sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A MORTE E A VIDA NO ALÉM (Cont. V)

...
 III
Não são sempre as mesmas almas que vêem encarnar-se na terra.
Pode acontecer que as mesmas voltem muitas vezes ao longo dos milénios, mas não é necessariamente assim.
A terra não é o único sítio onde as criaturas podem fazer estágios e desenvolver-se.
Por todo o Universo há "terras" onde as criaturas se instruem.
Então, tal como há seres que vêm de outros planetas para realizar certas missões na terra e se vão embora  depois de as ter cumprido, também há outros seres que deixam a nossa terra para ir a outros planetas.
São os Vinte e Quatro Anciãos que presidem a esta circulação das almas.

Mas, no momento em que o homem morre, as portas da terra fecham-se atrás dele; ele entra noutra corrente e não tem o direito de voltar para trás.
É por isso que não é bom evocar os mortos, pois desse modo impede-se a sua evolução.
Há que orar por eles, há que enviar-lhes luz para que evoluam e se libertem, mas não se deve ficar agarrado a eles para os reter, nem sobretudo, procurar trazê-los de volta à terra.
Nos livros antigos, encontram-se numerosos relatos de evocações de mortos: degolavam-se animais e, com o sangue, atraíam-se as suas almas.
Na Odisseia, há um episódio em que Ulisses faz regressar dos Infernos a sombra do adivinho Tirésias para este lhe predizer o futuro.
E no Antigo Testamento também se pode ler a narração da visita que o rei Saul fez à mágica de En-Dor, para que ela fizessa aparecer a sombra do grande rei Samuel: ele queria que Samuel lhe desse a conhecer o desfecho da guerra que travava contra os Filisteus.
Dá-se a este género de evocação o nome de #necromância", pois trata-se de uma predição do futuro (mância) por intermédio dos mortos (necro).
Mas recordai-vos do que Samuel disse quando apareceu a Saul: «Porque me importunaste, chamamdo-me?»
Sim, pois os mortos que viveram na terra como grandes espíritos não gostam de ser importunados para satisfazer a curiosidade dos vivos; eles sentem-se tão longe das suas preocupações mesquinhas e limitadas!
É claro que não os esqueceram, que aceitam ajudá-los, mas de outro modo.*
É evidente que a maioria dos humanos, quando deixam a terra, não ficam imediatamente libertos dos laços terrenos: continuam ligados aos pais e outros familiares, a amigos (ou inimigos!), a locais, a bens e, se não são já evoluídos, se não têm no coração e na alma o desejo de descobrir outros espaços e de ir para Deus, ficam rondando à volta desses seres, dessas casas e desses objectos.
São almas errantes que sofrem e não podem ainda libertar-se, mesmo que espíritos luminosos venham ajudá-las.
Ao passo que aqueles que, na terra, já viveram no amor e na luz, aqueles que já cultivaram as virtudes, deixam muito rapidamente o seu corpo e voam para as regiões sublimes, onde nadam na felicidade e na alegria.
De lá podem enviar correntes benéficas a todos aqueles que deixaram em baixo, para os ajudar e os proteger, mas nunca voltam para eles, não voltam a descer, como muita gente imagina.
Quando morrem, vão para muito longe da terra e não voltam.

*Noutra conferência, Omraam Mikhaël Aïvanhov disse o seguinte: «Quando, no momento da transfiguração no Monte Tabor, Jesus apareceu aos seus discípulos, estava tão luminoso e radiante que eles não puderam suportar essa luz e caíram por terra.
Esta transfiguração era uma irrupção do seu corpo espiritual, o seu corpo de glória, no plano físico.
Ainda não tinha chegado o momento de Jesus desligar o seu corpo glorioso do corpo físico para viver nele definitivamente, mas este já podia aparecer na plenitude da sua manifestação.
Algumas pessoas puderam ver o corpo glorioso de certos Iniciados quando estes se encontravam em estados de deslumbramento e de êxtase: o seu rosto irradiava, a luz jorrava de todo o seu ser.
É graças a esse corpo que os Iniciados podem viajar para o espaço, atravessar montanhas e até penetrar no centro da terra, pois nenhum obstáculo material pode detê-lo.
Sim, e mesmo que o seu corpo físico esteja muito maltratado, um Iniciado pode sempre trabalhar e enviar auxílio, pois o corpo físico e o corpo de glória são duas realidades totalmente diferentes.
Mesmo que um Iniciado esteja a morrer, mesmo que esteja morto, o seu corpo de glória está vivo, irradiante, e pode contactar com as criaturas no espaço para as instruir, as aconselhar, as consolar e lhes transmitir as suas bençãos.»

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