quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A FESTA DO NATAL


 O facto de existirem quatro festas cardeais - o Natal, a Páscoa, a festa de S. João e a de S. Miguel -, não aconteceu por acaso ou porque alguns religiosos resolveram instituir estas festas a seu bel-prazer; na realidade, elas correspondem a fenómenos cósmicos.
Ao longo de um ano, o Sol passa por quatro pontos cardeais (o equinócio da Primavera, o solstício de Verão, o equinócio do Outono e o solstício de Inverno) e durante esses quatro períodos produzem-se na Natureza grandes afluxos e circulações de energias, que influenciam a Terra e todos os seres que a povoam: as plantas, os animais, os humanos...
Os Iniciados, que estudaram estes fenómenos, constataram que, se o homem estiver atento, se se preparar e se se puser em harmonia para receber essas emanações, poderão produzir-se nele grandes transformações.

A tradição cristã diz-nos que Jesus nasceu a 25 de Dezembro, à meia-noite.
Em 25 de Dezembro, o Sol acaba de entrar na constelação de Capricórnio.
Simbolicamente, o Capricórnio está ligado às montanhas, às grutas, e é precisamente na obscuridade duma gruta que o Menino Jesus pode nascer.
Durante o resto do ano, a Natureza e o homem estiveram em grande actividade, mas com o aproximar do Inverno muitos trabalhos param, os dias diminuem, as noites alongam-se, o momento é propício para a meditação, para o recolhimento, o que permite ao homem penetrar nas profundezas do seu ser e encontrar as condições para o nascimento do Menino.
Quando sai de Capricórnio, o Sol entra em Aquário - é a água, o baptismo, a vida que jorra produzindo novas correntes.
Ao sair de Aquário, o Sol entra em Peixes e lá tem lugar a pesca de que Jesus falava quando dizia aos seus discípulos que eles seriam pescadores de homens.
 Mas voltemos ao nascimento de Jesus.
Todos os anos, à meia-noite de 25 de Dezembro a constelação de Virgem desponta no horizonte.
É por isso que se diz que Jesus nasceu da Virgem.
No lado oposto encontram-se os Peixes, e no meio-do-céu pode ver-se a magnífica constelação de Orion, tendo no centro as três estrelas alinhadas que, segundo a tradição popular, representam os três Reis Magos.

Deixemos de lado o problema de saber se Jesus nasceu realmente a 25 de Dezembro, à meia-noite; porém, no dia 25 de Dezembro tem lugar, na Natureza, o nascimento do princípio crístico, isto é, da vida, da luz e do calor que vão transformar tudo.
Durante este período, esta festa também é celebrada no Céu: os Anjos cantam e todos os grandes Mestres e Iniciados se reunem para orar, para glorificar o Eterno e festejar o nascimento do Cristo que nasce, realmente, no Universo.
E entretanto, na terra, onde se encontram, em geral, as pessoas?
Nos cabarés, nas "boites" e nos bares, onde comem e fazem pândegas para festejar o nascimento de Jesus...
Que mentalidade!
E o que é extraordinário é que até as pessoas mais inteligentes acham normal festejar assim o Natal.
Em vez de estarem conscientes da importância de um acontecimento que só se realiza uma vez no ano, quando toda a Natureza prepara atentamente a nova vida, os homens têm a cabeça não se sabe bem aonde.
É por isso que não recebem nada; pelo contrário, perdem a graça e o amor do Céu.
Sim, que quereis vós que o Céu dê a um ser que não é sensível a estas correntes divinas?
O discípulo, esse, prepara-se: ele sabe que, na noite de Natal, o Cristo nasce no mundo sob a forma de luz, de calor e de vida, e prepara as condições convenientes para que este Menino divino nasça também nele.

.../...
OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

Sem comentários:

Enviar um comentário