terça-feira, 25 de novembro de 2014

A MORTE E A VIDA NO ALÉM

I
Para a Ciência Iniciática, o ser humano é um reflexo, uma imagem do Universo e, portanto, tal como o Universo, é composto por regiões, por "corpos" diferentes.
A ciência oficial ainda não admitiu esta realidade, e daí advêm muitos erros, nomeadamente na medicina e na psicologia.
Os hindus dividem tradicionalmente o ser humano em sete corpos, e a maior parte dos espiritualistas aceita esta divisão.
O corpo mais material, e o único visível para nós, é o corpo físico, mas existem mais seis corpos compostos de uma matéria cada vez mais subtil, os corpos etérico, astral, mental, causal, búdico e átmico.
Na realidade, o corpo etérico ainda faz parte do corpo físico e apresenta-se sob quatro estados, chamados éter-químico, éter-vital, éter-luz e éter-reflector.
Por isso, podemos dividir o corpo físico em sete: os estados sólido, líquido e gasoso, e os quatro estados etéricos.
Os outros corpos também podem ser divididos em sete; assim, no astral há três regiões inferiores e quatro regiões superiores, e é nestas regiões superiores que vivem os anjos.
O que é um anjo?
Um anjo é uma criatura imortal feita de uma matéria tão pura, tão subtil que nada de mau ou obscuro pode atingi-la.
Vive na luz, na alegria absoluta, e conhece tudo excepto o sofrimento.
O sofrimento tem sempre origem nos movimentos da natureza inferior que causam distúrbios e perturbações.
Um anjo não pode conhecer essas perturbações porque é absolutamente puro.
Não existem anjos no plano físico, eles só se encontram a partir das regiões superiores do plano astral.
No limite entre o plano astral inferior e o plano astral superior existe uma zona intermédia habitada por seres que estão a aperfeiçoar-se, a cortar os laços com as regiões inferiores, mas que ainda estão sujeitos aos tormentos causados pelas más influências do plano astral inferior e do plano físico.
Por conseguinte, o plano astral é, ao mesmo tempo, o mundo do sofrimento e o mundo e o mundo da alegria; da alegria quando o homem consegue depurar e subtilizar os seus desejos, e do sofrimento quando ele vive demasiado baixo, preso nas cobiças e nas paixões.
No momento da morte, o homem desliga-se do seu corpo físico, mas isso não é suficiente para ele ficar imediatamente liberto.
Podemos mesmo dizer que ele fica ainda mais exposto aos tormentos do que quando estava na terra.
Com efeito, durante a vida terrena, o nosso corpo físico é uma carapaça, uma couraça que nos impede de sentir a realidade do mundo psíquico; mas quando os seres, pela morte, se libertam do corpo físico e ficam no astral sem defesas, arriscam-se a sofrer bastante e a ser muito infelizes.
O Inferno não é senão um estado de consciência vivido muito intensamente no plano astral.
Só depois de purificados por meio do sofrimento é que os seres conseguem, finalmente, sair de lá.
Todos aqueles que mergulharam completamente numa vida de devassidão, de injustiças, de maldades e de crueldades, e que conseguiram escapar à justiça humana, quando morrem vêem-se confrontados no plano astral com todo o mal que fizeram; eles não podem encontrar qualquer refúgio em parte alguma, porque já não têm o corpo físico que os protegia e os insensibilizava, e sentem exactamente os sofrimentos que infligiram a outros seres quando estavam na terra.
Certamente já tivestes pesadelos e reparastes que, na maior parte das vezes, o pesadelo se interrompeu de repente porque acordastes sobressaltados, contentes por vos encontrardes a salvo no vosso corpo físico e dizendo:«Felizmente, foi só um sonho!»
Porque é que acordastes em sobressalto?
Porque, subsconscientemente, vós sabeis que, para vos defenderdes dos seres ou das forças hostis do plano astral, deveis regressar ao vosso corpo físico, que é como que uma fortaleza onde podeis abrigar-vos.
Se permanecerdes no plano astral, continuareis à mercê dos vossos inimigos.
Mas vós deixais esse plano, regressais ao corpo físico, que é espesso, sólido e escapais-lhes.
É exactamente como se fosseis perseguidos na rua e vos refugiásseis numa casa: aí não podereis ser atingidos pelas facas nem pelas balas.

.../...
OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

em "A morte e a vida no Além"

Edições Prosveta

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