o que lhes faz falta, pois todos os dias repetem a mesma coisa.
Mas não, nem sequer se apercebem, e isso prolonga-se pela vida fora, as pessoas continuam a esquecer-se das coisas e têm que interromper as refeições para ir buscá-las.
Falta sempre qualquer coisa, e isso é sinal de que é igualmente desatento e negligente em outros domínios da vida.
Então, como é que se pode acreditar que pessoas assim vão ter sucesso?


Continua

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

PENSAMENTO QUOTIDIANO


A campaínha-branca que floresce no fim do Inverno, anuncia a chegada próxima da Primavera.
Observai-a; com que vontade, com que coragem, ela ordena à terra e à neve: «Vá, afastai-vos, eu quero sair!»
No entanto, ela é frágil, tem umas pétalas tão tenras, tão delicadas, uma coisa de nada pode feri-la...
Mas a terra e a neve obedecem-lhe, cedem-lhe passagem, e ela sai e floresce.
Como é que ela faz para obrigar a terra a entreabrir-se?
Ela tem uma força irresistível no seu caulezinho que começa a despontar, e é ele que triunfa!
Então, e vós?
Não tendes à vossa disposição mais meios do que a campaínha-branca?
Sim.
Só que não tendes fé e vontade suficientes para dizer aos acontecimentos, às dificuldades, às limitações: «Vá, afastai-vos, deixai-me passar, eu quero sair, quero admirar e louvar o Criador!»

Se perseverardes como a campaínha-branca, conseguireis sempre desembaraçar-vos nas situações e sair vitoriosos.

OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV  -  13.02.2015