segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A FESTA DO NATAL (Cont.VI)

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É necessário que compreendais que Maria e José são símbolos da vida interior: aqueles que repudiaram Maria secaram-se a si mesmos e mais não têm do que o intelecto, que divide, que critica, que está sempre descontente.
Mas, como vedes, José, pelo contrário, respeitou e protegeu Maria.
Ele disse: «Oh! Ela está grávida; eu quero protegê-la porque ela necessita do meu auxílio.»

E o que é a estrela?
É um fenómeno que se produz inevitavelmente na vida de um verdadeiro místico, de um verdadeiro Iniciado.
Acima da sua cabeça aparece uma estrela, um pentagrama luminoso.
«O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima.»
Portanto, este pentagrama tem que existir duplamente.
Em primeiro lugar, o próprio homem é um pentagrama vivo, e depois, no Alto, no plano subtil, quando ele tiver desenvolvido plenamente as cinco virtudes - a bondade, a justiça, o amor, a sabedoria e a verdade - existe um outro pentagrama que o representa sob a forma de luz.

E esta luz, esta estrela que brilhava por cima do estábulo, significa que de cada Iniciado que possui em si o Cristo vivo, sai uma luz, uma luz que acalma, alimente, reconforta, cura, purifica, vivifica...
Um dia, essa luz começa a ser vista de longe por outros, eles sentem que algo de especial se manifesta através desse ser.
Aquilo que se manifesta é precisamente o Cristo, e nessa altura todos aqueles que são dirigentes, autoridades, todos aqueles que são poderosos e ricos, vêm junto dele.
E até os grandes chefes religiosos, que julgavam estar acima de todos, também eles sentem que lhes falta algo, sentem que ainda não atingiram aquele grau de espiritualidade, e vêm instruir-se, vêm inclinar-se e trazer presentes.
É esta, pois, a explicação para a presença dos três magos - Melchior, Baltazar e Gaspar - junto do Menino Jesus.
Estes magos eram chefes de grandes religiões dos seus países, e eles acorreram.
Porquê?
Porque sentiram aquela luz.
Como também eram astrólogos, ao observar no céu certas configurações planetárias excepcionais, concluiram que deveria ter-se produzido um acontecimento excepcional na Terra.
Portanto, o nascimento de Jesus corresponde também a um fenómeno astrológico que se produziu no céu há dois mil anos.
Estes Reis Magos trouxeram o ouro, o incenso e a mirra, e cada um destes presentes era um símbolo.
O ouro significava que Jesus era rei: a cor dourada é a cor da sabedoria, cujo brilho cintila por cima da cabeça dos Iniciados como uma coroa de luz!
O incenso queria dizer que ele era sacerdote: o incenso representa o domínio da religião, que é também o do coração, do amor.
A mirra é um símbolo da imortalidade; ela era utilizada para embalsamar os corpos e preservá-los, assim, da destruição.
Por conseguinte, os Reis Magos trouxeram presentes que têm uma ligação com os domínios do pensamento, do sentimento e do corpo físico.
Cada um está ligado também a uma séfira: a mirra a Binah, que conserva tudo, o ouro a Tiphéret, a luz, e o incenso a Hésed, a religião.



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