segunda-feira, 3 de novembro de 2014

MALHUTH, IÉSOD, HOD, TIPHÉRETH: OS ARCANJOS E AS ESTAÇÕES (Cont.II)

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O verão está sob a influência de Uriel e este nome possui um significado magnífico: "Deus é a minha luz".
No entanto, não se encontra nas Escrituras qualquer menção a este arcanjo.
Durante o verão, toda a Natureza está em fogo, o próprio ar é abrasador, e no 24 de Junho, dia da festa de S. João Baptista, no momento do solstício de verão, é tradição acender fogueiras e celebrar a votória do calor e da luz, com cantos e danças.
Mas a Igreja não encorajou esta maneira de celebrar a festa de S. João, que faz lembrar velhos ritos pagãos, pois estas reuniões de homens e mulheres que cantam, dançam e bebem à roda de uma fogueira, durante toda a noite, acabam inevitavelmente nas sensualidade e nas orgias.
É verdade que o S. João, que ocorre no momento em que o sol entra em Caranguejo - signo dominado por Vénus -, não é a festa do fogo espiritual, mas sim do fogo físico terrestre.
Uriel é o arcanjo de Malhuth, a esfera da terra, e o fogo sobre o qual ele reina não é somente aquele que faz amadurecer os trigais e os frutos nas árvores, é o fogo interior do planeta, que mantém toda uma matéria em fusão, onde se elaboram os metais e os minerais e que foi assimilada ao inferno.

Em certas tradições, o verão é simbolizado por um dragão que cospe chamas.
Ora, o dragão é justamente esse animal mítico que vive debaixo da terra e só sai à superfície para queimar, devorar e destruir.
Mas ele é também o guardião de todos os tesouros escondidos, as pedras e os metais preciosos, frutos da terra.
Para a pessoa se apoderar desses tesouros, é preciso ser capaz de o enfrentar e de o vencer.
Ainda sobre isto, numerosas tradições, trazidas até aos nossos dias sobretudo por contos, celebram o herói audacioso e puro que foi capaz de vencer o dragão para se apoderar dos seus tesouros.
Trata-se de narrativas sobre as quais o discípulo deve meditar: não é porque o verão liberta as forças subterrâneas que ele deve deixar-se devorar pelo dragão.
Infelizmente, e cada vez mais, vemos que esta estação se tornou a da libertação dos instintos e, sobretudo, a da preguiça interior e da sensualidade, porque é no verão que a maioria das pessoas tira as suas férias.
Vós direis: «Mas é normal, uma vez que é a própria Natureza que a isso convida.»
A Natureza inferior, sim.
E é para vós o momento de compreender a importância dos cinco planos de que é constituída cada séfira.
Se permaneceis no nível inferior de Malhuth, a Terra, é evidente que sereis tragados pelos instintos.
Mas, se fizerdes um trabalho interior para vos elevardes nesta séfira e entrar em relação com as Almas glorificadas, os Ischim, com o arcanjo Uriel e com o Senhor Adonaï Méleh, não só vencereis o dragão, mas podereis apossar-vos dos seus tesouros,, quer dizer, de novas possibilidades espirituais que esse trabalho vos dará para dominardes as forças obscuras que estão em vós.
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